Marina Garcia ( 03/04/2013
Resenha: O Rebelde, escrito por Jack Whyte
Publicado no blog: http://falandodelivrosemusica.blogspot.com.br/
Na manhã de 24 de agosto de 1305, na prisão de Smithfield, em Londres, o herói e fora da lei William Wallace esta prestes a ser executado, quando recebe a visita de seu querido primo Jamie, um padre disposto a ouvir sua última confissão. Partindo desse ponto, mergulhamos em uma história recheada de patriotismo sobre uma Escócia que muito pouco nós conhecemos.
"- Você recuou no fim - disse ele - parou por causa de quem eu era, esquecendo o que eu era: seu inimigo. Esse tipo de hesitação pode matá-lo em um combate real. Você precisa aprender uma verdade, William Wallace, então aprenda agora. Em luta corpo a corpo não pode haver posição ou títulos envolvidos. Se você um dia terçar lâminas com qualquer homem seriamente, não importa quem, só pode haver um resultado. Ou você o mata, ou ele o matará. Nunca se esqueça disso." (Página 83)
Os que acompanharam as postagens anteriores do blog, sabem que me apaixonei pela capa do livro desde a primeira vez que coloquei meus olhos nela. Os tons de laranja misturados com o azul, céus... Não descansei enquanto não consegui o livro, esse foi um problema. Não aconselho a ir com muita “sede ao copo” se você esta a espera de sangue e guerra, assim como eu estava. Ainda assim, não tiro os créditos. Deixe-me explicar...
O Rebelde é contado pelo ponto de vista de Jamie Wallace, o primo de Will. Eles conviveram muito tempo de sua infância e adolescência juntos, enfrentaram muitas consequências com a crescente invasão dos ingleses nas terras escocesas, mas em certo ponto da história cada um deles segue seu próprio rumo. Por Jamie escolher seguir a carreira cristã acabamos tendo um contato mais político e histórico, as cenas de ação são poucas.
"- Meu nome é William Wallace, da Escócia, e não me importo com quem sabe disso, então malditos sejam todos. Digam eles para, ao partir, espalhar a notícia do que aconteceu aqui, a vergonha e a desgraça. Digam a eles que a Escócia tem uma voz entre as árvores da floresta de Selkirk. Também digam a eles meu nome, e digam aos ingleses que caso queiram me pegar, estarei aqui esperando. Um fora da lei, sim, mas antes de tudo, um escocês, e pronto para lutar até meu último suspiro." (Página 251)
E ainda apesar disso, por saber muito pouco do assunto, quase nada, e fazer muito tempo que vi o filme Coração Valente, tudo resultou em uma prazerosa surpresa. Não é algo que nos ensinam na escola e o próprio autor fala que a Escócia de hoje é muito diferente daquela que existiu na época de sua Independência. O país sofreu graves consequências com a morte sucessiva dos herdeiros de sua coroa, os ingleses entravam e saiam das terras fazendo barbaridades sem serem punidos.
"- Mostre-me um líder que mereça ser seguido e uma guerra pela qual valha morrer, e eu lutarei. Isso eu juro." (Página 329)
A narrativa de Jack Whyte é bem fluída, nos fazendo passar páginas e páginas sem notar, apenas o personagem em si do narrador não me agradou, senti-me muito pouco conectada a ele. Contudo, sempre que William Wallace entra em cena é impossível você não querer prestar atenção no que ele tem para falar, seus discursos e batalhas são os verdadeiros picos de ação no livro, fazendo com que eu permanece até o fim, sempre ansiando por mais dele.
Aguardo sim pela continuação da, antes Trilogia, agora, Série Corações Valentes que contará sobre outras figuras importantes das guerras de Independência da Escócia: Robert Bruce - o verdadeiro Coração Valente - e Sir James Douglas. Se você gosta de arco e flecha, história, política e um herói digno de ser seguido, quebre o porquinho e tenha na estante O Rebelde. Por hoje é isso meu povo, espero que tenham gostado. Até mais!