Resenhas - Frida Vingren

Hélio 18/12/2021

Frida Vingren - Isael de Araújo
Quando se fala da origem da Igreja Assembleia de Deus no Brasil, a maior denominação protestante do país, vem logo a mente das pessoas que são membros ou frequentam essa igreja, os nomes de dois homens, os suecos: Daniel Berg e Gunnar Vingren. Nunca ou raramente falavam de mulheres como Frida, a esposa de Gunnar Vingren. Frida chegou ao Brasil em 3 de julho de 1917, aos 26 anos. Antes de vir para o Brasil, Frida tinha sido enfermeira chefe em um hospital de Estocolmo, na Suécia, e também fez um curso Bíblico para ser enviada como missionária. Ao chegar aqui se casou com Gunnar Vingren, que já haviam se conhecido na Suécia. O casal enfrentou muitas dificuldades trabalhando na obra missionaria em Belém do Pará, ela ficou mais de três meses doente de malária e quase chegou a falecer. Alguns anos depois foram trabalhar na evangelização no Rio de Janeiro e lá permaneceram até a volta para a Suécia.

Frida era uma faz tudo na obra, era pregadora; cantora, compositora, autora de vários hinos, que hoje estão na Harpa Cristã (hinário oficial da AD) e traduziu e adaptou outros hinos que também compõe a HC; tocava órgão, violão; ficava na liderança da igreja, quando Vingren viajava para fazer missões em outros estados brasileiros; foi durante muito tempo a redatora do jornal oficial da igreja que circulava em todo o país e também escrevia para o jornal da igreja em Estocolmo. Era poetisa, tendo publicado várias poesias no jornal; publicou vários estudos bíblicos; foi comentarista da revista da EBD e etc.

Devido a grande atuação de Frida na igreja ela começou a ter oposição de alguns homens que não aceitavam a atuação feminina na igreja. Um dos que fizeram uma oposição ferrenha ao trabalho de Frida e não queria que ela nem pregasse na igreja era o pr. Samuel Nystrom, pastor da igreja em Bélem do Pará. Por causa desta oposição, Gunnar entrou em conflito com Nystrom, porque Gunnar apoiava a esposa e a todo momento esteve ao lado dela. Devido esta crise, porque muitos pastores não aceitavam a atuação feminina na igreja, houve a primeira convenção geral das Assembleias de Deus no Brasil, realizada de 5 a 10 de setembro de 1930, em Natal. Os pastores tentaram silenciar Frida, mas ela continuou escrevendo no jornal e defendendo o direito da mulher trabalhar na evangelização, até que veio uma ordem da Suécia e afastou o casal Vingren do jornal. Vale ressaltar que nas publicações de Frida, em nenhum momento encontra-se ela defendendo o pastorado feminino. Nas pesquisas feita pelo autor, o pastor e historiador pela UFRJ, Isael de Araújo, que teve acesso as fontes primarias, mostra que Vingren defendeu a atuação feminina muito mais do que Frida.

