A Dádiva do Lobo

A Dádiva do Lobo Anne Rice




Resenhas - A Dádiva do Lobo


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Psychobooks 30/11/2013

Já comentei aqui diversas vezes que a 'mitologia' de vampiros na literatura que mais gosto é a criada por Anne Rice, desde a minha adolescência leio livros da autora e minha primeira crush literária foi pelo Lestat. Depois conheci os livros onde é tema central é bruxaria e mais uma vez me apaixonei pela escrita da autora. A fase em que ela escreveu sob forte influência do cristianismo (série Cristo Senhor), eu não acompanhei, peguei apenas o 'final' dessa época com os dois primeiros livros de As Canções do Serafin, uma série sobre anjos que não me deixou muito empolgada.

Então, vocês podem imaginar a minha felicidade ao ver a notícia que Anne Rice voltaria a escrever sobre criaturas da noite e como minhas expectativas estavam altas, mas infelizmente, acabei me decepcionando com o que encontrei em 'A Dádiva do Lobo'.

Enredo

Reuben Golding é um jovem jornalista de 23 anos que foi para a costa da Carolina do Norte fazer uma reportagem sobre a mansão Nideck, seu proprietário Feliz Nideck está desaparecido há aproximadamente 20 anos e sua herdeira Marchent, resolve colocar a propriedade à venda pela primeira vez desde que a mesma foi construída por seus antepassados. Reuben fica encantado com a grandiosidade da casa e com a beleza do local, envolve-se romanticamente com Marchent e algumas horas depois eles sofrem um ataque onde ele é gravemente ferido por um animal.

Durante sua recuperação, o "Menino luz", passa por algumas mudanças, seu cabelo fica mais volumoso, sua pele mais radiante, ele fica mais alto, todos os ferimentos desaparecem numa velocidade impressionante e ninguém consegue fazer testes laboratoriais em seu sangue. Já em casa, ele sofre uma transformação completa durante a noite que muda sua vida para sempre.

Sem ter alguém para guiá-lo ou mesmo para dizer o que realmente está acontecendo, ele terá que se virar sozinho e lidar com suas novas habilidades.

A nova mitologia do Homem Lobo

Em 'A Dádiva do Lobo' a palavra lobisomem raramente é usada, o personagem prefere ser chamado de Homem Lobo e tem uma mitologia bem diferente do que estamos acostumados a ver em livros sobre lobisomens.

Para começar, sua transformação não depende da fase lunar, balas de prata não são capazes de detê-lo, seus pensamentos e raciocínio sem mantém mesmo quando na forma lupina, ele é capaz de ouvir os apelos de pessoas inocentes que estão sofrendo algum tipo de ataque, consegue sentir o 'cheiro' da maldade que emana de algumas pessoas, sente prazer em matar e dilacerar apenas pessoas más.

A originalidade sobre o mito do lobisomem é muito boa, entendo que muitas pessoas podem não gostar, pois diferente de seus vampiros, os Homens Lobo da Anne Rice tem um lado mais 'bonzinho' que só atacam os malvados e aí entra a questão filosófica sobre a maldade. A origem do primeiro da espécie também foi bem interessante e diferente.

Desenvolvimento e narrativa

Por onde começar? Fiquei completamente perdida durante a leitura, procurando em cada palavra onde estava a autora que tanto admiro e tenho uma relação de amor e ódio na mesma proporção. Muitos, sim em disse muitos, trechos são extremamente tediosos, chegam a dar sono e me decepcionaram demais. Já nas cenas de ação eu fiquei extremamente a vontade, reconhecendo a escrita da Anne Rice, aquela que me mostrou que eu poderia me divertir com livros. O ritmo de leitura é inconstante, me senti em uma montanha russa, com momentos em que amava cada palavra escrita e em outras em que odiava cada linha.

Como sempre, a autora fez um ótimo trabalho com as descrições, tanto do ambiente como das transformações físicas que o Reuben sofre ao longo da trama.

O enredo sofre a mesma maldição do ritmo de leitura, ele pode ser completamente crível e no momento seguinte não convence de forma alguma.

