Ausência

Ausência Flavia Cristina Simonelli




Resenhas - Ausência


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Carla Brandão 16/04/2013

Esse livro me chamou a atenção desde a primeira vez que o vi por todo seu conjunto: título, capa e sinopse. A Flavia me enviou e, assim que recebi, parei outras leituras para me dedicar a ele. E não me arrependi.

O livro mexeu comigo desde as primeiras páginas. Ervin dedicou toda a sua vida ao seu trabalho, construiu uma carreira acadêmica brilhante e era admirado por alunos e colegas. É triste acompanhar a evolução de sua doença e vê-lo pouco a pouco perder as lembranças de tudo que foi e de tudo que construiu. Ainda lúcido, sente-se envergonhado de seus esquecimentos, das vezes em que se perde no bairro onde mora há anos e da necessidade de ser ajudado por outras pessoas. Antes de ser diagnosticado, precisa lidar com a incompreensão da esposa que irrita-se por precisar repetir e explicar as coisas várias vezes. Natasha, a filha divorciada que volta a morar com os pais, sofre ao perceber que está perdendo o pai pouco a pouco, já que chega um momento em que ele nem a reconhece mais.

Daniel é o médico responsável por cuidar de Ervin e seu tratamento traz lembranças dolorosas a respeito da avó, também acometida pelo Alzheimer quando ele ainda era criança. Casado há 17 anos, sua vida conjugal há tempos caiu na rotina. Quando conhece Natasha, sente por ela uma forte atração que pode pôr em risco seu casamento.

A ausência do título está presente na vida de todos os personagens. A ausência provocada pelo Alzheimer, que faz com que pouco a pouco Ervin se ausente de si mesmo, de seu lugar de pai, de marido, de professor respeitado; a ausência do médico Daniel em sua vida conjugal e familiar e, posteriormente, na vida de Natasha. Ironicamente, é essa última ausência que definirá os rumos do triângulo amoroso, num final que me agradou bastante.

Recomendo muito a leitura! O livro é muito bem escrito e os diálogos entre os personagens, principalmente Daniel e Natasha, são inteligentes e cheios de reflexões. De um jeito tocante e delicado, podemos conhecer um pouco mais sobre essa doença tão cruel, cujas consequências afetam tanto o paciente como aqueles que convivem com ele.

http://www.blog-entre-aspas.blogspot.com.br/
Flavia Cristina 20/07/2013minha estante
Oi, Carla! Coloquei um trecho da resenha na página de Ausência. Bjs! https://www.facebook.com/LivroAusencia




Andressa1202 11/12/2012

Daniel é um ótimo neuropsiquiatra que possui uma vida estável ao lado da mulher Michele e dos dois filhos. Ervin de Apolinário é um professor renomado que, quando percebeu, já estava sendo aposentado por apresentar uma doença degenerativa: O Alzheimer. Daniel poderia ter o encaminhado para outro médico, mas acabou se deixando levar, mergulhando no passado e relembrando de tudo o que sofreu quando perdeu sua avó para a mesma doença.

No início nós somos apresentados ao Ervin, que está tendo alguns esquecimentos, e sempre nas horas erradas. O primeiro que nós percebemos é em uma palestra que ele deveria dar, mas que não se lembrava direito das palavras. Mas a idade é assim mesmo, faz a pessoa se confundir. O problema é que, além da confusão, Ervin começou a esquecer o portão aberto, o caminho da padaria, para que se usa uma xícara e até mesmo o caminho de casa. Ser diagnosticado com Alzheimer trouxe grande tristeza para sua família e amigos, mas também para Daniel, o médico.

Não há como não ficar emocionado com uma das poucas conversas lúcidas que Ervin teve com Daniel após saber da doença. Ele, um homem com tanto conhecimento, que ensinou tantas pessoas durante sua vida, passou a esquecer de tudo, até mesmo de quem é.

- O que mais?
- Perda das funções de linguagem e alterações de comportamento.
- Por isso, sinto que não sou quem eu sou? - perguntou Ervin arrastando o médico cada vez mais para dentro de sua impotência.


Durante todo o livro Daniel tem lembranças de sua avó, e de como ela passou de uma figura acolhedora para uma senhora que precisava de constante cuidado e que mal reconhecia os familiares. Daniel sentiu que perdeu a sua avó sem realmente perdê-la. E, ao ver os esforços contínuos da esposa de Ervin, Margarida, para cuidar do marido, não pôde deixar de lembrar a forma como a mãe adoeceu após fazer tantos sacrifícios para cuidar da avó. Para o familiar, deixar o paciente aos cuidados de um estranho é como abandoná-lo, mas cuidar do paciente por tanto tempo é como abandonar a si mesmo. É uma doença que deixa um vazio imenso de qualquer forma.

