Helena de Troia

Helena de Troia Francesca Petrizzo




Resenhas - Helena de Troia


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RLeitora 01/10/2012

Resenha RLeitora - Helena De Troia
Esqueça o que você já leu sobre Helena! Só assim você vai realmente se deliciar com esta obra. Por que eu digo isso? Porque a autora Francesca Petrizzo deu uma nova cara à nossa querida Helena de Esparta, ops, de Troia.
Aqui ela não é filha de Zeus, exatamente, e também não é flechada pelo cupido. É uma mulher comum da Esparta antiga – ok, é uma princesa, mas é uma mulher completamente humana em seus sentimentos mais profundos.

Helena, filha de Leda e Zeus (ela deixa claro que pensam que ela é filha de Zeus, enquanto sua mãe tem vários amantes), é uma princesa muito bela – de beleza sem igual. Vive uma vida de luxos, mas para ela isto não é interessante: preferia o afeto que nunca recebeu. Por este motivo, abandona tudo a cada fagulha de amor que encontra. O livro trata de seus amores, com uma visão humanizada para a Guerra de Troia, sem interferência de deuses, semideuses ou homens com talentos especiais.
Como um diário: íntimo, pessoal, fascinante. A autora trouxe vários elementos míticos da Rainha de Esparta, mas fez com que estes ficassem o mais humanizados possível – como já disse, sem interferência de deuses.

A frase que resume o livro: Eu sou de pedra. Helena pensa que tem que ser de pedra para aguentar as pressões e humilhações. Além disso, a nossa protagonista vive de fantasmas, e isto é nítido: ela vive das lembranças da sua vida. Demonstra apenas em poucos momentos a vivência no agora, realmente.
Homero escrevia suas histórias em forma poetizada (quem leu a Odisséia e Ilíada pode conferir), então a autora traz esta referência lírica em toda a narrativa, nos levando a uma viagem ao tempo.
A autora construiu muito bem os personagens, caracterizando-os de forma marcante. Em contrapartida, não consegui absorver os detalhes dos cenários – em minha opinião, faltou um maior delineamento dos ambientes.

Além disso (sim, eu tenho que dar aquela puxada na história), a autora escreve como se estivesse no período. Até aí ok! Mas Helena fala o tempo todo em Grécia - e naquela época a Grécia não se chamava Grécia, então não está coerente com o contexto do momento. Entendo que, talvez, ela utilizou a expressão para que todos pudessem se localizar e identificar, mas a meu ver ficou incoerente, mesmo.
No geral a obra é deliciosa de ler. Mas como eu disse: dispa-se do que você aprendeu sobre a Guerra de Troia, caso contrário você vai achar muitas disparidades, e talvez não goste da narrativa.

É aí que eu pergunto: Quem não conhece uma Helena? Que é de pedra, que vive de lembranças... Todos conhecemos alguém assim, não?

Curiosidades:
* O texto que traz, originalmente, a história da Guerra de Troia se chama Ilíada e foi escrito pelo poeta grego, Homero.
* O que conhecemos hoje como Grécia Antiga não era um país, mas um aglomerado de Cidades-Estados, cidades com autonomia econômica e política – cada uma tinha seu rei. Estas cidades ficavam na região chamada de Hélade (na verdade até hoje a região é assim chamada), por isso se autodenominam Helenos.
* Não há informações históricas sobre a figura de Helena. É possível que Heródoto tenha escrito sobre a mulher Helena, fazendo dela uma figura representativa a todas as “helenas” da Grécia Antiga.
* Ainda não está provado que a Guerra de Tróia realmente ocorreu. Os escombros de uma cidade que, possivelmente, seja Tróia foram encontrados abaixo de outras cidades (segundo a localização dada por Heródoto), porém o fato da guerra ainda divide os estudiosos.

http://resenhasdeumaleitora.blogspot.com.br
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Samara MaiMa 10/08/2012

Design

O que eu mais gostei nesse projeto de Helena de Troia foi o tamanho e o peso do livro. Ele entra naquela linha que tem me agradado muito de livros pequenos que, por terem poucas páginas, ficam muito fofos e agradáveis de segurar.

