Agnes 26/06/2014Bom. Só isso.- Não - Thomas discordou. - Não podemos mais agir assim. Às vezes eles fazem coisas só para me obrigar a fazer o contrário do que acham que eu acho que acham que eu quero fazer.
Ok, eu sinto dizer que não vou conseguir exprimir toda a raiva e frustração que estou sentindo após ler esse livro sem dizer spoilers, portanto, se você não se importa com eles, continue lendo a resenha.
Mas vou avisando: se você pretende ler essa série, vai se arrepender de ler os tais spoilers.
James Dashner é, para mim, um dos melhores e piores autores dessa face da Terra. Depois do extraordinário primeiro livro, Correr ou Morrer e do incrível segundo livro, Prova de Fogo, ele pisa feio na bola no fim de Maze Runner, Cura Mortal.
Não estou dizendo que o livro é ruim. James Dasnher continua apresentando os personagens que amo de um jeito incrível, reúne diversas peças dos livros anteriores que se unem para trazer respostas e nos mostra o grande mundo no qual Thomas vive. Mas o livro pode ser classificado como "okay". Tipo, "blé".
O livro começa potencialmente bom, bem interessante, com aquele sentimento que só o autor conseguia passar. Então, no meio do livro, você para e pensa: what the fuck.
Na verdade, o livro chega a ser mais ou menos satisfatório para o fim da série. Mas só isso. Não é incrível ou surpreendente como os outros dois livros, pois o autor peca em vários pontos. Veja algumas falhas:
Falha 1: PERSONAGENS
A narrativa é em terceira pessoa, mas só acompanha o ponto de vista de um personagem - no caso, do Thomas. Isso nos limita MUITO. Queria saber o que acontecia com os outros personagens em algumas DIVERSAS ocasiões. Tipo a Teresa, Aris, os Clareanos, o Grupo B, até mesmo Minho e Newt. Seria legal ver o ponto de vista dele ou o que acontecia quando não estavam perto do Thomas. Houve também descaracterização do personagem, suas atitudes simplesmente não condizem com o que nos acostumamos a ver nos dois primeiros livros. E não foi desenvolvimento de personagem. Eles simplesmente mudaram do nada.
Por falar nos Clareanos, para onde eles foram? O autor simplesmente se esquece da maioria deles e da magia que eles traziam ao livro, e eles se tornam personagens completamente terciários, sem nenhuma importância ao livro.
E arg, Thomas, PRA QUE ESSE ÓDIO NA TERESA? Supere isso! Thomas pensa o tempo todo em como Teresa é cruel com ele, como ela traiu, blá blá blá, o que me irrita muito, porque eu acho uma das melhores personagens, e ela, na verdade, estava tentando proteger ele o tempo inteiro.
Brenda é uma personagem muito chata. O autor tinha um romance ÓTIMO na palma da mão, Thomas e Teresa, que sairiam como um dos melhores casais do ano, até que inventou que ela não serviria para ele, colocou a primeira que viu no caminho e tentou criar uma relação que simplesmente não tem química nenhuma. Sinceramente, Brenda era até uma personagem legal no segundo livro, mas no terceiro ela não contribui em nada.
Além disso, de repente, o CRUEL virou uma organização de membros incompetentes que não sabem fazer nada. Parecem vilões de filminhos de crianças que só fazem merda e são bem idiotas. CADÊ TODO O PODER QUE VOCÊS TINHAM NOS PRIMEIROS LIVROS? VOCÊS VÃO DEIXAR SE PASSAR POR TONTOS, DEIXAR ELES FUGIREM, SÓ PRA SER UMA VARIÁVEL? Depois de dois livros, não seria meio sábio que vocês se preocupassem mais com o fato que aqueles garotos pudessem derrotar vocês?
Falha 2: ALÔ? AONDE ESTOU?
Senti o tempo todo que James sambava, girava, corria, rodopiava e não chegava a lugar algum. A escrita é sim fluída e ele busca colocar ação em todos os momentos da narrativa, mas nesse livro, os personagens estão perdidos e não há sentido algum em suas ações. Eles parecem baratas tontas, à procura de algo para fazer mas sem nunca encontrar.
