Matheus Braga 10/11/2012Diablo III: A Ordem - Nate Kenyon Hey pessoal, tudo bem?
Por mais que eu ame o jogo, infelizmente o autor não foi feliz ao fazer a adaptação dessa franquia que rendeu milhões de dólares e angariou milhares de fãs ao redor de todo o mundo. O publico alvo do livro foram apenas aqueles que já jogaram o jogo, ou seja, quem não jogou ficará perdido em face ao amontoado de referências sobre os acontecimentos dos jogos anteriores ao Diablo III.
O livro conta a história de Deckard Cain, o último membro da Ordem Horadrim, e Léa, uma menina de oito anos que possui um poder muito além do imaginável. Como disse acima, esta obra narra os acontecimentos após a aventura de Diablo I, II e II Expansão, jogos nos quais os três Males Supremos, Diablo, Senhor do Medo, Mefisto, Senhor do Ódio e Baal, Senhor da Destruição, são derrotados e a paz reina em Santuário. Entretanto, o Inferno Ardente ainda cobiça a dominação da Terra e Belial, Senhor das Mentiras, juntamente com o Errante Sombrio, estão se aproveitando do abalo cósmico que Santuário sofreu após a destruição da Pedra do Mundo para conseguir finalmente tomar o poder. O destino da humanidade descansa nos ombros de um do mais sábios homens que já caminhou pela terra e de uma pequena criança, que possui em suas veias o sangue de uma antiga e poderosa linhagem de feiticeiras.
Quando comecei a leitura desta obra eu sinceramente esperava algo que iria me impressionar e fazer pensar durante horas após ler o último capítulo. Contudo, quando cheguei próximo às páginas finais, já estava desesperado para que o livro acabasse pois não aguentava mais as divagações e repetições de ideias presentes em toda a narrativa. Cain não perdia uma única oportunidade sequer de relembrar a todos que um mal diferente de tudo já visto iria acabar com Santuário e que o balanço cósmico que existia entre céu e inferno estava acabando. Sempre que ele começava a falar sobre o assunto eu sentia vontade de largar a leitura de tão saturado que estava o assunto. Era o mesmo que ler o mesmo capítulo inúmeras vezes, mudando apenas algumas falas e lugares. Outra coisa que ficou repetitiva era o remorso que Cain sentia por ter negligenciado, por anos, os ensinamentos Horádricos e ele faz questão de nos lembrar de tal fato a cada 30 páginas. ¬¬
Os personagens são bem trabalhados, mas o foco excessivo em em Deckard é um pouco irritante. Tudo bem que o livro é narrado pelo ponto de vista dele, mas já vi muitos livros narrados em primeira pessoa que o autor consegue trabalhar vários personagens de maneira que nenhum deles fique de fora ou que tenha muito destaque. Tirando esta observação, eu gostei particularmente de Mikulov, o Monge. Achei super interessante a doutrina dos monges e seu estilo de luta corpo-a-corpo. Léa é a tipica criança de 8 anos, chora, fica de birra e tudo mais. Porém, quando ela encarna a bruxa-toda-poderosa-com-olhos-asssassinos-from-the-hell eu senti uma vibe meio Bonnie de Diários do Vampiro quando ela usa magia de sangue e isso foi muito legal. *__*
Também achei alguns errinhos de revisão na obra. Palavras sem acento ou um "e" repetido não são muito comuns durante a leitura, mas isso não apaga o fato de que estão lá.
Em face ao que foi exposto acima, não recomendo a leitura do livro para quem não tem conhecimento do que ocorreu nos jogos uma vez que se você não tiver tal conhecimento poderá ficar perdido ou até mesmo achar que o autor sumiu com alguns trechos da obra. Entretanto, creio que cada um deve formar a própria opinião, por isso fica a critério de cada um se irá ou não ler, já que o fato de eu não gostar não quer dizer que outros também não gostarão.
Abraços,
Matheus Braga - http://vidadeleitor.blogspot.com.br/
@MatheusBragaM