Caramuru

Caramuru Santa Rita Durão




Resenhas - Caramuru


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Luan 24/11/2022

Caramuru (1781) de Frei Santa Rita Durão é uma obra atrelada na historiografia literária ao arcadismo no Brasil. Escrita por entre a tradição de um poema épico (tendo como referência Camões), trata de Diogo Álvares Correia, um náufrago lusitano, transformado em líder dos indígenas tupinambás, na Bahia; e Paraguaçu, uma indígena catequizada e par romântico de Diogo, conhecido também por Caramuru (filho do trovão). De um viés bem colonizador, tomando o índio como selvagem, o cristianismo aqui é assumindo como instrumento de poder e de dominação tanto para a conversão dos indígenas em um ser "humano" como tomar as terras desse novo mundo. Aliás, o olhar colonizador é tanto que Paraguaçu é retratada como uma jovem de características brancas, assim como domina o idioma português (e muito bem pois torna-se a tradutora rs); outrossim, somente uma nativa com traços europeus atrai o protagonista, que lhe é fiel mesmo que várias outras mulheres indígenas queiram-lhe. Outras várias questões podem ser levantas nessa obra, permitindo discussões historiográficas e sociais do Brasil Colônia, como também serve para discutir a Literatura nacional em seus primórdios e a concepção de um poema épico aos moldes de Os Lusíadas. Por fim, uma leitura difícil e datada, mas que serve como base para entender e perceber o olhar colonizador e eurocêntrico para com os indígenas no Brasil Colônia.
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Serginho 13/05/2011

Caramuru

Poema Épico do Descobrimento da Bahia é composto de dez cantos e, de acordo com o gênero, divide-se em cinco partes: proposição, invocação, dedicação, narração e epílogo. Canto I Na primeira estrofe, o poeta introduz a terra a ser cantada e o herói - Filho do Trovão -, propondo narrar seus feitos (proposição). Na estrofe seguinte, pede a Deus que o auxilie na realização do intento (invocação), e da terceira à oitava estrofes, dedica o poema a D. José I, pedindo atenção para o Brasil, principalmente a seus habitantes primitivos, dignos e capazes de serem integrados à civilização cristã. Se isso for feito, prevê Portugal renascendo no Brasil. Da nona estrofe em diante, tem-se a narração. A caminho do Brasil, o navio de Diogo Álvares Correia naufraga. Ele e mais sete companheiros conseguem se salvar. Na praia, são acolhidos pelos nativos que ficam temerosos e desconfiados.

Os náufragos, por sua vez, também temem aquelas criaturas antropófagas, vermelhas que, sem pudor, andam nuas. Assim que um dos marinheiros morre, retalham-no e comem-lhe, cruas mesmo, todas as partes. Sem saber o futuro, os sete são presos em uma gruta, perto do mar, e, para que engordem, são bem alimentados. Notando que os índios nada sabem de armas, Diogo, durante os passeios na praia, retira, do barco destroçado, toda pólvora e munições, guardando-as na gruta. Desde então, como vagaroso enfermo, passa a se utilizar de uma espingarda como cajado. Para entreter os amigos, Fernando, um dos náufragos, ao som da cítara, canta a lenda de uma estátua profética que, no ponto mais alto da ilha açoriana, aponta para o Brasil, indicando a futuros missionários o caminho a seguir.Um dia, excetuando-se Diogo, que ainda estava enfermo e fraco, os outros seis são encaminhados para os fossos em brasa. Todavia, quando iam matar os náufragos, a tribo do Tupinambá Gupeva é ferozmente atacada por Sergipe.

Após sangrenta luta, muitos morrem ou fogem; outros se rendem ao vencedor que liberta os pobres homens que desaparecem, no meio da mata, sem deixar rastro. Canto II Enquanto a luta se desenvolve, Diogo, magro e enfermo para a gula dos canibais, veste a armadura e, munido de fuzil e pólvora, sai para ajudar os seis companheiros que serão comidos. Na fuga, muitos índios buscam esconderijo na gruta, inclusive Gupeva que, ao se deparar com o lusitano, saindo daquele jeito, cai prostrado, tremendo; os que o seguiam fazem o mesmo; todos acham que o demônio habita o fantasma-armadura. Álvares Correia, que já conhecia um pouco a língua dos índios, espera amansá-los com horror e arte. Levantando a viseira, convida Gupeva a tocar a armadura e o capacete. Observa, amigavelmente, que tudo aquilo o protege, afastando o inimigo, desde que não se coma carne humana. Ainda aterrorizado, o chefe indígena segue-o para dentro da gruta, onde Diogo acende a candeia, levando-o a crer que o náufrago tem poder nas mãos. Sob a luz, vê, sem interesse, tudo que o branco retirara da nau. Aqui, o poeta, louva a ausência de cobiça dessa gente.

