Marcelo Martins 18/12/2020Genial!Obra máxima de Asimov, Fundação é um livro inegavelmente genial. Escrito em 1942, a obra apresenta os ideais visionários do autor, abordando conceitos completamente inimagináveis à época, desenvolvendo uma narrativa de ficção científica original, envolvente, cativante e empolgante.
É muito difícil não admirar os personagens e não se envolver com a história. Durante a leitura, tive vontade de ler mais e mais para saber o que iria ocorrer a cada crise. Crises essas, que são responsáveis pelos ápices e reviravoltas que ocorrem na evolução da história.
Até as contemplarmos, somos apresentados à psicohistória, uma ciência que aparenta combinar elementos de estatística, matemática, história e psicologia para prever o comportamento das massas sociais e, por consequência, determinar o futuro.
Eis que somos apresentados a um império galáctico, constituído por uma humanidade que desenvolveu tecnologia para colonizar a galáxia e povoa centenas de milhares de planetas ultrapassando a casa dos trilhões de seres humanos vivendo neles.
É nesse cenário que a trama se desenrola de forma fenomenal. Um cientista psicohistoriador prevê o colapso do império e traça planos para que a humanidade não caia em uma ruína total de milênios. Após essa previsão, o mesmo cientista prevê que várias crises ocorrerão durante o processo de maturação da Fundação, uma entidade criada para catalogar, organizar e posteriormente disseminar todo o conhecimento humano adquirido ao longo de sua existência.
Com o passar do tempo, percebemos que as crises são superadas pelo intelecto das pessoas que as enfrentam, provando que a sobrevivência não está na força, mas na inteligência. Como bem diz um dos heróis da Fundação: "A violência é o último refúgio dos incompetentes".
Além da crítica à força bruta, às guerras e à tirania, Asimov também desenvolve uma crítica religiosa, através de criação de uma religião científica utilizada para o controle social, ao mesmo tempo que também critica a ciência, uma vez que uma religião baseada em preceitos científicos acaba por se tornar dogmática, gerando conflitos interpretativos entre a ciência pura e a religião criada para esse fim.
Não é por acaso que a trilogia da Fundação recebeu o Prêmio Hugo de melhor ficção científica e fantasia de todos os tempos.
Sem dúvidas, uma das melhores leituras de 2020 para mim, talvez a melhor.
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