Nicole Siebel 18/03/2015
Como acontece seguidamente com romances que leio, Lost Boys me chamou atenção pela bela capa, num tom de azul que é uma das minhas cores preferidas. A sinopse prometeu uma história que parecia no mínimo diferente de outras que eu vinha acompanhando, então achei que seria legal encarar essa leitura, especialmente porque queria uma leitura levinha.
O livro conta a história de Joe, uma menina com nome de garoto, que acaba de se mudar com a mãe para Esperanza. Em seu primeiro dia na cidade, ela vai dar um passeio e encontra uma velhinha que pede ajuda para carregar um vaso de flores que pretende dar ao seu marido.
Querendo causar uma boa impressão e ajudar a idosa, Joe a acompanha e descobre que o marido da velhinha, na verdade, está morto, pois segue a senhora até o cemitério. Lá, ela começa a passear e acaba se perdendo, mas encontra um garoto muito charmoso, chamado Tristan, que conversa com ela e a ajuda a encontrar o caminho para deixar o cemitério. Ele pede que ela vá encontrá-lo ali novamente e dessa forma, os dois se tornam amigos, pois Joe vai visitá-lo várias vezes.
Porém, Joe começa a se perguntar porque sempre encontra Tristan no cemitério e surgem diversas teorias, sendo que nenhuma delas está próxima da surpreendente descoberta a respeito dele que ela fará.
Quando comecei a leitura, logo me empolguei, pois o enredo começou interessante e me prendeu, me deixando curiosa a respeito do que aconteceria a seguir. Os personagens me cativaram, o texto fluía com uma ação rápida e isso me animou.
O problema é que o livro tem quase 500 páginas, mas não tem uma história que se desdobre a ponto de preencher esse espaço com algo realmente interessante. Então, há desencontros desnecessários entre o casal protagonista, assim como uma “enrolação” (desculpem o termo, não consegui encontrar outra palavra para definir) que cansa o leitor, pois fica claro que os problemas criados pela narrativa poderiam ser resolvidos muito mais facilmente. Por outro lado, situações em que poderia ter sido desenvolvido um conflito interessante foram resolvidas com facilidade demais, sem questionamentos ou oposição.
Assim, a impressão que tive foi de que a obra não foi bem planejada, nem bem revisada, pois diversos percalços no enredo poderiam ter sido cortados durante o processo de edição do livro, para que ele mantivesse seu ritmo acelerado e seus personagens em sintonia do começo ao fim.
Também achei desnecessário que o livro tenha continuação porque o final me pareceu bem conclusivo, apesar de ter sido bem morno. Isso, no entanto, vem sendo recorrente entre as séries que tenho lido, como Nevermore e Desafio, que pecam por se estenderem mais do que deveriam (ou talvez seja eu que esteja sem muita paciência para séries… Será?).
Sobre os personagens, preciso destacar que gostei bastante da personalidade decidida de Joey, que é ressaltada pelos posicionamentos dela diante dos acontecimentos. Também adorei os personagens secundários, que tinham personalidades bem diversas e cativantes, como Tiffani. Num primeiro momento ela parece ser a típica patricinha antagonista da personagem principal, mas ao longo do livro, descobrimos que ela não é exatamente assim.
Um problema durante a leitura, também, foram os diversos errinhos que encontrei na escrita, a maioria me pareceu com erro de digitação, mas algumas sentenças ficaram estranhas. E fiquei bem confusa com o fato de a autora do livro ser brasileira, mas ter escrito a obra em inglês.
Não pensem que ler Lost Boys seja uma tortura. Pode parecer que, ao apontar alguns defeitos na obra, eu tenha desgostado totalmente da leitura, mas não foi o caso. O livro promete uma “aventura musical e mágica” e cumpre a proposta, com uma história de amor bonitinha e personagens que tornam a leitura divertida. Logo, recomendo o livro a quem curte uma história de amor, com direito a altos e baixos, e procura por uma leitura de entretenimento.
RESENHA ORIGINALMENTE PUBLICADA NO PORTAL 42.
site: http://www.portal42.com.br