Ninha Machado 02/07/2014Histórias impensáveis, de tirar o fôlego - Sempre Coben!Mais uma vez COben me surpreendeu com mais este ótimo livro! Já lí alguns livros dele como Cilada (o que mais gostei), Não conte a ninguém, Confie em mim, Desaparecido para sempre, Quando ela se foi, e agora este. Ganhei este livro por acaso: emprestei para um amigo o Desaparecido para sempre e ele estragou, então para compensar me deu este. Como sempre uma leitura muito envolvente. Coben tem o dom de interligar todos os acontecimentos durante o livro impedindo que você o largue enquanto não descobre o mistério.
O engraçado é que eu nunca consigo descobrir qual é o mistério (pelo menos eu), Coben sempre faz com que imaginemos diversas possibilidades, mas no final não é nenhuma das que eu pensei. E eu gosto disso, não curto finais previsíveis, ainda mais em histórias como as de Harlan.
Sou suspeita para falar dele, pois desde que li o primeiro livro dele (Não conte a ninguém), me apaixonei pela escrita, pela criatividade, pelo envolvimento da trama, enfim! Então, eu super indico Refúgio.
Bom, mas como também tenho um lado crítico para as coisas, há dois pontos que "não curti" no ivro:
- Por mais que eu leia que Mickey é um adolescente, não consigo vê-lo como tal. Os pensamentos dele, a forma como fala, como se comporta, a falta de um mínimo de linguagem mais coloquial e o excesso de maturidade me deixaram um pouco (não sei bem se é essa a palavra) "incomodada". Não digo que eu queria um "mocinho" bobão, crianção, que fala errado e não consegue firmar um pensamento coerente e uma conversa saudável, mas justamente esse excesso de maturidade que falei não te faz enxergá-lo como adolescente. Se não fosse o fato de grande parte da história se passar na escola e as mensagens de texto trocada com os amigos, onde abreviam muitas palavras, mais típico de jovens, o personagem passaria facilmente como adulto, um irmão mais novo de Mayron. Porém, por outro lado, vendo os dois da situação, isso é bom, pois não rotula o livro como "juvenil" ou "para adolescentes" como tantos que vemos agora (isso impede que grande parte dos adultos os leiam) impedindo de virar uma modinha teen e logo logo cair no esquecimento.
- Eu disse no começo que Coben, em grande parte dos livros que li, faz com que a história tenha mais de uma trama acontecendo ao mesmo tempo, uma interligada à outra (Exemplo: Confie em Mim, Cilada, Não conte a ninguém... Isso os que me lembro agora). Os acontecimentos vão se intercalando conforme o passar dos capítulos montando a história e no final tudo se conecta e se explica. Pois bem, senti muita falta disso neste livro. Obviamente que não é uma obrigação essa forma de escrever, não é essa a questão, mas isso faz com que a história fique muito mais interessante, envolvente e misteriosa e impede que tudo se resuma na rotina do personagem principal, neste caso Mickey. Não sei se essa impressão me ocorreu porque a narração está na primeira pessoa, talvez seja isso. E pra piorar um pouquinho essa linha de escrita do Harlan permaneceu na continuação deste livro, no livro 2, em "Uma questão de segundos". Li os dois livros em quatro dias. Não vou divagar muito sobre segundo livro, pois o discutido aqui é Refúgio, mas achei que a história do segundo foi mais arrastada e mais rtineira ainda, sem grandes acontecimentos que tirem seu fôlego ou que te impedem de parar de ler. Fiquei meio decepcionada com o segundo, mas vejamos o que nos espera no terceiro livro, espero que supere o meu desapontamento.
Resumindo: Indico Refúgio, ótima leitura e uma história, como sempre, impensável.