Lu Farias 20/04/2013Chuva e lágrimas. Ok, precisei de algumas horas pra assimilar a coisa toda, ultimamente tem acontecido muito isso, termino de ler e imediatamente começo a ruminar sobre a coisa toda. Não sei porque, mas alguns livros levam um tempo bastante longo para serem digeridos e esse foi um desses livros "exaustivos" pra se digerir.
Enzo é um cachorrinho encantador, que me arrancou algumas lágrimas minhas já nas primeiras páginas, começar morrendo é sem duvida um jeito muito triste de se começar, mas com o tempo acabei aceitando junto com Enzo que tudo tem um fim, entendendo o desejo dele de voltar no corpo de um homem, mesmo não acreditando em ressurreição. E é esse cachorrinho encantador que conta a história de Denny, Zöe e Eve, uma história com final feliz e sem muitas surpresas, mas que é contada de um jeito muito bonito e de forma bastante sincera, talvez sincera até demais rs.
Uma das coisas que me agradaram no livro foi o fato de que o autor deixou bem claro que Enzo era apenas um cachorro, que ele na maior parte do tempo não participou das conversas, audiências e viagens, deixou bem claro que a maior parte daquilo era a imaginação de Enzo, ou a capacidade de ligar os pontos e isso transmitiu um ar ainda mais sincero ao livro e ao animal, senti que ele era quase real, talvez um pouco humano demais, mas bastante real ao seu modo e fiel aos seus instintos.
O livro tem muitos pontos fortes e inclusive os capítulos onde só eram contados detalhes sobre a Formula 1, ou sobre pilotos, ou sobre conselhos que os pilotos seguem, não foram realmente cansativos e me ensinaram uma porção de coisas realmente interessantes, isso sem contar as inúmeras vezes que Ayrton Senna é citado, trazendo o livro para ainda mais próximo da realidade de uma brasileira que pouco sabe sobre pilotos e sobre suas corridas, mas que não é indiferente a esse nome.
O livro para mim foi 5 estrelas, pois desde HP 7 eu não chorava tanto e me identificava tanto com uma história. Adoraria que fosse realmente verdade que os cachorros que partem prontos e com o desejo de voltar, renasçam realmente como humanos, assim como Enzo assistiu no documentário feito sobre cachorros na Mongólia, adoraria pois assim teríamos homens e mulheres mais tolerantes e fiéis de um jeito que só os cachorros podem ser.