Com todas as lembranças emotivas, toda a impotência que Daniel sente ao contemplar a piora no estado de Ervin, ele sente uma repentina atração por Natasha, filha do paciente. Daniel tem um bom casamento, embora não tenha casado exatamente por amor, mas as constantes cobranças e a falta de compreensão de sua esposa acabou por afastá-los. Já Natasha é uma psicóloga separada, bonita e que compreende Daniel, pois está passando pela mesma situação com o seu pai. A atração entre os dois é intensa, apesar de todos os esforços de Daniel para afastar-se dela.

Ausência foi um livro do qual eu me identifiquei bastante, não por ter algum familiar com tal doença, mas pela mensagem que o livro nos passa. Além de nos mostrar toda a dor e sofrimento que a doença causa, nos diz algo mais: temos que viver o momento. Daniel teve que passar por tantas coisas para perceber que a nossa vida não é feita de lembranças do passado, nem mesmo de possibilidades no futuro, e sim do presente. Recomendo muito!

Andressa
http://umdiaacadalivro.blogspot.com.br
Renata CCS 13/01/2013minha estante
Fiquei interessada no livro. Muito interessante.




Lelê 05/10/2012

Resenha: Ausência
A autora se superou muito neste livro. Seu primeiro livro, Paixão e Liberdade, que eu já li e resenhei é muito bom, mas este é ótimo.
Ausência trata de assuntos sérios e doloridos para qualquer pessoa.
Ervin, professor de literatura, um homem viajado, culto, o tipo de homem que todos se inspiram, vinha sofrendo de constantes esquecimentos e confusões mentais há anos, mas sua esposa Margarida e sua filha Natasha achavam que fosse só coisas da idade.
Porém Ervin deixou de ser um homem amável, passando a agredir verbalmente não só os familiares, mas também seus alunos. E isso começou a preocupar a todos.


"As ruas, desconhecidas vias de um labirinto,
não lhe indicavam direção alguma. A única
saída seria perguntar a alguém onde ficava
aquela rua, sem revelar que lá vivia há
mais de 40 anos."
Pag. 58


Depois de muita insistência de Margarida e Natasha, Ervin aceita se consultar com um neuropsiquiatra.
Daniel, que já tinha vivido e sofrido de perto com a doença de Alzheimer da sua avó, aceita tratar de Ervin.


"Mas a maioria olha com medo, com
espanto, como se meu pai fosse louco.
Como se ele fosse uma ameaça."
Pag. 132


Dr. Daniel, um psiquiatra renomado, casado com Milene e pai de dois garotos, se vê envolvido demais com o caso. E a relação médico-paciente, ultrapassa todos os limites. Principalmente porque Daniel vê em Ervin a mesma situação da sua avó. E isso para ele é muito difícil.



" - Mozart... Ah, a música é o consolo.
Mas estou... - esfregou as mãos e
entrelaçou os dedos - Estou perdendo
meus pensamentos."
Pag. 126


O livro fala de Alzheimer, amor, paixão e traição de um jeito muito bom de ler.

A narrativa flui suave, mas ao mesmo tempo envolvente. É escrito em terceira pessoa, acompanhando a história de seus personagens bem de perto.
Um sofrimento enorme acompanhar a progressão da doença de Ervin e a dor de Margarida se sentindo culpada e impotente ao mesmo tempo.
Quanto a paixão e traição de Daniel, algumas horas eu torcia, outras eu odiava, mas o final foi perfeito na minha opinião.


"Existem momentos na vida em que todas
as ruas se cruzam, desconhecidas, como
vias de um labirinto que não levam a
lugar algum."
Pag. 245


A capa é super significativa e linda. A diagramação é simples, mas com um conteúdo tão completo, não precisa de nada mais.

Mais uma vez me emocionei muito com a autora; que tem o poder de tocar diretamente na emoção de quem está lendo.

Eu adorei e recomendo para todos!!
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Daniele Nhasser 05/12/2012

Ausência - Flavia Cristina Simonelli
Quando você pega um livro novo para ler , suas expectativas são as melhores , agora , quando você pega um livro e suas expectativas são superadas o livro se torna inesquecível e adquiri não só um espaço em sua estante mas tambem em seu coração de leitor .
E Ausência o novo livro de Flavia , é assim... Chega de mansinho e te leva para um universo informativo , apaixonante e leve .
Nas primeiras paginas somos apresentados a Ervin de Apolinário um professor que em uma de suas aulas acaba se atrapalhando tudo , esquecendo do que ia falar ...
Sua esposa a Margarida o acha que ele esta ficando caduco , ele por sua vez começa a se mostrar bravo e cada vez mais esquecido .
Daniel é medico neuropsiquiatra é indicado por um grande amigo da familia para ver a saude de Ervin , quando se depara com os sintomas de Alzheimar , a mesma doença que levou sua avó embora .