Desde 2018 começaram a falar mais sobre Frida, depois que Kajsa Norell, uma jornalista sueca fez uma pesquisa bastante robusta e apresentou novas informações sobre Frida, que foram divulgadas nos sites BBC Brasil, G1 da Globo e outros que geraram repercussões. A jornalista mostra que Frida foi muito perseguida pelos pastores, e isso fica evidente neste livro, mas, a jornalista mesmo reconhecendo não ter provas, afirma que Frida tinha cometido adultério com um jovem brasileiro. No entanto, como bem afirmou o historiador Isael, em uma entrevista a CpadNews, a jornalista fez ilações sobre Frida sem ter provas. Em 1932 a família Vingren voltou para a Suécia, e menos de um ano depois de chegarem a Suécia, Gunnar faleceu aos 53 anos. Depois de ter ficado viúva, com seus 5 filhos, Frida quis voltar ao Brasil ou Portugal para continuar fazendo missões, mas o seu pastor Lewi Pethrus, não permitiu, afirmando que o trabalho dela havia prejudicado a missão no Brasil. Mesmo assim, ela insistiu e quis vir por conta própria, e segundo Norell, ?ela foi detida na estação de trem de Estocolmo, já sai com uma camisa de força em direção ao hospital psiquiátrico. A igreja lhe tira a guarda dos filhos e doa todos os seus pertences?. O chocante é que mesmo não havendo nenhum exame que mostrasse que Frida tinha alguma doença mental, ela ficou internada chegando a falecer aos 49 anos, pesando 23 quilos. A contribuição de Frida foi muito significativa para o que a Assembleia de Deus se tornou hoje. O pr. Lewi Pethrus era uma figura complicada. Segundo o pr. Isael diz no livro que Frida faleceu num domingo e no culto da segunda-feira seus filhos estavam presentes e esperava uma homenagem a mãe, mas o Lewi Pethrus durante o culto nem sequer informou a igreja da morte de Frida. No final do culto quando o povo estava se levantando para ir embora ele chamou o povo e apenas disse: "Ontem faleceu a senhora Frida." Como diz o pr. Isael, nem ao menos Pethrus mencionou que ela era "missionária". Esse pastor sueco que impediu dela voltar a fazer missões, era segundo o pr. Isael, uma mistura de Silas Malafaia com Edir Macedo, devido ser uma pessoa polêmica e empreendedora. Depois fundou um partido político, uma editora e um jornal seculares. Ela foi perseguida tanto pelos pastores no Brasil como na Suécia, mas deixou seu legado e eles não conseguiram apagar.

LaryF 26/12/2021

Que mulher de Deus! Um exemplo.
Incrível que após vários anos de cristã descobri recentimente sobre a vida desta mulher , esposa do fundado da igreja assembléia de Deus no Brasil, nunca ouvi falar acerca dos seus feitos pelo menos na igreja a qual frequento.

Uma mulher usada grandemente na obra com imensa contribuição no evangelho ter tido um fim tão indigno movido por uma interpretação totalmente errônea do texto sagrado tendo grande perseguição em seus ministério pelos pastores de sua época.

Seus ensinamentos foram de grande valia e até hoje tem-se frutos de seu ministério.

Su 10/07/2015

Um legado às mulheres cristãs
A história de uma mulher que viveu para o Senhor. Lutou em prol do Reino dos Céus. Tentaram pará-la, contudo, ela já havia colocado a mão no arado e não olharia para trás. Muitas almas foram alçadas através de sua vida e até hoje o nome do Senhor é Glorificado por isso. Que Deus levante em nossa geração mulheres como Frida Vingren para que quando quiserem nos calar nossos textos falem da Graça e do Amor de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador!!

Hyerro 24/05/2020

Me edificou bastante
Saber sobre a vida de Frida e seu marido Vingren me edificou muito e me deixou feliz em saber mais sobre a luta, o ministério e as bençãos deles,

_agraciele 08/09/2020

Somos todas Fridas - Vingren!!
Com certeza você conhece uma referência de Frida. Esse livro te mostra que há uma opção cristã de "Frida", haha.
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Frida Vingren é um verdadeiro exemplo feminino de força, coragem, iniciativa, zelo e entrega pelo próximo: esposa, mãe, missionária, redatora, enfermeira, escritora e continua... Não nessa ordem, mas todos simultaneamente. Também venceu o preconceito social para ser não quem queria, mas quem Deus a chamou para ser, uma serva cheia de fé e vontade de fazer tudo pela obra do Pai.
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Tenho certeza que a história da Assembleia de Deus não seria a mesma sem a irmã Frida para ser coluna na vida de Gunnar Vingren, seu marido.
Nessa época em que os deveres e valores das mulheres são tão discutidos dentro e fora da igreja, Frida Vingren me ensinou verdadeiramente sobre quebrar os "padrões" - há anos e anos atrás. Feliz demais pela leitura! ❤ Recomendo não só para mulheres, mas todos os cristãos que queiram conhecer um pouco mais sobre os papéis da femininos. 😊

