O Sentido de um Fim

O Sentido de um Fim Julian Barnes




Resenhas - O Sentido de um Fim


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Nado 11/06/2020

Você dá o sentido
Em um livro curto de poucas páginas o autor transporta você para o presente e o passado dos personagens de uma maneira peculiar. Assuntos e detalhes inexplicados proporcionam ao leitor uma experiência diferente, dar sentido a um fim. Recomendo a leitura.
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Daniel 21/07/2012

Bom como uma conversa
Que livro incrível. Peguei pra ler algumas páginas antes de dormir e não consegui largar.

A história é contada por um homem de 60 anos, Tony Webster.
Na primeira parte a narração é feita "puxando" as lembranças pela memória, de um período específico da juventude: os anos 60 em Londres, na companhia de seus amigos de escola Colin, Alex e Adrian, e depois da primeira namorada, Veronica. Mais adiante o leitor vai descobrir que este mergulho no passado foi desencadeado um motivo.
Na segunda parte o relato enfoca os dias atuais: a velhice de Tony, e o tom fica, é claro, mais melancólico.

A prosa de Julian Barnes corre tranquila: agradável, irônica, espirituosa, mesmo quando os temas não são leves.

Além do enredo e suas surpresas, o que mais gostei foram as observações do narrador sobre a amizade, sobre as relações familiares, sobre a contestação tipica dos adolescentes - "sim, é claro que éramos pretensiosos, para que mais serve a juventude?" - , sobre a passagem do tempo - "como poderíamos saber que nossas vidas já tinham começado, que algum benefício já tinha sido obtido, algum dano já havia sido causado?"- e sobre como a gente pode ser traído pela própria memória - "Se não posso mais ter certeza dos acontecimentos reais, posso ao menos ser fiel às impressões que os fatos deixaram".

Livros assim tem aquilo que nenhuma outra forma de entretenimento consegue: não só divertir mas fazer refletir, criar aquele reconhecimento, tipo "eu também fazia isso", ou "eu também pensava assim aos 16 anos!", e a gente se pega rindo dos personagens e de si próprio... Ou menos que rindo: sorrindo por dentro, de satisfação.

Tão bom quanto uma conversa inteligente com um velho amigo.



PS:
Eu não gosto NADA dessas sinopses que mais parecem um resumo do livro, e acabam "entregando" mais do que deveriam.

Acho que a sinopse deveria dar uma idéia ao leitor do que trata o livro, ou seja para alguém que AINDA NAO LEU o livro em questão.

As resenhas, ao contrário, funcionam melhor pra quem já leu e quer discutir ou comentar alguma coisa. E quem faz a resenha não deve esquecer nunca de marcar se há spoiler, para avisar a quem não leu que alguma coisa da trama vai ser revelada.

Sinopse com spoiler é que não dá!
Arsenio Meira 16/12/2012minha estante
Daniel, quanto ao PS: por isso que criei o hábito, a muito custo, de ler as "sinopses", o mínimo possível , pois várias são incrivelmente idiotas. Entregam de bandeja a essência do enredo...

Gostei do livro do Barnes. Todavia, lembro que durante o período em que o li, andava estressado demais, o que acabou atrapalhando a curtição da leitura. Talvez por isso, a obra mereça uma releitura.


Daniel 18/12/2012minha estante
O pior é que a sinopse deste livro é a da própria editora Rocco, que entrega muito mais do que deveria...




Arsenio Meira 22/02/2013

Visualizei - lembro quando li e relido agora essa lembrança se tornou concreta - que Tony Webster se tornou um homem resignado (mas não amargurado) em seu cásulo.

Webster sabe que não fez da sua vida nem metade do que esperava que ela fosse em sua juventude e nem por isso ele arquivou a ideia de como a vida funciona e o que se faz (ou fazemos ) dela.

É certo que "O sentido de um fim" nos conduz a um tráfego de dúvidas; de incertezas sobre o que realmente aconteceu aos personagens Tony, Adrian e Veronica.

Barnes enxergou nos percalços da memória (sempre inexata ou traiçoeira) o grande traçado para o premiado romance.