Entre os objetos guardados pelos náufragos, Gupeva encanta-se com a beleza da virgem em uma gravura.Tão bela assim não seria a esposa de Tupã? Ou a mãe de Tupã? Nesse momento, encantado pela intuição do bárbaro, Diogo o catequiza, ganhando-lhe, assim a dedicação. Saindo da gruta, o índio, agora manso e diferente, fala a seu povo Tupinambá, ao redor da gruta. Conta-lhes sobre o feito do emboaba, Diogo, e que Tupã o mandara para protegê-los. Para banquetear o amigo, saem para caçar. Durante o trajeto, Álvares Correia usa a espingarda, aterrorizando a todos que exclamam e gritam: Tupã Caramuru! Desde esse dia, o herói passa a ser o respeitado Caramuru - Filho do Trovão. Querendo terror e não culto, Diogo afirma-lhes que, como eles, é filho de Tupã e a este, também, se humilha. Mas que como filho do trovão, (dispara outro tiro) queimará aquele que negar obediência ao grande Gupeva.Nas estrofes seguintes, o poeta descreve os costumes da selva. Caramuru instala-se na aldeia, onde imensas cabanas abrigam muitas famílias, que vivem em harmonia.

Muitos índios querem vê-lo, tocá-lo. Outros, em sinal de hospitalidade, despem-no e colocam-no sobre a rede, deixando-o tranqüilo. Paraguaçu é uma índia, de pele branca e traços finos e suaves. Apesar de não amar Gupeva, está na tribo por ter-lhe sido prometida. Como sabe a língua portuguesa, Diogo quer vê-la. Após o encontro os dois estão apaixonados. Canto III À noite, Gupeva e Diogo conversam sob a tradução feita por Paraguaçu. O lusitano fica pasmo ao saber que, para o chefe da tribo, existe um princípio eterno; há alguém, Tupã, ser possante que rege o mundo; aquele que vence o nada, criando o universo. O espírito de Deus, de alguma maneira, comunica-se com essa gente. Gupeva eloqüente fala acerca da concepção dos selvagens sobre o tempo, o Céu, o Inferno. Abordam a lenda da pregação de S. Tomé em terras americanas. Concluindo a conversa, o cacique diz que estão para ser atacados pelos inimigos; Caramuru aconselha-o a ter calma.

De repente, chegam os ferozes índios Caetés que, ao primeiro estrondo do mosquete, batem em retirada, correndo, caindo; achando, enfim, que o céu todo lhes cai em cima. Canto IV O temido invasor noturno é o Caeté, Jararaca, que ama Paraguaçu perdidamente. Ao saber que ela esta destinada a Gupeva, declara guerra. Após o ataque estrondoso do Filho do Trovão, Jararaca convoca outras nações indígenas com as quais tinha aliança: Ovecates, Petiguares, Carijós, Agirapirangas, Itatis. Conta-lhes que Gupeva prostrou-se aos pés de um emboaba pelo pouco fogo que acendera, oferecendo-lhe até a própria noiva. O cacique alerta-os que se todos agirem assim, correm o risco de serem desterrados e escravizados em sua própria terra, enchendo de emboabas a Bahia. Apela para a coragem dos nativos, dizendo que apesar do raio do Caramuru ser verdadeiro, ele nada teme, porque não vem de Deus. Não há forças fabricadas que a eles destruam. A guerra tem início e Paraguaçu também luta heroicamente e, num momento de perigo, é salva pelo amado lusitano.

Canto V Depois da batalha, os amantes discorrem sobre o mal que habita o ser humano e qual a razão de Deus para permiti-lo. Em seguida, em Itaparica, o herói faz com que todos os índios se submetam a ele, destruindo as canoas com as quais Jararaca pretendia liquidá-lo. Canto VI As filhas dos chefes indígenas são oferecidas ao destemido Diogo, para que este os honre com o seu parentesco. Como ama Paraguaçu, aceita o parentesco, mas declina as filhas. Na mata, o herói encontra uma gruta com tamanho e forma de igreja e percebe ali a possibilidade dos nativos aceitarem a Fé Cristã, e se dispõe a doutriná-los. Mais tarde, salva a tripulação de um navio espanhol naufragado e, saudoso da Europa, parte com Paraguaçu em um barco francês. Quando a nau ganha o mar, várias índias, interessadas em Álvares Correia, lançam-se nas águas para acompanhá-lo. Moema, a mais bela de todas, consegue chegar perto do navio Agarrada ao leme, brada todo seu amor não correspondido ao esquivo e cruel Caramuru. Implora para que ele dispare sobre ela seu raio.

