Beco da ilusão

Beco da ilusão Mallerey Cálgara
Nanda Cálgara




Resenhas - Conto de Fadas as Avessas


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Clara.Calais 09/07/2018

fascinante
E um livro estilo montanha russa a cada capitulo uma nova emoçao, a cada cena uma nova descoberta, o livro te prende de todas as maneiras possiveis, eu me senti como se estivesse dentro do livro.As emoçoes ficam a flor da pele,e impossivel nao se envolver por completo com a historia.
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Livros do Coração 25/05/2017

Super Recomendo
Narrado em primeira pessoa, BECO DA ILUSÃO é um drama histórico que se passa na Segunda Guerra Mundial. Os detalhes são ricos e o leitor consegue facilmente se ambientar nos momentos que Yidish, Dalina, Bertha, Nuria e Sarah, passaram.

A forma como autora conseguiu cativar, mesmo sendo um período nefasto e cruel, foi surpreendente. Sempre tivemos a impressão de Hitler ser exaltado por soldados, mas em Beco de Ilusão conseguimos ver que esses mesmos soldados eram contra algumas atitudes desse nazista, mas não podiam lutar contra.

Foi meu primeiro contato com a escrita da autora, apesar de já conhecê-la pessoalmente. Depois de ter lido esse livro, me pergunto: “Porque demorei tanto tempo pra ler?!”. Confesso que a capa sempre me causou estranheza, por não saber o que significava. Sim! julguei o livro pela capa e me arrependo. A capa faz todo o sentido agora!

Recomendo muito essa leitura! Eu sofri com Yidish. Eu chorei, sorri e depois me emocionei muito mais com o FINAL. Que final foi aquele? O livro é muito intenso e abala nossas estruturas.

A mensagem que esse livro passa é de não menosprezar o nosso próximo, achando que é descartável e não merecedor da vida. Não podemos julgar pela cor, raça, religião, opção sexual, e sermos condizentes com o preconceito e agressões. Somos todos iguais. TODOS temos direito de sermos felizes.

BECO DA ILUSÃO foi o melhor livro que li nesse ano até o momento! E.M.O.C.I.O.N.A.N.T.E [...]

site: http://www.livrosdocoracao.com.br/beco-da-ilusao/
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Aline 07/12/2016

Maravilhoso!
Yidish tem nove anos e mora com seus pais e irmãos em Kanobat, Bulgária. Em 1931, após o falecimento de um tio, seu pai recebe uma herança e consequentemente se muda para Berlim com a família, para assumir os negócios.
Em sua nova cidade, Yidish descobre uma nova paixão, o balé, e se tornar bailarina se torna o seu sonho secreto. Lá ela também conhece Anton, que acaba se tornando seu melhor amigo, e Erdmann, primo de Anton. Juntos eles se divertem e dividem bons momentos.
Tudo parecia bem, até que a perseguição aos judeus começa, se tornando um verdadeiro pesadelo.

"(...) Agora, com os olhos ofuscados pelas lágrimas que banhavam meu rosto por sonhos desfeitos, jurei para mim mesma não mais chorar por nada perdido. Sentia-me como um pássaro de asas cortadas, que fica se atirando contra as barras da gaiola." (p. 47)

"Roubaram-nos a liberdade de expressão, tornando-nos fantoches na mão do Estado. Não podíamos falar nem escrever aquilo que pensávamos. Não podíamos ter uma opinião, ou, pelo menos, ela não poderia se tornar pública, existindo apenas na nossa mente." (p. 58)

"A alegria em nossos corações foi reduzida, fazendo-me questionar se poderíamos ser felizes novamente. O que mais roubariam de nós?" (p. 60)

Yidish é inteligente e dona de uma força interior que me surpreendeu. Fica até difícil falar sobre essa protagonista que tanto me encantou e comoveu. A personagem me conquistou desde o início da história e com o desenrolar dos fatos foi ganhando cada vez mais a minha admiração. Passando pelas maiores provações de sua vida, quando eu pensava que ela não suportaria, ela me surpreendia uma vez mais.

Dentre os personagens secundários, Anton, Erdmann ♥ e Franklyn foram os que mais me agradaram. Cada um me cativou à sua maneira. Aliás todos os personagens foram muito bem caracterizados e inseridos na história, alguns com suas atitudes inescrupulosas e cruéis e outros com atitudes louváveis e caráter exemplar. Personagens realmente inspiradores, assim como Yidish.

"(...) Quais palavras escolher que pudessem abrandar o terror sob a cortina de ferro daqueles olhares? O que estriam pensando enquanto se aproximava o último sopro das suas existências?" (p. 109)

"(...) Era como se vivêssemos em um mundo paralelo, em uma realidade alternativa, onde a vida humana valia menos do que um objeto qualquer." (p. 124)

Narrado em primeira pessoa, a história começa com uma narrativa no momento presente, mostrando como está a vida da protagonista atualmente. No decorrer dos capítulos voltamos ao passado e embarcamos na história de Yidish, a partir do momento em que ela se mudou para Berlim até o momento em que ela se tornou quem ela é hoje, Sarah Wainness. Com uma narrativa totalmente envolvente e intrigante, Mallerey Cálgara construiu uma trama tensa e intensa.

Guerra, crueldade, amizade, amor, Beco da ilusão é um daqueles livros que despertam no leitor os mais profundos sentimentos. Histórias que se passam na Segunda Guerra, tendem a mexer demais comigo, e dessa vez não foi diferente. A cada fato narrado eu ficava cada vez mais angustiada e triste. Apesar de ser uma obra de ficção, é baseada em fatos históricos reais, e a maneira como a autora retratou o holocausto, os campos de concentração e todas as maldades de Hitler e seus soldados, com detalhes na medida certa, faz com que o leitor se sinta vivenciando tudo aquilo, o que torna praticamente impossível não se comover. É doloroso, é chocante, é revoltante.

(+) Leia a resenha completa no blog.

site: http://literalizandosonhos.blogspot.com.br/2016/12/resenha-beco-da-ilusao-mallerey-calgara.html
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@biaentreleituras 19/10/2016

Durante anos de sua vida, Sarah Wainnes via no balé uma esperança, era nele que ela pensava antes de dormir, era nele que ela pensava quando tudo era apenas sofrimento, agarrava-se às lembranças dos cartazes que via, tentando amenizar os horrores ao seu redor. Agora, muitos anos depois, ela estava assistindo uma apresentação de balé da sua neta e suas recordações começaram a invadir seus pensamentos. De repente, ela não se via mais ali, estava revivendo um passado amargurado, cheio de sofrimento e angústia. Um passado em que ela era Yidish, filha de pais judeus.