site: https://www.instagram.com/_literalidades/

Valéria 24/01/2021

Um livro sobre renúncia
Deixar sua pátria para atender um chamado de Deus, não é fácil. O chamado missionário exige renúncia, mas não posso falar com propriedade. Diante do que li nesse livro, tive um vislumbre do que é viver inteiramente para a obra, tendo que gerenciar o cuidado com a casa, filhos, esposo e a obra missionária. O livro trás muitos eventos da igreja e tudo que eles faziam para levar o "Ide" de Deus, porém esperava mais detalhes sobre ela. Embora eu tenha percebido que diante de tantos deveres, essa mulher forte tenha tido seus momentos mais pensativos.
Frida foi uma mulher forte e determinada. Amava a obra e lutava por ela. Tanto que quando as mulheres não tinham muita força na obra, ela foi persistente e defendia o chamado de Deus que também se estendia às mulheres. Nem todos concordavam, achavam que as mulheres eram apenas para testificar, evangelizar, cuidar do lar.... E não assumir posições para ensinar, doutrinar. Contudo, ela não deixou o seu principal objetivo, que era pregar a palavra de Deus.

EliPCS 11/08/2021

livro bom para saber de uma história de uma mulher tão batalhadora e que lutava por sua voz e seu desejo de falar do evangelho aqui no brasil mesmo com todas adversidades, frida é um exemplo

Bia 15/02/2022

Muito bom!
Que biografia emocionante! ?
Frida é um grande exemplo de serva do Senhor, tinha um amor muito grande pela obra e por ganhar almas para Jesus.

Kelly Oliveira Barbosa 31/03/2020

Frida Vingren viveu entre 1891 e 1940, era sueca, filha do casal luterano Jonas Strandberg e Kristina Margareta Sundelin. Seu nome foi inspirado na palavra nórdica frior, que significa “paz”. Desde muito nova se sentia inclinada a chamada missionária e logo que possível começou a preparar-se para tal. Ela fequentou cursos bíblicos, cursou enfermagem durante quase dois anos e meio – chegando a atuar como chefe da seção de enfermaria no Hospital Sabbatsbergs –, dedicando-se ainda à arte fotográfica.

Em meados de 1917, a Igreja Filadélfia em Estocolmo (uma igreja de origem batista, mas pertencente ao movimento pentecostal sueco) tinha uma escola bíblica para homens e mulheres que desejavam atuar na obra missionária. Frida não pertencia até então ao movimento pentecostal sueco, mas frequentou essa escola bíblica, quando também conheceu o missionário Gunnar Vingren que estava em um período de descanso na Suécia após cinco anos em missão no Brasil. Eles começaram a namorar e nesse mesmo ano Frida (26 anos), foi enviada em missão para o Brasil, chegando em Belém do Pará, antes mesmo do retorno de Gunnar (38 anos) para esse campo. Frida e Gunnar trocaram as alianças já em solo brasileiro, o casamento foi realizado pelo pastor Samuel Nyström.

Frida permaneceu no campo missionário brasileiro durante 16 anos. Dificuldades, sofrimentos, perdas, enfermidades e perseguições faziam parte da rotina diária dessa mulher, mas ela foi perseverante e o nome de Cristo foi glorificado através de sua vida. Frida foi uma pioneira ao lado de seu esposo, ambos fundadores da primeira Assembleia de Deus no Brasil, que era chamada de Assembleia de Deus de Belém. Eles ganharam muitas almas, trabalharam incansavelmente na obra do Senhor até o fim de suas vidas, literalmente se desgastaram no então: campo missionário brasileiro.

Sobre a personalidade de Frida dizia-se o seguinte:

Era uma mulher enérgica em tudo, tendo desprendimento em compreender e resolver todas as situações num só momento. Porém, era muito alegre e bondosa sempre.

Esposa, mãe de 6 filhos, enfermeira, missionária, escritora, poetisa, redatora, pregadora, discipuladora, comentarista pentecostal, organizadora, violonista compositora e tradutora. Na Harpa Cristã encontramos 23 hinos que levam suas iniciais. Frida influenciou muitas mulheres em sua época a servirem a Cristo e a sua Igreja, e com certeza, ainda é um exemplo para nós.