Vou citar um desses momentos bem ruins: uma mulher mora em uma cabana isolada na floresta, ela observa um criatura assustadora em forma de lobo, mas que se mantém bípede, se aproximar de sua casa, ela o recebe tranquilamente e faz sexo com ele na forma lupina. Sério. Imaginem minha cara enquanto lia essa cena. WTF?!? Gente, a mulher não saiu correndo, gritando, morrendo de medo, não! Ela o recebeu com a maior tranquilidade do mundo e ainda fez sexo com ele. Lembrando que ela nunca o tinha visto antes. Essas cenas de sexo entre Homem Lobo e Humana são extremamente repugnantes - na minha opinião.

Outro ponto negativo vai para a caracterização de um personagem de dezesseis anos, que começou bem, mas ao final do livro ele parecia ter nascido no século XIX.

Concluindo

No geral, 'A Dádiva do Lobo' foi uma leitura boa, com momentos de extremo tédio enquanto outros foram completamente agradáveis e geniais. O enredo reúne suspense, mistério, romance, questionamentos teológicos e um cenário espetacular. Com certeza irei ler o próximo livro e tenho esperanças a a autora reencontre seu caminho e me encante com sua escrita como costumava fazer antigamente.

site: http://www.psychobooks.com.br/
kitsune1977 26/04/2019minha estante
só não concordo qdo vc chama isso de "lobisomem", "homem lobo" ou fala da "forma lupina", em momento algum eu consigo ver um lobo nesse troço...é um macaco!! q espécie de lobo pula de galho em galho dessa forma??? q espécie de lobo emula a noviça rebelde e gira e canta em meio à floresta??? não...chamar essa coisa de "homem lobo" é uma ofensa a tudo q já escrito, filmado ou inventado a cerca dessas criaturas. por essas e outras eu mudaria o nome desse livro medonho pra "a dádiva do macaco". me impressiona como a única coisa decente q anne rice conseguiu escrever na vida é "entrevista com o vampiro", deve ter sido sorte de principiante e ela devia ter parado por aí.


Idolatria aos livros 30/12/2020minha estante
Sou apaixonada pela autora na fase vampiros e bruxas. Depois não me cativou.


Idolatria aos livros 30/12/2020minha estante
Inclusive falta a trilogia sobre a Bela adormecida. Preciso ler. Para avaliar.




gustavo.freitas 14/01/2015

A dádiva do inferno
Gente, vou ser bem curto com essa resenha a respeito da minha opinião sobre esse livro: impossível não quase desistir. Gente, nunca vi uma história tão cansativa quanto a dádiva do lobo, no começo eu esperava mais da história, ainda mais de Anne Rice, que dizem ser uma ótima escritora, a história em si é boa, mas ela fica enrolando, e não tem nada que te faça querer continuar a ler até terminar, dá muita vontade de desistir. A história me agradou, toda a lenda do lobo homem foi bem explicado nos mínimos detalhes, porém o livro enrola, enrola e só enrola. Eu até já sabia o que iria acontecer: ou ele se transformava e comia os animais, ou ele e a Laura faziam sexo. Não consegui "shippar" de nenhum jeito o casal principal, não acontece nada de impressionante no livro, e o que mais me deixou indignado foi o sexo entre mulher e homem lobo. Quando eu li isso eu fiquei "NÃO, NÃO É POSSÍVEL QUE A AUTORA FEZ ISSO". Mas enfim, esse foi o primeiro livro de Anne Rice que eu li (e talvez o último rsrs) e não sei se tenho coragem de ler o segundo. Péssima história. Outra coisa que acho chato é os capítulos longos, alguns capítulos tem 70 páginas e isso é muito tedioso, capítulos mais curtos animam mais a leitura (na minha opinião).
Ótima diagramação e uma capa não tão bela.
betinhoczs 17/05/2015minha estante
Gustavo, compartilho da sua opinião, esse livro é extremamente cansativo. Eu sou um grande fã da autora, mas acredito, sinceramente, que ela "perdeu a mão" nesse livro. Não desiste dela ainda, te recomendo o livro " A hora das bruxas", aí sim, vc vai finalmente descobrir o verdadeiro talento da autora. Estou lendo a dádiva do lobo e me arrastando para o final, o ruim é que já tinha comprado o segundo volume e serei obrigado a lê-lo :(


kitsune1977 26/04/2019minha estante
concordo plenamente mas recomendo "entrevista com o vampiro" q, se não fosse realmente bom, não tinha virado filme(e q filme!!). mas só isso. a saga das bruxas é tão medonho qto "a dádiva do macaco", li os 4 livros e queria poder "desler"...




