O professor

O professor Cristovão Tezza




Resenhas - O professor


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meandros 07/09/2014

Mais do mesmo
Felizmente Cristóvão Tezza chegou ao patamar dos escritores que não precisam ser apresentados e cujas novas obras são sempre muito aguardadas. Também é verdade que ele se encontra na categoria (mais restrita) de escritores que já redigiu sua obra prima, dificilmente superada. De modo que O Professor atende à expectativa produzida pela novidade, mas fica à sombra de O Filho Eterno, como seria de se esperar.

O professor é Heliseu, catedrático de Filologia Românica que, aos 70 anos, reflete sobre a própria vida antes de uma homenagem à sua carreira na Universidade em que trabalha. Se em O Fotógrafo, Tezza limitou a tempo narrativo do romance a um dia, aqui a restrição é das poucas horas que antecedem a homenagem. O narrador é a própria consciência de Heliseu, recurso literário utilizado também em Um Erro Emocional, que alterna com propriedade e graça entre primeira e terceira pessoa e segue o padrão não linear, que as consciências costumam possuir, para relembrar seu relacionamento com colegas da universidade, com o filho e, especialmente, com as mulheres da sua vida.

O tema central do relacionamento extraconjugal de um professor universitário lembra muito Uma noite em Curitiba, mas a história contada a partir do fluxo da consciência no lugar das narrações epistolares marca o novo livro de maneira bem distinta.
Tezza utiliza seu conhecimento do mundo acadêmico do tempo em que foi professor, embora esteja longe de ser autobiográfico, para um pano de fundo bastante crível. Não é mencionado nominalmente, mas o espaço geográfico da obra é a Reitoria da UFPR e seus arredores. Assim como em O Fotógrafo e em muitas outras obras, o espaço narrativo são os arredores desta região de Curitiba e quem conhece tal realidade poderá saborear melhor a obra (o detalhe, por exemplo do painel de projeção que ficou por meses pela metade tapando o quadro negro é fato conhecidíssimo do Anfi 100, por exemplo).

O Professor é um livro típico de Tezza, com as boas características de outras obras. Sendo assim, o mais do mesmo, quando o mesmo é bom, é ótimo.
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