Há uma saudável tentação de reler tudo: desde os dados fornecidos pelo narrador até o trágico episódio que acontece com um dos protagonistas do livro (que me remete à concepção filosófica que Albert Camus chancelou sobre o suicídio, ou então ao aforismo de que o que pode ser explicado, pode ser resolvido.)

No fim, senti que Barnes preparou uma encruzilhada: ao perpetuar a necessidade ou a inevitabilidade de que temos que escolher uma opção.

Mas através de sua arte, indica que precisamos encontrar nossa própria teoria sobre o romance ou sobre o fim.

Ao término da (re)leitura, lembrei, de súbito, uma das mais belas concepções sobre o tema, formulada pelo nosso Grande Rubem Braga: "No fim, todos passam e tudo passa. O fim é um grande sossego e um imenso perdão."
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Giovana.Marim 04/12/2022

Preciso reler
Já li, mas foi há muito tempo e confesso que preciso reler uma ou duas vezes para poder tentar entendê-lo melhor.
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Gigio 07/07/2021

Boas reflexões
Ao ler esse livro me imaginei sentado em uma cafeteria com o narrador que, entre um gole e outro de café, me retalou toda essa história.
O texto é muito leve e agradável, e a leitura avança muito rapidamente. Em alguns trechos são apresentados alguns conceitos confusos, mas que, no decorrer da trama, são retomados.
A obra é dividida em duas partes: a primeira trata de memórias da juventude do narrador, situando, através de suas memórias, a história em seu tempo e espaço, dando a conhecer suas amizades, seus amores, suas ideias e aspirações; já a segunda se desenrola em sua velhice, aos 60 anos, quando uma herança inesperada faz com que revisite suas memórias e descobra que elas não eram tão fiéis assim aos fatos, ou pelo menos que podem existir outras 'versões'. Partindo daí várias divagações sobre memória, história e lembranças são construídas e várias lembranças serão desconstruídas.
Essa leitura mexeu bastante comigo.
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pagina_liter 14/02/2020

Será que o caráter se desenvolve com o tempo? Nos romances, é claro que sim: senão não haveria muitas histórias para contar. Mas e na vida?
Eu ainda tenho dúvidas.
Página 123
Ganhador do prêmio Man Book Prize no final de 2011, e também com uma bem criticada adaptação homônima para o cinema em 2017, este romance com poucas páginas traz uma quantidade de frases memoráveis que chama bastante atenção.
Julian Barnes faz da morte seu principal tema em O sentido do fim. O fim da vida, questão inevitável e também insolúvel para a humanidade, é o próprio núcleo da nossa existência, destrutiva mas também construtiva, no que faz analisar seriamente o significado e a maneira de viver.
Um livro intrigante, que me fez refletir sobre a minha própria existência e sobre os erros cometidos devido a imaturidade, é o que o nosso protagonista faz o tempo todo de modo tão realista que me peguei fazendo tais questionamentos.
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carolmureb 26/04/2020

Uma história sobre a memória; sobre o que recordamos e como... sobre o que excluímos e os "arranjos" que podemos fazer... sobre o que fazemos com o tempo que nos é dado... o final foi surpreendente... chocada e confusa. Leitura espetacular!
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Ana 10/06/2022