Yidish tinha uma família grande e conservadora, eram judeus e tradicionais aos seus costumes. A família precisou se mudar para Berlim e lá ela pode conhecer o Balé, a jovem sonhava em se tornar bailarina mas teve seus sonhos interrompidos.

Para que ela pudesse frequentar as escolas, o pai pagou um professor particular para que dominasse o idioma. Em pouco tempo ela já falava bem o alemão e conseguia se misturar na escola, ela era diferente de sua família, não possuía as mesmas características e passava-se tranquilamente por uma alemã (o que seria de grande ajuda em um futuro próximo). Yidish fez amizade com Anton e Erdmann (primo de Anton), os três gostavam de ver as apresentações e a amizade entre eles era forte.

Erdmann falava constantemente do ódio que seu pai nutria pelos judeus, mas ele não se importava com isso. Com o passar do tempo Yidish foi descobrindo que Erdmann era mais que um amigo, o que ela sentia por ele era diferente do que sentia por Anton, mas tão profundo quanto. Os três aproveitavam muito bem o tempo que tiveram juntos, fizeram peraltices, sonharam... Mas tudo foi interrompido em uma noite, que ficou conhecida como Noite de Cristais.

A casa de Yidish (assim como de milhares de judeus) foi invadida, ela foi separada de sua família e a partir daí acompanhamos todas as atrocidades cometidas pelos nazistas, através do ponto de vista de uma criança, que vai crescendo em meio ao caos e ao horror. Naquela noite ela recebeu ajuda do pai de Erdmann, sem saber o motivo de estar sendo ajudada mas sendo grata por isso, e mesmo com a ajuda ela não escapou de ser levada para um campo de concentração.

Yidish presenciará atos desumanos, sofrerá, passará por situações em que desejará a morte e vai conviver com ela bem ao se lado, dia após dia.

Leia mais no link http://vocedebemcomaleitura.blogspot.com.br/2016/10/resenha-beco-da-ilusao.html

site: www.vocedebemcomaleitura.blogspot.com.br
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Keth | Parabatai Books 20/09/2016

Livro maravilhoso!
Resenha:

"O amanhã ainda existe. O amanhã em que poderei ver meus sonhos se tornarem realidade..."




Sara Wainnness, já não esta mais jovem, os anos se passaram e o seu passado continua sempre presente em sua memória.


A muitos anos atrás a pequena judia, Yidish brincava em seu lar com seu coração puro de bondade e sonhos, até que ao se mudar com sua família para a Berlim sua realidade muda pro completo.
A doce menina ao chegar em Berlim, entrou em um prédio onde se deparou com um belo cartaz divulgando uma apresentação de Balé que deixou a menina encantada e com uma ajudinha pode ver a entrada de uma das bailarinas no local e mesmo levando uma bronca por sua atitude não se importou.... Aquilo era exatamente o que a pequenina queria para seu futuro, ser uma bailarina.

Yidish e sua irmã começaram a ter aulas particulares para aprenderem a falar alemão, mas só Yidish estava conseguindo entender e acabou se tornando a única a ter as aulas até que seu professor se recusou a continuar dando aulas a pequena... A menina ouviu a conversa do professor com o pai que dizia não aguentar mais a tamanha vergonha que estava sendo para ele ter que trabalhar para um judeu.

Este foi a penas o começo de tudo que estava por vir...

Anton mora próximo da casa de Yidish e ambos viviam juntos brincando e principalmente com relação ao balé, quando a pequena menina pegava as roupas de rua mãe e com elas dançava e encenava o que via no ensaios que aconteciam no prédio.
Em um dia qualquer Anton, Yidish e Erdmann (primo de Anton) decidiram bolar um plano para assistirem a apresentação que estava em cartaz, mas o plano não deu certo pois seus pais descobriram e a briga foi feia... O pai de Yidish a proibiu de brincar com os meninos pois eles não eram uma boa influencia para ela. Mesmo com brigas e até mesmo quando Erdmann alegava que não iria brincar com ela por ser judia, Yidish sentia faltar de voltar a brincar e se divertir.
Quando foi para a escola teve que assistir com todos os alunos um vídeo onde ensinava as crianças que não deveriam ficar perto dos judeus, o pânico tomou conta da menina e de sua irmã na mesma hora, em pouco tempo uma rodinha foi formada e sua pobre irmã estava sendo agredida, mas por sorte Anton apareceu com uma pedaço de madeira e tirou as meninas da escola.
Desde então Anton prometeu proteger a amiga para sempre....
[...]

-> Leia a resenha completa no blog. :)

site: https://parbataibooks.blogspot.com.br/2016/09/resenha-beco-da-ilusao.html
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Katitah 10/08/2016

Muito interessante
Olá literários.
Hoje venho com um livro bem forte, com um tema pesado, que fiquei bastante intrigada se lia ou não, pois é algo que mexe demais com a cabeça, pois foi um acontecimento extremamente triste com muitas mortes.
Mas confiei na autora, li e não me arrependi.
Segue o link da resenha no blog

site: http://www.caminhandoentrelivros.com.br/2016/08/resenhas-de-terca-beco-da-ilusao-1.html
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Marilia.Paiva 05/08/2016

Apaixonante!
É uma história super apaixonante, impossível não se emocionar em casa página lida. A obra é rica em detalhes, sentimentos, que nos remete ao passado, e por diversas vezes, nos faz acreditar que os personagens são reais. Eles são fortes, bem definidos e nos servem de inspiração.
Tem como pano de fundo, na minha opinião, um dos momentos mais horripilantes da nossa história. Ainda assim, a autora conseguiu narrar com sutileza, e até com poesia. Teve um dos finais mais lindos e poéticos que tive o prazer o ler. Sem dúvida, Beco da Ilusão se tornou o meu predileto nesta categoria. Muito bem recomendado!
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Lina DC 31/07/2016

O primeiro capítulo se passa em Nova York, no final do ano de 1995 quando Sarah Wainness está indo assistir sua neta, uma bailarina que está se apresentando no Nova York City Ballet, quando começa a relembrar seu passado...

