Patty Amanajás 24/05/2022
Continente de São Pedro do Rio Grande, Brasil, entre 1835 - 1845.
Na região sul do Brasil está iniciando uma revolução. Um exército de revolucionários se forma. Eles querem uma nova política para os altos preços do charque e o imposto do sal. Eles são contra a tirania do Império e querem a deposição imediata do presidente da província.
O líder dos revolucionários, Bento Gonçalves da Silva, inicia uma guerra contra o Império.
Assim iniciou a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos. Uma longa revolução que durou 10 anos.
Assim inicia também A Casa das Sete Mulheres.
O livro é um romance histórico e conta esse período que aconteceu no Brasil.
Bento Gonçalves, marchou para Porto Alegre e sua família ficou na Estância da Barra. Um local onde eles poderiam ficar seguros e distante de tudo que estava acontecendo.
E aqui conhecemos as sete mulheres. Dona Ana, Dona Antônia, Caetana, Manuela, Rosário, Mariana e Perpétua.
Durante esses longos 10 anos nós acompanhamos, de forma intercalada e em terceira pessoa, trechos da revolução e as tristezas, alegrias, solidão, desejos, paixões, anseios, medo e tédio dessas sete mulheres.
Mesclar esses dois pontos deu uma boa equilibrada na narrativa.
Não irei me estender em falar das personagens e de seus romances ou futuros romances ou imaginários e sonhadores romances. Mas deixo claro que foi tudo muito bem dosado.
Eu já conhecia a história por causa da minissérie da Globo. Gostei demais e ainda tinha muitas lembranças, então de uma certa forma as lembranças foram se conectando com a leitura.
A escrita da autora é bem detalhada e em alguns momentos um pouco cansativa, mas no geral eu gostei bastante.
Além de tudo isso, existe um detalhe que achei um ponto alto. No passar das páginas existem partes de um diário. Trechos do Caderno da Manuela e o ponto de vista dela sobre tudo que acontecia.
E finalizo com uma parte desse caderno:
"Passou-se muito tempo, depois daquilo tudo, e tanta gente morreu, quase todos morreram... Restei eu, como um fantasma, para narrar uma história de heróis, de morte e de amor, numa terra que sempre vivera de heróis, morte e amor. Numa terra de silêncios, onde o brilho das adagas cintilava nas noites de fogueiras. Onde as mulheres teciam seus panos como quem tecia a própria vida."