Ao dizer isso, desmaia e é sorvida pela água. As outras, que a acompanhavam, retornam tristes à praia. Nas demais estrofes do canto, a história do descobrimento do Brasil é contada ao comandante do barco francês. Canto VII Na França, o casal é recebido na corte e Paraguaçu é batizada com o nome da rainha Catarina de Médicis, mulher de Henrique II, que lhe serve de madrinha. Diogo lhes descreve tudo o que sabe a respeito da flora e fauna brasileira. Canto VIII Henrique II se predispõe a ajudar Diogo Álvares na tarefa de doutrinamento e assimilação dos índios, oferecendo-lhe tropa e recompensa. Fiel à monarquia portuguesa, o valente lusitano recusa tal proposta. Na viagem de volta ao Brasil, Catarina-Paraguaçu profetiza, prospectivamente, o futuro da nação. Descreve as terras da Bahia, suas povoações, igrejas, engenhos, fortalezas. Fala sobre seus governadores, a luta contra os franceses de Villegaignon, aliados aos Tamoios. Discorre sobre o ataque de Mem de Sá aos franceses no forte da enseada de Niterói e sobre a vitória de Estácio de Sá contra as mesmas forças.

Canto XIX Prosseguindo em seu vaticínio, Catarina-Paraguaçu descreve a luta contra os holandeses que termina com a restauração de Pernambuco. Canto X A visão profética de Catarina-Paraguaçu acaba se transformando na da Virgem sobre a criação do universo. Ao chegar, o casal é recebido pela caravela de Carlos V que agradece a Diogo o socorro aos náufragos espanhóis. A história de Pereira Coutinho é narrada, enfatizando-se o apoio dos Tupinambás na dominação dos campos da Bahia e no povoamento do Recôncavo baiano. Na cerimônia realizada na Casa da Torre, o casal revestido na realeza da nação espanhola, transfere-a para D. João III, representado na pessoa do primeiro Governador Geral, Tomé de Souza. A penúltima estrofe canta a preservação da liberdade do índio e a responsabilidade do reino para com a divulgação da religião cristã entre eles. Na última (epílogo), Diogo e Catarina, por decreto real, recebem as honras da colônia lusitana.
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Talvanes.Faustino 15/12/2021

Lindo
Este poema é fantástico, ele é tido como o único poema de feições "camonianas" escrito no Brasil.

Pessoalmente, a influência de Camões é inegável. Quem gosta do bardo lusitano, sem dúvida, gostará de Caramuru.
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Eduardha 26/03/2023

O típico livro que as pessoas costumam ler para vestibular. Estava parado na minha estante e decidi ler, mas não é o estilo de livro que gosto
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Gabriel.Dias 02/06/2019

Quer ler Brasil, leia Caramuru!
"Goza de tanto bem, terra bendita. E da cruz do Senhor teu nome seja! E quanto à luz mais tarde te visita, Tanto mais abundante em ti se veja! Terra de Santa Cruz tu sejas dita, Maduro fruto da Paixão na igreja, De fé renovo pelo fruto nobre, Que o dia nos mostrou, que te descobre". (...) Concluída a leitura, e só tenho algo a dizer: Ô, Terra de Santa Cruz; Meu Brasil, Como é bom te ler em versos mil!
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milenakts 25/10/2022

Horroroso. Intankavel tentar consagrar épica no Brasil. Não somos uma nação de heróis, e por mais que muitos tenham tentado impor lideranças hegemônicas como heróis nacionais, não temos nomes historicamente aclamados a ponto de consolidar uma epopeia. Esse livro foi uma tentativa fracassada de trazer pra literatura brasileira uma estrutura camoniana. Ainda bem que não deu certo, diga-se de passagem.
th;2 25/01/2024minha estante
Hahaha. Gostei de como disse, vejo de uma forma parecida!




