Aline Marques 26/01/2021Como água com açúcar, talvez... [ IG @ousejalivros ]O aprendizado vem com o tempo ou surge a partir de acontecimentos? Buscamos por mudanças ou apenas nos colocamos em seu caminho?
Independente das respostas que mais se aproximem de sua realidade, talvez o fato de histórias serem escolas possa ser algo que todes tenhamos em comum. E é através da narrativa misteriosa de "Como Água de Chuva", que leitories irão se aproximar o suficiente da rotina de Ella e Solly, para aprenderem um pouco mais sobre a liberdade usurpada pelo preconceito e as vidas ceifadas em seu encalço.
A seca e a depressão econômica também farão parte da trama, construída na década de 30 do sul dos Estados Unidos. É ali que Ella administra a sua pensão com precisão, mantendo seu filho Solly longe de olhares julgadores e irá se deparar com escolhas que nada tem a ver com o destino, mas, que poderão transformar o seu futuro e muito mais. São tais surpresas que manterão os fãs dos suspenses da autora intrigades com o livro, apesar de seu romance clichê que, terá a previsibilidade como aliada, ao ceder destaque para as importantes questões sociais abordadas no decorrer das páginas.
A tensão causada pela perspectiva de que pessoas negras e com deficiência dependem da compaixão de terceires para ocuparem lugares dentro de suas comunidades, sendo tratadas como problemas a serem solucionados, apesar de bem intencionada, sendo capaz de gerar reflexões essenciais, não foi bem desenvolvida e dependerá, mais do que o esperado, da bagagem de cada ume.
Portanto, finalizo este texto com a afirmativa de que lutas dependem de mais do que amor e esperança para acontecerem, e que somos todes capazes de transformar o espaço que ocupamos. Mesmo nos dias mais chuvosos.
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Tradução de Maria Clara de Biase
TW: capacitismo, sexismo, racismo, assédio e violência contra pessoas e animais.