Ninha Machado 11/02/2015Decepcionada - Suspense policial monótono não combinaObviamente eu li os dois livros anteriores a esse, e pelo show que os dois foram eu estava esperando algo bem melhor neste terceiro. E tudo indicava que seria, nas primeiras 60 páginas.
Nas primeiras 100 páginas fiquei bem instigada, curiosa e entretida, não queria largar o livro. Porém depois disso a história emperra, não acontece praticamente nada que te tire o fôlego nas próximas 200 páginas (para um suspense policial, espera-se). A trama é praticamente arrastada até a página 300 e poucas! Eu acredito que a história poderia ter sido escrita tranquilamente em 250, no máximo 300 páginas. Nos livros anteriores, o leitor recebia informações e descobertas de forma gradativa, como se fosse uma investigação de verdade, real, foi tudo muito bem distribuído durante as páginas. Porém neste, a história mais pareceu um diário do Gurner escrito em terceira pessoa que teve algumas páginas arrancadas. Só não foi totalmente monótono porque o Verdon escreve muito bem, e geralmente gênero de suspense policial me deixa mais ansiosa para chegar ao fim do mistério. Sem contar o sarcástico "parceiro" do Gurner, Jack Hardwick que dá às tramas do Verdon um toque muito legal e descontraído. Na verdade acho que essa dupla me lembra um pouco Myron Bolitar e Win, a dupla fantástica do mestre Harlan Coben, o que diminuiu um pouco a minha frustração.
O estilo do Verdon é um pouco diferente para o gênero. Embora a trama seja policial, eu acho que é tudo bem tranquilo, nada de corre-corre, tiroteio a toda hora, fugas alucinantes, etc e tal. Eu curti o estilo dele, adorei os outros dois livros, mas esse livro não foi apenas tranquilo, foi arrastado...
Para finalizar a minha decepção, as pontas soltas e os fatos mal explicados, ou não explicados, foram gritantes! Não acreditei quando cheguei às últimas páginas e percebi que muita coisa ficaria "em suspenso", sem uma explicação plausível. Às vezes mesmo que uma explicação não faça sentido, é importante que ela seja dada.
Por outro lado achei bacana a aproximação que aconteceu entre o Gurney e o filho, até mesmo o envolvimento dele no mistério. Mesmo o Dave tendo uma certa dificuldade para demonstrar os sentimentos, foi importante mostrar o quanto é bom termos as pessoas que realmente importam perto da gente.
Para tentar elucidar de forma bem simples o que achei do livro: me parece que o autor foi escrevendo, escrevendo, escrevendo... Quando se deu conta já tinha escrito quase 350 páginas e se viu obrigado a chegar a um fim, mesmo não fazendo muito sentido com o todo.
Sinceramente não entendi o que aconteceu com este livro, fiiquei bem triste. Mas não digo que não indico a leitura. Acho que quem já leu as outras duas histórias, não custa ler esta também. Cada um tem uma visão das tramas; eu não curti essa, mas deu pra ver que a maioria curtiu.