A memória é um engodo, para o bem e para o mal.
Esse livro publicado em 2011 pelo escritor inglês Julian Barnes traz como temas a memória e como ela nos engana ou como podemos facilmente manipulá-la para nos enganar.
É narrado em primeira pessoa e é interessante como o próprio narrador faz questão de enfatizar que não é confiável.
É dividido em duas partes.
A primeira narra a juventude do protagonista. Tony Webster. Junto com seus 3 amigos.
Na segunda, ele já está com mais ou menos 60 anos e relembra seu passado. Principalmente o relacionamento que teve com uma ex namorada, a Veronica Ford e a amizade com Adrian Finn, um de seus amigos.
É um livro que provoca reflexões filosóficas, principalmente existencialistas. Aborda a morte e a vida, como a maioria se contenta em ser mediano e como nossas recordações funcionam. O próprio titulo é. Qual o sentido de um fim?
"Os estados mentais podem ser inferidos pelas Ações. Eu acho que o inverso é verdadeiro. Que vc pode inferir Ações passadas a partir de estados mentais do presente." Tony Webster.
A narrativa é cheia de ambiguidades. Não sabemos ao certo o que aconteceu. Tudo é muito nebuloso e ficamos perdidos assim como o protagonista. Mas, ele talvez estivesse ocultando fatos de propósito para se enganar e assim acaba tbm nos engando. Como a própria namorada diz: " Eu não gostaria de estragar a imagem que vc tem de si mesmo."
A historia é curta e instigante, a gente fica se perguntando o que realmente aconteceu? Porque estão agindo assim? São personagens misteriosos e ficamos engajados na leitura até o fim. O autor não se preocupa em dar respostas e isso nos provoca diversas teorias.
A nossa memória é falha. Isso pode ser bom e mau ao mesmo tempo.
Jéssica Maria 27/08/2022minha estante
Ana, sua resenha é melhor que o próprio livro!


Ana 28/08/2022minha estante
Obrigada ?




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Ladyce 06/09/2015

Memórias e ficção
Recentemente tive uma discussão acalorada com meu irmão sobre a lembrança de um evento da nossa infância. Cada um de nós, únicos protagonistas da aventura, se lembrava de coisas diferentes e em diferente ordem. Mais revelador ainda: cada qual só tinha a memória daquilo mais significativo para si mesmo. Guardamos para o futuro, para o nosso banco de memórias, para o perfil do nosso passado, só o momento de nosso próprio ato de bravura. Os dois haviam sido corajosos, individualmente, mas uma única lembrança, pessoal, individual, em que fomos heróis, se manteve. Não chegando a um acordo, partimos frustrados, como se tivéssemos sido traídos pelo outro. Aí estava uma prova, para mim, historiadora, que de fato a reconstituição do passado é sempre ficcionalizada de acordo com o narrador. Faz parte do dia a dia, de quem se dedica à história, considerar que memórias são seletivas. Julian Barnes adverte o leitor sobre esse fenômeno desde o início da narrativa, através de Adrian, um adolescente precoce em conversa com seu professor: “Esse é um dos principais problemas da história, não é senhor? A questão da interpretação subjetiva versus a interpretação objetiva, o fato de que nós precisamos conhecer a história do historiador, a fim de entender a versão que é colocada diante de nós.” [18]

"O sentido de um fim", de Julian Barnes, trata diretamente da memória e da narrativa que damos às nossas vidas. Trata da maneira sucinta e por vezes poética com que narramos nossas próprias lembranças; reeditando-as com a a passagem do tempo. Julian Barnes também trata de maneira sucinta e poética o tema, revelando a enorme dimensão do que pode existir por trás dos detalhes que escolhemos lembrar, dos fatos que obliteramos, e como a cada narrativa podemos encontrar uma nova interpretação. Esta é uma obra magistral. Pequena, enxuta, prova de que conteúdo não precisa ser copioso para ter impacto.

Inicialmente "O sentido de um fim" parece estar contido nos preparativos a que, aos sessenta anos, Tony Webster, protagonista e narrador, se dedica ao colocar a vida em ordem para um futuro incerto. Mas à medida que se recorda do passado e conclui que não realizara nada do que sonhara, é forçado a reconsiderar o que havia feito de sua própria vida, de seu casamento. Fora nada mais do que a vida de um homem comum. Tem vívidas recordações de sua adolescência e dos amigos de então. Lembra-se de sua primeira namorada e dos hábitos diferentes de relacionamentos na época de sua juventude. Esse início, a primeira parte da história, marca o tom de meditação que permeia a narrativa: uma longa ponderação sobre as expectativas que temos sobre o futuro, e sobre o comportamento humano.

As lembranças, cada qual acessada a partir de um gatilho diferente parecem sempre surpreendentes. Tudo é próximo da realidade e enigmático. Revisto dezenas de vezes e sempre novo. Como num processo de psicanálise ou inquérito policial, a cada recontagem, a cada rearrumação de fatos, uma lembrança resgatada, uma revelação, nem tão clara, nem tão nebulosa, mas presente. A verdade? Está em algum lugar e não chega a ser mencionada.