De resto, o projeto gráfico está correto mas tenho algumas considerações.

Na capa o layout está contextualizado com o tema "Grécia", utilizando grafismos geométricos que é muito identificado com a cultura grega. Não achei que a modelo correspondem a uma boa imagem da Helena, que é descrita como uma mulher de cabelos claros.

No miolo, o projeto abandona o contexto grego da capa e não utiliza em nenhum momento os grafismos geométricos, mas uns florais que não associei à arte grega. A mancha gráfica é bonita, com a fonte pequena e agradável para leitura.

Não gostei muito das páginas de abertura das partes em que o livro é dividido, utilizando uma fonte sem serifa, muito reta e em caixa alta, com um efeito de sombra que me pareceu desnecessário e que não combina com o resto do projeto gráfico.

História

Quando eu era pequena, na primeira Bienal do Livro de que me lembro, meu pai me deu o livro que iniciou meu amor por mitologia grega (A Grécia: Mitos e Lendas). Nele, além dos deuses e de grandes personagens como Hércules e Perseu, era contada com belíssimas ilustrações a história de uma das mais importantes guerras gregas: a Guerra de Troia (que eu acho muito bizarro escrever sem acento... mas vamos seguir o acordo ortográfico, né?).

Provavelmente todo mundo conhece a história da guerra. Helena, rainha de Esparta, é sequestrada por Páris, príncipe de Troia, e todos os reinos da Grécia se juntam à Menelau para recuperar sua esposa. Grandes nomes surgiram nessa guerra: Aquiles, Heitor, Ulisses, e ela foi magistralmente contada na Odisseia de Homero. Um grande ditado também veio desta história: presente de grego, por causa do cavalo oco construído por eles. Mas a guerra ainda não havia sido contada pela voz do pivô do conflito.

Helena. Considerada a mulher mais linda da Grécia. Que se dizia ser filha de Zeus. Herdeira de Esparta. É na voz dela que ouvimos a história em Helena de Troia. Uma voz muitas vezes confusa e aflita, com frases em linguagem indireta, cheia de vírgulas separando o raciocínio e que criam pausas estranhas. Confesso que tive que reler alguns parágrafos para realmente entender o que a personagem queria dizer.

Acompanhamos a vida de Helena desde sua infância, quando é sequestrada por Teseu, até sua vida adulta, durante a Guerra de Troia. A personagem criada por Francesca Petrizzo é um jovem em busca de felicidade em uma sociedade que a vê como um objeto a ser oferecido como dote por sua família. Tem um relacionamento conturbado com sua irmã mais velha Clitemnestra, uma visão fria e distanciada de sua mãe e mal fala com os irmãos gêmeos, Castor e Pólux. Ela acredita que sempre seria vista como um objeto de prazer e desejo para os homens e nunca conheceria o amor.

Nossa Helena se relaciona com alguns homens durante a narrativa: um soldado do exército de Esparta (e seu primeiro amor), Diomedes, Aquiles, Menelau, Páris e um que para mim foi uma surpresa, de certo modo agradável, e que vou deixar em suspense.

A autora manteve o mesmo apelo/personalidade de muitos personagens que aparecem durante a história. Páris continua um covarde insuportável (dá para perceber que eu não gosto dele :) ); Aquiles é o herói convencido; Heitor o homem de família, que zela pelo bem estar de todos; Cassandra é a maluca tocada pelos deuses que eu adoro.

Apesar da narrativa em primeira pessoa às vezes ser confusa, gostei muito de conhecer a visão de Helena. Eu já tinha lido a guerra de Troia na voz de Cassandra, a profetisa desacreditada, contada por Marion Zimmer Bradley em O Incêndio de Troia. Na voz de Helena, a história ficou um pouco mais humana, mais feminina e talvez um pouco mais crível, ao desconectar o divino e o fantástico como causadores e mantenedores da guerra em si.

