Jemilly 31/08/2020
Melhor não viciar
"Começa sempre à noite. À noite eu alimento meus planos com escuridão. Se existe algo que eu possua em abundância é a escuridão. Ela é o chão onde florescerá o que quero cultivar."
Para aqueles que já jogaram algum tipo de jogo no estilo RPG, sabe que pode ser viciante, não é? Você cria um personagem, se perde entre missões e recompensas virtuais que vibramos como se fossem reais. Mas e se também fosse real? E se o jogo soubesse de todos os seus maiores desejos e te desse a oportunidade de realiza-los? E ainda mostrasse uma virtualidade tão real que você faria qualquer coisa para se manter nele, cumprisse qualquer missão fora ou dentro do jogo, onde a linha do que é certo ou errado não importasse.
Conseguiu imaginar? Seja qual for sua resposta, você não vai entender completamente até ler o livro, o jogo consegue ser tão viciante para os personagens do livro, e descrito de uma maneira tão incrível, que lendo Nick o protagonista da história entrar para o mundo virtual de Erebos, você consegue viciar com ele, torcendo para Nick passar de nível, cumprir suas missões, e até passar por cima de algumas coisas para continuar no jogo.
Com uma mistura de ficção e realidade, em O Jogo da Morte acompanhamos a propagação de um jogo que vai passando em mãos e mãos em uma escola, sem que os jogadores possam falar dele na vida real, não divulgarem qual seu personagem no jogo, em nem que missões realizadas, e você só tem uma chance no jogo, se morrer nele, você está fora, se não cumprir as missões no mundo real você está fora, é um jogo quase onipresente, como se soubesse o passo de cada jogador fora do jogo, é um thriller tão louco que faz que o leitor não largue o livro enquanto a história não chega ao fim.
"Um jogo que não se pode comprar. Um jogo que fala com você. Um jogo que te observa, te recompensa, te ameaça e te impõe tarefas."
Quanto aos personagens eu achei a maioria razoáveis, poucos eram desenvolvidos de forma completa, Nick eu achei um bom principal, e seu ?eu? virtual em uma certa medida até meio do livro aparecia mais, depois que Nick se destacou mais, apesar de serem descritos os pensamentos dele (o livro é em terceira pessoa). O começo do livro que quase me fez desistir dele, não que a leitura fosse monótona, mas por ser rápida demais, os dias não eram bem desenvolvidos, por exemplo estávamos lendo o Nick na escola em uma cena e de repente ele já estava em outra cena na casa dele e quando percebia já era um fim de semana, eu não sabia se me frustrava ou ficava com inveja pela semana dele passar tão rápido. Mas tirando isso no começo, o resto do livro se desenvolveu super bem, até conseguiu alguns "UAUs" meus. No geral adorei o livro, super indicado! Boa leitura.
"_E como é estar morto? (...). - É solitário. Ou cheio de fantasmas. Quem é que vai poder dizer? (...) Se eu lhe perguntasse Como é estar vivo?_ o que você responderia? _ Cada um vive de sua maneira _ Da mesma forma, cada um tem sua própria morte. (...) Sem dúvida você vai saber um dia como é."