Daniel é casado tem dois filhos , uma familia perfeita aos olhos da sociedade , ele quer abandonar o caso de Ervin pois seus traumas de infância quando sua avó o deixou por essa mesma doença degenerativa é perturbadora , mas quando conhece Natasha a filha de Ervin se vê atraido pela doce jovem ....

Um livro indispensável , no mesmo instante que você sofre pela doença de Ervin , você se pega aprendendo muito sobre a doença , como lidar com o doente , sem contar que você se apaixona pelos questionamentos da vida , pelos personagens tão bem feitos , cada pagina um novo mundo que você não pode deixar de conhecer .


http://amantesdelivros-2012.blogspot.com.br/2012/12/ausencia-flavia-cristina-simonelli.html
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Ka Wozniak 14/10/2012

Ausência me fez lembrar de uma amiga durante todas as 280 páginas, por ela ter tido uma pessoa na familia com Alzheimer, mesmo eu não tendo conhecimento de como foi o processo pra ela e pra familia, cada vez que lia me pegava pensando em como deve ter sido doloroso ...

Daniel, médico, casado, dois filhos. Teve dolorosamente uma infância afetada pelo Alzheimer de sua avó. Seu casamento aparentemente é bem estruturado e sua familia feliz, mas ao receber em seu consultório a esposa do prof° Ervin tudo parece mudar, ou na verdade tudo parece vir a tona. Por mais difícil que seja lidar com a situação, ele sente a necessidade de ajudar esse senhor que há muito foi um renomado filósofo e pensador e isso acaba de uma certa maneira afetando seu casamento, tanto pelo fato dele não conseguir se expressar e conversar abertamente com a esposa sobre seu passado, dores e confusões atuais, como também por sentir-se atraído pela filha do paciente.

Ausência é um livro bem elaborado, bem detalhado. Nos mostra como é o dia-a-dia de uma pessoa com Alzheimer e como essa doença afeta não somente o doente como toda sua familia. A dor que é passada na narração consegue te envolver e te emocionar. Por um certo lado, também tive dificuldade em lê-lo, senti um pouco monótono, mas me emocionei com a descrição sobre a vida da avó de Daniel tanto como sobre o prof° Ervin. Me senti um pouco revoltada com o relacionamento do Daniel com sua esposa, várias vezes fiquei irritada com a falta de comunicação e compreensão de ambos os lados, e esse é o tipo relacionamento que eu com certeza não gostaria de ter. Mas talvez é o tipo de situação que qualquer um poderia passar.

Com esse livro podemos repensar nossos relacionamentos, seja ele com pai,mãe, filhos, maridos etc e também termos a consciência de que nada dura para sempre, que estamos a disponibilidade da vida e de suas situações. Que devemos valorizar o hoje e estarmos abertos para ouvir e compreender o próximo.

Resenha Originalmente escrita para o Blog Cinco das Artes
http://www.5dasartes.com.br/2012/10/hint-book-42-ausencia.html

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Jéssica 06/04/2013

Resenha - Diamante Negro
Sinopse:
Ausência conta a história de Daniel, médico neuropsiquiatra, que começa a tratar Ervin de Apolinário, professor aposentado que apresenta um doença triste e degenerativa: o Alzheimer. Tudo estaria dentro da rotina de consultório, não fosse a doença reavivar na memória de Daniel antigas dores, misturadas à paixão obcecada por Natasha, filha do paciente, provocando a desestruturação de seu casamento e a culpa por transpor seus limites éticos.
Ausência é um romance que coloca ao leitor uma questão perturbadora: o que acontece quando a mente começa a apagar as lembranças que constituem a própria biografia?
O desenvolvimento do Alzheimer e o dilema de Daniel são o fio condutor dessa trama permeada por relações complexas e questionamentos existenciais que levam a refletir sobre o dinamismo inesperado da vida.

Um dos livros que eu fiquei com muito pra falar e ao mesmo tempo sem palavras, o Mah acompanhou toda a minha leitura do livro, eu tive ódio, tive dó, compaixão, felicidade, foi um livro que mexeu mesmo com meus sentimentos.
A começar pela capa, nossa que linda! Confesso que quando o livro chegou eu coloquei ele em cima da cama e fiquei ali, olhando. Sou apaixonada por coisas desse tipo, meio escuro, misterioso e comecei a imaginar sobre o que o livro falava.
Não sou uma pessoa muito fã de romances, por isso quando o livro foi indo muito pro lado "Ele ama ela e ela não vive sem ela" eu desanimei, livros assim terminam sempre iguais. Também sou extremamente chata pra traições, na minha opinião, nada justifica e então comecei a ficar com raiva de Daniel. Mas claro continuei lendo.
O interessante do livro são as partes filosóficas, pois claro, os personagens são uma psiquiatra, um neuropsiquiatra e um professor de literatura, achei super atencioso da autora e lindas as frases que me inspiraram muito.
Mas o melhor do livro que o colocou para o grupo dos meus preferidos foi o final. Que com certeza me deu uma ressaca literária das bravas e eu não conseguia fazer outra coisa a não ser meditar.
Nada na nossa vida é por acaso, uma doença terrível, uma paixão descontrolada, não temos como evitar. Sabe o que nos resta? Aprender.

