spoiler visualizarLaura 01/12/2023
?Porque uma dor emocional na qual também agimos é mais fácil de suportar do que uma dor que só nos é afligindo.?
Com 7 anos, Lea perdeu a mãe. Com o passar dos dias, Van Vliet via a sua filha se deprimindo cada vez mais. A esperança dele se reacendeu quando, aos 8 anos, ela vê uma violinista tocando a "partitura em mi maior de Bach" na estação de Berna. Depois disso, ele passa a viver para realizar as vontades de sua filha.
Eu terminei esse livro com aquele sentimento de vazio. Não "vazio", mas reflexão sobre tudo.
Mas, com certeza, o maior sentimento que tive foi o de incerteza. Incerteza sobre o que realmente aconteceu com Lea; incerteza sobre quem realmente era a Lea. Ao mesmo tempo em que ela era a "protagonista" da história, que nós sabíamos sobre toda a vida dela, não sabíamos nada sobre ela. A história é toda contada pela perspectiva do Van Vliet, o pai dela, e ainda não é simplesmente e exatamente isso: na verdade, ela é contada pelo Adrian (um "estranho" que Van Vliet acabou de conhecer), através dos relados do Van Vliet.
Para mim, o livro é uma história sobre um pai que fazia de tudo por uma filha que nunca viu os esforços do pai.
Para Van Vliet, Lea era a sua " fada". Não sabemos o lado de Lea na história, mas, para mim, fica claro que Lea não se importava com o pai, ela não o buscava, e fica claro que ela não ligava para os esforços do pai quando ela, em um ataque de raiva (ataque de raiva de uma garota mimada que não gostava de ser contrariada), simplesmente quebra o violino de milhões de libras que ele conquistou para ela para vê-la feliz de novo.
Porém, eu não deixo de sentir uma grande empatia com a Lea. Uma garotinha que tinha perdido o seu propósito na vida encontrou-o no violino, mas, depois dele a abandonar, ela perdeu seu propósito de vida novamente.
Algumas vezes durante a leitura eu me perdia na história. Uma hora era o Adrian narrando, outra hora era a narração da fala do Van Vliet. Eu fiquei bem confusa.
Outras coisas que me perderam foram as "coisas implícitas", ou que não foram bem explicadas. Eu não sei se foi falta de interpretação minha, ou se era a intenção do autor. Por exemplo, o "fim" da Lea, o momento que eu mais estava aflita/ansiosa para chegar, foi simplesmente jogado para nós, sem nenhum detalhamento, nenhuma explicação. Outro exemplo, de coisa "implícita", foi a relação que a Lea teve com o David Lèvy, que eu simplesmente não consigo explicar: amor por parte dela? Apenas obsessão/admiração doentia pelo violinista?