Thiago Moura 18/08/2013
Blog Entre Livros e Afins
Por onde começar??? Bem, a princípio gostaria de lhes adiantar que a minha opinião sobre o livro pode parecer um tanto contraditória, e já já vocês vão entender o porquê... Devo declarar que o assunto no qual o livro aborda é um que me interessa bastante – signos – E é involuntário que eu seja, digamos, mais exigente em certos pontos, criando assim, uma grande expectativa!!! O fato não é que não tenha correspondido, porém, o Luiz não adequou à risca as personalidades de todos os personagens com os signos que correspondentemente representam, nem deu uma organização muito sensata em relação ao peso que os subgrupos tem... Motivo disso, ele simplesmente ter imaginado eles dessa forma. Não curti muito isso, mas não é de todo ruim. Acho apenas que seria interessante ter essa correlação, afinal, ajudaria aos menos entendidos do assunto a se situarem melhor na história e levar o conhecimento para fora do livro. Mas enfim...
Não sei se devo falar muito do enredo - aprimorando um pouco mais a sinopse - pois acho que vou acabar falando o que não devo... A história está bastante fragmentada e há pontos importantes e bem interessantes a cada página desde o início do livro!!! Não sei exatamente como classificar essa característica, mas é comum que ela faça quem lê ficar preso à história e dar vontade de não parar de ler... O problema parte quando, como de costume em livros do gênero, uma quantidade um tanto exagerada de nomes aparece, não falo de personagens, mas de lugares, épocas, seres e coisas do tipo, deixando pelo menos em mim uma certa preguicinha em gravar tudo, e meio que confundir a cuca quando necessário lembrar depois, e até mesmo quando não há mais necessidade de lembrar. O que não é um problema, eu só não me agrado tanto... Me chamem de chato!!! :P
A contradição vem a partir de que apesar de todos os pontos vacilantes que terei de enfatizar, eu gostei muito, mas MUITO da história, afinal, adoro o clima medieval no qual o livro se passa!!! Tenho que parabenizar o Luiz por conseguir me conquistar na questão das descrições dos personagens, onde ele monta todo o aparato deixando pouquíssimos detalhes para nossa imaginação - chegando por vezes até exagerar muito nessas descrições -, acho isso ótimo, pois não dá brechas para dúvidas, deixando mais tempo livre pra gente aproveitar e entender a história do que ficar na dúvida de como será a cena... No entanto, a coisa começa a complicar nas cenas finais, quando tudo começa a esquentar e cenas mais ativas aparecem, onde requer-se uma atenção maior para não criar momentos antifísicos, digamos assim... Posso dizer que mais ou menos umas três ou quatro vezes passei um bom tempo lendo, relendo e relendo um mesmo trecho pra conseguir entender a cronologia dos movimentos, e ainda assim não ter conseguido entender com muito sucesso. Mas é só bem pro final mesmo...
Agora, um detalhe – se é que se pode chamar assim – que me deixou bastante decepcionado e confuso foi o fato de ele esconder DEMAIS os personagens principais, que são os Doze Guardiões da Luz... E acho que não é pecado lhes dizer que um deles fica totalmente fora da história e só é lembrado da existência nas últimas páginas quando você já não sabe mas onde ele poderia se encaixar, e quando aparece, você se pergunta porque raios não surgiu antes!!! Fora alguns outros que poderiam muito bem ter complementado certas cenas e ficaram igualmente afastados... Não deixando de esquecer algumas cenas em que o personagem está lá, mas parece uma estátua e você esquece dele, então quando surge novamente, te faz pensar “Ah é! Ele está lá, mas como e porque chegou lá?” aí mais um tempinho tentando lembrar... Vacilo... ¬¬”
Aos personagens mais ativos, devo minha admiração, eles conseguiram me conquistar não só pela personalidade em si, mas pela forma como agem... Alguns muito bem humorados, outros mais sarcásticos (que me encantam pela sagacidade), uns bastante carinhosos nas lindas cenas românticas, fora os vilões todos cheios de sebo e pompa que merecem devido respeito. Luiz ganha mais um ponto pela simplicidade nas falas, apesar de na narração em si usar algumas palavrinhas meio carregadas que eu ainda não conhecia, mesmo com meu vocabulário consideravelmente extenso. Aconselho à alguns, equipar-se com um Aurelinho se não quiser deixar algumas dessas palavras passar, mesmo que em grande maioria não tenham uma importância tão grande, são apenas expressões em meio às ricas descrições que as páginas carregam.
Mas chegando finalmente ao ponto que me fez por vezes, rir e muito sozinho, me dando conta que estava em público e que estava pagando mico, é que o livro tem algumas cenas muito bem humoradas, e eu adoro demais essa descontração... Apesar de achar um tanto inesperado em certos momentos, achei bem legal também a falta de pudor em algunas cenitas de teor um tanto “pitoresco”, se é que me entendem... Além das cenas um pouco mais pesadas onde o líquido vital rola solto!!! De fato não sei como classificar isso... Pois à primeira vista parece uma história de contos para crianças, até que se introduzam tais cenas e você fica tipo: “Oi?”... Mas no fundo adorei isso, sem falar nas cenas românticas que como o bom manteiga que sou, dava vontade de reler toda hora, de tão bonitinhas!!! *-*
Outra coisinha que não posso deixar de citar, e que também me deixou muito confuso, é que no decorrer da história e apresentação de personagens, quase sempre ele descreve um tanto exageradamente as capacidades de cada Guardião, fazendo questão de dizer que ele é o mais forte dos doze, e logo em seguida, apresenta outro dizendo ser mais forte ainda, ou seja, fica um tanto difícil dimensionar e entender essa questão... Ele também peca um pouco em questão de proporção, em certos momentos quando descreve estaturas, não dá pra saber onde é que vai parar, nunca se sabe o quão grande uma coisa é, e ele acaba se empolgando um pouquinho, quem ler o livro entenderá bem o que falo!!!
Quanto ao trabalho da editora, a Novo Século está como sempre de parabéns!!! A qualidade do livro é ótima e foi muito bem revisado, tanto que só encontrei míseros três errinhos de digitação no decorrer de todas as mais de quatrocentas páginas... O design também é lindo por demais, com o emblema da capa antes dos capítulos e as “fitinhas de subdivisão” dos capítulos que são fileirinhas de símbolos dos signos formando uma linha... Muito bem caprichado!!! Isso dá um gostinho à mais na leitura. Muito bom...
site: http://entrelivroseafins.blogspot.com.br/2013/08/resenha-os-doze-guardioes-da-luz.html