"As lembranças e os sentimentos se fundem em um só, materializando-se em mim em forma de lágrimas, que transbordam. A música para. As cortinas do palco são abertas e os dançarinos expostos. O silêncio que passa a imperar no ar é cortado apenas pelo som das cortinas do meu pensamento sendo erguidas. O espetáculo começa... São minhas lembranças... Minha vida!" (p. 15)

É nesse clima dramático que somos transportados para Karnobat, na Bulgária bem no início do ano de 1931. Através da perspectiva da jovem Yidish, uma garotinha de nove anos de idade, acompanhamos a trajetória de sua família até Berlim, onde o pai herdou de um tio distante uma gráfica.
Yidish é uma garotinha curiosa e cheia de questionamentos, mas que é protegida por uma família amorosa e paciente. Seu pai, um homem simples, trabalhador e que tenta prover a seus filhos uma vida melhor; sua mãe, uma mulher amorosa mas ao mesmo tempo prática, que teve suas próprias desilusões; seu irmão Abner, um jovem de 17 anos de idade que tem ao seu lado os sonhos e aspirações, Baylah, a irmã prudente e Rina, a caçulinha de apenas três anos de idade e a representação da inocência. Berlim é muito diferente de Karnobat: a agitação, o grande número de pessoas e os estímulos sensoriais são descobertas diárias para a protagonista. Mas nada se compara ao momento em que ela descobre o balé e a graciosidade das bailarinas.
Enquanto faz suas explorações, ela conhece Anton e uma grande amizade se forja. Junto com Anton, Yidish conhece seu primo Erdmann, filho de Franklin, um soldado da SS. Tal fato não é compreendido pelas crianças, mas as mudanças políticas em Berlim começam a ficar perceptíveis até mesmo para os inocentes...
Yidish tem sua família arrancada de casa, quando essa é invadida por soldados nazistas, que a separam de tudo o que ela conhece. Arrasada e assustada, Yidish começa a observar o pior da natureza humana em campos de concentração. Mas a esperança é algo que ninguém consegue arrancar de seu coração, por mais difícil que a situação se torne.
"Uma vez a cada três dias, eles abriam a porta e jogavam um pouco de pão, batata e água, como se fôssemos animais selvagens ou algo pior, e que eram disputados por todas nós." (p. 83)


E ela se torna realmente difícil... Assumindo várias identidades para sobreviver, a jovem precisa deixar para trás tudo e todos que conheceu e esconder suas verdadeiras crenças.

"Peguei-me pensando nos homens algemados que passaram por mim antes de embarcar. Apesar de não saber quem eram e o que tinham feito, sentia que estávamos ligados por um fio invisível e cruel, que tínhamos algo em comum; as algemas. As deles eram visíveis, as minhas não." (p. 92)

"Beco da Ilusão" é uma história apaixonante, sobre uma jovem resiliente e corajosa. É uma trama que tem como pano de fundo um dos momentos mais aterrorizantes da humanidade, mas que demonstra que é possível encontrar esperança nos locais mais sombrios.
Os personagens são ricos e complexos, repletos de nuances que não nos permite classificá-los como vilões e mocinhos (com algumas exceções). Seus medos, anseios e receios saltam da obra e conseguem nos fazer refletir. O enredo consegue ser impactante e ao mesmo tempo suave, graças a vulnerabilidade dos protagonistas.
Em relação à revisão, diagramação e layout foi realizado um trabalho excepcional. Existem inúmeros detalhes internos que enriquecem ainda mais a história.

"Hum... Ilusão achar que valeria a pena viver neste beco, chamar de vida a que eu iria ter." (p. 155)



site: http://www.viajenaleitura.com.br/
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Pri 10/07/2016

Uma escrita fantástica, um livro lindo e uma história sensível e comovente. Beco da Ilusao me encantou desde o primeiro momento e tem um dos finais mais poéticos que já li. Só posso parabenizar Mallerey, com quem tive o privilégio de conversar durante esta experiência, por sua brilhante obra. Emocionante e humano, Beco foge dos clichês da 2ª Guerra, falando do amor apesar de tudo. Frases inesquecíveis (“E entre tudo o que você poderia ser para mim na vida, a vida escolheu torná-lo saudade”), personagens marcantes, reviravoltas surpreendentes tornam este um livro inspirador, alimentando no leitor a esperança na vida, nas pessoas e nos sonhos.
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Marcia Lopes 16/06/2016

Muuuuito bom!
Olá pessoal tudo bem?
Hoje trago para vocês mais uma resenha de livro nacional e gente, esse também é bom demais!

Beco da Ilusão se passa durante a Segunda Guerra Mundial e através das lembranças de Sarah Wainness, iremos conhecer a história da pequena Yidich. Um nome que se perdeu diante das atrocidades da guerra e de seres humanos que se aproveitaram do momento para se mostrarem verdadeiros monstros, indignos de serem tratados como tal.

Escrever, falar, discutir sobre esse assunto, para muitos é besteira por acharem que passado é passado e pronto. Eu penso que tem sim! Não podemos esquecer para nunca mais cometer ou ser influenciados por conceitos deturpados que se faz de uma raça, credo, opção sexual e etc.
Mas mesmo diante desse horror mundial, existe um sentimento que que é o único capaz de transformar. AMOR. Sempre o amor.
Sarah Wainness enquanto assiste a apresentação da neta, embalada pela música embarca em suas lembranças, do tempo que era apenas a feliz Yidich.
Quando pequena sempre foi uma criança curiosa e falante. A vida dela toma outro rumo quando seus pais resolvem se mudar para Berlim, devido a uma herança que seu pai ganhou, lá pensa o pai trabalhando em seu próprio negócio eles iriam prosperar.

Logo que eles chegam a Berlim você percebe pela narrativa de Yidich em que pé está a situação política do País, ela nos narra com seu entendimento inocente tudo que ela ouve escondido atrás das portas.
No prédio onde mora ela conhece Anton que se torna seu amigo para sempre e através dele conhece Erdmann eles se tornam inseparáveis. Até que uma traquinagem deles por causa da paixão dela pelo balé, leva- a uma represália de nunca mais falar com eles. E a partir desse dia a vida de Yidich muda totalmente e sem os seus amigos, sua companhia era o rádio.

Quando a guerra chegou a situação da sua família foi ficando cada vez pior até chegar o dia que o pior aconteceu, sua família fora levada presa e ela a mercê de soldados nazistas.
Teve ajuda do pai de Eedmann durante seu calvário, outro fato que a ajudou eram suas características físicas de uma autêntica alemã, fato que um dia já a intrigou.

Bem, depois disso Yidich estava nas mãos do destino. Destino esse que não a deixou morrer, mas também não foi nada benevolente. Durante suas entradas e saídas de lugares e no meio de incertezas sem fim, a vida ainda tinha surpresas e revelações.

Enfim acabou a apresentação, fecharam -se as cortinas e agora sim Yidich poderá ser realmente feliz.

