Maurício C Jr. 26/05/2020Ninguém é o que parece serTenho vivido muitos anos colocando Morte Súbita como próxima leitura, o que nunca ocorreu. Nove após o lançamento do primeiro livro adulto da autora de Harry Potter, eu finalmente venho a saber sobre o que se trata a vida dos moradores do vilarejo de Pagford.
Quando Barry Fairbrother, o sujeito mais integro da cidade, e presidente do conselho local, tem uma morte súbita, todos em volta ficam em choque. Amando ou odiando Barry, foi difícil para os moradores da cidade lidarem com a ausência do homem. Os que amavam Barry, ficam devastados, e os que odeiam, se preparam para a guerra pra preencher o cargo vago por ele. Obviamente, a guerra que começa fria, com cada um jogando silenciosamente do seu lado, toma proporções maiores quando um fantasma do Barry decide aparecer na cidade (de uma forma inusitada, pegando todos de surpresa).
Li muitas críticas a respeito da obra, e é um daqueles clássicos de ame ou odeie. Particularmente, eu fiquei no meio termo, mas para o lado negativo. A narração da J.K é fantástica, porém, o livro é muito lento. As coisas só começam andar lá pro final, então, é preciso ter fôlego pra chegar até lá. Apesar de ser interessante, é também um pouco desanimador você não se identificar com nenhum personagem porque todos são podres. Você tenta torcer pra alguém, mas na página seguinte é inevitável mudar de ideia.
Um exemplo claro é a personagem Krystal. Uma garota de 16 anos, com uma força incrível, que vive o pão que o diabo passou com a mãe, com baixa autoestima, mas que toma certas atitudes sem defesa. É uma besteira seguida da outra. O mesmo vale pelo Andrew. Podia crescer muito, mas é inerte a tudo que acontece ao seu lado.
Morte Súbita tem sete tramas paralelas que, depois de muita enrolação, se encontram em um final surpreendente e agridoce. Poético, mas extremamente triste. Apesar de um vilarejo acolhedor, com belas paisagens e moradores hospitaleiros, aqui não tem final feliz.