O título "O sentido de um fim" toma conotações inesperadas, imprevistas. Muito mais do que estabelecer ordem em uma vida que se prepara para o fim, essa trama nos leva a questionar a veracidade das nossas certezas. Somos, afinal, quem pensamos ser?

De repente, a história singela, franca, desafetada, que prendeu nossa atenção até o final, levanta dúvidas. Sérias. Não sobre si mesma. Mas ela interage conosco. Questiona. No mesmo tom meditativo da narrativa, embarcamos numa ponderação a respeito do passado. Rever a ficção das nossas vidas, não é fácil. Saberemos catar nos rincões da memória o que é verdade? Separá-la, mesmo não conhecendo todos os fatos? Sim, porque é isso o que somos, um conglomerado de ficções e alguns fatos aos quais damos a nossa identidade, não é mesmo? Tony Webster, adolescente, não percebe a ficção do dia a dia. “Esse era outro de nossos temores: que a Vida não fosse igual à Literatura.” [21] Mas é. A vida é igual à literatura. Somos protagonistas da história que desenvolvemos, editamos, burilamos. Eliminamos fatos indesejados, colorimos a gosto. E em algum lugar, em algum ponto, essa fantasia toma uma vida própria, ambulante e acreditamos nela. Só mesmo um acontecimento inesperado, um evento de grandes proporções — como acontece em "O sentido de um fim" — pode desvendar a proporção de realidade que escolhemos esconder dos outros e de nós mesmos. Mas mesmo assim, não revelará tudo. Só o suficiente para o entendimento geral de uma determinada situação.

"O sentido de um fim" é uma joia, uma obra prima.
Ladyce 07/09/2015minha estante
Gilberto, obrigada pela lembrança de que eu gostaria desse livro!


GilbertoOrtegaJr 09/09/2015minha estante
;)


Ana (Marta) 23/07/2019minha estante
Eu adorei o livro! Você trata muito bem a questão da confiabilidade (ou não) do narrador. Tony acredita mesmo na história que ele contou sobre a Verônica para a ex-mulher, mas ele (SPOILER) fica chocado ao confrontar a verdade presente na carta que ele mesmo escreveu anos atrás. Assim acontece com a gente. Nós vamos contando a nossa visão dos acontecimentos, e lá no futuro podemos acabar nos esquecendo dos "pequenos" detalhes, e aquela história vira A oficial.
Agora, percebi que algumas pessoas nos grupos de discussão (inclusive o meu) começaram a levantar várias possibilidades um tanto fantásticas sobre várias possibilidades de final do livro, como se o narrador fosse totalmente não confiável. Eu sinceramente não acho que foi essa a intenção do autor. Penso mais na ideia do que acontece na vida cotidiana, como você mesmo comentou. No entanto, no caso do Tony, a carta (SPOILER) trouxe consequências trágicas, mas isso não o transforma, na minha opinião, em um mentiroso manipulador. O que você acha?




Tatiana Patrícia 02/07/2020

Esperava mais
Acho que eu vou contra a maioria.
Não gostei do livro, nao curti a história, os personagens não me prenderam, não consegui sentir aquela vontade de terminar de ler...
Achei que estava lendo um livro para adolescentes, bem estilo John Green (não que os livros dele sejam ruins)
Pode ser que eu nao tenho entendido?
Sei la... Só sei q não gostei.
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Valério 19/08/2012

Clássico é clássico
Este livro prejudicou uma máxima, se não me engano de Niezsche, que diz que, para um livro ser considerado um clássico, deve passar pelo crivo do tempo. Ou seja, se o livro ainda for comentado e elogiado após 50, 100 anos, significa que é realmente um grande livro. Seria precoce classificar um livro como clássico nos anos seguintes ao seu lançamento. Contudo, "data maxima venia", "O sentido de um fim" já me dá tranquilidade para classificá-lo como um clássico, que não deve se perder no tempo e precisa ter seu valor reconhecido daqui a 50 ou 100 anos.
Fantástico. O melhor livro que li nos últimos tempos. Profundo, filosófico. Ao invés de acharmos que o protagonista está aprendendo, descobrimos que, até o final da vida, há muito que aprender.
A leitura lhe obriga a pensar e repensar o que anda fazendo de sua vida e quais as implicações, amanhã, do que realiza hoje.
Se teve paciência de ler esta resenha, não deixe de ler o livro.
Você não se perdoaria por não ter lido.
laura 19/08/2012minha estante
Linda resenha Valério!


