César L. Gomes 29/11/2013
[RESENHA] AMADA IMORTAL – CATE TIERNAN
Inicialmente quero ressaltar que nunca, nunca mesmo, uma resenha foi tão difícil de ser escrita por mim como desse livro. Não me entendam mal. Não é que o livro seja ruim, ao contrario ele é ótimo e ao mesmo tempo um pouco complexo. E exatamente por esse motivo que me senti meio apreensivo em expressar através de palavras todas as emoções conflitantes que senti durante a leitura. Algumas pessoas sem muita paciência podem vim achar ele meio devagar, com uma escrita meio arrastada ou até mesmo cansativa. Ou ainda queria abandoná-lo logo de primeiro. Porém afirmo que vale muito lê-lo até o final.
Mas sobre o que fala então o livro? A obra tem como protagonista a imortal Nastasya. Não você não leu errado, ela realmente é uma imortal, daquelas que permanecem jovens e lindas para toda eternidade e são completamente difíceis de serem mortos (a não ser que você corte a cabeça e a mantenha distante do corpo). O fato é que ela tem cerca de 460 anos e ao longo desse tempo ela viveu em diversos lugares do globo, utilizando vários nomes diferentes, conhecendo várias pessoas.
Em um determinado momento ela presenciou um dos seus melhores amigos utilizar magia negra para ferir um ser humano mortal. Isso mexe de tal forma com seu psicológico, deixa-a apavorada, que ela decide fugir de Londres e vai para em uma espécie de “Acampamento de reabilitação de Imortais” localizado no interior de Massachusetts, nos Estados Unidos. No entanto, não imaginava que nem mesmo em lugar como esse ela encontraria paz. Entre os serviços designados a ela na Casa e um trabalho de meio expedientes na cidade, Nasty tem que arrumar tempo de lidar com uma súbita atração que ela sentiu pelo misterioso guerreiro imortal nórdico Reyns e tentar descobrir quem estar tentando “matá-la”. Além de descobrir uma forma de controlar suas habilitantes latentes que até ela mesma desconhece.
________________________ Citação _____________
Ninguém sabe, falei para mim mesma de novo. Eu nunca tive que contar para ninguém, e ninguém jamais saberá. Eu era a única pessoa viva que tinha visto aquilo, visto minha mãe e meu irmão matarem um homem, visto a cabeça do meu pai rolar pelo chão. Eu era a única pessoa viva que sabia que era a última sobrevivente da casa do meu pai, que a magick dele estava enterrada em algum lugar bem fundo de mim. Enquanto ninguém soubesse, ninguém viria atrás de mim, ninguém tentaria tirar meu poder à força. Era o meu segredo.
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A primeira vez que ouvi falar da série foi através de uma amiga minha que estava lendo o livro para fazer uma resenha para blog que ela faz parte. Já nos pequenos detalhes que ela relevou a obra já tinha chamado a minha atenção. Porém, não sei o porquê, fiquei adiando a sua leitura. Essa semana tive, finalmente, a oportunidade de por as mãos nela e comecei para lê-lo.
Nastasya (Nasty para os íntimos), ao meu ponto de vista, não faz muito o estereótipos das protagonistas da maioria dos romances sobrenaturais publicados atualmente: indefesa, fraca, desprotegida e dependente e etc. Ao contrario, a personagem é forte, determinada, muitas vezes achei ela meio ousada (o que dava a narrativa uns tons meios irônicos e cômicos) e o melhor de tudo, ela é imortal. O fato é que Nasty tem grandes segredos a esconder, além de ter que lidar uma espécie de poder obscuro que existe dentro de si. Ela também guarda alguns traumas do passado relacionado pelo assassinato de toda sua família durante uma invasão.
A parte romântica da estória fica entre Nasty e Reyn. No entanto vou logo dizendo que se você espera algo mais “caliente” entre os dois vá tirando seu cavalinho da chuva a partir de agora. Porque demora ocorrer algo entre eles. De primeira Nasty constata que realmente sente uma atração muito forte pelo “guerreiro viking”, mas ele sempre a tratava – inexplicavelmente – mal. Depois, durante a leitura, acabamos descobrindo que na verdade a ligação que existe entre eles é muito mais complexa do que se imagina. Por isso que o romance entre esses dois personagens é algo que vai sendo trabalhado pela autora.
Por falar nisso, é bom ressaltar que Cate Tiernan tem um feeling pelo tema literário de feitiçaria – assim como esses que vos escreve – isso fica perceptível ao observar a longa lista de livros publicados pela autora sobre a temática. Além de sua escrita ser simplesmente fantástica e totalmente atrativa. Outro ponto foi que, pelo menos deu a entender, ela fez uma longa pesquisa para compor o cenário da estória, principalmente no quis respeito aos feitiços, aos acontecimentos e as lendas de origens saxônicas. O que realmente me chamou a atenção foi a sua definição de magia, ou magick, utilizado na obra pela autora. O que realmente achei muito criativa.
Em relação à estrutura do livro, só tem que reclamar um pouco do tamanho da letra. Achei um pouco pequena, mas nada que atrapalhasse a minha leitura. A editora optou por publicar a edição brasileira do livro com a capa britânica, que achei linda e bem atrativa. A revisão e a tradução do livro estão simplesmente impecáveis.
Particularmente eu amei o livro, o final deixa um gostinho de quero mais. Por isso acho que ele merece cinco estrelas. E sim eu o recomendo. Principalmente para todos os leitores apaixonados que gostam de um bom romance sobrenatural, de literatura fantástica, de um bom mistério. Vale lembrar que a série atualmente conta com cerca de três livros e o seu segundo volume, “Darknest Fall”, foi recentemente publicado no Brasil com o titulo de “Cair nas Trevas”. Bom, eu estou simplesmente ansioso para lê-lo.