João Miguel

João Miguel Rachel de Queiroz




Resenhas - João Miguel


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Lucas.Batista 24/04/2021

Rachel é Rachel.
Narrativa curta. Sucinta.
A diferença que sentimos quando lemos uma escritora do calibre de Rachel de Queiroz, para quando lemos um Torto Arado, por exemplo, é nítida.
Aqui encontramos um agreste pobre, triste e, acima de tudo, crível.
As denuncias e críticas sociais são tão fortes quanto qualquer narrativa nova, porém aqui você enxerga também a humanidade desses personagens. Eles possuem erros e acertos. Erros que, muitas vezes não são desculpáveis por sua condição social.
E a narrativa de Rachel é chover no molhado. Sublime. Regionalista no ponto certo. Te insere em uma conversa nordestina, mas sem utilizar-se de tanto regionalismo que acaba por excluir a compreensão do leitor de fora.
A é, e a história? João Miguel, logo na primeira página, fica "de fogo" e mata um homem num pagode. A novela se passa então dentro da cadeia, acompanhando as reflexões dele e de seus companheiros. Personagens muito bons e que mostram a maestria dessa escritora, pois ela, em menos de 150 páginas, constrói personagens profundos.
Ótimo livrinho, para ler numa sentada.
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Laudiceia.Penafort 20/05/2024

Uma história comovente que nos faz refletir a vida do povo pobre, do sistema prisional. O personagem principal, João Miguel, foi preso por matar, com um golpe de faca, um homem comum, durante uma festa, quando estavam bêbados. Passou dois anos na prisão até ir a julgamento. Nesse período, ele reflete, sobretudo no último capítulo, em como será a vida, sem casa, sem emprego, sem família, ou seja, na árdua missão que é recomeçar a vida, se a vida lhe der chance de recomeço.
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Hono 15/08/2023

Above the Mother Earth
Gostei. Um livretinho rico em questões, ótima leitura de verão. Sobre temas do profano ou juízos divinos. Rachel de Queiroz consegue transitar muito bem (para o segundo livro publicado da vida dela). Uma boa inspiração para a obra que tô tentando juntar em palavras.
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voandocomlivros 27/09/2022

〰 "A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo não ser, como o espaço, uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e mar.

Afinal, quem se pode manter, num espelho, uma imagem que fugiu?"


"João Miguel" é aquele livro que começa quietinho, bem de mansinho, e quando a gente menos espera, ganha uma proporção gigante.


Foi meu primeiro contato com a escrita da Rachel de Queiroz e eu só sabia ficar encantada com tamanha delicadeza em transmitir suas mensagens. Uma prosa regionalista cheia de oralidade agradável.


O protagonista do livro dá título a obra, "João Miguel" trata a história desse homem de vida simples, humilde, um homem comum, que em um dia de samba, fica bêbado e acaba por tirar a vida de outro homem. Como consequência, João Miguel vai para a cadeia.


〰 "Mas o pior desta vida não é a gente viver só não, dona... Em qualquer parte se acha companhia. O pior é a gente saber que não presta pra nada no mundo, que só serve pra andar se alugando, de patrão em patrão, feito burro de frente."




Quase 100% do livro se passa na cadeia. A Rachel consegue trazer a perspectiva da vida de um preso. Mas a obra não é apenas isso, de maneira muito singela, a autora construiu várias camadas significativas que propõem, ao leitor, inúmeros questionamentos e reflexões. João passa a se autoanalisar, e essa visão interna constratando com a externa fazem borbulhar nossos pensamentos.


Outra questão proposta nesse romance que também pode ser nomeado como social é como a justiça funciona de forma diferente para os ricos e os pobres.


"João Miguel" foi publicado pela primeira vez em 1932, mas que ainda hoje grita por atenção ao sistema carcerário brasileiro.


Eu não sabia muito o que esperar do desfecho, mas confesso que a surpresa foi muito positiva. Esse livro/protesto me fisgou e agora eu só desejo ter oportunidade de ler outras obras da autora.