Terra 16/10/2023

Caramuru
Olha,eu li para a escola, a versão adaptada, e oque eu tenho para dizer é:
alguém, por favor, me ensina a ler esses textos de movimentos literários passados !
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Beatriz 16/06/2023

Se você leu Iracema já é um guerreiro e não precisa ler esse
Eu fiz a leitura para uma disciplina da pós graduação. Esse livro tem uma visão romantizada demais acerca da colonização e catequização dos povos originários. Em todos os cânticos eu rezava para acabar logo. Uma visão xenofóbica, colonial e depreciativa da dita essência brasileira. Recomendo essa leitura para os professores de literatura para que possam criticar com notoriedade essa obra.
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TalesVR 17/12/2019

Arcadismo a la brasileira
Talvez o que eu vou escrever aqui não faça tanto sentido, porém quero falar. Entendo que Caramuru de Santa Rita Durão está inserido num contexto árcade de valorização da simbologia greco-romana, e até gostei das inserções tipicamente brasileiras no texto, mas me incomodou um pouco ver um épico tão brasileiro sendo tão invadido por cultura estrangeira. Sim, era o estilo da época, assim como Tomás Antônio Gonzaga retratou as Minas Gerais da mesma forma, muito mais europeia do que mineira/brasileira.

Sobre o texto: confuso, senti falta de mais presença do Diogo (Caramuru) e de sua companheira Paraguaçu. Santa Rita Durão pouco se importou em criar uma sequenciação lógica de contar a história, o que também pode ser entendido como o estilo da época.

Enfim, um clássico que COM CERTEZA valeu a pena ler a fim de entender mais a História do Brasil e de Caramuru, porém pessoalmente não o considerei o melhor da escola árcade,ganhando em grandeza narrativa do arcadismo mineiro, mas perdendo, ao meu ver, em estilo narrativo.
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sofia 04/03/2021

Não amei, mas vale a experiência
Demorei bastante para conseguir terminar a obra... por ser um poema épico antigo, sua fluidez deixa a desejar para os padrões atuais e a própria trama da história não é tão convidativa em minha opinião. Por seu caráter pioneiro e sua importância histórica, fico feliz de ter lido. Não detestei, mas achei cansativo. Enfim, uma leitura válida como experiência, mas não sei se leria mais vezes.
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Marília 18/10/2021

É um livro de leitura um pouco mais lenta e difícil do que o normal por causa da linguagem utilizada, mas a história do Caramuru é bem interessante e romântica.
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lukinhas 23/05/2011

caramuru
A Obra
Caramuru - Poema Épico do Descobrimento da Bahia é composto de dez cantos e, de acordo com o gênero, divide-se em cinco partes: proposição, invocação, dedicação, narração e epílogo.

Canto I

Na primeira estrofe, o poeta introduz a terra a ser cantada e o herói - Filho do Trovão -, propondo narrar seus feitos (proposição). Na estrofe seguinte, pede a Deus que o auxilie na realização do intento (invocação), e da terceira à oitava estrofes, dedica o poema a D. José I, pedindo atenção para o Brasil, principalmente a seus habitantes primitivos, dignos e capazes de serem integrados à civilização cristã. Se isso for feito, prevê Portugal renascendo no Brasil.

Da nona estrofe em diante, tem-se a narração. A caminho do Brasil, o navio de Diogo Álvares Correia naufraga. Ele e mais sete companheiros conseguem se salvar. Na praia, são acolhidos pelos nativos que ficam temerosos e desconfiados. Os náufragos, por sua vez, também temem aquelas criaturas antropófagas, vermelhas que, sem pudor, andam nuas. Assim que um dos marinheiros morre, retalham-no e comem-lhe, cruas mesmo, todas as partes.

Sem saber o futuro, os sete são presos em uma gruta, perto do mar, e, para que engordem, são bem alimentados. Notando que os índios nada sabem de armas, Diogo, durante os passeios na praia, retira, do barco destroçado, toda pólvora e munições, guardando-as na gruta. Desde então, como vagaroso enfermo, passa a se utilizar de uma espingarda como cajado.

Para entreter os amigos, Fernando, um dos náufragos, ao som da cítara, canta a lenda de uma estátua profética que, no ponto mais alto da ilha açoriana, aponta para o Brasil, indicando a futuros missionários o caminho a seguir.Um dia, excetuando-se Diogo, que ainda estava enfermo e fraco, os outros seis são encaminhados para os fossos em brasa. Todavia , quando iam matar os náufragos, a tribo do Tupinambá Gupeva é ferozmente atacada por Sergipe. Após sangrenta luta, muitos morrem ou fogem; outros se rendem ao vencedor que liberta os pobres homens que desaparecem, no meio da mata, sem deixar rastro.

