Dante 13/08/2020
História Antiga. - Historiografia movendo grandes mudanças.
A História chamada de Antiga faz parte do repertório cultural de nós, brasileiros. Não apenas é ensinada nas escolas, nos ensinos fundamental, médio e universitário, como representa, para muitos brasileiros, uma espécie de História das nossas origens como cultura e civilização. A História Antiga é vista, com maior ou menor conhecimento, como o ponto inicial de uma jornada que, através da História Medieval e da História Moderna, dá sentido ao processo de colonização europeia que nos formou e nos transformou em descendentes da Europa, em membros do Ocidente, participantes da civilização ocidental. O autor traz para o centro do debate as mudanças que essa divisão da História humana passou e ainda passa. Delimitar um período hoje, como o autor afirma é muito complicado.
A forma que o autor explica todos acontecimentos é sublime. História Antiga que não é tão antiga assim. Cada vez mais a historiografia reconhece que as delimitações História Antiga, moderna, contemporânea. Ou, idade das trevas, são complicadas para o estudo. Todas as sociedades ou civilizações estão permeados, entrelaçam e continuam vivendo uns nas outras. A civilização grega antiga ainda vive na atualidade, olimpíadas, direito, filosofia, História, matemática, arquitetura, arte, etc.... Os legados estão presentes. Dizer que uma sociedade começa e termina, hoje é errado pensar assim.
O império Romano, que durou séculos, apenas foi possível sob a base dos séculos de integração e consolidação de estruturas que o antecederam.
Deve-se começar a pensar a narrativa histórica a partir de outros ângulos, mais amplos, que incluam o norte da Europa e o Oriente na narrativa. A "História Medieval", que aprendemos na escola, não é, de modo algum, a continuação da História Antiga. É, na verdade, um enfoque muito particular, também centrado na ideia de civilização ocidental. Os recordes estabelecidos pela especialização dos historiadores e arqueólogos, bem como formas que ainda dominam a disciplinam, são obstáculos a serem vencidos pelas próximas gerações de historiadores. Mas a crítica, por si só, não basta. É preciso reescrever essa história de um modo que faça sentido ao presente e que seja explícito. Para isso, o historiador dispõe de alguns instrumentos: um espaço, um tempo e uma pergunta, ou um conjunto de questões. Embora não se possa mais considerar a "História Antiga ", como o início de uma História Universal, as realizações humanas que se acumularam nesse pedaço do globo são fundamentais para entendermos como o mundo contemporâneo se tornou possível. Livro de obrigação. Autor debate a historiografia acerca da disciplina História Antiga. Iniciando como se deu esse entendimento e os recortes feitos para se estudar a vivência doa nossos antepassados. O problema como o autor levanta é essa distinção que se faz inconsciente ao separar a história por recortes. Norberto traz para o centro do debate justamente a permanência de toda sociedade passada ainda hoje. Nenhuma sociedade se acaba. Ela entrelaça, a dominadora recebe influências das dominadas. Assim, como bem exemplificando, Roma sofre fortes influências dos gregos dominados. E como as sociedades futuras seguem com as influências. Autor de peso, livro de peso.