Resenhas - Agenda 21

desto_beßer 08/02/2013

Então este seria o "1984" do novo século, como afirma a propaganda? Pobre de nós que lemos Orwell...


Que fique claro: a premissa é mais do que válida. A sina ambientalista desenfreada e os planos globalistas de entidades como a ONU, quando levados às suas conclusões extremas e totalmente lógicas, levam, sim, a um cenário distópico como o retratado pelo livro. Não há segredo nenhum nisso (inclusive seus proponentes são bem explícitos neste quesito), uma vez que todos estes planejamentos centralizadores visam, justamente, a limitar a liberdade individual em prol de um "bem comum" que sabemos muito bem o que significa.


Há tantas, mas tantas possibilidades de desenvolver uma história rica sobre o totalitarismo benevolente do futuro que a pobreza de "Agenda 21" destaca-se tão rala e insípida quanto um dos "cubos" de alimentação do livro.


Harriet Parke amalgamou em 300 e poucas páginas conceitos exemplares como família, tradição, religião, liberdade, defesa do '2nd Amendment' (hehe) etc, porém faltou o importante elemento da 'história' em sua obra. A descrição da vida supercontrolada é boa e gera certa inquietude. Mas a falta de uma cadeia de eventos, de uma trama decente, incomoda. Talvez seja por gosto, para jogar na face do leitor a sensaboria da vida sob um regime ditatorial. Mas quem tem paciência para uma coisa dessas hoje em dia, sendo que há clássicos muito melhores sobre o assunto (e com mais história saborosamente recheando as folhas)?