Esse não é o primeiro livro que leio da Mallerey Cálgara e gosto muito do que ela escreve. Mas Beco da Ilusão você percebe o carinho, o zelo, o respeito que a autora teve com a obra toda.
Outra coisa que achei super bacana são as frases que separam os capítulos, usando frases de Adolf Hittler, nos conduzindo já à situação da protagonista e sempre frase de estímulos. Eu li “Mein Kampf” e sei o quanto ele era apaixonado pela suas ideias a ponto de convencer qualquer um a pensar como ele. São frases como essas:

Temos de ser cruéis. Temos de recuperar a consciência tranquila para sermos cruéis.
Você não derrota um inimigo tirando sua coragem. Você o derrota tirando sua esperança. Adolf Hittler

Achei genial a sacada e ironia.
Eu li o livro praticamente em um dia porque a história te envolve, te empolga, te cativa.
A autora juntou informações, conciliou o drama vivido por sua personagem com ironia e até mesmo com humor que já é peculiar em seus livros e depois de tantas emoções vividas durante à leitura, o leitor fica meio aéreo, vazio, no coração fica um espaço enorme pra ser preenchido.
Recomendadíssimo.

site: http://www.mundoliterando.com.br/beco-da-ilusao-mallerey-calgara/
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Edna 01/06/2016

Chorei, chorei, até ficar com dó de mim.
"Chorei, chorei, até ficar com dó de mim..." -

Chico Buarque - interpretação magnífica de Cauby Peixoto.



Bem, como não estamos falando de Cauby Peixoto, tampouco Chico Buarque, vamos ao que realmente interessa.

Beco da Ilusão - Autora malvada Mallerey Cálgara

A história é relatada em primeira pessoa, começa em 1931, e narra a trajetória da pequena Yidish, uma garota judia que aos nove anos de idade se vê de mudança com sua família, da cidade de Karnobat, na Bulgária, para Berlim, Alemanha.

Ao chegar à cidade, foi conquistada pela opulência de um prédio na praça central. Era a Ópera Estatal de Berlim. A foto de uma bailarina em destaque, em um cartaz que anunciava uma apresentação de balé lhe chamou a atenção. Foi ali que os sonhos da menina Yidish nasceram. Apaixonou-se à primeira vista pelo balé e decidiu que se tornaria uma bailarina.

Para a pequena sonhadora, "Berlim agora não era só uma cidade encantadora, mas havia se tornado a melhor cidade do mundo. Ela havia me apresentado o balé."

Por ser próxima à gráfica de seu pai, sempre que podia, aproveitando-se que ele e seu irmão estavam distraídos trabalhando, escapava para o prédio na Opernplatz.

Foi na Ópera que conheceu seu grande amigo Anton, poucos anos mais velho, tornando-se seu guardião, e também seu primo Erdmann, filho de um soldado da SS. Apesar da pouca idade, ele lhe despertou sentimentos que ela não soube identificar. Sabia apenas que não tinha por ele o mesmo entusiasmo que tinha por Anton. Aliás, foram os dois que ajudaram Yidish concretizar seu grande sonho de ver um espetáculo de balé.

Acontece, porém que Berlim vivia o caos da depressão econômica mundial, o descontentamento do eleitorado alemão, e o inevitável apoio ao Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, abreviado como Nazista, e da ascensão de Hitler como Chanceler, mesmo antes de chegar ao governo.

O tempo passou e com a chegada da guerra, Yidish e sua família foram tragicamente atingidos. A partir daí essa criança se vê obrigada a amadurecer, e a autora conta com riqueza de detalhes todo o percurso que a menina faz até os dias atuais.

Todos nós já lemos um livro, vimos ou ouvimos relatos em documentários, reportagens ou filmes sobre o holocausto, pelo menos uma vez na vida. O livro O diário de Anne Frank, filmes como A vida é bela, A lista de Schindler, Bastardos Inglórios, Operação Valquíria, entre outros. As experiências chocantes e cruéis às quais foram submetidos os prisioneiros de guerra, judeus, negros, homossexuais; Os absurdos das leis outorgadas pelo partido nazista, inclusive citadas no livro de Mallerey; Os planos mirabolantes, porém fracassados da resistência para matar Hitler. Enfim, histórias não faltam.


Pois bem, Mallerey Cálgara descreve em Beco da Ilusão, a crueldade do holocausto de maneira notável, não deixando a desejar livro algum que tenha sido escrito antes. Ela criou um romance, onde você torce para que tudo dê certo, embora em circunstâncias totalmente contrárias, e que a cada página lida, te faz sofrer com a personagem principal. A ansiedade e angústia te tomam de um jeito que você não consegue mais parar. Você chega a sentir a dor dela e se coloca no lugar daquela pequena. Você chora, pensa, pergunta e responde igual a ela. Você se transforma em Yidish. Aconteceu isso comigo. Eu fui Yidish. Eu fui Dalina, Bertha, Sarah. Eu sofri sua dor.

Você não derrota o inimigo tirando sua coragem. Você o derrota tirando sua esperança. - Adolf Hitler

É verdade. Você tem razão, Hitler. Tire a esperança de alguém e você o derrotará. Não há dúvidas que você era inteligente e um completo ditador louco. Acontece que você não conheceu Yidish. (Risos).

Você quase acabou com ela, mas não conseguiu. Você lhe roubou tudo, sua família, casa, amigos, amor, posses, mas não lhe tirou a esperança.

"Estava vestida aos trapos, o rosto magro e desgastado, nem parecia comigo. "Será que eu estaria ali, em algum lugar debaixo daquela imagem?" - Yidish

"À medida que os meses se transformaram em anos, a centelha da esperança que o meu salvador viria me resgatar foi diminuindo e o seu brilho ofuscado." Bertha

"Eu deveria estar me perguntando como alguém poderia se acostumar com algo assim, ma a resposta era muito simples; é possível se acostumar com tudo nesta vida, tanto com as coisas boas, quanto com as ruins. As boas, nós tiramos proveito. As ruins, aprendemos e nos adaptamos." Bertha'

Durante a história a pequena Yidish vê coisas que uma criança jamais poderia ou deveria ver. O que acontece a sua volta é simplesmente aterrorizante. A única ajuda que ela recebe é do pai de Erdmann. E ele tem um motivo para isso.

Se com 39% do livro lido, Mallerey Cálgara há muito já havia me conquistado e me feito sentir fortes emoções, quando cheguei ao quote abaixo, ela me fez chorar copiosamente.

"O local à noite tinha vida própria, com seus sons bizarros ecoando por todos os lados, ultrapassando pelas paredes. Sons que pareciam intermináveis, de vômito, tosse, lamentações e murmúrios febris."

Ano passado tive a oportunidade de conhecer Dachau, um dos vários campos de concentração, palco do holocausto. Antes de entrarmos, o guia aconselha aos mais sensíveis, ficarem do lado de fora. Curiosa, não dei ouvidos ao belo David De la Morena e segui o fluxo. Embora seja um lugar aberto às visitações, ainda é possível sentir o peso, a dor, os horrores passados ali. É quase palpável. Juro, senti-me da maneira descrita por Yidish. O silêncio é sombrio. Eu ouvia lamentos, choros, sussurros. Senti o odor da morte. É algo inexplicável. Senti-me angustiada, passei tão mal que me perdi dentro daquele labirinto de celas e não soube sair sozinha, só com ajuda.