Você já leu Rachel de Queiroz?

site: https://www.voandocomlivros.com/post/jo%C3%A3o-miguel-resenha
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Rafael1906 19/05/2024

Vocês só matam por três coisas: terra, cachaça, mulher...
Esta é mais uma obra grandiosa da eterna Rachel de Queiroz. João Miguel, sertanejo que se vê, depois de matar um homem, preso e desonrado em todos os aspectos masculinos, curte anos de prisão até ser levado a júri por seu crime. Durante esses anos, ele recebe apoio de Santa, sua amasia, de Zé, o santeiro que está preso por homicídio também, algumas mulheres que estão pagando suas penas e, logo mais, por Angélica, filha de um coronel do lugarejo.
O livro conta todo esse caminho e todos os personagens que passam por ele durante a prisão de João, as injustiças sociais, as tramóias, as traições, as religiosidades de um sertão que ainda é tão atual e vivo.
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@Matcholo 14/03/2024

Rachel dispensa comentários meus amigos, vocês sabem que sou fã de carteirinha e João Miguel foi mais um grata surpresa, acompanhar o dia a dia do protagonista preso por matar um cabra a facadas se torna por demais interessante na narrativa da autoral, com um final lindo de doer, mais um que entra na minha lista de favoritos, LEIAM RACHEL DE QUEIROZ, recomendo fortemente.
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Rae 12/02/2022

Interessante, porém repetitivo.
Digamos que esta seja uma leitura para quem gosta de livros mais simples em entendimento. O enredo se passa sempre em um mesmo local, sob a perspectiva de um observador-narrador quase que por inteiro. Há um aprofundamento psicológico do protagonista, o que permite o entendimento sobre a questão desenvolvida no enredo de uma forma mais justa. O livro é bom se você pretende usar como repertório para redações, por exemplo, pois retrata de uma outra perspectiva, as angústias e mazelas de quem vive a realidade do cárcere. Talvez seja um ponto de partida pra quem tem resistência sobre essa temática. Aconselho a dar uma chance para além das primeiras páginas, e que se permita vivenciar uma experiência de imersão durante a leitura, porque essa é acima de tudo, uma leitura sensorial.
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Tiago 18/02/2023

Rachel de Queiroz e a psicologia do preso
"João Miguel" conta a história do protagonista que dá nome ao romance logo após ele ser preso por assassinato e durante o tempo que passa na prisão. O livro começa exatamente com a cena do assassinato, onde João Miguel, completamente bêbado, se desentende por um motivo fútil com a vítima. Ele é imediatamente preso e é levado ao estabelecimento prisional da cidade, onde irá aguardar o julgamento.

A forma como Rachel de Queiroz conta o tempo que João Miguel passa na prisão é fascinante. Ela consegue explorar muito bem a psicologia do preso sob várias dimensões. Temos o abandono e equecimento paulatino por parte das pessoas que estão do lado de fora bem destacado nesta passagem: "A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo não ser, como o espaço, uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e mar." .

Observamos também como se dá a criação de novas relações dentro da cadeia (tanto com os funcionários quanto com outros presos), os momentos de solidão onde o preso muitas vezes "analisa" o próprio crime e, também, como o trabalho na cadeia é uma via de escape dos maus pensamentos.

Alguns diálogos do livro tem reflexões bastante interessantes, principalmente se a pena de prisão é realmente a forma mais adequada para um criminoso pagar pelo seu crime: " Me diga, Seu João, me diga, pelo amor de Deus, qual pode ser a vantagem para esse homem que morreu, e para o povo do Riaçhão, em me botarem apodrecendo aqui neste chiqueiro, meus filhos morrendo de fome, minha mulher se acabando para arranjar um cozinhado de feijão ou uma cuia de farinha? Por aquele infeliz ter ido para debaixo do chão valia a pena se fazer essa desgraça toda a tanta gente?"