Racestari 23/02/2022

Lobisomens ou Homem Lobo ou Lobo Homem
O tema me é muito caro, adoro, e Anne Rice ainda era uma desconhecida para mim, o que se revelou um pecado capital! Ela é ótima e o livro flui, dando uma nova roupagem ao mito, ao mesmo tempo diferente mas sem subvertê-lo por completo. Começando o segundo livro!
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S. G. Conzatti 29/04/2020

Amo Anne Rice, li praticamente todos os livros de vampiros dela. E quando soube desse livro sobre homens lobos fiquei louca para ler. Mas confesso que só terminei por ser dessa autora. O livro tem algumas cenas interessantes e algumas evoluções de personagens e mistérios. No entanto é muito repetitivo, descritivo e tedioso na maior parte do tempo, e o próprio enredo não me encantou em quase nada. Vou começar a ler o segundo só por insistência, mas não sei se termino. Uma história bem esquecível sem personagens marcantes.

site: https://www.instagram.com/sonhehistorias/
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thyarac 09/03/2021

Anne você tem meu coração. Partiu ler outros livros dessa mulher maravilhosa ????????
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Inlectus 09/09/2013

Explêndido.
Maravilhoso, finalmente um livro com heróis fortes de verdade, e não esses vacilôes sentimentais com comportamentos bonitinhos.
Cris Paiva 06/12/2013minha estante
Ahahha! É verdade! Titia Anne não tem medo nenhum de ser politicamente incorreta.




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Lah 25/03/2018minha estante
"Daí comprei esse aqui pra ler, porque well, vai ser legal.

E quero tacar pela janela."

Estou compartilhando dessa sensação e pensava que seria apenas eu. Mas após estas resenhas me senti em casa. Eu apenas não desisto do livro porque tenho uma política própria que me diz que todo livro aberto tem se ser terminado, bom ou ruim ? as péssimas experiências também constroem aprendizado.

Mas vamos lá... Devagar, quase parando, chegaremos lá.




bis 04/12/2021

Deveria ter lido antes!
Ok! A pergunta que me faço é ,como não achei esse livro antes?
Dos gêneros de tendências um livro sobre lupino eu nunca tinha lido antes ,e sem dúvidas esse me fez uma grande surpresa, eu o escolhi aleatoriamente em uns daqueles momentos que você só que algo pra lê antes de dormir .pra quem queria dormir e se deparou
com um personagem apaixonante , uma história de fundo ótima e Clima envolvente.
Bom quem precisa dormir não é.mesmo....rs
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SakuraUchiha 22/11/2014

"Durante toda a vida, ele fora consciente da maneira como as pessoas o viam. Era visível demais para seu conforto pessoal . E agora isso não importava. Era como se fosse invisível . Estava se sentindo tremendamente livre."

Eu tenho sido uma fã da escrita de Anne Rice desde que eu li Entrevista com o Vampiro, o que não quer dizer que eu gostei de tudo o que ela já escreveu. Por isso, foi com grande curiosidade e um pouco de esperança de que eu comecei a ler A dádiva do Lobo que marca o retorno da nossa rainha ao mundo sobrenatural. E não fiquei desapontada.
O livro me pareceu uma história delicada de muitas maneiras. Eu sei, lobisomens e delicadeza não necessariamente andam juntos. E é claro que há alguma violência, porém este livro é basicamente uma exploração do que é se tornar um lobisomem, do bem contra o mal. É uma viagem que o personagem principal, Reuben Golding, leva. E é fascinante. Reuben esforça-se com as questões morais de seu dilema. Algo que é, supostamente, 'o mal pode ser bom? Há um propósito para a sua nova vida? Será que ele vai perder a sua humanidade? Será ele mais lobo do que homem? Sua escrita está em pleno vigor no Dádiva. Eu mergulhei de cabeça, e tive uma noção plena do lugar durante todo a leitura. A grande mansão costeira com os seus segredos, bem como vivi com os personagens. Eu vi vividamente a floresta e as árvores antigas. Eu ouvi as ondas, a chuva cair, os animais rondando a floresta, os sons da cidade. Tudo isso combinado para proporcionar uma agradável sensação gótica ao romance, mesmo o ritmo do livro sendo lento mas é o que te faz se envolver.
Para quem gosta do tema lobisomens, vai se aprofundar nessa leitura e ficar apaixonada.
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Sofia.Eternal 20/07/2023