http://docediamantenegro.blogspot.com
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Lina DC 11/12/2013

O livro gira em torno de Ervin de Apolinário, um consagrado nome na comunidade literária, é um professor maravilhoso, que dedicou toda a sua vida à licenciatura. Ervin tem mais de 70 anos, então inicialmente os seus "esquecimentos" são vistos como algo normal da idade, pois todos acreditam que é normal esquecer uma ou outra coisa quando se tem certa idade. O problema é que essa situação vai se agravando, e o médico da família indica um médico especializado, o Dr. Daniel. No convívio com Ervin, temos a sua esposa Margarida e a sua filha Natasha. Margarida a primeira vista parece ser uma mulher amargurada, até mesmo malvada, mas ao desenrolar da história é possível entender o seu jeito, pois tem mágoas profundas diante de alguns acontecimentos do passado. Como é dito na sinopse, Ervin é diagnosticado com Alzheimer, e passamos a conviver com as limitações que a doença impõe ao paciente e a família.
Aqui eu faço uma pausa para comentar que um dos meus maiores medos, o de se tornar totalmente incapaz de realizar até mesmo as atividades mais básicas sozinha, é colocado no papel. Se por um lado, a família sofre e muito, com a doença, o não reconhecimento, as crises, até mesmo as explosões agressivas, por outro, o paciente perde a sua memória, chegando a nem mesmo reconhecer um simples utensílio, como um garfo ou uma xícara. Para mim, isso é totalmente assustador.
Durante o desenvolver da doença, temos a perspectiva também do Dr. Daniel, que fica receoso em atender Ervin por ter um trauma pessoal de infância envolvendo a doença de Alzheimer. O problema é que ele se encanta pela Natasha, filha do Ervin, uma psicóloga divorciada que tem os seus próprios traumas nos relacionamentos.Além do problema ético, Daniel é casado. E aqui eu faço uma outra reflexão, dessa vez envolvendo o nome do livro. Claro que na minha opinião, "Ausência" está relacionado com a doença de Alzheimer, mas também pela "ausência" de Daniel no seu casamento. Antes mesmo de se tornar médico do Ervin, fica visível que Dr. Daniel é o provedor financeiro da família, mas está sempre ausente, atendendo e dedicando-se aos seus pacientes até tarde da noite, e ao chegar em casa, ignora as necessidades da esposa de conversar e dividir o seu dia. Se por um lado, ele tem uma profissão que exige muito, por outro, não é fácil para a sua esposa Milene, passar o dia se dedicando as necessidades de seus dois filhos, deixando tudo em ordem e não ter a atenção do marido. Ela, na minha opinião, se torna um pouco chata no decorrer do livro por só ficar reclamando, mas eu entendo os motivos das reclamações. Natasha, ao descobrir sobre a doença do pai, torna-se um pouco fragilizada, ou melhor, "atordoada" com essa notícia. Como uma pessoa que tem tanto conhecimento, passa a não reconhecer nada e a se tornar tão agressivo de repente? É nesse ponto que ela começa a se apoiar no Dr. Daniel, e ele começa a corresponder (apesar de que logo que ele a vê pela primeira vez, já se interessa por ela), e começa a mentir para a sua família e para si mesmo, trazendo ainda mais mágoas. Se por um lado Dr. Daniel é um bom médico, na minha opinião, ele é um péssimo ser humano (rs.. estou muito malvada hoje). O livro é gostoso de ler, a leitura flui muito bem, a diagramação é bem feita, eu acho que encontrei apenas uns dois errinhos bobos, nada que atrapalhasse a leitura. O único problema que eu tive, foram algumas falas, que na minha opinião, ficaram meio surreais. Eu não consigo imaginar uma conversa do dia a dia com tanta filosofia envolvida, mas as falas se encaixaram bem no contexto da história.
Eu recomendo o livro para aqueles que gostam de refletir sobre a condição humana, e sobre aquilo que foge ao nosso controle. A história do Ervin é muito bonita, tocante, e ao mesmo tempo triste. Vou encerrar a resenha deixando um trechinho do prefácio, que logo de cara me fez pensar e refletir bastante:

"A Doença de Alzheimer é uma experiência devastadora.
Para o doente, a perda gradual da memória é o apagar do mais essencial que possuímos, do que nos define e nos diferencia, daquilo que faz de cada um de nós, humanos: nossa identidade.
Para o familiar, é a dor de um luto prologado, pois, embora esteja vivo, aquele à nossa frente vai, pouco a pouco, deixando de ser quem um dia conhecemos e amamos.
Mas, a doença também pode ser uma experiência transformadora, um aprendizado diário de novas formas de relacionamento, a descoberta de outros meios de comunicação possíveis que independem da fala, do raciocínio, da razão: o olhar, o toque, o afeto...."