E me perguntei, como alguém, criatura do mesmo Criador, foi capaz de cometer tantas atrocidades?

As pessoas entram naqueles cubículos quase sem fazer ruídos, ouvem todos os relatos gravados e mantidos em mídia, olham as fotos, uma a uma, sala a sala, num silêncio pavoroso. As fotos que tiramos como turistas não esboçam sorriso algum. A dor atinge todos nós. Acho que é o momento que temos certeza que o que os prisioneiros de guerra, as pessoas que estiveram ali, que tiveram sua esperança tirada, o que elas sofreram é ainda pior que o retratado nos filmes.

Beco da Ilusão é um livro profundo, emocionante, com FINAL FELIZ. Ele te leva a refletir sobre tudo o que fazemos na vida e com nossas vidas. Ele nos leva a julgar a nós mesmos com nossa soberba, nossos orgulhos, preconceitos e ofensas ao próximo.

Eu tenho um monte de palavras para descrever Beco da Ilusão e ao mesmo tempo elas falham diante de meus pensamentos. Eu só posso dizer que adorei a leitura. Nota 10 com louvor. Recomendo a todos.



site: https://acontecequeeuteamo.blogspot.com.br/2016/06/eco-da-ilusao-mallerey-calgara.htmlhttps://acontecequeeuteamo.blogspot.com.br/2016/06/eco-da-ilusao-mallerey-calgara.html
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Giuliana Sperandio 28/05/2016

Resenha do Blog Clube do Livro e Amigos - Escrita por Giuliana Sperandio
O livro é uma ficção, mas poderia tranquilamente ser verdadeiro principalmente por soar tão intensa como foi a escrita da autora, ela escreveu em primeira pessoa e nos faz viajar através do tempo e da história.
O livro começa com Sarah (Yidich) no momento presente já com uma idade avançada, indo assistir apresentação de ballet da sua neta, entre o abrir e o fechar das cortinas ela vai relembrando toda história de sua vida desde a infância até aquele momento.

O silêncio que passa a imperar no ar é cortado apenas pelo som das cortinas do meu pensamento sendo erguidas. O espetáculo começa... São minhas lembranças... Minha vida!

Yidishi é uma menina feliz que se muda com sua família para Berlim quando pai recebe de herança uma gráfica, a família toda vê na mudança uma oportunidade de mudar de vida, menos a mãe que é contra, parecia prever algo errado.
Junto com a personagem vamos percebendo as primeiras mudanças, ela criança começa acompanhar tudo com olhar inocente junto aos seus inseparáveis amigos Anton e Erdmann. Já nas primeiras semanas em Berlim Yidich se apaixona pelo ballet e começa com sonhos infantis de um dia vir a ser uma grande bailarina.

Com vinte milhões de pessoas em filas de alimento e seis milhões desempregadas, era tentador e animador ser chamado de raça superior, como ele pregava.

Anos depois, ela já com seus Doze anos juntamente com seus amigos tramam para que ela possam assistir a uma das apresentações, mas infelizmente são descobertos e isso faz com que seu pai a afaste de seus amigos, então sua única companhia vira o rádio, onde ela acompanha cada mudança de clima até a chegada da temível guerra.

Roubaram-nos a liberdade de expressão tornando-nos fantoches na mão do estado. Não podíamos falar, nem escrever aquilo que pensávamos. Não podíamos ter uma opinião, ou pelo menos, ela não poderia se tornar pública, existindo apenas na nossa mente.

Claro que a Guerra chega e por ser judia a sua família começa ficar cada vez mais apreensivo, alguns vizinhos são presos, outros "somem" misteriosamente, dentre os sumidos o pai de Anton, então ele e sua mãe se mudam para casa da família de Yidich, Anton por ser alemão e Yidich por ser diferente da família e mais parecida com o povo alemão acabam incumbidos de procurar sustento quando os judeus são proibidos de entrarem em estabelecimentos alemães. Em uma dessas saídas para a busca de alimento Yidich é reconhecida como judia, e é salva por Anton que promete jamais deixar ninguém à machucar.

Por diversas vezes ele me disse que eu não era só a sua melhor amiga, eu era a sua única amiga, uma irmã. Que eu não deveria me preocupar, que enquanto ele estivesse respirando, iria me proteger de qualquer um que me ameaçasse, alemão ou não.

O horror da guerra um dia vem bater à porta da família, e todos são presos e levados pela SS, inclusive Anton. À partir daí acompanhamos a terrível trajetória da jovem sendo sempre submetida as mais terríveis situações, longe de toda família ela se apega ao amor infantil por Erdmann, o balé e amizade de Anton, para não sucumbir ela imagina que um dia os reencontrará.

Olhava para eles e não conseguia ver seus rostos, apenas escutava suas risadas me amedrontando mais. O medo fez com que eu não conseguisse chorar, nem gritar, apenas pensar friamente que não era um dia bom para se morrer!

A vida de Yidish se transforma em um poço de incertezas, sua vida está nas mãos do destino.... E pelas mãos de um improvável salvador ela se vê com seu destino sendo decidido sem fazer ideia do será feito dela ou de sua família.
A guerra revela faces onde o bem e o mal vestem a mesma farda.


Minha opinião...



“Você não derrota um inimigo tirando sua coragem. Você o derrota tirando sua esperança.” – Adolf Hitler –

Não consigo descrever direito meus sentimentos por esse livro, aliás o que disse ali em cima não chega aos pés do que é a história, a história é riquíssima, cheia de detalhes sobre a guerra, um show de pesquisa histórica.
A autora mergulha no âmago da personagem e nos faz ver através de suas palavras todo o terror da época histórica mais conturbada da atualidade, onde conhecemos o mal em sua face encarnada que atendia por nome de Adolph Hitler.

Estava vestida aos trapos, o rosto magro e desgastado, nem parecia comigo. “Será que eu estaria ali, em algum lugar debaixo daquela imagem?”, questionava-me. Chocada, desviei o olhar e o fixei no chão por um instante, procurando mentalmente convencer minha alma a não mais habitar este corpo, abandonar todas as tralhas da alma para trás e fugir rapidamente com a água que escorria pelo ralo, indo o mais longe possível.

O livro é estarrecedor de tão verídico, tão doloroso como uma ferida recém aberta, eu por várias vezes me emocionei, e o mais chocante é que tudo poderia ter sido real. A autora soube nos situar na época, na cena e a personagem tornou se tão real que parecia ela mesma a narrar. Os medos, o fio de esperança e os sentimentos eram sentidos todos a cada parágrafo.

