Dostoiévski: "Bobók"

Dostoiévski: "Bobók" Fiódor Dostoiévski
Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Dostoiévski: "Bobók"


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Gláucia 16/11/2010

Contém um conto.
O livro tem 171 páginas e contém o conto Bobók de 38 páginas. O restante é a sua análise por Paulo Bezerra (foi sua tese de livre-docência). Não sabia disso ao comprá-lo, me senti meio boboka por não ter prestado atenção.
Um escritor frustado vai para um enterro e acaba dormindo (bêbado) sobre um túmulo. Acorda ouvindo vozes abafadas sob a terra e passa a ouvir uma interessante conversa entre vários mortos. O tema da conversa: estão a falar das várias personagens da sociedade russa de forma impiedosa e muito divertida.
Paulo Bezerra nos diz que Dostoiévski escreveu esse conto em resposta às críticas negativas recebidas por seu polêmico romance Os Demônios e alguns dos "mortos" representam alguns desses críticos.
Marta Skoober 24/01/2013minha estante
Gláucia, que resenha mais espirituosa.
Um livro divertido é um perigo... (já viu, "né"?)


Barbara 13/12/2014minha estante
Exato! Sinceramente, achei que o livro foi mais um réplica ao seus críticos do que uma análise da sociedade russa da época,pois o conto é curto e os diálogos breves,não tem como mostrar uma sociedade em tão pouco texto.




Nat 04/02/2021

^^ Pilha de Leitura ^^
O livro é, na verdade, um conto um pouco longo e vários textos de apoio ao final. No início, temos um escritor malsucedido que resolve ir a velório onde, claramente, não é bem-vindo. No velório, resolve ir dar uma volta pelo cemitério e se senta, na área “nobre” do local. Quando se dá conta, está ouvindo vozes na parte de baixo: os mortos estão conversando. O livro é de um sarcasmo imenso e, indiretamente, crítico à sociedade, uma vez que os mortos querem se tornar pessoas melhores, porém só sabem falar mal dos outros. Super recomendo a leitura!
“Acho que o mais inteligente é quem ao menos uma vez por mês chama a si mesmo de imbecil – capacidade de que hoje não se ouve falar! Antes ao menos uma vez por ano o imbecil sabia sobre si mesmo que era imbecil, mas hoje, nem isso. E confundiram tanto a coisa que a gente não distingue o imbecil do inteligente. Isso eles fizeram de propósito.”

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
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Matheus Sousa 06/06/2022

Sobre o fedor moral
Dostoiévski fala ao nosso ouvido. Confessa lamúrias. Se diz inconformado: ?não entendem o que escrevo, me tomam como louco?, diz. Mas o que vemos em ?Bobók? não é Dostoiévski amuado, convalescente, mas um autor energizado pelas críticas, quase feroz, disposto a guerrear, mesmo que isso o leve a sofrer uma hemorragia narrativa que pode lhe custas a vida e o prestígio pós morte. O ?fedor moral? que exalam os mortos, semivivos, tem origem nos insultos feitos a ?Os Demônios?, obra anterior do autor. O ?fedor moral? alcança toda a sociedade russa, cujo progresso social deriva dos movimentos da inércia, falseada pelo progresso. Atônito, Dostoiévski prefigura como um ouvinte que, assim como o narrador de ?Bobók?, pegou no sono em cima de uma sepultura e passou a entender a língua dos mortos, os sons que escapam dos recém sepultados. Não se prolonga muito explicando as origens do fenômeno, não há porquê: logo virá o naturalista, o filósofo, e tudo estará em ordem, ele diz.No mundo, na arte especialmente, na criação das narrativas, não há espaço privilegiado para a ordem (e muito menos para a desordem), apenas há espaço, espaço sem conteúdo, que se deve preencher com confissões fruto da mais íntima e redundante subjetividade. Na morte e na vida, abraça-se a devassidão e, em um sentido amoral, o beijo da morte é sensual pois equaliza e desnuda o espírito humano, o impele a ser honesto, a se desviar das mentiras, especialmente aquelas mentiras que definem as hierarquias, que segregam o homem, que é um só, em sua imundície, como diria um certo poeta. No fim, o silêncio daquilo que não se ouve. Levanta-se da sepultura, mas não caminha para o descanso; como todos: restam os lampejos da consciência que nunca tivemos de que estamos vivos. ?Bobók? é um conto excepcional, uma sátira aos costumes de uma sociedade abduzida e orientado por um senso moral que apenas camufla humilhantes instintos animalescos, instintos que impedem até que os mortos possam dar descanso aos vivos. A edição conta ainda com dois ensaios que se detém em uma análise minuciosa do conto, das motivações do Dostoiévski e de seu impacto na Rússia.
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Wagner 15/10/2014

FIZERAM DE PROPÓSITO


(...) Acho que o mais inteligente é quem ao menos uma vez por mês chama a si mesmo de imbecil capacidade de que hoje não se ouve falar! Antes ao menos uma vez por ano o imbecil sabia sobre si mesmo que era imbecil, mas hoje, nem isso. E confundiram tanto a coisa que a gente não distingue o imbecil do inteligente. Isso eles fizeram de propósito (...)

Dostoiévski, Fiódor. Bobók São Paulo: Editora 34, 2012.
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Cakichi 27/04/2024

Muito bom e uma premissa muito interessante, mas me desculpa dostoiévski. como alguém que ama esse escritor, acho que poderia ter feito melhor que isso. não que seja ruim, só poderia ser bem melhor
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danield_moura 25/11/2013

“o mais inteligente dos homens é aquele que ao menos uma vez por mês chama a si mesmo de imbecil”,”

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Giovanna1920 13/02/2024

Razoável
Não é um dos melhores contos, mas a ideia é interessante. Puxa um pouco da ideia de ?Memórias Póstumas de Brás Cubas?. O conto é narrado sob a forma de um diário de um escritor frustrado chamado Ivan Ivanovitch. Num dia o escritor sai pra se divertir, mas acaba num cemitério, onde ouve um diálogo entre pessoas já falecidas. Dostoievisk fez esse conto em resposta as críticas recebidas pelo seu livro ? Os Demônios ? que será o próximo dele que vou ler. Essa é a minha primeira obra dele que eu li esse ano.
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lvsnk 12/03/2024

é bem teórico
O conto em si é bom, como todos os livros do Dostoiévski lidos por mim até agora, ?Bobók? tem críticas reflexíveis, claras e certeiras sobre a relação do caráter com a alma, mas não deixa de ser um pouquinho frustrante pela maior parte do livro ser apenas a teoria escrita por Paulo Bezerra (o que eu não me interessei em ler)
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Adriana791 02/06/2024

Amo Dostoiévski!

Esse é um conto sobre o além-túmulo.

Ivan Ivánitch vai a um enterro e, quando está saindo do cemitério, começa a ouvir uma conversa.

O conto é a descrição dessa conversa, onde os recém sepultados discutem sobre a falta de necessidade de se envergonharem visto que estão mortos.

É um diálogo muito divertido.

O conto está nos primeiros 30% dessa edição e o restante do livro são avaliações sobre ele. Li até o final e, depois, reli somente o conto.

Há uma comparação com Memórias póstumas de Brás Cubas sobre as reflexões de falta de necessidade de ser muito moralista e poder ser totalmente honesto após a morte.

Muito bom mesmo!

E, fique atento, se ouvir: Bobók, bobók, bobók....kkkkkk
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