Canto II

Enquanto a luta se desenvolve, Diogo, magro e enfermo para a gula dos canibais, veste a armadura e, munido de fuzil e pólvora, sai para ajudar os seis companheiros que serão comidos. Na fuga, muitos índios buscam esconderijo na gruta, inclusive Gupeva que, ao se deparar com o lusitano, saindo daquele jeito, cai prostrado, tremendo; os que o seguiam fazem o mesmo; todos acham que o demônio habita o fantasma-armadura.

Álvares Correia, que já conhecia um pouco a língua dos índios, espera amansá-los com horror e arte. Levantando a viseira, convida Gupeva a tocar a armadura e o capacete. Observa, amigavelmente, que tudo aquilo o protege, afastando o inimigo, desde que não se coma carne humana. Ainda aterrorizado, o chefe indígena segue-o para dentro da gruta, onde Diogo acende a candeia, levando-o a crer que o náufrago tem poder nas mãos.
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Gustavo 21/06/2013

Resumido
Essa edição da obra, é uma versão bastante simplificada, mostrando apenas os fatos mais importantes da obra em apenas 33 páginas, com bastante ilustrações.
Vale a leitura para conhecer um pouco sobre esse clássico.
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z..... 25/10/2020

Edição RIDEEL
Ainda não li a obra no texto integral e essa edição em resumo, bem ou mal, serviu para uma percepção geral.

O texto está em prosa, onde a vida de Diogo Álvares, náufrago português na costa da Bahia no século 17, parece idealizar o conceito de colonização que os portugueses (ou europeus) desejavam: em que o indígena estereotipado como selvagem é submisso ao colonizador branco, a quem trata como ser superior, concedendo suas riquezas e particularidades de seu mundo de maneira incondicional e, o que é de destaque também, submisso às suas determinações e ideologia.
A história de Caramuru tem disso...

Sendo um pouco mais objetivo, Diogo é o último sobrevivente de grupo de sete náufragos, em que um foi devorado e os outros foram presos para ter o mesmo destino. Uma guerra entre aldeias acaba propiciando fuga a Diogo e, a partir do achado e uso da pólvora, passa a ser tratado como um tipo de deus, desfrutando de mordomias diversas, como a imposição de sua vontade (incluindo casamento com Paraguaçu, esposa do líder da aldeia).
Estou sendo bastante antipoético mas a história caminha nesses desdobramentos, numa análise fria...
O casal viaja para a Europa, Paraguaçu torna-se Catarina e, na volta para a Bahia, ajudam na colonização e apaziguamento de conflitos, na mesma disposição de antes, do europeu divinizado e tendo senhorio de tudo.

Quando ler na versão integral talvez tenha melhor percepção sobre o aspecto épico, mítico e romântico que o livro valoriza.

Leitura no contexto da quarentena em Macapá...
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Andrezinn 25/11/2022

O Filho do trovão que veio do mar
?Caramuru?, um poema épico, de feições camonianas, escrito pelo Frei Santa Rita Durão, narra a descoberta das terras tupiniquins que atualmente constituem o estado da Bahia, por Diogo Álvares Correia, que foi batizado de Caramuru (filho do trovão) pelos Indígenas que o encontraram náufrago.

Iniciando-se com o naufrágio do barco em que Diogo se encontrava, sendo seguido pelo encontro com os indígenas antropófagos, o Filho do trovão (Tupã) impressiona os nativos e conquista sua admiração. Ele constrói relações com eles, toma uma para sua esposa, Paraguaçu, compartilha experiências de guerra e guerreia junto a eles contra outras tribos. Encontrando oportunidade de convertê-los ao cristianismo, já que possuía admiração deles, ele começa a doutriná-los. Mais tarde, parte com Paraguaçu, agora batizada como Catarina, para a Europa, onde se encontra com o Rei e lhe transmite o conhecimento das ?novas terras?, sua flora e fauna, e narra suas aventuras em terras tupiniquins. Na viagem de volta, Paraguaçu profetiza sobre o futuro do Brasil, as guerras que ocorreriam e a prosperidade da Nação. Ao fim do épico, Diogo recebe honrarias da coroa lusitana.

Tendo em vista que é um poema épico, este se encontra tendo uma linguagem ao seu tempo e aborda os temas conforme as visões da época, sendo explícito a visão errônea dos europeus sobre os nativos indígenas. E como todo poema épico, a leitura exige concentração e esforço, pois muitas vezes o leitor pode ficar perdido em meio às narrativas líricas. Mas ainda assim, é uma obra que vale a pena ler, sendo colocada ao lado de ?O Uraguai?, de Basílio da Gama, como os mais emblemáticos poemas épicos do início do Brasil Colônia, um período da história que possui poucos registros literários e que não deve ser, jamais, esquecido.
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