Resenha completa no link abaixo


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Clube do Livro 28/05/2016

Resenha do Blog Clube do Livro e Amigos - Escrita por Giuliana Sperandio
O livro é uma ficção, mas poderia tranquilamente ser verdadeiro principalmente por soar tão intensa como foi a escrita da autora, ela escreveu em primeira pessoa e nos faz viajar através do tempo e da história.
O livro começa com Sarah (Yidich) no momento presente já com uma idade avançada, indo assistir apresentação de ballet da sua neta, entre o abrir e o fechar das cortinas ela vai relembrando toda história de sua vida desde a infância até aquele momento.

O silêncio que passa a imperar no ar é cortado apenas pelo som das cortinas do meu pensamento sendo erguidas. O espetáculo começa... São minhas lembranças... Minha vida!

Yidishi é uma menina feliz que se muda com sua família para Berlim quando pai recebe de herança uma gráfica, a família toda vê na mudança uma oportunidade de mudar de vida, menos a mãe que é contra, parecia prever algo errado.
Junto com a personagem vamos percebendo as primeiras mudanças, ela criança começa acompanhar tudo com olhar inocente junto aos seus inseparáveis amigos Anton e Erdmann. Já nas primeiras semanas em Berlim Yidich se apaixona pelo ballet e começa com sonhos infantis de um dia vir a ser uma grande bailarina.

Com vinte milhões de pessoas em filas de alimento e seis milhões desempregadas, era tentador e animador ser chamado de raça superior, como ele pregava.

Anos depois, ela já com seus Doze anos juntamente com seus amigos tramam para que ela possam assistir a uma das apresentações, mas infelizmente são descobertos e isso faz com que seu pai a afaste de seus amigos, então sua única companhia vira o rádio, onde ela acompanha cada mudança de clima até a chegada da temível guerra.

Roubaram-nos a liberdade de expressão tornando-nos fantoches na mão do estado. Não podíamos falar, nem escrever aquilo que pensávamos. Não podíamos ter uma opinião, ou pelo menos, ela não poderia se tornar pública, existindo apenas na nossa mente.

Claro que a Guerra chega e por ser judia a sua família começa ficar cada vez mais apreensivo, alguns vizinhos são presos, outros "somem" misteriosamente, dentre os sumidos o pai de Anton, então ele e sua mãe se mudam para casa da família de Yidich, Anton por ser alemão e Yidich por ser diferente da família e mais parecida com o povo alemão acabam incumbidos de procurar sustento quando os judeus são proibidos de entrarem em estabelecimentos alemães. Em uma dessas saídas para a busca de alimento Yidich é reconhecida como judia, e é salva por Anton que promete jamais deixar ninguém à machucar.

Por diversas vezes ele me disse que eu não era só a sua melhor amiga, eu era a sua única amiga, uma irmã. Que eu não deveria me preocupar, que enquanto ele estivesse respirando, iria me proteger de qualquer um que me ameaçasse, alemão ou não.

O horror da guerra um dia vem bater à porta da família, e todos são presos e levados pela SS, inclusive Anton. À partir daí acompanhamos a terrível trajetória da jovem sendo sempre submetida as mais terríveis situações, longe de toda família ela se apega ao amor infantil por Erdmann, o balé e amizade de Anton, para não sucumbir ela imagina que um dia os reencontrará.

Olhava para eles e não conseguia ver seus rostos, apenas escutava suas risadas me amedrontando mais. O medo fez com que eu não conseguisse chorar, nem gritar, apenas pensar friamente que não era um dia bom para se morrer!

A vida de Yidish se transforma em um poço de incertezas, sua vida está nas mãos do destino.... E pelas mãos de um improvável salvador ela se vê com seu destino sendo decidido sem fazer ideia do será feito dela ou de sua família.
A guerra revela faces onde o bem e o mal vestem a mesma farda.


Minha opinião...



“Você não derrota um inimigo tirando sua coragem. Você o derrota tirando sua esperança.” – Adolf Hitler –

Não consigo descrever direito meus sentimentos por esse livro, aliás o que disse ali em cima não chega aos pés do que é a história, a história é riquíssima, cheia de detalhes sobre a guerra, um show de pesquisa histórica.
A autora mergulha no âmago da personagem e nos faz ver através de suas palavras todo o terror da época histórica mais conturbada da atualidade, onde conhecemos o mal em sua face encarnada que atendia por nome de Adolph Hitler.

Estava vestida aos trapos, o rosto magro e desgastado, nem parecia comigo. “Será que eu estaria ali, em algum lugar debaixo daquela imagem?”, questionava-me. Chocada, desviei o olhar e o fixei no chão por um instante, procurando mentalmente convencer minha alma a não mais habitar este corpo, abandonar todas as tralhas da alma para trás e fugir rapidamente com a água que escorria pelo ralo, indo o mais longe possível.

O livro é estarrecedor de tão verídico, tão doloroso como uma ferida recém aberta, eu por várias vezes me emocionei, e o mais chocante é que tudo poderia ter sido real. A autora soube nos situar na época, na cena e a personagem tornou se tão real que parecia ela mesma a narrar. Os medos, o fio de esperança e os sentimentos eram sentidos todos a cada parágrafo.

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Nu e As 1001 Nuccias 16/05/2016

Resenha do Blog As 1001 Nuccias - o melhor livro do ano!
Eu sou terrivelmente apaixonada por livros com conteúdo histórico, sejam ficcionais ou não. Não que eu não goste de fantasia e distopia, pelo contrário, adoro esses mundos novos. Mas também acho importante me inteirar sobre o nosso mundo. Especialmente a história dele, pois conhecimento prévio é ensinamento, uma forma de não repetirmos erros sociais.

Beco da Ilusão é um romance dramático. Narrado quase totalmente pela protagonista Sarah Wainness, inicia-se com ela se preparando para assistir à apresentação de ballet de sua neta, já adulta. Enquanto aguarda o início do espetáculo, sua mente começa a vaguear por lembranças de seu passado. Um passado obscuro e tenebroso.

Sarah Wainness nasceu Yidish. Ao receberem uma herança de um tio distante, Yidish e sua família (pai, mãe, 3 irmãos, a mais velha fica na terra natal, pois se casou) se mudam da Bulgária para Berlim. Seu pai, sapateiro, assume então a administração de uma gráfica no coração da nova cidade. Aos 9 anos, ela conhece Berlim no auge de sua beleza, se apaixona pelo Opernplatz, o prédio da Ópera Estatal de Berlim e pelo ballet, uma dança leve, graciosa, linda e genuína.

