Nandearah 22/07/2014
Você lê a sinopse e imagina uma história. Pensa em como é a tal Lorelei, em como age o tal Jack, em como a história termina e em um enredo que acha possível através da leitura da sinopse. Desculpe informar, mas a probabilidade de que tenha, ao menos, beirado a real narrativa é quase nula. Se bem que, justiça seja feita, a sinopse utilizada para descrever a obra deixa o leitor na mão, pois ela fornece pouquíssimos detalhes à cerca do que pode ser encontrado durante a leitura. Mas, caso tenha visto esse livro em algum lugar e queira saber do que ele realmente trata, eu explico.
A narrativa é iniciada com um baile no qual toda a elite da sociedade de Charleston comparece. Nesse baile, Lorelei foi pedida em casamento pelo tenente Justin, que a conhece desde que era menina. Tudo está lindo, até que a presença de um conde mexe com toda a atmosfera do local. O tal conde, entretanto, era o pirata Jack Rhys disfarçado. Mal chega ao baile, ele depara-se com Lorelei e algo na moça o encanta ao ponto de ele pedir, diante do atual noivo da mulher, que ela o conceda uma dança. Dança que, aliás, não foi bailada até o fim, pois o pirata, digo, o conde Arnaulf Hapsburg, saiu do baile, deixando a moça sozinha no meio da pista de dança.
A emoção quanto à presença de um pirata na história? Ah, ela chegou exatamente no dia seguinte ao baile. Justin havia pedido a sua noiva que o ajudasse em um plano para capturar o Terrível Jack Rhys. Lorelei, sedenta por aventuras como ela só, havia aceitado o convite sem nem pestanejar. E assim foi: Lorelei, Justin e mais alguns companheiros do noivo da moça dirigiram-se para um bar e ficaram a espera do pirata. A mulher estava disfarçada de garçonete, o que resultou em problemas, claro. Bonita e no meio de marmanjos... Óbvio que não daria outra.
Um bêbado agarrou-a e, apesar de ter garantido que prezaria por sua segurança, Justin não ajudou a moça a se safar dos braços que a estavam agarrando. Quem o faz? Jack. Mas o pirata estava sem os trajes de conde, sem os modos de conde e jurava que isso seria o suficiente para que passasse despercebido por entre as pessoas comuns. Mas a Srta. Dupree não é uma pessoa comum e logo o reconheceu, delatando-o ao seu noivo que - como boa pessoa comum que era - duvidou da observação feita por sua noiva. O pirata, ciente que aquela moça era a que havia dançado com ele na noite anterior, teve o seu desejo novamente atiçado e, para provar ao querido Justin que ele era, sim, um pirata - e dos bons - raptou-a para si.
"Nossa, mas o que tem de tão diferente nessa história?". (Além de tudo?) Eu te digo: quebra de esteriótipos. Lorelei não precisa de um homem lhe dizendo o que e como fazer, pensar e agir, ela o faz por si só e faz muito bem. Jack, apesar da visão enraizada de como seja um pirata, é instruído, culto, educado e trata seus tripulantes como se fossem família. Isso foi uma surpresa tão boa na leitura - ao menos pra mim, que amo personagens diferentes do habitual - que eu passei a amar o livro no meio do caminho. Sabe quando você ama algo ao ponto de lhe parecer impossível que não a ame mais, independente do que aconteça? Foi isso o que aconteceu. E ainda bem que depositei minhas expectativas no lugar certo porque em momento algum me decepcionei.
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