Al-Aisha e os Esquecidos

Al-Aisha e os Esquecidos Marcel Colombo




Resenhas - Al-Aisha e os Esquecidos


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Bruna 05/08/2012

Papo de Estante http://papodeestante.blogspot.com.br/2012/08/resenha-al-aisha-e-os-esquecidos.html
Talvez uma das coisas mais interessantes que achei nesse livro é que história é contada por Al-Aisha. Bem, até aí você me dizer: o livro chama Al-Aisha, então qual é a novidade? Pois eu digo! Al-aisha é a contadora da história mas ao menos nesse livro ela não participa. Isso mesmo ela não é a protagonista e nem aparece no livro. Al-Aisha é uma observadora de tudo o que acontece. Isso tornou uma narrativa que é em terceira pessoa extremamente dinâmica, pois Al-Aisha fala com os leitores, faz colocações, diz o que ela acha... e tem-se impressão de que estamos ouvindo a história contada por um amigo.
O nosso querido protagonista chama-se Lucas Laporte, e falar a idade dele é uma coisa complicada, pois na verdade o livro percorre fases de sua vida desde de menino muito menino até os 17 anos.
Mas tudo tem um começo certo? E essa história maravilhosa começa um dia antes de Lucas fazer 5 anos, quando todos dizem que ele será um "homenzinho". A inocência dele em querer ficar acordado até mais tarde para ver a sua "transformação" em homem foi algo que me marcou. Aliás, a inocência dele e de seus amigos quando crianças é algo tão perfeitamente descrito e sentido por quem lê que é impossível não se deliciar e rir com os acontecimentos.
É exatamente nesta noite que um acontecimento estranho acontece. Uma fumaça esquista começa a sair debaixo da porta do banheiro e ele jura que é um fantasma. Como se não bastasse o seu coelho de pelúcia o Sr. Fofinho, fala com ele!
Não, isso só pode ser sonhos, imaginação e blá blá blá, é o que seus pais insistem em dizer no dia seguinte. Mas a partir desse dia sua vida nunca mais foi a mesma. Ele jura que Sr. Fofinho está vivo e que anda pela casa a noite, além dos pesadelos que o atormentam. É só o começo de muitas outras coisas estranhas que o perseguem nos anos seguintes, culminando com o dia do Caos.
Lucas vai descobrir que o que ele viu em seu banheiro não era um fantasma (antes fosse!) mas que o mundo que conhecemos é apenas superficial e ainda mais: está a beira da destruição.
Falar muito mais do que isso é estragar a surpresa dos acontecimentos. Como cada pedacinho desse livro tem um propósito (mesmo que pareça que não a princípio) fica difícil falar muito sem dar spoiler, mas posso dizer com certeza dos personagens cativantes que ele tem. Citarei meus dois favoritos.
Pedrinho, Drinho para o amigos, é o melhor amigo de Lucas e um garoto (e mais para frente um adolescente no livro) muito especial. É o típico garotinho gordinho comilão, vive no mundo da lua e fala mais do que a boca consegue falar. Dei muitas risadas com suas falas, abaixo uma das que jamais irei esquecer:


- Meu pai me protegia do bicho-papão quando eu era mais novo, gostava de jogar bola e cartas, e adorava ver filme de mulher pelada quando minha mãe não estava vendo e quando achava que eu estava dormindo; seu pai também gostava de ver filme de mulher pelada? Quem sabe nossos pais não estão no céu vendo filme de mulher pelada!


Confessem, é ou não é para rir? E essa é apenas uma das suas "frases-proezas".
Porém o meu personagem favorito é e para sempre vai ser o Sr. Fofinho. Sim, ele é um coelho de pelúcia falante (tudo o que posso revelar) que de inocente e fofinho não tem nada. Esqueça a ideia de lhe oferecer cenouras! Provavelmente você ganhará um chute no traseiro se fizer isso. O que ele realmente gosta é uma boa pizza de palmito, bebida e seus queridos charutos. Conseguem visualizar isso?
Suas frases ranzinzas e irônicas juntam-se as pérolas ditas pelo Drinho.
A forma como a narrativa é conduzida, os personagens, o mistério... tudo é tão perfeito e cuidadosamente colocado. É impossível não rir nas situações mais banais, ficar tenso nos momento de ação e suspense ou se comover nos momentos mais tristes. Al-Aisha despertou em mim emoções que fazia muito tempo que um livro não despertava. O mais difícil foi me separar dele depois de virar a última pagina (sim, eu o levava para todos os lugares, lia no ponto de ônibus, lia andando na rua... lia a cada minutinho mais vago que eu tinha no trabalho). E sabe qual sensação que eu estou agora? Senhor Macel Colombo faça o favor de não demorar com a continuação pleeeeeeease.
E ainda tem gente preconceituosa com a literatura brasileira. Não sabe o que está perdendo.
Bruno Sá 16/08/2012minha estante
Eu quero muito ler esse livro




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