Fora o romance que deixei em suspense, não esperem muitas novidades em cima do mito da Guerra de Troia. A autora só recontou a história que já conhecemos o final na voz de Helena. Por isso senti falta de um desfecho melhor para Eneias, Hermione e Clitemnestra (que simplesmente desaparece quando Helena vai para Troia). Assim como muitos acontecimentos da própria guerra que não são contados porque, obviamente, Helena não estava presente.

Fiquei satisfeita que a editora preferiu dar o nome da personagem ao livro, ao invés de fazer uma tradução literal do título original Memorie de una Cagna (Memórias de uma Cadela). Durante a narrativa várias vezes Helena comenta que esta é a forma como os seus servos e outros nobres a veem e sussurram às suas costas. Particularmente prefiro ser convidada a ler a história de Helena do que enaltecer esta visão deturpada de sua busca por felicidade.

Recomendo a leitura para quem conhece ou não o mito. Adorei reencontrar os personagens com a abordagem de Francesca Petrizzo.

E para os que gostariam de saber mais sobre mitologia sugiro a leitura de: Mitologia Grega e Romana - P. Commelin; Mitologia - Edith Hamilton; e Dicionário de Mitologia Grega e Romana - Mario da Gama Kury.

Até a próxima! o/

Gostou da resenha? Então fique à vontade para visitar meu blog e ler todas que já escrevi. Parafraseando Livros: http://www.parafraseandolivros.com.br
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@babi.teixeira 25/10/2021

Eu sempre fui apaixonada pelas histórias gregas e sua mitologia, por isso acho que esperava mais do livro. poderia ter sido melhor trabalhado. Mesmo assim a autora conseguiu mostrar uma versão mais humana da personagem, com suas falhas e desejos em uma época onde as mulheres eram vistas como troféus.
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Andressa 31/07/2012

Helena de Troia - Francesca Petrizzo
Desde que vi o lançamento Helena de Troia, pela editora Lua de Papel, tive curiosidade em ler o livro. Isso porque algo que sempre me chamou a atenção, desde que assisti ao filme Troia, é todo esse grande mito da História. Personagens como Helena, Aquiles e Heitor sempre me interessaram, assim como toda a história da guerra que seguiu à fuga da mulher mais desejada do mundo. Por isso, não tive dúvidas de qual seria o livro escolhido do mês para resenha no blog.

Como o livro é focado somente em Helena, vemos todos os outros personagens por sua visão, sendo inicialmente passado em sua cidade natal, Esparta. Muito do que o livro narrou eu na verdade ainda não sabia, já que por ter inicialmente conhecido apenas a história de Troia nunca tive um aprofundamento de como era a mulher em sua antiga cidade, nem em como levava sua vida antes da chegada de Páris. E essa foi uma das coisas do livro de que mais gostei. Podemos perceber como Helena sempre foi uma mulher inconstante que amou – ou pensou amar – muitos homens ao longo de sua vida, passando de um a outro sem um grande sofrimento. Isso me fez notar que ela na verdade era uma mulher sozinha e carente, que procurava nos homens algo que nunca teve em casa quando pequena e, assim, consegui entender o porque de sua fuga à outra cidade e todos os acontecimentos que levaram a personagem a fazer o que fez. Helena também nunca foi adepta a seguir todas as regras da sociedade: teve em sua vida muitos amantes e muitos deles personagens importantes desse famoso mito, como Aquiles. Sua personalidade foi o ponto forte do livro e posso dizer que a autora fez um excelente trabalho com sua protagonista.

Pelo fato da história toda ser narrado em primeira pessoa pela mulher, por vezes achei que acabou se tornando um tanto monótona e cansativa, dependendo do momento em que ela estava passando na vida: quando Helena se sentia infeliz, triste ou solitária, só o que conhecíamos era seu pensamento, sem muitas ações para empolgar a leitura. Principalmente as passagens da guerra que se firmou entre a Grécia e Troia foram vistas ao longe, sem a adição de detalhes, como a personagem a viu: de dentro dos muros protegidos de sua nova cidade. Isso acabou por prejudicar um pouco o livro, que poderia ter sido mais movimentado e dinâmico em alguns momentos.

