Felipe Miranda 08/12/2014
Par Perfeito - Eleanor Prescott por Oh My Dog estol com Bigods
Sem exagero ou enrolação: Par Perfeito foi o livro mais divertido que li este ano. Gargalhei tanto que não percebi as páginas passarem. Há tempos não lia um chic lit tão original e bem escrito.
Quatro mulheres com personalidades distintas dividem as narrações do livro. São elas Kate, Lou, Alice e Audrey. Nos capítulos finais acompanhamos o desenrolar da trama pelo ponto de vista de outros personagens.
Aos 35 anos, Kate é uma solteirona desesperada. Apesar de bem sucedida profissionalmente, ela está à beira de garantir um lugar em um asilo por acreditar que já passou da idade para encontrar o homem de sua vida. As noitadas com a melhor amiga Lou já não fazem tanto sentido. A última esperança de encontrar um amor verdadeiro é depositada em uma agência de relacionamentos, a Mesa para Dois. Ao preencher uma ficha com tudo aquilo que procura em um parceiro, Kate será encaminhada para uma série de jantares com homens que são compatíveis com o perfil dela. Bem, conseguem imaginar o quanto isso será interessante? O problema é que Kate é exigente demais, ela está à procura de um homem perfeito que não existe.
Lou é a personagem mais extrema aqui. Promíscua e oferecida. Para ela a internet é lugar para comprar sapatos, e não conhecer possíveis namorados. Aliás, não existe um homem que não seja seu tipo. Sempre maquiada e de meia-arrastão, ela mantém um caso com o chefe e perceberá aos poucos o quão é inferiorizada por não se valorizar. Os capítulos de Lou são tão curtos quanto às rapidinhas que ela dá com desconhecidos.
Alice é a apaixonante e apaixonada funcionária da Mesa para Dois. Livre de qualquer vaidade, ela veste cardigãs e calças de veludo para trabalhar. Seu meio de transporte é uma bicicleta surrada. Apesar da aparência desleixada, ela é a melhor casamenteira da agência. Sonhadora convicta, ela acredita em príncipes encantados e se dedica ao máximo para encontra-los e combiná-los com suas exigentes clientes. Talvez ela esteja se esquecendo de cuidar de si mesma, do próprio coração, mas o belo jardim que cultiva em casa, repleto de flores de espécies diversas, é sua verdadeira paixão. Não há homem capaz de substituir isso.
Audrey é a rabugenta chefe de Alice. Com uma vida entediante e solitária, ela se ocupa com as fofocas que sua agência de relacionamentos proporciona. Ao mesmo tempo que senti pena, também senti raiva dela. Pena por ela ter 51 anos e ser sozinha no mundo, não ter amigos ou um namorado. E raiva por ser uma escrota sem limites. Ela se irrita pelo simples fato de Alice existir e ser melhor que ela como casamenteira. Apesar da experiência de vida, Audrey se mostra sem faro algum para juntar casais, é revoltante tamanha poupa injustificada.
O baile da Associação das Agências de Relacionamento cruzará a vida de Alice e Audrey de uma forma inesperada. O misterioso e recluso marido de Audrey, que só dá as caras uma vez ao ano, defenderá Alice de ser ridicularizada no evento. A partir daqui, uma série de revelações sobre ele e Audrey espantará os leitores menos atentos. Audrey perde cada vez mais razão ao passar dos capítulos. Apesar de ser uma viciada em romance, Alice não saberá lidar com as complicações de um amor real.
Entre segredos, fofocas e encontros amorosos, a disputa entre as agências de relacionamento rendem boas reviravoltas na trama. A busca pessoal de cada protagonista por um par perfeito é recheada de medos e riscos. As surpresas ficam por conta das sacadas rápidas e referências inteligentes que a autora insere nos diálogos. É o que sempre digo, Chic Lit é aquele gênero maravilhoso que sempre vai me render leituras rápidas e alguns sorrisos.
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