@estantedajulia 17/12/2016Meu nome é Enzo. E esta é a minha história
O melhor livro que já li em toda a minha vida.
Começo escrevendo essa resenha com os olhos inchados e úmidos, a cabeça doendo e latejando. Os claros sintomas de muitas lágrimas derramadas. Isso significa que o livro teve um final triste? Posso afirmar que o destino da história já era de conhecimento nas primeiras páginas.
“Os gestos são tudo que eu tenho; às vezes precisam ser de natureza ampla. E, apesar de passarem dos limites em algumas ocasiões e parecerem melodramáticos, são o que tenho para me comunicar claramente.”
O livro começa com Enzo, o cachorro, narrando o trecho acima seguido de uma explicação do porque de cachorros não poderem falar. A língua comprida é a culpada. O primeiro capítulo nos apresenta um Enzo fraco e velho, deitado em um poça da própria urina esperando seu dono chegar.
Os capítulos que seguem irão contar o passado, desde a chegada de Denny na vida do cachorro, ou vice e versa, até a visita e mudança de Eve para o apartamento, e por fim, a chegada do bebê Zöe. Enzo irá recapitular a sua vida.
Denny é o melhor dono possível e piloto de fórmula 1 por paixão. Eve aos poucos foi ganhando o seu coração. Zöe a quem nunca fez mal e que amava e protegia com todo o seu ser. Uma história linda, cheia de dificuldades, mas Enzo encarrega-se de nos mostrar que sempre há uma saída, que não devemos desistir na primeira curva.
O livro aborda Ayrton Senna inúmeras vezes, muitas referências a fórmula 1, esporte esse que sempre gostei desde criança, mas se não for o seu caso fique tranquilo. O autor soube explicar tudo bem direitinho, com uma escrita leve e simples. Você começa um parágrafo e quando percebe terminou cinco capítulos. A história é muito envolvente e Garth Stein soube conduzir maravilhosamente bem. Vemos a vida real comparada a uma corrida de carros de forma espetacular e real.
Uma velha amiga sempre me indicou este livro e finalmente tive a oportunidade de pegá-lo emprestado na biblioteca. Que sorte! Temos aqui o meu livro favorito. Desbancou todos os outros que ocupavam esta lista. Foi rápido para o pódio, primeiro lugar. A mensagem que ele nos passa é linda. O fato de Enzo ser o narrador, contar a história, torna tudo mais lindo. A visão da vida por um cachorro. O nosso melhor amigo.
“Uma vez eu vi um documentário. Falava dos cães na Mongólia. Dizem que a encarnação seguinte do cachorro – um cão que esta pronto para deixar suas qualidades de cachorro para trás – é como homem... Mas, havia outra coisa... Quando um cachorro morre, sua alma é libertada para correr até que esteja pronto para renascer. Eu lembro.
Quando eu renascer como homem, vou encontrar Denny. Vou encontrar Zöe. Vou andar até eles e cumprimentá-los com um aperto de mão e dizer “Enzo mandou um oi”. Eles vão ver.”
Recadinho a mais:
Sou o tipo de pessoa que ama cachorros. Não consigo ver um na rua e não dar carinho, um pouco de atenção. Acho que em outra vida devo ter sido um cachorro, há grandes chances. Durante e após terminar a leitura meu amor por esses seres só aumentou. O carinho e amor com os meus está gigantesco.
Temos que ter respeito e afeto por eles, não só cachorros, mas todos. Não é porque eles não podem falar, andar, se movimentar como nós que são inferiores. Esse papo de serem irracionais para mim não cola. Falam isso porque ainda não viram o meu cachorro. Já pararam para pensar que nós podemos ser os irracionais por não compreender eles? Fica a reflexão.
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