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Way to Happines 23/06/2014

[Resenha] Ausência - Flavia Cristina Simonelli (por Lígia Colares)
Ervin é um professor renomado, com grande conhecimento de literatura, faz palestras, orienta alunos, um ótimo professor, mas infelizmente ele nao poderá ser o personagem principal de sua própria história... Tudo começou com pequenos esquecimentos, aonde deixou a chave, se ja organizou seus pertences, até que, em uma palestra, sua fala simplesmente desapareceu de sua mente, e o que iria ser dito foi perdido... Será só cansaço? Um esquecimento normal da velhice?

É assim que conhecemos Ervin, e desde o começo acompanhamos sua luta contra essa doença sem fim, o Alzheimer. Enquanto sua esposa e sua filha se esforçam ao máximo para cuidar dele, enfrentando suas variações de humor, sua falta de memória, e o pior de tudo, a mudança de alguém que ele é, para alguém que não será totalmente ele, tudo isso acompanhado pelo médico Daniel, que também tem seus próprios traumas dessa doença tão cruel.

Flavia consegue com êxito demonstrar ao leitor tanto o avanço da doença, quanto a dor que causa nos parentes próximos. Eu rapidamente criei simpatia pelo professor Ervin (professor de literatura como minha mãe!), então enquanto os sentimentos dos familiares eram descritos, eu mesma acabei sentindo a ausência do personagem... Um personagem com grande bagagem cultural, e que terá seu conhecimento perdido para a doença... Tudo o que ele sabe, ou foi, desaparecerá... E pensar no quanto poderíamos aprender com ele!

Enquanto isso, nos aprofundamos também em Daniel, um médico que possui seus próprios traumas da doença, e podemos analisar um outro ponto de vista, da pessoa que depois de anos, adulto, que ainda não compreende totalmente aquilo que acontece... Afinal, mesmo com tantas teorias sobre as causas do Alzheimer, ninguém sabe ao certo como e porque ele começará... E como se entregar para algo que ninguém compreende? Como aceitar se despedir de alguém ainda em vida, sabendo que seu corpo está lá, mas não sua mente? E, acredito que o pior de tudo, como aceitar que uma pessoa que você ama acima de tudo, não mais te reconhece?

O livro me atingiu e me colocou pra refletir... Pesquisei mais sobre a doença, fiquei ao mesmo tempo fascinada e assustada, e a mensagem ficou bem clara pra mim, é algo que deve ser discutido, com informações de extrema, porque quando no inicio é uma doença que pode ser controlada...

Indico para quem quer saber mais sobre a doença. Apesar de falar sobre isso, Daniel se envolve em situações que fazem com que não se torne um livro chato e denso, mas envolvente em sua cruel realidade.

site: http://www.way-2happiness.com.br/2014/06/resenha-ausencia-flavia-cristina.html
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Arca Literária 08/07/2014

Ótimo
Por: Caroline Teixeira

RESENHA também disponível no meu blog: www.blogandolinhas.blogspot.com.br

Confesso que os livros nacionais estão me encantando, os últimos 5 que li foram nacionais. E todos eu gostei.

Não conhecia essa autora, o livro traz a abordagem acerca da ausência conectando com a doença de Alzheimer. A gente passa a conhecer mais profundamente sobre a doença e seus efeitos devastadores. Mas diferentemente do que eu esperava, não se restringe meramente à doença, pelo contrário, aborda as diferentes formas de ausência e como cada uma delas interfere internamente nas pessoas, os conflitos que elas acarretam.

Daniel é um neuropsiquiatra, que diariamente lida com intermináveis tipos de transtornos da mente, mas em um dia que seria aparentemente igual a tantos outros se vê diante de um paciente acometido de uma doença que trouxe muita dor, angústia e traumas na vida dele, o Alzheimer. A partir daí ele volta ao passado, um passado que fez questão não de esquecer, mas de ocultar na sua vida por anos até o presente momento, que se vê encurralado sem ter mais como fugir a não ser encarar de frente seu passado.

Como ele mesmo reconhece, os médicos muitas vezes se consideram os detentores do saber, de forma que se tornam inatingíveis ou assim preferem se considerar. Mas na verdade buscando internalizar esse entendimento, se esquecem que são seres humanos, frágeis, suscetíveis a falhas, a dilemas internos como qualquer outra pessoa.