Após alguns dias, conheceu Anton e Erdman, dois primos cujos laços de amizade com a menina se tornaram profundos e inabaláveis, de tal forma que eles se ajudavam e protegiam em tudo. Sapeca, espontânea e sonhadora, Yidish escuta novidades do governo em seu radinho e escondida nos corredores da casa, durante longas reuniões do pai com os amigos da gráfica. Ela não compreende ao certo o que ouve, mas sabe que algo está para acontecer.

E então, em uma manhã tenebrosa, depois de incêndios na capital, Hitler declara guerra contra os judeus residentes na Alemanha. Nazistas invadem as casas, separam famílias e jogam todos em ônibus para levar a campos de concentração. Separada de sua família, a agora adolescente de 14 anos tem de enfrentar sozinha tudo o que está destinado a ela, por causa da cultura que possui.

Devido a um segredo revelado, Yidish recebe um tipo de proteção: uma identidade alemã. No início dessas viagens, ela não sabe exatamente quem a protege e sabe menos ainda a causa disso. A cada transferência de campo, um novo nome, uma nova identidade, mas os mesmos martírios. No caos do Holocausto, ninguém era poupado se não fosse alemão: negros, judeus, homossexuais, deficientes. Os nazistas sentiam prazer em ferir, humilhar, machucar e matar outras pessoas.

Tudo o que ela desejava era encontrar sua família, seus irmãos, seus amigos, seu amor. E sumir da Alemanha.

Cara... eu vou ter de ser sucinta, ou passarei éons elogiando esse livro. Foi surpreendente, arrebatador, chocante e lindo, tudo junto e misturado.

Começando pela base, pela pesquisa, pela veracidade dos fatos. A autora nos transporta ao tempo e espaço dos acontecimentos de tal forma que parece que ela própria esteve lá. Junte a isso, o fato de a narrativa ser rica em detalhes e observações que faz com que você viva e sinta o mesmo que os personagens. Você se emociona, rodopia, sofre, se choca, luta, chora e transcende.

Logo no início, a autora tece considerações sobre a pesquisa que fez. Diz que buscou descrever o mais realista possível, mesmo não concordando com o que estava escrito. É seu papel como autora repassar os fatos históricos registrados sem modificá-los, mas não é seu papel concordar com eles.

Mesmo um detalhezinho ínfimo no início do livro nos faz entender as reviravoltas dos últimos capítulos. E não são poucas reviravoltas, não! Os sentimentos gerados pela leitura mudam em turbilhões e nos modificam também.

Não há como não torcer pelas conquistas da pequena e forte Yidish, não há como não ter esperança que ela encontre sua família. Ou como não desejar que encontra e viva o amor que tanto sente falta, tanto pelo amigo, quanto pela dança. Enquanto está nas garras dos campos de concentração, ela sente frio, fome, dor, corre riscos, trabalha e, mesmo assim, consegue ser solidária.

O que mais posso dizer sem entregar a história toda de bandeja?... Bem, o título do livro é explicado em uma parte da narrativa, mas eu não posso descrever, pois seria estragar a leitura de vocês. Só uma dica: a ilusão nem sempre é boa, mas é útil e ajuda a sobreviver.

O final do livro foi espetacular! Não que tenha sido inesperado. Parando para pensar, até que foi um final bem condizente, mas a forma como foi passado tem todo o diferencial.

É impossível pra você não se chocar, não sentir um aperto no peito, a angústia com os relatos. A dor e a humilhação impostas a seres humanos que não fizeram efetivamente nada direto contra o governo alemão. Nada, a não ser existirem. A empatia desperta a cada página e faz as emoções aflorarem a cada parágrafo. A não ser que você seja um psicopata, daí...

No mais, é um livro fantástico, que vale a pena ser lido. Sei que ele foi publicado em alemão e está na Biblioteca de Berlim e é recomendado como fonte de pesquisa, tamanha a sua fidelidade. Mais do que uma história de ficção, é um ensinamento, uma luz para que não retornemos àquela escuridão.

*Links, imagens e citações na postagem do blog.

site: http://1001nuccias.blogspot.com.br/2016/05/resenha-livro-beco-ilusao.html
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Cia do Leitor 18/04/2016

Beco da Ilusão
A Pequena Yidish mudara-se para Berlim aos 9 anos de idade e estava eufórica com a novidade. Seu pai que antes exercia o oficio de sapateiro, herdara os negócios da família e não podia recusar o ultimo pedido de um ente querido. A expectativa era boa, pois era uma cidade próspera, ótima para criar seus filhos. Tudo era novo, lindo, frenético. Afinal, Berlim era a capital do país, onde a modernidade e as noticias aconteciam primeiro por lá, para só depois se espalhar para o resto do pais.

Assim que chegou na nova cidade, Yidish deslumbrou-se com o prédio Ópera Estatal de Berlim, toda sua grandiosa beleza fez com que a menina disparasse para o local a fim de explorá-lo. E foi lá que se encantou com os diversos cartazes e monumentos dos artistas que por lá se apresentavam. Enquanto admirava, deparou-se com uma linda e requintada bailarina. Foi nesse mais singelo momento que a doce menina desejou ser como ela. E foi movida por esse sonho de um dia ser uma famosa bailarina que Yidish encontrou forças para o viria pela frente.

Conhecera com apenas algumas semanas de estadia, os primos Anton e Erdmann, do qual em pouco tempo criara um laço de amizade inabalável. Ambos sentiam muito carinho e respeito um pelo outro e juntos sonhavam em realizar o sonho da bela menina sapeca.

Apesar de muito esperta e curiosa, a inocente menina não tinha ciência da triste realidade que se escondia por trás das moradas germânicas. Realidade essa que envolveria o futuro de sua família e de toda uma nação judia.

Mas, sonhos podem ser destruídos pelas armadilhas que o destino nos prega.

No auge da insanidade humana, nazistas invadem sua casa levando toda sua família, inclusive Anton que esta com eles. Yidish foi separada de sua família e levada para um destino incerto, inseguro e extremamente cruel, um campo de concentração nazista. A cada mudança de lugar, um novo nome ela recebia, chegou a se perder por assumir tantas identidades diferentes. Mas lembrava-se logo quem era, quando um agressor trazia a memória o motivo de todos estarem naquele inferno.

Yidish agora com 14 anos, só tinha uma coisa em mente, sobreviver. Pois, tinha a esperança de um dia poder reencontrar sua família. Mas, pra isso ela teria que buscar forças dentro de sua alma e agarrar-se nas lembranças de dias melhores ao lado dos seus pais, irmãos e seus amigos Anton e Erdmann.

Judeus, comunistas, ciganos, homossexuais, negros, deficientes, para os arianos eram o lixo da humanidade. Ninguém seria polpado das garras nazistas, ninguém.