Excelente
Como quase toda a obra de Anne Rice, esse livro é ótimo. Ela entra num universo novo da sua escrita: lobisomem.
Os livros de Rice são profundos, com questões filosóficas, psicológicas, históricas. Não é mais uma história de lobisomem.
Acredito que nenhum autor contemporâneo supera a qualidade literária de Rice.
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Diego Cardoso 05/06/2015

A maior derrapada da rainha do gótico!
A rainha do gótico está de volta. Anne Rice volta às suas origens e retoma com um romance sobrenatural. Desta vez, os vampiros saíram de cena, dando lugar aos lobisomens. Entretanto, ao que parece, o período em que se manteve afastada do sobrenatural para se dedicar à livros de temática cristã, deixou a rainha um tanto enferrujada.

Na costa da Carolina do Norte, o jovem jornalista Reuben Golding prepara uma reportagem sobre a enorme propriedade do desaparecido Felix Nideck e acaba se envolvendo com a herdeira Marchent Nideck. Após algumas horas na mansão, porém, Reuben é atacado por uma criatura e se vê transformado em um lobisomem. Reuben acaba se tornando uma espécie de herói na cidade quando decide usar suas novas habilidades para ajudar as pessoas, mas seu heroísmo controverso não dura muito, pois ele precisa se esconder da polícia, dos médicos e de sua própria família. Reuben precisa aprender a lidar com suas novas habilidades, antes que seu dom se torne um problema ainda maior.

Em A Dádiva do Lobo, Anne Rice recria toda a mitologia dos lobisomens. A começar pelo fato do personagem preferir ser chamado de Lobo Homem e não de lobisomem. A forma como surgiram os “lobos homens” também foi renovada e ficou até bastante interessante. Aqui, o lobo homem não depende de uma fase lunar para se transformar, e, quando na forma lupina, mantém seus pensamentos e raciocínio. E não adiantam balas de prata, pois aqui elas não são capazes de deter um Lobisomem.

Até aqui nada de diferente no que diz respeito a Anne Rice. É sabido e notório para quem já leu algo da autora antes que ela sempre reinventa de forma coerente as mitologias. Em A Dádiva do Lobo não é diferente. Com maestria, Rice recriou toda a mitologia e a fez ter sentido. Os fãs mais ortodoxos dos licantropos talvez não se sintam tão satisfeitos, mas de fato, a proposta da autora foi extremamente feliz.

Rice coloca seu protagonista na posição de anti herói, que, na forma lupina, consegue distinguir através do cheiro, os bons dos inocentes, o que o leva a caçar apenas bandidos e malfeitores. Noite após noite, ele se transforma e sai às ruas de São Francisco, atraído pelas vozes daqueles que se encontram em perigo mortal e se torna um super herói, salvando vidas e estraçalhando agressores.

Agora você deve estar se perguntando o motivo de eu ter afirmado que Anne Rice estava enferrujada. Bom, diferentemente de suas obras anteriores, onde você se sente preso ao livro, de tão intrigante e envolvente a trama desenvolvida, em A Dádiva do Lobo, Anne Rice nos coloca em uma montanha russa literária, onde temos momentos extremamente estimulantes, que nos leva a querer devorar mais e mais páginas, e outros em que a trama fica tão arrastada e desinteressante que nos leva praticamente ao cochilo.

Antes que haja uma enxurrada de comentários rechaçando minhas palavras, justificando que a lentidão da trama é algo comum nos trabalhos de Rice, especialmente por ela ser bastante detalhista em suas descrições, deixo claro que não é a isso que me refiro quando digo que a trama se arrasta em vários momentos. As descrições detalhadas da autora já me são habituais e, normalmente, acrescentam muito à narrativa. Neste livro, não é diferente. A forma precisa com que Anne Rice descreve, sob o ponto de vista do protagonista, cada transformação sofrida e morte executada, nos coloca também sob a visão de Reuben. A descrição nos leva a sentir o que ele também sente. Isso é fenomenal, e um dos grandes atributos literários de Rice.

