Oliveira 11/07/2013
Blog | Literatura: Um Mundo Para Poucos - Laryssa
Bem pessoas, decidi fazer essa resenha um pouco mais lentamente, curtindo realmente o processo, ou seja, sendo bem solta na escrita, seguindo minhas impressões intercaladas, contando a vocês como foi que descobri e me interessei pelo livro, o processo de leitura e o meus sentimentos com o fim do livro, além de minhas expectativas para o próximo. Então chega de enrolar e vamos logo à resenha :P
Conheci esse livro através do blog De Tudo Um Pouco, da Tata, aquele tipo de pessoa que nunca se manifesta, porém que quando aparece, mostra-se como um raio de sol. Foi lendo a sinopse que logo me apaixonei (sério) pela premissa. Uma garota que acorda no meio da noite sem memória... Toques sobrenaturais... Quem me conhece sabe que o rio de possibilidades que um autor tem com uma base dessas, me é atrativa.
Então, quando fechamos a parceria (a Andie é uma das pessoas mais fofas com quem já falei *-*) e o livro chegou, ignorei o barulho da novela da minha bisa, minha tia avó falando alto e tudo o mais que havia ao redor e comecei a ler.
O livro é narrado em primeira pessoa por Alissa (nem gostei do nome da personagem) e não é poética, nem possui palavras difíceis, mas sim demonstram de maneira prazerosamente densa todos os seus sentimentos e pensamentos de maneira inexoravelmente perfeita, sem mais, do inicio ao fim.
O que me leva a criticar o ritmo da estória. Gostaria de poder contar um pouco do enredo para me expressar melhor, porém acreditem, por ser em 1° pessoa, descobrimos tudo através dos olhos bondosos e confusos da personagem principal, de forma que absolutamente qualquer elemento torna-se spoiler. Então, sem usá-los, tudo o que posso dizer é: o livro começa rápido, um acontecimento atrás do outro, porém após poucas páginas, a monotonia entra em cena e de certa forma faz com que o desinteresse torne-se um amigo da leitura. O enredo segue calmo até suas duzentas páginas aproximadamente, até que de alguma forma tudo tem uma guinada, dúvidas surgem e começa a ação. Sim, o livro que promete sentimentalismo, trás mistério, suspense e ação e num piscar de olhos é possível terminar o livro e se deixar ser levado até o final.
Personagens... Ai dona Andie, porque fizestes isso comigo? É por meio da "pausa" de emoções que Alissa começa a nos apresentar todas as suas qualidades e personagens marcantes, como Jarret e Lidi nos são introduzidos. Em suma, me surpreendi com a maneira como todos são detalhadamente retratados e usados. Cada qual, mesmo que postos em meio à estória para um momento de ação ou de descoberta, tem sua relevância. O fator que fez com que desse a máxima de pontos nesse critério para a avaliação do livro foi que apesar da narrativa autor-personagem, pode sentir empatia pelos outros personagens, quase como se fossem eles a nos transmitir suas vidas e emoções. São alguns dos mais bem trabalhados que já vi, se olharmos pelo quesito sentimental.
A autora criou um universo que se passa na Inglaterra, em meados de 1900. Essa informação é dada um pouco tardiamente, o que faz com que o cenário por você já montado, tenha de ser remodelado. Não é agradável e acredite, pesquisas talvez sejam necessárias, afinal, eu não conseguia entender como alguém podia correr dentro de uma cabine telefônica.
Vamos partir então aos focos do livro. A autora na sinopse promete mistério e magia e cumpre esses quesitos muito bem. O livro possui lobisomens, vampiros (não descaradamente), bruxos e afins (tudo o que eu amo), sendo eles após aquela guinada sobre a qual lhes falei, alvo de destaque. Agora, algo que senti ao ler o livro, foi que ele realmente se alongou em sentimentos. Tudo é muito intenso, todos são bem trabalhados, a autora expõe coisas como preconceito, tabus, honra e os manipula de maneira à sem leves, além de explorar enormemente o romance.
E foi aí que meia estrelinha se perdeu. Alissa, em dado momento, tornasse irritante. Sabe aquelas mocinhas que só vivem em função do mocinho? Ela começa a se tornar umas delas e os melos começam a importunar. Por sorte para minha pessoa, aquele "bum" acontece e ela passa a ser mais centrada e mais racional, fazendo do romance com ---- gracioso, leve e viciante. Seria spoiler citar seu nome, pois a sinopse não indica quem é o homem por quem ela se apaixona e quem é o intrometido. Sim, o deslize foi rápido, porém fez o rumo de meus sentimentos para com a personagem esfriarem e possibilitaram a minha troca de lado no triangulo amoroso, esse muito bem construído, já que por si é vago.
E chegamos aos comentários do fim. Não da resenha, mas do livro. Quando cheguei ás últimas páginas, a estória estava embalada e... Bem, vou narrar a vocês um momento de fã, nada séria, ex-blogueira e simples garota adolescente, ok? Não percam o já precário respeito que têm por mim.
"Enquanto lia os parágrafos antecessores aos últimos, pensava coisas semelhantes a: mas... será... não... ela não... - até que li o último paragrafo do livro, deixei que meus lábios se separam e mentalmente exclamei: o que diabos foi isso? Então, em minha inesperada euforia, saltei da cama que já não me servia de consolo para aquela conclusão tão espantosa e fui como que levada por uma força maior até minha mãe, para lamentosamente indagar: Deixa desabafar? Ela me olha com aquele olhar que só ela tem, provavelmente antevendo meus objetivos e solta um contrariado: Fala. E então lhe sorri e empolgadamente, com lagrimas de euforia nos olhos, lhe contei aquele tão perfeito final, que abrirá tamanhas portas para os futuros livros da série, acabando então, por suspirar com alivio e sentir aquela cocega agradável no peito".
Não posso contar o que a cruel Andie escreveu, porém posso lhes dizer que não esperava pelo que ela fez, pelas perguntas que ela respondeu e pelos caminhos que ela abriu. Foi sublime e reparou tudo o mais que eu havia posto em mente em relação aos personagens.
Já adianto que muitos julgarão este livro como clichê. Não minto, ele possui suas semelhanças com tantos outros do gênero, porém, as leis e regras criadas pela autora para os bruxos, por exemplo, saíram da cabeça dela. O fim foi uma cartada de mestre que apenas ela soube dar. Então, não siga essa linha de pensamento ao ler, não analise as semelhanças, porém sim as diferenças e desfrute.
Em suma, após tudo o que disse, asseguro-lhe, caso você goste de um livro que tenha elementos sobrenaturais, porém que use e abuse de mistérios e sentimentos, "Memórias da Lua Cheia" é o livro certo para você.
site: http://literaturaummundoparapoucos.blogspot.com/2013/07/resenha-memorias-da-lua-cheia-andressa.html