No geral, o livro me agradou. Confesso que esperava algo um pouco diferente, detalhando um pouco mais o que se passava ao redor da personagem e não só a sua vida, mas no final acabei gostando do livro apesar de tudo. Não foi um livro que chegou a me emocionar – como o que aconteceu quando assisti ao filme – mas foi algo que me fez perceber como a personagem tinha uma personalidade forte e independente e como fez de tudo para tentar ser feliz.
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Vivi 08/08/2012

“Helena é meu nome, mas posso ouvi-los me chamando de adúltera nas minhas costas. Eu nasci em Esparta, mas fui embora para Troia, por amor. Eles costumavam dizer que eu era a mulher mais bonita do mundo e viviam julgando o quão pouco ganhei e o quanto perdi depois que fugi, mas eles não estavam lá depois de tudo o que passei. Eu estava.” [orelha do livro]

A história da batalha de Troia sempre me chamou atenção, muitas versões foram contadas em filmes e livros e mesmo já conhecendo seu desfecho sempre me vejo ansiosa por conhecer mais uma visão dessa história. Nesse livro vemos somente a visão de Helena dos fatos desde parte de sua infância até o fim. Sua visão das pessoas que passaram por vida, suas decisões, seus erros e as consequências disso.

O livro é dividido em duas partes, a primeira passada em Esparta e a segunda em Troia. Gostei particularmente da parte passada em Esparta, pois para mim foi interessante conhecer aspectos da vida de Helena em sua terra natal, a inveja e cobiça que sempre a cercaram desde criança e como sempre foi uma mulher de atitudes fortes, embora em alguns momentos tenha esmorecido.

A forma como foi lançada à vida sexual precocemente e como as alianças políticas de seu pai destruiu todos os sonhos de menina que ainda nutria, a partir daí sua vida tomou rumos que não pôde controlar e Helena entrou em uma espiral de autodestruição.

A eterna fama de Helena de Troia, a inconstante e despudorada, amante de vários homens, que abandonou a vida que conhecia e partiu rumo ao desconhecido. A história sempre nos mostrou uma Helena forte, cuja paixão derrubou um reino, nesse livro conhecemos os fantasmas que perseguiram Helena, seus medos, suas pequenas conquistas, seus amores perdidos e conseguimos se não aceitar suas decisões, pelo menos entender.

Helena de Troia é um livro bem curto, terminei a leitura de um dia pro outro, não é uma leitura emocionante e cheia de lutas, sangue... afinal, estamos vendo a história no ponto de vista de Helena, que viu a maioria dos acontecimentos protegida atrás dos muros de Troia. O que me incomodou um pouco durante o livro foi justamente a narração em primeira pessoa, em alguns momentos teria sido interessante ver Helena sob a visão de outro personagem.

A capa foi algo que me fez decidir sobre a escolha do livro do mês pela parceria com a Lua de Papel, acho que retrata bem Helena, a sensualidade e o mistério envoltos nessa mulher de carne e osso que acima de tudo tentou encontrar a felicidade.

" – Helena – disse eu baixinho – Helena... – Viria um tempo em que eu odiaria meu nome. Mas naquela noite era tudo o que eu era." Pág 25

"Eu sou de pedra. Ele me apertara, sim, contra seu corpo, e eu não reagira, mas decerto ele sentira a repulsa em meus músculos tesos e duros. Eu não queria, não. Podia ter pena dele. Podia ser gentil, até que um ódio silencioso me queimasse nas veias. Mas não podia fingir, não assim." Pág 52

Bjokas!!!

Resenha em: http://emporiodoslivros.blogspot.com.br/2012/08/helena-de-troia-memorias-da-mulher-mais.html
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