Conforme Isael de Araújo narra nessa biografia, houve um momento muito triste para o casal devido a uma forte perseguição por parte do próprio Samuel Nyström, conhecido também como um dos grandes pioneiros das Assembleias de Deus no Brasil. Após anos de atuação de Frida ao lado de Gunnar, isso é, nas ausências do esposo tanto no período em Belém do Pará como depois em São Cristovão no Rio de Janeiro, era ela juntamente com os obreiros que tomavam conta das congregações. Frida era uma evangelista, ela foi responsável pelas atividades evangelísticas em diversas áreas das cidades principalmente no Rio de Janeiro. Ela pregava nos conhecidos cultos das praças e até mesmo nas detenções, tanto para o público feminino como masculino. Ela também era responsável pela oração e visitação dos crentes. Depois de anos de intensa atuação dessa mulher, Samuel Nyström entrou em divergência com Gunnar, não concordando com a atuação da mesma na igreja. Sobre isso, em uma das cartas para Samuel, Gunnar escreveu o seguinte:

[…] Não posso deixar de apresentar a minha convicção de que o Senhor chamou e ainda está chamando homens e mulheres para o serviço do evangelho, para ganhar almas e testificar do seu amor. Sei que todos nós, juntos no Céu, nos alegraremos um dia pelas almas que ganhamos para Jesus durante a nossa vida. Eu mesmo fui salvo por uma irmã evangelista que veio visitar e realizar cultos na povoação de Björka, Smaland, Suécia, há quase trinta anos. Depois veio uma irmã dos Estados Unidos e me instruiu sobre o batismo com o Espírito Santo. Também quem orou por mim […] foram irmãs…

Todavia, a perseguição continuou até os últimos dias do casal no Brasil e de fato, Samuel retirou de Frida até mesmo a função de redatora do Jornal Mensageiro da Paz, a “imprensa” das Assembleias de Deus na época.

Frida nunca reagiu diretamente a isso, como uma pérola humilde, continuou lutando bravamente pela causa de Cristo e apenas isso.

É a segunda vez que leio essa biografia e a segunda vez que termino o último capítulo em lágrimas. Ao contrário do que poderia se imaginar, esse casal pioneiro nunca recebeu honras humanas – nem dos brasileiros nem do próprio povo sueco. Durante as quase duas décadas no Brasil eles sofreram imensas dificuldades, inclusive financeiras. E os últimos anos foram muito tristes.

Em 1932 eles enterraram no Rio de Janeiro a pequena Gunvor, sua filha caçula, com apenas três anos de idade. Gunnar que viajava muito em trabalho no evangelho para várias regiões do Brasil, nesse período já estava muito debilitado fisicamente. Por causa da sua saúde o casal decidiu voltar à Suécia. Gunnar acabou morrendo em 1933.

Frida pouco tempo depois da morte do seu esposo manifestou o desejo de retornar ao Brasil o que não lhe foi concedido pelo pastor presidente da Igreja Filadélfia de Estocolmo. Ela então começou a se preparar para ir à Portugal, onde atuaria como missionária novamente; porém caiu gravemente doente. Sendo internada em um hospital onde permaneceu durante dois anos. Foi só piorando a partir daí, sendo diagnosticada em 1939 com câncer, chegando a ser operada. Frida morreu no Hospital Karolinska, nos braços da filha Margit em 30 de setembro de 1940.

Quanto a edição da CPAD – eu li em ebook nessas duas vezes -, têm muitas fotografias e a fonte original da editora não é ruim. Entretanto, a linguagem é bem seca, como cada capítulo é dedicado há um ano especifico da vida de Frida, o livro tem muitos capítulos curtinhos. Não gostei também, das menções de datas vazias, ou seja, registro de datas sem nenhuma referência a acontecimentos propriamente, de fato há muitos buracos na narrativa. Contudo, eu recomendo muito essa biografia, pelo menos é o único registro que eu conheço sobre essa mulher. A vida de Frida Vingren é inspiradora e precisa ser conhecida.

Que Deus levante outras Fridas em nosso tempo!

[Publicada no blog: cafeebonslivros.blog

site: https://cafeebonslivros.blog/2020/03/27/resenha-livro-frida-vingren-de-isael-de-araujo/

Ellen 01/04/2022

Que história emocionante, que mulher corajosa. Conhecer a história desse casal foi muito importante para mim, largar tudo para fazer a vontade do senhor é realmente muito admirável.