Jéssica 25/12/2010
"Encontrei minha Estrela. Ela é beleza e graça. Elegância e bondade. Minha risada no inverno. Valente e forte. Atrevida e tentadora. Diferente de qualquer outra no universo... e não a posso tocar. Não me atrevo nem sequer a tentá-lo..."
"...Logo a cólera caiu sobre ele e deu uma patada na neve á sua frente. Riu amargamente.
-Sou um estúpido idiota, querendo uma estrela que não posso ter.
Ele olhou para cima tristemente.
-Mas claro, todas as estrelas estão mais à frente do alcance humano e eu não sou nem sequer humano.
Zarek enterrou a cabeça em seus braços e chorou..."
"... Astrid não o podia suportar mais...
Tudo o que podia fazer era observar ao Zarek. Ver sua angústia e seu pesar que a atravessavam como a glicerina ao cristal.
Era tão forte na vida. Uma forja de ferro que podia resistir á qualquer golpe. Um que empreendia golpes contra outras pessoas para mantê-los a distância dele.
Só em seus sonhos viu o que havia dentro dele. A vulnerabilidade.
Só aqui verdadeiramente entendeu ao homem que não se atrevia a mostrar-se a ninguém.
O coração terno que estava ferido pelo desprezo.
Astrid queria aliviar seu sofrimento. Queria tomar a mão e lhe mostrar um mundo do que não estava excluído. Lhe mostrar o que era alcançar a alguém e não ser golpeado em troca.
Nem sequer um em todos os séculos que ela tinha julgado, fazia com que Astrid se sentisse desta maneira. Zarek tocava uma parte dela que nem sequer sabia que existia.
Sobre tudo, tocava seu coração. Um coração que tinha temido que já não
funcionasse.
Mas pulsava por ele.
Ela não podia ficar parada aqui, olhando-o enquanto sofria em solidão."
"...Ela parou na entrada, seu rosto terno. Seus olhos azul claro já não estavam cegos. Eram quentes e acolhedores.
-Vêem para dentro, Zarek. Me deixe te esquentar.
Antes de poder deter-se si mesmo, levantou-se e tomou sua mão estendida. Era algo que ele nunca teria feito na vida real. Só em um sonho se atreveria a tocá-la.
Sua pele era tão cálida que o queimou.
Ela o empurrou a seus braços e o manteve perto. Zarek se estremeceu ante a novidade de um abraço, à sensação de seus peitos contra seu peito. Sua respiração em sua pele congelada.
Então assim é como se sentia um abraço.
Quente. Reconfortante.
Assombroso. Milagroso..."
*.*
Nesse livro, Sherrilyn Kenyon nos brinda com dois personagens maravilhosos: Zarek e Astrid.
Ele. Um Caçador Escuro frio e brutal, considerado psicótico por muitos com uma sentença de morte pairando sobre sua cabeça.
Ela. Uma juíza imortal que se sente vazia e que jamais julgou alguém inocente, pois há muito perdeu qualquer crença na humanidade.
Quando ela foi designada para julgá-lo, esperava confirmar um veredicto de culpado por tudo o que havia ouvido sobre ele, mas conforme se inteirava sobre seu passado e suas razões, tudo o que pode fazer foi apaixonar-se, tendo então que lutar para convecer a todos - e até ele mesmo - de sua inocência e de que merecia viver.
***
O que há com as mulheres e essa tendência que temos em nos derreter completamente pelos desajustados? Pelos sofredores?
Talvez seja algum complexo primitivo que nos leva a sempre tentar consolar, curar e a se compadecer...
Com Zarek não foi diferente. Quando ele fala poeticamente as citações que coloquei acima, ele não só conquista sua amada Astrid (Que é o equivalente a Estrela em grego) mas conquista todas as leitoras.
Adorei esse livro.