Ervin, era um professor renomado, casado com Margarida por muitos anos, que a todo tempo demonstra ser uma pessoa amargurada, sempre resmungando das falhas do marido e o criticando diariamente. Com a idade avançada passa a ter lapsos de memória, inicialmente tidos como "coisas da idade". Quando esses lapsos passam a ser frequentes, a família decide encaminhá-lo ao médico, Daniel. Ervin, durante o período em que lecionava não tinha muito tempo para a família, era ausente. Por esses e outros motivos que são descritos no decorrer do livro compreendemos a amargura da esposa.

Lidar com esse paciente, faz Daniel trazer à tona todos os fantasmas do passado e coloca em tela a sua vida atual, como o passado pode refletir no presente e no futuro se não soubermos lidar com os problemas, com as emoções, curar nossas "feridas", as feridas da nossa alma, como nos fechar pode nos levar a caminhos que não trazem a nossa felicidade.

O livro aborda a ausência física, de familiares, de pessoas que foram embora e como sempre acontece quando alguém que amamos nos deixa, um vazio se instala no nosso interior; a ausência psíquica, como o caso da avó dele, presente fisicamente mas ausente no seu intelecto, quem convive com um paciente de alzheimer sente a perda gradativa, e se não bastasse sentimento com raiva, incompreensão acompanha a todo esse processo. Trata também da ausência do amor, da cumplicidade.

Uma passagem do livro fala assim: " Para mim, viver a verdade é dar espaço para a própria autenticidade". Isso mexeu comigo, quantas vezes criamos um personagem, deixamos de ser quem somos, perdemos nossa identidade. Daniel era casado com Milene ( odiei essa mulher a cada narrativa que ela tinha no livro, principalmente do "doutor"); ambos tinham condutas que ocasionaram no afastamento entre eles. Com isso, sentiam a "ausência" do companheirismo, do apoio, porque deixaram de praticar o diálogo, de expor seus sentimentos e angústias, afastando-se um do outro com o passar dos anos.

Daniel diante dessa ausência da esposa que Daniel sentia, se envolve com Natasha, filha de Ervin seu paciente com Alzheimer. Acreditando estar apaixonado; nela então ele encontrou algo que sentia falta e ela deu aquilo que ele considerava que precisava, o diálogo, a atenção. Ultrapassou os limites éticos da profissão e da moral, porque era casado e a mentira se tornou algo necessário para ele evitar mais problemas. Já percebeu que nunca estamos satisfeitos com o que temos? Pois é, o envolvimento dele com Natasha deixou ele transtornado, afetou ainda mais o casamento que já não ia bem. Não considerei o envolvimento com Natasha o motivo para a desestruturação do casamento entre Milene e Daniel; a culpa foi ter deixado que as situações incômodas fossem deixadas para traz, não ter trazido à tona, e ter fechado isso dentro de si, os dois erraram de não expressarem a verdade, e isso num relacionamento é fundamental.

Achei o livro com um final primoroso porque Daniel precisava entender os seus conflitos, se encontrar, para poder então dar valor as coisas simples da vida, e se dá conta que fugir dos problemas não resolve nada, só interfere no nosso crescimento pessoal.

Enquanto não estamos bem, não lidamos com nossas emoções e fraquezas nada dá certo efeticamente. Um namoro não dá certo, você não se dá bem com as pessoas a sua volta, o trabalho vai mal, tudo vai mal. É necessário lidar com todos os tipos de "ausência", não podemos depender do outro para sempre, não podemos condicionar nossa felicidade ao outro, não podemos culpar o outro pelos nossos erros, pelo nosso destino. Mas "culpar" a nós mesmos que tantas vezes não enfrentamos de frente o que nos incomoda por medo, por não vê que tudo o que passamos tem um propósito na nossa vida, que nos amadurece, fortalece.

Super recomendo o livro, nos faz refletir sobre muitas coisas na vida, pelo menos a mim, tocou profundamente.

site: blogandolinhas.blogspot.com.br
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Lea 13/03/2015

Como diz na sinopse, o livro aborda um tema diferente: Alzheimer. É a primeira vez que leio uma ficção sobre esse tema. Ausência retrata o surgimento dos primeiros sintomas e o desenvolvimento da doença.

Acompanhamos a história de Ervin, um homem culto e sensato, que vê sua vida mudar quando percebe que a memória está falhando. A partir deste momento, vivenciamos todo o drama da doença junto com Ervin e sua família.

Preocupada, a esposa de Ervin pede ajuda a Daniel, que passa a ser o médico responsável pelo tratamento. A vida de Daniel muda drasticamente quando conhece Natasha, filha de Ervin, e sente-se atraído por ela. A partir deste momento, o médico começa a viver um conflito interno por ser um homem casado e pai de família.