A questão da monotonia de certas partes da trama se encontra justamente nos momentos em que, aparentemente a autora ficou, como diriam no popular, “enchendo linguiça”; talvez um artifício para rechear mais a trama e fazer um livro maior. Mas é justamente essa “encheção de linguiça” que faz o livro ficar monótono em certas partes e que pode cansar um pouco o leitor; ou mesmo fazê-lo desistir da leitura. Mas não é apenas isso.

Algo que me chamou a atenção e, pelo que andei lendo por ai, também a de outros leitores, foi um momento extremamente surreal que encontramos no livro. Parece absurdo falar sobre surrealidade quando estamos discutindo um livro sobrenatural, mas essa passagem ultrapassa os limites do aceitável, especialmente quando estamos falando de Anne Rice, uma autora de larga experiência literária.

Em um dado momento do livro, Reuben, transformado, está na floresta e encontra uma mulher. Ela não sente medo, o convida para sua casa e eles fazem sexo. Simples assim. Esse é o momento em que você fecha o livro e revê a capa, só para ter certeza que está, de fato, lendo Anne Rice e não Stephenie Meyer. Não que Anne Rice seja uma santa no quesito “respeito às origens mitológicas dos seres do submundo”, mas, diferentemente de Meyer (e como eu já havia dito acima), Rice sabe como desconstruir um mito e reconstruí-lo com maestria para não ser questionada. Entretanto, com essa passagem, ela realmente chegou ao fundo do poço crepuscular! A moça, tal qual Bella Swan, se apaixona perdidamente pelo seu lobinho (e não vampirinho, como na obra de Meyer – se bem que… enfim, melhor deixar quieto. Foco!) e larga tudo para ficar com ele, perdidamente apaixonada; assim, na mais absoluta normalidade.

De certa forma, acho natural que um autor derrape em algo dentro de um livro. Nem sempre é possível acertar totalmente o gosto do leitor e é claro que uma autora do nível de Anne Rice, cria muito mais expectativas por seu estilo e resultado do que um autor iniciante ou que detém apenas um grande sucesso na bagagem. Certamente outros leitores podem ter uma opinião divergente da minha sobre os pontos levantados, o que também é natural, pois é importante observar todos os pontos de vista. O fato é que, com ou sem ferrugem, o estilo de Anne Rice não foi perdido, mesmo com o longo ostracismo sobrenatural de sua carreira literária. Os que resistem às passagens cansativas e ao momento de surrealismo crepuscular da floresta, são brindados com desfecho espetacular e arrebatador, do modo peculiar que somente Anne Rice sabe conduzir. Recomendo que saboreiem essa trama, livre de preconceitos. Quem sabe, ao final, você também poderá agradecer pela Dádiva do Lobo (e isso fará total sentido para você, depois de ler este livro!).

site: http://programadescontrolados.com.br/?resenhas=resenha-a-dadiva-do-lobo
Lah 25/03/2018minha estante
Confesso que esta resenha está tão intrinsecamente dentro de minha opinião que nem necessito elaborar uma resenha. Comecei Anne Rice por este livro e ? tendo observado as muitas resenhas que por aqui circulam ? acredito que isto foi um erro. Mas ainda assim não desistirei dela, porque ela tem potencial, mesmo neste livro há esta evidência.




Descontrolados 20/11/2013

Uma nova visão, sobre a mitologia do Lobisomem
A rainha do gótico está de volta. Anne Rice volta às suas origens e retoma com um romance sobrenatural. Desta vez, os vampiros saíram de cena, dando lugar aos lobisomens. Entretanto, ao que parece, o período em que se manteve afastada do sobrenatural para se dedicar à livros de temática cristã, deixou a rainha um tanto enferrujada.

Na costa da Carolina do Norte, o jovem jornalista Reuben Golding prepara uma reportagem sobre a enorme propriedade do desaparecido Felix Nideck e acaba se envolvendo com a herdeira Marchent Nideck. Após algumas horas na mansão, porém, Reuben é atacado por uma criatura e se vê transformado em um lobisomem. Reuben acaba se tornando uma espécie de herói na cidade quando decide usar suas novas habilidades para ajudar as pessoas, mas seu heroísmo controverso não dura muito, pois ele precisa se esconder da polícia, dos médicos e de sua própria família. Reuben precisa aprender a lidar com suas novas habilidades, antes que seu dom se torne um problema ainda maior.

