spoiler visualizarMatheus 12/01/2024
Absurdo e sem sentido, de um jeito bom
É um livro diferente, achei engraçado e bem específico em algumas partes, explora muito o absurdo e mostra que certas coisas realmente não tem sentido, é um bom início de saga e uma ótima quebra de expectativa, já que o livro praticamente começa com o planeta inteiro sendo destruído, além disso, é interessante ver que o Douglas Adams era simplesmente um gênio, tanto pelo jeito de ele criticar as problemáticas reais daquela época (ainda são bem atuais), como também por ele "prever" avanços tecnológicos como o livro digital, e tradução simultânea, o conceito de ambos provavelmente já existia, mas ele acertou bastante no jeito que elas foram criadas e são usadas hoje em dia, isso faz a gente pensar sobre o que mais ele "previu".
Falando um pouco dos personagens, o Arthur é bem carismático, é fácil de se identificar com ele pelo fato de ele simplesmente estar assustado, e não esconde isso, o planeta dele foi destruído do nada e ele não sabe o que fazer, é fácil se colocar no lugar dele. O Ford é um dos meus favoritos, não tem muito o que falar sobre ele além do fato de ele ser completamente maluco, a Trillian é incrível, a única que é realmente lúcida na tripulação toda, e no quinto livro o personagem dela é desenvolvido bem mais, ela seria minha favorita se não existisse o Marvin. O Marvin é perfeito pra mim, mesmo ele sendo bem chato as vezes, dá pra ver que tudo que ele queria é que alguém ligasse pra ele, a tripulação sempre trata ele com indiferença, isso também é desenvolvido no último livro, mas no geral, gosto muito dele, o design do filme ajudou muito na construção dele, mesmo que o filme não seja lá essas coisas, o design dele é impecável. Também tem outros personagens legais tipo o Slartibartfast, pra mim ele é tipo o Gandalf, aparece do nada, faz algo impressionante e depois some. O Zaphod é até interessante, mas acho ele insuportável.
Além de tudo isso, o livro traz vários questionamentos até filosóficos, sobre probabilidade com o gerador de improbabilidade, ou até em diálogos curtos, como por exemplo o da baleia cachalote e do vaso de plantas, tem diversas passagens do livro falando sobre como a vida não tem sentido, e como o universo também não tem nenhum propósito, e cada personagem lida com isso de maneira diferente, por exemplo, o Marvin fica depressivo, enquanto o Ford vive cada momento como se fosse o último, li faz bastante tempo, mas ainda lembro de partes engraçadas como a dos relógios digitais, no geral, é um livro absurdo, e sem sentido, isso que torna ele tão incrível e especial, e além de tudo isso, nos dá a resposta da pergunta fundamental sobre a vida, o universo e tudo mais.
"Muito além dos confins inexplorados da região mais brega da borda ocidental da galáxia, há um pequeno sol amarelo e esquecido"