Valério 19/08/2012minha estante
Obrigado, Laura! Espero que goste do livro.


jota 19/10/2012minha estante
Valério: não li o livro do Barnes ainda. Só gostaria de dizer que há uma expressão para esses livros que instantaneamente cativam crítica e público pela qualidade. São chamados de clássicos modernos. Foi assim com O Nome da Rosa, de Umberto Eco e Memórias de Adriano, M. Yourcenar, por exemplo. Do próprio Barnes tivemos tempos atrás, O Papagaio de Flaubert. Outros virão.


Valério 30/10/2012minha estante
Obrigado, JD, pelas explicações.
Creio que "O nome da rosa", a esta altura, já pode abandonar a expressão "moderno", ficando apenas com a alcunha de "clássico".




Samara @o_gato_leitor 05/04/2020

Sensacional!
Não é suficiente dizer que O sentido de um fim é daquelas leituras que se tem desejo imediato de recomeçar ao virar a última página. Numa espécie de piada de mal gosto, o livro versa sobre finais de muitas formas possíveis. O fim de uma vida, o fim de uma história (de amor ou não, cabe ao leitor completar), o fim de um livro. Mas na prática, nenhum desses elementos efetivamente se encerra. Adrian Finn se suicida, mas sua existência e o mistério por trás da trágica morte persistem. Os relacionamentos entre protagonistas em tese se desfazem, mas retornam de forma cíclica à vida de todos os que foram afetados por eles. O livro fisicamente chega ao fim, mas com um final aberto que pede ao leitor que assuma as suas responsabilidades enquanto participante da narrativa. O texto se encerra, mas as reflexões ficam girando em círculos, de forma que é impossível não ser convidado ao retorno. No fim a gente pensa no começo (frase de caminhão que carrego pra vida). E quando nos deparamos com um suposto fim, estamos sempre em busca de seu sentido. Mas não é disso que esse livro se trata. O sentido de um fim não é sobre fazer sentido (digo isso com toda minha prepotência de leitora comum). Lide com isso. Esse é um livro incrível sobre o ser humano e a construção da memória individual.
.
Tonny Webster é um homem de meia idade com uma vida medíocre que tem suas lembranças da adolescência ressuscitadas a partir de uma herança curiosa: o diário de seu melhor amigo, que se suicidou ainda jovem. Através desse gatilho, somos conduzidos por Tony numa retrospectiva que nos levará a uma busca pela verdade (mas qual?)
.
Quem somos realmente ? Uma junção de nossas memórias? E se nossas memórias não são confiáveis, o que resta de nós mesmos? E se inconscientemente estamos editando a todo segundo aquilo que vivemos? Mal o tempo passa e a vivência já não existe em si mesma. O que resta é a lembrança. Tudo mais será apagado. E qual o critério? Será que subjetivamente estou moldando não só quem sou e serei, mas também quem eu fui? Será que um dia vou me deparar com a lembrança de um antigo eu que hoje me é estranho? Quanto mais absurdo isso parece, mais percebo que já me é familiar. Quantas textos e cartas você já releu e percebeu que não se lembrava de ter escrito? Quantas vezes já te disseram aquele "lembra quando a gente..." e você percebeu que essa memória já não te compunha mais (ou na melhor das hipóteses, compunha apenas um borrão)? Tony Webster me fez pensar sobre isso.
@literatotti 22/09/2020minha estante
Olha, essa resenha me representou de várias formas e me deixou mais reflexivo que o próprio livro. AMEI!


Samara @o_gato_leitor 27/09/2020minha estante
Ah, que coisa linda! Obrigada ??




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