Em A Dádiva do Lobo, Anne Rice recria toda a mitologia dos lobisomens. A começar pelo fato do personagem preferir ser chamado de Lobo Homem e não de lobisomem. A forma como surgiram os “lobos homens” também foi renovada e ficou até bastante interessante. Aqui, o lobo homem não depende de uma fase lunar para se transformar, e, quando na forma lupina, mantém seus pensamentos e raciocínio. E não adiantam balas de prata, pois aqui elas não são capazes de deter um Lobisomem.

Até aqui nada de diferente no que diz respeito a Anne Rice. É sabido e notório para quem já leu algo da autora antes que ela sempre reinventa de forma coerente as mitologias. Em A Dádiva do Lobo não é diferente. Com maestria, Rice recriou toda a mitologia e a fez ter sentido. Os fãs mais ortodoxos dos licantropos talvez não se sintam tão satisfeitos, mas de fato, a proposta da autora foi extremamente feliz.

Rice coloca seu protagonista na posição de anti herói, que, na forma lupina, consegue distinguir através do cheiro, os bons dos inocentes, o que o leva a caçar apenas bandidos e malfeitores. Noite após noite, ele se transforma e sai às ruas de São Francisco, atraído pelas vozes daqueles que se encontram em perigo mortal e se torna um super herói, salvando vidas e estraçalhando agressores.

Agora você deve estar se perguntando o motivo de eu ter afirmado que Anne Rice estava enferrujada. Bom, diferentemente de suas obras anteriores, onde você se sente preso ao livro, de tão intrigante e envolvente a trama desenvolvida, em A Dádiva do Lobo, Anne Rice nos coloca em uma montanha russa literária, onde temos momentos extremamente estimulantes, que nos leva a querer devorar mais e mais páginas, e outros em que a trama fica tão arrastada e desinteressante que nos leva praticamente ao cochilo.

Antes que haja uma enxurrada de comentários rechaçando minhas palavras, justificando que a lentidão da trama é algo comum nos trabalhos de Rice, especialmente por ela ser bastante detalhista em suas descrições, deixo claro que não é a isso que me refiro quando digo que a trama se arrasta em vários momentos. As descrições detalhadas da autora já me são habituais e, normalmente, acrescentam muito à narrativa. Neste livro, não é diferente. A forma precisa com que Anne Rice descreve, sob o ponto de vista do protagonista, cada transformação sofrida e morte executada, nos coloca também sob a visão de Reuben. A descrição nos leva a sentir o que ele também sente. Isso é fenomenal, e um dos grandes atributos literários de Rice.

A questão da monotonia de certas partes da trama se encontra justamente nos momentos em que, aparentemente a autora ficou, como diriam no popular, “enchendo linguiça”; talvez um artifício para rechear mais a trama e fazer um livro maior. Mas é justamente essa “encheção de linguiça” que faz o livro ficar monótono em certas partes e que pode cansar um pouco o leitor; ou mesmo fazê-lo desistir da leitura. Mas não é apenas isso.

Algo que me chamou a atenção e, pelo que andei lendo por ai, também a de outros leitores, foi um momento extremamente surreal que encontramos no livro. Parece absurdo falar sobre surrealidade quando estamos discutindo um livro sobrenatural, mas essa passagem ultrapassa os limites do aceitável, especialmente quando estamos falando de Anne Rice, uma autora de larga experiência literária.

Em um dado momento do livro, Reuben, transformado, está na floresta e encontra uma mulher. Ela não sente medo, o convida para sua casa e eles fazem sexo. Simples assim. Esse é o momento em que você fecha o livro e revê a capa, só para ter certeza que está, de fato, lendo Anne Rice e não Stephenie Meyer. Não que Anne Rice seja uma santa no quesito “respeito às origens mitológicas dos seres do submundo”, mas, diferentemente de Meyer (e como eu já havia dito acima), Rice sabe como desconstruir um mito e reconstruí-lo com maestria para não ser questionada. Entretanto, com essa passagem, ela realmente chegou ao fundo do poço crepuscular! A moça, tal qual Bella Swan, se apaixona perdidamente pelo seu lobinho (e não vampirinho, como na obra de Meyer – se bem que… enfim, melhor deixar quieto. Foco!) e larga tudo para ficar com ele, perdidamente apaixonada; assim, na mais absoluta normalidade.