Mais um grande trabalho de Rachel de Queiroz. Este é o segundo livro que li da autora e mais uma vez gostei bastante do seu estilo de escrita.
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Camila 11/03/2015

João Miguel
João Miguel cometeu um crime ele fura um homem com uma faca,depois de uma discussão no bar.ele tentar escapar mais os saldados pegar ele,Santa a mulher de João Miguel vai visita ele na cadeia,e diz que vai arruma um advogado para tira ele da cadeia.ele conhecer um tal de Zé Milagreiro,que vai ser seu companheiro de sela.Santa trair João Miguel e deixa ele,e tem um caso com o cabo Salu.Com um ano depois João Miguel vai a julgamento,Santa desconsolada por ter perdido o filho ao nascer não consegue presta depoimento e vai embora,o juiz da a sentença final e João Miguel e solto.
Carlos.Roque 11/09/2017minha estante
spoiler total!




Cyntia Bandeira 06/05/2015

O livro é de leitura fácil. Gostei.
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Na Literatura Selvagem 19/11/2016

As agruras de um homem encarcerado... João Miguel, de Rachel de Queiroz...
Tive contato com a escrita de Rachel de Queiroz uns anos atrás, quando me deleitei com a leitura de O Quinze, um de seus títulos mais famosos... Recentemente ganhei de um amigo o livro João Miguel, e resolvi me entregar a leitura sem saber muito da história... Mas se tratando de Rachel, já previ uma narrativa intensa e fluida...

João Miguel se envolve numa briga e o resultado dela é a prisão, depois de ter matado seu oponente... Houve um crime num ambiente ruralista e o drama surge daí. João precisa aprender a lidar bem com seu tempo na cadeia, a preencher as horas ociosas, e vendo seu relacionamento com Santa ir minguando com o decorrer dos meses...

leia mais em

site: http://torporniilista.blogspot.com.br/2016/11/as-agruras-de-um-homem-encarcerado-joao.html
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Raquel Lima 10/09/2017

Liberdade ?
Como O Quinze , um encanto de literatura regionalista. A simplicidade bruta que tem sua poesia no rude , no sofrimento sem esperança .
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Dayana116 13/01/2018

Ler Rachel de Queiroz sempre me traz a sensação de encontrar velhos conhecidos. O lugar da minha infância, mesmo quando as personagens são tão diferentes de mim parece que já ouvi falar daquele tipo em uma era remota. Talvez por isso sinta tanta afeição pelas suas narrativas.

João Miguel, personagem que dá título ao livro, é um homem comum que sob embriaguez cometeu um crime. Um homicídio. E por causa deste ato de insensatez ébria acaba preso. E a partir daí o cenário da narrativa é o cárcere. Um cárcere bem peculiar, só possível no interior de uma cidadezinha nordestina dos anos 30, onde os presos transitam com certa liberdade dentro das dependências da cadeia, a exceção de João Miguel que ainda não foi para o sumário (ou seja, não foi julgado e sentenciado) e permanece trancado.

Os presos, “livres” na cadeia, mas aferrados ao compromisso resignado de cumprir sua sentença, parecem submetidos a uma Lei moral ou apáticos demais para fugir. Por exemplo, quando João Miguel, recém-chegado, questiona a outro preso, Zé Milagreiro, o porquê de um terceiro preso não fugir visto que vive uma espécie de regime semiaberto, Milagreiro responde: “Pra quê? Onde é que, fugindo, se escondendo, ele podia viver melhor do que aqui? Só tem mesmo essa obrigaçãozinha de vir dormir na cadeia”.


Em “João Miguel” Rachel introduz uma breve discussão sobre o sistema penitenciário, sobre sua validade e capacidade, ou não, de recuperação; discussão que me pareceu o mais relevante deste livro. No entanto, as personagens, apesar de aceitarem a pena resignadas, pareciam não sentir nenhum remorso pelo assassinato cometido, o que me causou certo estranhamento.
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Clau 26/03/2021

Drama da prisão. Traição. Investigação psicológica. Romance social.
João Miguel é o personagem principal do livro: um homem simples e comum que foi preso em flagrante por ter cometido um crime por ele não planejado. A tomada de consciência do preso, sua angústia e tensões vividas na prisão são o foco da narrativa. O enredo do romance se passa no interior do Ceará, traz muito da cultura e registros típicos da linguagem do povo nordestino. Vale a pena ler.
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