Carol 11/01/2021Ficção clássica, narrativa cansativaEsse é um dos livros que coloquei na minha lista de leitura por causa do filme e pelo seu valor na história da literatura. Acredito que é sempre bom a gente se obrigar a sair da zona de conforto para expandir nossos horizontes.
O livro em geral é bom. Bem diferente do filme, mas interessante. O início da narrativa é bem cansativa - estava lendo com mais três amigas e só eu cheguei a terminar de fato -, mas compreensível visto que o escritor está apresentando esse universo louco e hipócrita que se tornou a Terra.
Acredito que o ponto principal do livro é a busca pelo o que é humano e como se pode identificar isso. Interessante perceber que, muitas vezes durante a história, há reações mais calorosas nas máquinas que nos seres vivos.
A empatia por outro ser (vivo ou não) é a principal representação da humanidade nessa história. Extremamente compreensível. Uma das melhores cenas desse livro apresenta uma andróide torturando uma aranha enquanto um ser humano implora pelo animal. É revoltante, mas a máquina não compreende o sentimento nem a razão do humano ter ficado tão arrasado.
Em um mundo decadente e quase morto, a vida de uma simples aranha se torna preciosa.
O que me irritou aqui e, devo confessar, tem me irritado em praticamente todos os livros escritos por homens atualmente, são os papéis impostos às mulheres durante toda a história. Compreendo a época na qual o Dick viveu, mas, como exemplo, sempre menciono Tolkien - que começou a escrever O Senhor dos Anéis na década de 40/50 e colocou personagens femininas em posição de destaque, incluindo até um monstro que só pode ser destruído por uma guerreira (pois nenhum homem podia matá-lo).
Então, é isso. Gostei, mas me cansou e irritou. Pretendo dar uma nova chance porque sempre fui curiosa sobre O Homem do Castelo Alto (e nem vi a série ainda), só que não será agora.