Thiago Rapsys 26/08/2012Uma poderosa sociedade secreta de imortaisVocê provavelmente não entendeu o que eu quis dizer no título. Estou falando do livro Amada imortal, da autora estreante aqui no Brasil, Cate Tiernan. Traduzido e publicado em território brasileiro através da editora Galera Record.
Tente imaginar uma sociedade de pessoas imortais, com dons poderosos milenares e que vive normalmente pelo mundo a fora. São milionários, visionários, empresários, donos de famílias, donas de casa e muitas outras profissões que eles se ocupam, para passar o seu eterno tempo. Sempre inventando desculpas e mortes falsas para as vidas amigas passageiras de sua existência. Esta sociedade de seres humanos imortais, ninguém tem conhecimento. São secretos até que um imortal seja identificado como um, través de outro da mesma "raça".
Nasty, apelido de Nastasya, nome atual de uma das pertencentes dessa "maldição", é uma viajante baladeira. No meio de tantas "vidas já vividas" desde 1551 (ano de seu nascimento), ela se perde no meio de suas emoções, seus pensamentos, seu bloqueio mental do passado. No meio de um dos seus momentos de culpa, ela se recorda de uma recomendação de outra imortal, e de repente some do mapa numa cidade do interior de Massachusetts. Em Rider's Edge, uma pousada para imortais rebeldes, Nasty conhece várias outras pessoas, estuda o seu poder, ajuda - obrigatoriamente - nas tarefas domésticas, ocupa-se em uma farmácia e faz amizade com mortais (na qual não se orgulha muito disso, por saber que, uma hora ou outra, eles irão morrer e ela continuará na sua perpétua e sem fim vida na Terra).
Um dos imortais que ela conhece é o Reyn. Sujeito oculto e indeterminado (Pasquale Mode On), de características nórdicas, chamado de um modo cômico de "Deus Sol". River, a dona da pousada (ou hotel, albergue... enfim! Uma moradia), é - de longe - a mais velha de todos, e uma das que mais tem conhecimento de magick (a magia própria dos imortais).
Um dos motivos principais de Nastasya ir para River's Edge é: fugir dos seus amigos imortais, cujas atitudes ela vem notando não ser condizente com a sua característica. De um jeito irresponsável, Incy (o melhor amigo, o mais antigo e inseparável) quebra a coluna de um taxista por pura zoação. E logo depois, todos, estão numa boate mais próxima bebendo e festejando. Momento esse que Nastasya se culpa profundamente.
Falando um pouco sobre as partes técnicas, tenho muitas boas notícias! A escrita, a narração, a leitura... TUDO é muito bom de se ler! A leitura flui e você nem nota. Ela utiliza da metalinguagem (quando o autor conversa com o leitor) em vários momentos, deixando tudo mais engraçado e divertido. O interessante é que ela soube escrever colocando tudo no seu devido lugar. Não fiquei confuso no início, nem no meio, e nem no final. Por ser uma trilogia, já esperava um final típico de séries. A capa, de textura aveludada e com verniz localizando na roseira, é uma das mais bonitas (muito mais do que a original) e a diagramação das páginas permite uma leitura rápida de cada capítulo. A leitura do livro está recomendada!
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