É um livro nacional que me agradou. Gostei da construção dos personagens, ninguém é perfeito, todos possuem qualidades e defeitos e cometem erros. São pessoas reais, repletas de contradições e dúvidas. Daniel simplesmente não consegue decidir entre ficar com Natasha ou com sua esposa Milene. Achei-o um homem muito inseguro, indeciso e covarde. Quer viver um grande amor, mas não quer abrir mão da sua posição de médico respeitado, da sua casa, dos filhos e esposa. Os outros personagens da trama também possuem algumas contradições e conflitos internos.

Indico esse livro para quem quer conhecer um pouco mais sobre o Alzheimer, pois através de uma ficção, a autora descreve os sintomas e o modo como os familiares e os doentes se sentem. Também nos traz algumas informações sobre como lidar com as pessoas que sofrem desse mal.

Blog Meus Livros e Sonhos

site: www.meuslivrosesonhos.blogspot.com.br
Homerix 14/09/2015minha estante
Olá!! Por que uma resenha tão positiva levou TRÊS estrelas??
Tenho uma filha escritora e isso acontece de vez em quando...
É por causa de comparação?
Só pra tentar entender....
Abraço

Homero




Homerix 16/09/2015

Surpreendente
Não consegui parar de ler! Li em três dias no trajeto casa trabalho, de ônibus/metrô. Cheguei a perder a estação duas vezes.

Perfeito equilíbrio entre romance, que normalmente não é minha praia, e exposição da doença de Alzheimer, que era o que me interessava.

O fundo de tudo é o drama de Erwin, um professor universitário de São Paulo, de uns 70 anos... que começa a sentir as coisas mudando no meio de uma aula. Nesse ponto, lembrei-me do excelente 'Para Sempre Alice', em que Julianne Moore é uma profissional que começa a esquecer as coisas no meio de uma palestra, porém mais jovem, por volta de 50 anos...e por um tipo diferente de razões.

O restante da resenha, no link!!!!

site: http://blogdohomerix.blogspot.com.br/2015/08/ausencia-doenca-e-romance.html
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Khrys Anjos 08/12/2015

Solidão em meio a multidão
Nesta história conhecemos o Ervin de Apolinário, um renomado professor de Literatura que tem os sintomas da doença de Alzheimer agravados a cada dia.

Sua esposa Margarida não sabendo mais como lidar com este problema procura a ajuda do neuropsiquiatra Daniel, que é casado com Milene a 17 anos e pai de dois meninos.

Daniel reluta um pouco em ter o Ervin como seu paciente pois quando criança perdeu a avó Dione para esta doença.

Ao conhecer a psicóloga Natacha, filha do Ervin se apaixona perdidamente a ponto de virar uma verdadeira obsessão.

E após 17 anos sendo fiel a sua esposa não pensa nas consequências e a trai com a Natacha.

Também temos o doutor Lamartine que foi o mentor do Dniel na universidade e o Alberto, filho do Ervin que mora no Canadá.

Depois de sabermos quem é quem na história vamos aos fatos:
Ervin após tantos anos se dedicando arduamente ao trabalho acaba sendo derrotado pelo Alzheimer. É mostrada no decorrer da trama todas as etapas pelas quais os pacientes com esta doença passam e como isto afeta as vidas de todos os que com ele convivem.

Quando dona Margarida vai procurar a ajuda do Daniel não imagina que irá levar também mais um problema para a sua família.

Daniel tem que enfrentar seus fantasmas do passado devido a esta mesma doença que o fez perder sua avó ainda na infância e logo após a sua mãe.

Natacha depois de se divorciar de um marido que a traia se deixa seduzir pelo doutor Daniel.

Acredito que no fundo ela quis de uma forma inconsciente se vingar das mulheres que ajudaram seu marido a lhe trair.

Fiquei triste com esta atitude dela pois durante os diálogos que ela teve com o Daniel parecia ser uma pessoa mais centrada. E por já ter sofrido na pele a dor da traição deveria ter pensado mais nos sentimentos da Milene.

O Daniel se casou por obrigação e se acomodou no papel de homem casado e certinho. E quando encontrou alguém que fez seu sangue ferver de paixão (o que ele realmente sentia pela Natacha era paixão e num grau que pode levar um homem a cometer loucuras) não se importou com as consequências e traiu a esposa. Mesmo pensando antes, durante e depois do ato que estava fazendo algo errado, que sua esposa não merecia ser tratada assim.

Isso mostra que mesmo os psicólogos e psiquiatras que estão acostumados a lidar com os problemas de seus pacientes todos os dias também são humanos e passíveis de cometer erros nas suas vias particulares.

Não posso dizer o que acontece no final da história só posso dizer que vibrei muito com o que desfecho. Uma grande lição que deveria ser aprendida por todos.


***


Confesso que este foi o livro mais difícil que já li. Tive que fazer algo que não costumo fazer: ler um capítulo, dar uma pausa, ler outro livro e voltar a leitura deste.