" - Tudo o que a memória amou, já ficou eterno. E entre tudo que você poderia ser para mim, a vida escolheu torná-lo saudade..."

Impressões:

Meu Deus do Céu, meu Deus!
Vou iniciar descrevendo em poucas palavras o que achei desse livro: Chocante, real, impressionante, emocionante, surpreendente e marcante.

Como disse na introdução, eu conheci Mallerey Calgára em 2011 através de seu livro de estréia, Anjo Negro, achei a obra fascinante e bem criativa. Mas, ao ler Beco da Ilusão, percebi como a autora havia amadurecido incrivelmente em relação a sua escrita. Bom, sabemos que o tema ajudou muito, o livro tende ser mais sério, mais intenso e a própria ficção misturada com fatos históricos fez desse livro memorável.

A obra é rica de informações e descrições, consegui visualizar bem o cenário, e a trama dos personagens fictícios mesclaram-se perfeitamente em toda a história real. Notei também que a autora mergulhou de cabeça nas pesquisas a ponto de escrever um livro tão detalhado que cheguei a devanear e questionar se a ela um dia vivera tudo que foi narrado.

Foi incrível e inesperado a forma como eu me envolvi com essa obra, como a história mexeu com os meus sentimentos. Me peguei diversas vezes chorando, chocada com as atrocidades cometidas contra uma nação. Contra pessoas que nada fizeram, nada além de existir. Elas nem tinham forças para lutar contra seus agressores, eram passivas! Me vi no lugar dessas pessoas e lamentei por elas, pela dor, pela humilhação, por suas perdas, por tudo. Então, pensei nos sobreviventes, eles levariam consigo pra toda a vida as lembranças de um pesadelo sem fim. Dificilmente eu conseguiria apagar da memória as imagens que eles presenciaram, lágrimas seriam pouco pra apagar o inapagável.

Mallerey construiu uma linda história em um cenário de terror, com personagens marcantes e carismáticos. Foi aí que me agarrei em Yidish, foi nela que depositei toda a minha esperança, sim ela é uma personagem forte, e eu precisava no meio de toda essa realidade encontrar uma luz.

Yidish tinha 14 anos quando foi capturada, tinha uma postura de guerreira, demostrou muita coragem, astúcia e obstinação. Agiu de forma brilhante em muitos momentos, e quase a vi fraquejar em outros, ela esteve no seu limite. Afinal todos nós sabemos das atrocidades que os judeus passaram nas mãos dos nazistas. Mesmo sendo a protagonista, ela não escapou dos sofrimentos físicos e emocionais. Mas, mesmo enclausurada com centenas de pessoas em um lugar gélico, sem estrutura alguma e muitas vezes sem ter o que comer, ela foi forte e solidária. Acompanhamos de perto toda essa transição de uma infância feliz para um amadurecer amargo.

Anton e Erdmann, são incríveis. Não falarei muito deles aqui, mas guarde bem essas palavras. Eles são mais que amigos de Yidish, são a luz. Anton um amigo fiel que prometeu protegê-la, Erdmann um jovem cavalheiro, que será primordial para sua sobrevivência.

Também não entrarei em detalhes a respeito do título do livro "Beco da Ilusão", pois estarei entregando parte da história se tentasse explicar. Apenas leia até o fim para poder compreender o seu significado.

O Livro tem uma linda capa, assim como o título é igualmente significativo, a diagramação está impecável, a obra foi escrita em primeira pessoa e apreciei demais o índice no final do livro com notas das quais explicam termos usados em alemão e acontecimentos históricos, facilitou demais a nossa compreensão. Os 18 capítulos são lindamente iniciados após uma página preta com fotos da época com frases do próprio Hitler. Já vi muitas dessas fotos na internet, mas são imagens que sempre me incomodaram, dói no fundo da alma. Por essa razão, a partir do oitavo capítulo eu passei a pular as páginas pretas. É pessoal isso, talvez você não se perturbe ao vê-las. No entanto, isso não me impediu de continuar a leitura, que a essa altura estava bastante envolvida com a trama e roendo as unhas de tanta aflição.

O desfecho...sem palavras.
Claro que do inicio ao fim do livro vivemos uma montanha russa de emoções, Yidish passa praticamente toda sua adolescência por trás dos muros de arames farpados dos campos de concentração. Presencia as piores atrocidades, atos desumanos que se não fosse pelas fotos, duvidaríamos que um dia aconteceu. Assim como tantas vítimas de guerra, ela pensou em diversas vezes desistir de lutar, entregar-se a própria derrota, mas, "alguém" não permitiria que sua vontade fosse realizada. Não a menina Yidish. Ela se perguntava, quem a protegia e porque ela? Perguntas essas que teriam respostas apenas no final do livro.

Não somos insetos para sermos descartados e esmagados sem dó nem piedade por ditadores endeusados e seu exército de covardes. Não somos. Mesmo que pequenos detalhes como cor, raça, religião, opção sexual e ideais, aos olhos dos ignorantes sejam motivos de preconceito e agressões físicas e verbais, ainda assim, somos todos iguais e merecemos viver em paz.

Ouso pregar uma frase clichê que definirá o que digo: O sangue que corre nas nossas veias é vermelho, todos temos o mesmo fim, a morte, então pra que tanto ódio? Não repitamos os erros de nossos antepassados, as crueldades que marcaram décadas e décadas as nossas vidas. Sejamos mais irmãos, mais sábios, mais humanos.

Indico essa incrível obra para as pessoas que gostam de se emocionar. É um romance de guerra que vai fazê-lo refletir por dias e vai te fazer desejar ser alguém ainda melhor. A vida é bela e preciosa, temos que zelar por ela e pelo nosso próximo. Esse livro tende a nos conscientizar somos falhos e se nos permitir viver na ignorância, intolerância e preconceitos, poderemos por tudo a perder... novamente. Então, sejamos melhores no presente, porque o nosso futuro à Deus pertence.

Recomendo, é uma das melhores histórias do gênero, eu garanto.

Parabéns Mallerey, você foi fantástica e louvo sua obra aplaudindo de pé. Bravo!

E as cortinas se fecham...

site: http://www.ciadoleitor.com/2016/04/resenha-beco-da-ilusao-de-mallerey.html
Renan Friedlaender 19/04/2016minha estante
estou lendo esse livro e antes de chegar na metade, já se tornou o meu preferido do gênero


Cia do Leitor 19/04/2016minha estante
Olá Renan.
Senti o mesmo, mas nem tinha iniciado a leitura! rsrs
Foi atração, amor a primeira vista, premonição, sexto sentido... Eu sentia que esse livro ia me arrebatar e emocionar.
Feliz por saber que você está adorando. Quero ler sua resenha, heim?!




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