Lelê 03/03/2014Resenha: " -Senhoras e senhores - anunciou para o público -,
dêem as boas-vindas para Jim Morrison e o
The Doors! - Houve o aplauso costumeiro.
Enquanto o Dj descia as escadas que levavam
ao palco, Jim o puxou para um canto e disse:
-Cara, volte lá e nos apresente direito.
O apresentador entrou em pânico.
-O quê eu disse? O quê eu fiz?
-É THE DOORS - disse Jim -, o nome
da banda é THE DOORS."
Quando eu tinha quinze anos ganhei um cd de uma banda que até então era desconhecida para mim. Coloquei o cd para tocar, quando a música começou eu parei em frente ao aparelho de som, sentei no chão e fiquei ali, parada, hipnotizada pela música, pela voz rouca e sensual do cantor, pelo teclado agudo e envolvente, enfim, tudo em volta parou, e o meu mundo só começo a girar novamente quando o cd acabou.
À partir desse dia virei fã da banda e de Jim.
Mesmo ele já não fazer mais parte deste mundo, as músicas eram novas pra mim. Eu o conheci vinte anos depois de sua morte e me apaixonei.
"Ele fazia com que os escritores gostassem
de escrever sobre ele. Então eles não riam dele."
Pag. 152
"Ninguém Sai Vivo Daqui" foi lançado em 1980, relançado em 1995 e desde então eu tinha muita vontade de ler. Mas foi em 2013 que tive a oportunidade de ter o livro em minhas mãos. Este, com a capa mais bonita que os outros, com a nova revisão ortográfica, com várias fotos e com um posfácio que nos outros não tem. Ou seja, valeu a pena esperar! Valeu muito!!
" - Esta é a melhor letra de música que eu
já ouvi. Vamos começar uma banda de
rock e ganhar um milhão de dólares."
Pag. 75
Este livro foi usado pelo diretor Oliver Stone para fazer o filme "The Doors", que tem uma interpretação fenomenal do ator Val Kilmer, ele realmente encarnou Jim Morrison.
Agora lendo esta biografia eu descobri que alguns fatos e a cronologia foram alterados, mas não perdeu a beleza. Porém o livro, claro, é muito melhor e mais completo.
"Uma vez Clara deu a Jim cinco dólares
para que ele comprasse uma camisa
nova, então ele comprou uma por 25
centavos na loja do Exército da Salvação
e gastou o resto em livros."
Pag. 27
Jim nunca foi muito normal, rs. Era o filho mais velho de um militar e de uma dona de casa. Tinha dois irmãos que sofreram um bocado na mão dele. Ele não era agressivo com nenhum deles, mas suas brincadeiras davam um certo medo.
Era avesso a cortar o cabelo, o que deixara seu pai bastante incomodado. Viciado em livros desde muito cedo. Nietzsche era seu autor preferido, e filosofia seu gênero literário favorito.
Agora me diga, qual garoto de dezesseis anos tem uma coleção de livros no Nietzsche? Só Jim mesmo.
Ele era um poeta, escrevia tudo e sobre tudo em seus inúmeros cadernos. Alguns de seus textos e poemas foram publicados. Muitos foram perdidos quando Jim em um acesso de loucura causado pelas drogas, botou fogo em quase tudo.
"Os poemas proporcionavam um olhar
profundo e longo nas feridas inflamadas
do desespero de Jim, um desespero que
talvez nunca fosse adequadamente
explicado ou entendido, mas que aparecia
em sua poesia de forma dolorosamente
clara e brilhantemente expressa."
Pag. 240
Quando Jim entrou na faculdade de cinema é que seu mundo mudou definitivamente.
Passou de um garoto tímido para um homem extrovertido. O garoto gordinho e com vontades passou a ser um homem magro e muito sensual. E finalmente parou de cortar o cabelo, ele queria se parecer com Alexandre, O Grande. E ficou.
Se afastou da família e construiu sua nova e torta vida. Adepto a poligamia e ao uso de drogas e bebidas,Jim nunca mais foi o mesmo, e nem queria ser.
Com Ray o The Doors foi formado.
No início foi difícil. A música deles era diferente de tudo que já se tinha ouvido. E Jim era realmente louco.
Com a chegada do sucesso, essas loucuras pioraram muito. E suas namoradas, tão loucas quanto ele não o ajudaram muito.
Ninguém poderia ajudá-lo.
Jim tinha uma alma velha, e era assim mesmo que ele se sentia, esgotado. O mundo o cansava. Talvez por isso o uso excessivo das drogas, fugir do mundo.
Porém, na minha humilde opinião, ele era um gênio. Tudo o que ele escrevia era genial!
Nenhuma resenha foi tão difícil de escrever. Acho que o que escrevi nem mesmo é uma resenha.
Pra conseguir escrever alguma coisa, coloquei o vídeo do show THE DOORS Live at Hollywood Bowl 1968 e as palavras foram aleatoriamente para o papel, então acho que é mais uma declaração de amor eterno à banda e a este livro simplesmente perfeito que todo fã deve ler. E se não é fã também. Muito válido conhecer a história de Jim.
Jerry Hopkins é um autor incrível Além desta ele já escreveu outras 35 biografias, e todas são sucesso. Ele sabe como ninguém montar um quebra-cabeça. Tem acesso a tudo e fala com todas as pessoas, mesmo as que tiveram uma passagem curta na vida de Jim foi lembrada.
Os diálogos são tão bons que a impressão que eu tive é que ele estava lá gravando tudo.
Ao lado de Danny Sugerman, que teve o prazer de trabalhar com os Doors, esta obra não poderia ter ficado melhor!
E claro, o trabalho gráfico da Novo Século deu um toque de classe. Realmente está muito luxuoso este livro.
Acho que não tenho mais nada a acrescentar, só posso recomendar esta leitura.
LEIA!!
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http://topensandoemler.blogspot.com.br/