Vou explicar o motivo: Quando recebi este livro já tinha lido a sinopse e algumas resenhas sobre ele e já sabia o que iria encontrar – o drama da doença de Alzheimer.

Meu pai faleceu a 3 anos e lendo este livro tive a certeza de que ele vinha sofrendo desta doença (na época só tinha a hipótese). Os sintomas descritos eram os que ele apresentava.

Teve momentos que foi como se estivesse vendo o meu pai sendo retratado ali e continuar lendo nesta hora foi difícil.

O arrependimento pelo qual a dona Margarida passa de ficar se lamentando por não ter tido a paciência para lidar com o Ervin me fez rever minhas atitudes com relação ao meu pai também.

Sabe aquela famosa frase: “Isso só acontece com os outros. Na minha família, não”. É exatamente assim que estamos acostumados a agir. Não queremos enxergar o que está bem diante de nossos olhos e depois só nos resta o arrependimento.

Por isso peço a todos que leiam este livro. Ele vai tirar esta cortina dos seus olhos e vai te mostrar como esta doença pode estar levando um ente querido seu para este abismo.

Meu pai vivia dizendo que não queria ficar velho dando trabalho pra gente. Acho que por isso acabou tendo um infarto. Ele não admitia depender dos outros.

Como não posso voltar no tempo para modificar o passado vou pelo menos modificar meu futuro. Agora sei que esta doença é hereditária e que precisarei me cuidar mais. Além de ficar mais alerta com relação a minha mãe.

Deixo aqui este relato para que quem o estiver lendo possa refletir sobre como tem tratado seu pai ou mãe quando eles agem com uma agressividade gratuita ou com os esquecimentos, sintomas típicos desta doença.

É fundamental procurar ajuda profissional pois não podemos lidar com esta doença mascarando os sintomas. Esta é uma doença grave que afeta e abala todos os envolvidos não somente o doente.

A Flávia está de parabéns por ter tido a iniciativa de mostrar para os leitores toda a avalanche de sentimentos, emoções e consequências desta doença.

site: http://minhamontanharussadeemocoes.blogspot.com.br/2013/08/resenha-ausencia-flavia-cristina.html
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Lígia Colares 30/01/2017

Resenha de Ausência
Ervin é um professor renomado, com grande conhecimento de literatura, faz palestras, orienta alunos, um ótimo professor, mas infelizmente ele nao poderá ser o personagem principal de sua própria história… Tudo começou com pequenos esquecimentos, aonde deixou a chave, se ja organizou seus pertences, até que, em uma palestra, sua fala simplesmente desapareceu de sua mente, e o que iria ser dito foi perdido… Será só cansaço? Um esquecimento normal da velhice?

É assim que conhecemos Ervin, e desde o começo acompanhamos sua luta contra essa doença sem fim, o Alzheimer. Enquanto sua esposa e sua filha se esforçam ao máximo para cuidar dele, enfrentando suas variações de humor, sua falta de memória, e o pior de tudo, a mudança de alguém que ele é, para alguém que não será totalmente ele, tudo isso acompanhado pelo médico Daniel, que também tem seus próprios traumas dessa doença tão cruel.

Flavia consegue com êxito demonstrar ao leitor tanto o avanço da doença, quanto a dor que causa nos parentes próximos. Eu rapidamente criei simpatia pelo professor Ervin (professor de literatura como minha mãe!), então enquanto os sentimentos dos familiares eram descritos, eu mesma acabei sentindo a ausência do personagem… Um personagem com grande bagagem cultural, e que terá seu conhecimento perdido para a doença… Tudo o que ele sabe, ou foi, desaparecerá… E pensar no quanto poderíamos aprender com ele!

Enquanto isso, nos aprofundamos também em Daniel, um médico que possui seus próprios traumas da doença, e podemos analisar um outro ponto de vista, da pessoa que depois de anos, adulto, que ainda não compreende totalmente aquilo que acontece… Afinal, mesmo com tantas teorias sobre as causas do Alzheimer, ninguém sabe ao certo como e porque ele começará… E como se entregar para algo que ninguém compreende? Como aceitar se despedir de alguém ainda em vida, sabendo que seu corpo está lá, mas não sua mente? E, acredito que o pior de tudo, como aceitar que uma pessoa que você ama acima de tudo, não mais te reconhece?

O livro me atingiu e me colocou pra refletir… Pesquisei mais sobre a doença, fiquei ao mesmo tempo fascinada e assustada, e a mensagem ficou bem clara pra mim, é algo que deve ser discutido, com informações de extrema´importância, porque quando no inicio é uma doença que pode ser controlada…

Indico para quem quer saber mais sobre a doença. Apesar de falar sobre isso, Daniel se envolve em situações que fazem com que não se torne um livro chato e denso, mas envolvente em sua cruel realidade.
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