Demas 04/05/2010
A conquista da Europa pelos astecas e o sonho de um Novo Mundo
A escrita do argentino Federico Andahazi é ligeira e envolvente (quem já leu "O anatomista" sabe disso). E os capítulos breves de "O Conquistador" fazem a leitura correr, enquanto acompanhamos o olhar do conquistador asteca sobre os costumes europeus, identificando neles algumas semelhanças e outras tantas diferenças. Imaginar o inverso da história, com um mexica (ancestral dos mexicanos) chegando à Europa um pouco antes de Colombo chegar por aqui, é curioso, intrigante e faz o leitor se deliciar com as possibilidades "do que poderia ter sido e não foi". Fora isso, "O Conquistador" é um mergulho no universo mitológico da riquíssima cultura pré-colombiana. Detalhe: para quem conhece a capital mexicana, é (ainda mais) emocionante a descrição de Andahazi para a chegada dos primeiros habitantes ao lago onde se ergueria (isso mesmo!) a majestosa Tenochtitlan, com seus canais e jardins flutuantes, capital do império asteca que se tornaria a Cidade do México após a conquista espanhola; ou para os momentos em que o protagonista Quetza se encontra com a amada Ixaya sobre uma das pirâmides do Templo Maior (suas ruínas resistem ao tempo e os objetos encontrados ali deram origem a um grande e belo museu).
PS: A revisão peca por pequenos (mas inconvenientes) delitos durante todo o livro. Comecei a anotá-los a partir do final do oitavo capítulo. Há momentos em que falta uma letra; noutros, passa uma letra; tem hora que falta palavra; outra hora, tem palavra sobrando; tem personagem com o nome escrito errado; e lá para o final, há inclusive um erro de concordância verbal. Não os citarei nominalmente, mas veja a sequência de páginas em que eles aparecem: 51, 53, 59, 75, 79, 86, 105, 108, 123, 155, 166, 176, 178, 181, 185, 201, 204, 206, 208, 228, 231, 233, 234, 238, 249 e 259.