Obrigada, garotas do Psychobooks, vocês disseram bem o que eu sentia com esse comentário. Ficou claro que James não sabia como terminar a história, nos enrolou com cenas que claramente não precisavam acontecer e levou a história bagunçadamente para um final não tão legal assim.
Falha 3: POR QUE TANTAS MORTES?
Ok, primeiro de tudo, a morte de Newt. Acho que foi a pior de todas, até pior que a morte de Chuck. Foi sensível, digna, cheia de sentimentos verdadeiros. O autor conseguiu realmente dar uma boa razão para a morte dele, afinal, havia sido contaminado com o Fulgor. O pior é como ele é morto. Eu acho que, embora tenha sido triste, foi o "melhor" acontecimento do livro. Não que uma morte seja uma coisa boa, mas... ah, vocês entenderam!
Então vem a morte da Teresa. QUE P* DE FINAL FOI AQUELE PARA ELA? Eu digo, além de ser minha personagem favorita, ela é a HEROÍNA DO LIVRO! Você não pode simplesmente jogar a melhor personagem pra morrer e substituí-la por uma garota sem-sal! E p*, Thomas, eu sei que você odiava a Teresa pelo que ela fez com você, mas você MAL SENTIU alguma coisa quando ela morreu. Alguns segundos depois você nem se importava mais com ela.
Quantas vezes tenho que dizer pra você que ela foi obrigada a fazer aquelas coisas no Deserto? Ela estava pensando em você, Thomas. Cuidando de você. Ela não o queria morto. E fez apenas o que o CRUEL queria, como um monte de outros personagens. Só que você não pode perdoar ela, né? A Brenda perdoa. Blah.
Achei a morte da Teresa super desnecessária. Ok, ok, ela salva a vida dele, eles fazem as pazes no último segundo, mas por favor, ela merecia um fim melhor depois de ter sido a personagem de mais destaque na série (junto com Newt e Minho).
Além disso, tinha 500 Imunes em uma cena, e o autor se livra de 300 dele. Ouch, aquilo doeu. Foi bem insensível como vários deles morreram, mas... é a vida de livro de apocalipse.
Falha 4: CADÊ AS MINHAS RESPOSTAS?
1. Eu fiquei claramente irritada porque Thomas cismou em não receber suas memórias de volta. Arg, mesmo após ele fugir ele não dá um jeito de consegui-las! Nunca saberemos o passado dele com mais detalhes? Seus inúmeros momentos com Teresa, Aris e até mesmo aquela outra garota, Rachel? Eu queria muito saber do passado do Minho, do Newt, até mesmo da Brenda. Seria ótimo poder ouvir o que eles tem a dizer com mais detalhes, de todos os acontecimentos. Por isso digo: tinha que ter POV's dos outros personagens! Além disso, não vamos saber o que os Clareanos passaram enquanto Thomas estava naquela prisão no final do livro passado?
2. Como, do nada, o autor acha um paraíso verde e brilhante para aqueles Imunes ficarem e reconstruírem o mundo para o lindo final feliz dele? Hello, e o resto do maldito mundo, como fica? E aliás, a Brenda não é Imune! Oi, ela eventualmente vai virar uma Crank, darlings!
3. VOCÊ VAI OU NÃO EXPLICAR QUEM É A CHANCELLER PAIGE?
Ok, não me julguem. Eu amo a escrita do James Dashner. A história foi boa, amei acompanhar a série, mas não acho que o livro mereça cinco estrelas como os outros dois primeiros, que foram fodásticos. Queria muito terminar essa série com boca aberta, parabenizando o autor de pé como fiz com os outros livros, mas, infelizmente, não é assim que acaba.
Recomendarei sempre essa história pelos dois primeiros livros e por tudo que personagens como Thomas, Newt, Minho, Teresa e Chuck me propulsionaram. Marco a série como uma das favoritas, mas, infelizmente, com um final que é, no máximo, bom.
Da vontade de mandar o autor recomeçar do zero com a mesma vontade que ele teve de escrever "Correr ou Morrer".