mwnuzitta 08/04/2022
"Precisa parar de fingir que não é perigosa."
-Essa frase do Kenji descreve muito bem o que tenho a falar sobre a Julliette.
Antes de tudo, queria dizer que essa provavelmente será uma das minhas últimas resenhas sem spoilers desta saga, agora que já estou mais familiarizada com o universo irei falar tudo aqui, e pra não ficar repetitivo e superficial, é a última vez. (Vai ficar uma resenha estilo bíblia kksjkksk)
O começo desse livro não foi tudo isso, senti bastante parado e só veio realmente me prender dos 50% em diante. E com toda certeza o drama entre Juliette e Adam não ajudou nadinha, simplesmente insuportável. Um dos pontos mais altos foi com toda certeza Warnette começando a acontecer, a autora realmente sabe o que está fazendo diante desse romance, é magnífico.
Kenji Kishimoto sem sombra de dúvidas foi uma estrela neste livro, abriu o olho da Ju e falou tudo que ela precisava escutar, mostrado que ficar isolada, se reprimir e ser uma garotinha triste e deplorável não ajudaria em nada e que muitos ao seu redor estavam na mesma ou pior do que a situação da própria. Kenji falou certo e falou lindo, mostrando a Julliette que não são apenas seus problemas que estão em jogo. Simplesmente O cara.
Continuando nesse ponto, queria dizer que a Julliette conseguiu me tirar um pouco da paciência com sua relutância em não acreditar na sua capacidade continuar com uma péssima imagem de si própria, ainda assim é compreensível.
Mas... O que uma "susto" não faz com alguém não é mesmo? Ainda que tenha sido no último segundo e na última página, ela finalmente se entendeu, finalmente aceitou que é um perigo ambulante, que tem uma força inestimável e que isso é bom, muito bom. Ela se libertou.
Agora me aprofundando mais no tipo de escrita da Tahereh, posso dizer com propriedade que é simplesmente genial. Nos somos imersos na mente da personagem, lendo até mesmos pensamentos que a própria sente repulsa. A escrita contém muito sentimento, é bem descritiva e as vezes nos faz até refletir, é inacreditável pensar que tudo isso saiu da mente de alguém. É milimetricamente maravilhosa e não deixou a desejar, tem boa descrição de lugar, sentimento, personagens etc.
Porém, estou sentido que a Tahereh costuma sempre deixar acabar em um final neutro, o que particularmente não me agrada muito, afinal, deixar uma pitada de "?????" na cabeça do leitor é sempre bom para incentiva-lo a procurar a continuação. Mas, vou relevar esse fato porque ela ainda assim é capaz de nos deixar boquiabertos com revelações que ocorrem ao decorrer do livro.
Falando sobre os personagens; queria dizer que eles são altamente bem trabalhados na medida certa, cativantes e que preenchem pontos da história de acordo com que merece.
(E não que seja uma surpresa, Kenji é o meu favorito.)
Por último, mas não menos importante, gostaria de ressaltar a parte distópica, a qual é maravilhosa. Estou entendendo aos poucos, até porque a própria protagonista não entende tudo ainda, então fica difícil. Mas, mesmo assim consigo dizer que traz uma experiência avassaladora, acarretando em bastante ação e uma grande crítica social que nos faz questionar e refletir.
E, respondendo a mim mesma do passado; Sim. A autora usufruiu bem o que tinha em mãos.
?O inferno está vazio e todos os demônios estão aqui.?