De certa forma, acho natural que um autor derrape em algo dentro de um livro. Nem sempre é possível acertar totalmente o gosto do leitor e é claro que uma autora do nível de Anne Rice, cria muito mais expectativas por seu estilo e resultado do que um autor iniciante ou que detém apenas um grande sucesso na bagagem. Certamente outros leitores podem ter uma opinião divergente da minha sobre os pontos levantados, o que também é natural, pois é importante observar todos os pontos de vista. O fato é que, com ou sem ferrugem, o estilo de Anne Rice não foi perdido, mesmo com o longo ostracismo sobrenatural de sua carreira literária. Os que resistem às passagens cansativas e ao momento de surrealismo crepuscular da floresta, são brindados com desfecho espetacular e arrebatador, do modo peculiar que somente Anne Rice sabe conduzir. Recomendo que saboreiem essa trama, livre de preconceitos. Quem sabe, ao final, você também poderá agradecer pela Dádiva do Lobo (e isso fará total sentido para você, depois de ler este livro!).

Por Diego Cardoso

site: http://programadescontrolados.com/resenha-a-dadiva-do-lobo/
Jossi 27/01/2014minha estante
Estou lendo, mais ou menos na metade... já cheguei ao ponto que você citou: O momento crepuscular-surreal-infantilóide, rss... de fato. Esse trecho foi muita 'viagem na maionese' para meu gosto. Ela poderia ao menos ter criado um romance menos "absurdo", algo mais pé-no-chão. Apesar de que, entre tantos livros indigestos de vampiros e bruxos e monstrengos, etc., esse livro esteja sendo bem melhor (sob meu ponto de vista). Sinceridade? Apesar da derrapada, ainda estou gostando muito desse livro, com todo o seu clima sombrio, denso e tenso. Nota 10.




Arth W 03/01/2014

Escorregando com os lobos
Infelizmente o livro se arrasta em altos e baixos (mais baixos do que altos)até o fim que tem a missão de em pouco menos de 60 páginas explicar e amarrar todos os fatos.

O tema é interessante, a mitologia adaptada por Anne Rice também. O problema é que temos mais de 100 páginas onde duas ações acontecem repetidamente: O protagonista Mata bandidos e depois faz sexo com a sua parceira.

O personagem principal não causa empatia, o romance com Laura, uma mulher que ele encontra na mata e com quem faz sexo a primeira vez que o vê em forma lupina tem um dos inícios mais forçados que eu já vi. Afinal, dificilmente qualquer mulher se sentiria excitada de pronto por um lobo gigante e humanoide.

Acho que Anne Rice ainda vive à sombra de Lestat, pois alguns de seus personagens como Reuben e o protagonista de "Tempo dos Anjos" (esqueci o nome momentaneamente) são bonitos, questionadores refinados, penitentes e acreditam na força bruta dos sentimentos e da natureza como forma de "encontrar Deus". Só que nem de longe compartilham de sua consistência e ousadia.

Geralmente, como autor, se você consegue juntar uma boa trama com bons personagens você consegue um bom livro. Entretanto, muitas vezes os personagens são "sacrificados" em pro da história, ou a história em pró dos personagens. Aqui temos personagens que per se não sustentam a trama, nem uma trama que se sustenta sozinha por causa de problemas de ritmo.

O ponto positivo fica por conta da narrativa poetizada e descritiva de Anne que consegue dar vida a tal mansão descrita desde o começo do livro e pelo tema que em si desperta interesse.

Seria um bom livro de 250 páginas no máximo. Me parece que a história mais legal acontece com o personagem Morgon (um dos lobos), e talvez essa sim daria um livro de 400 páginas. Enfim, conhecendo a escritora e já não gostando muito de Tempo dos Anjos, considero este um livro de ruim a regular. E espero que a Dona Anne resolva alguns problemas de ritmo narrativo antes de fazer a continuação.


Elwing 11/03/2014minha estante
Cara... Eu gostei da sua resenha, apesar de não ter achado o livro tão ruim assim. =D
E sim, desejo MUITO que a continuação seja a crônica do Margon, que é imensamente mais interessante que o protagonista.


Arth W 13/03/2014minha estante
Acho que o livro não é taooo ruim (mesmo não sendo bom), mas esperamos mais quando já conhecemos a autora. Enfim, também espero que no segundo livro a crônica de Margon seja contada com mais detalhes.




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