A sucessora

A sucessora Carolina Nabuco




Resenhas - A Sucessora


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Nado 27/09/2021

Livro de romance intimista e psicológico que tem como protagonista uma personagem feminina que, mesmo jovem, se mostra muito a frente de seu tempo.
A trama gira em torno de Marina, recém-casada com um milionário do Rio de Janeiro e que tinha ficado viúvo há alguns meses. Eles se conheceram durante uma passagem de Roberto Steen na fazenda da família dela, enquanto ela ainda estava noiva de Miguel.
Após uma lua de mel romântica, ela mudou-se para a mansão do marido e, assim que chega na casa, tem a infeliz surpresa de se deparar com um grandioso retrato de Alice, a falecida esposa de Roberto. Sentindo a presença da antiga moradora a todo momento, Marina começa a ficar insegura por se sentir inadequada a essa nova atmosfera, além de sempre se julgar incapaz para o marido.
Uma série de comparações contribuem para que a recém-chegada aumente ainda mais esses sentimentos. Por fim, uma visita inesperada e um acontecimento crucial provocam em Marina pensamentos com níveis ainda maiores. A consequência disso é uma atitude impensada e imprevisível da jovem, que tecerá o destino dos personagens principais dessa trama que retrata a sociedade do Brasil na época em que foi escrito.
Os sentimentos de Marina podem ser resumidos em medos, obsessões e alegrias. A sensação de não pertencimento a um lugar provocou nela pensamentos de autossabotagem, no qual a todo momento ela se sentia incapaz e com demérito. Gostei da narrativa e, principalmente, dessas divagações da protagonista, que pode fazer abrir os olhos para o nosso ?eu?.
?A Sucessora? é cercado de uma grande polêmica. A autora francesa Daphne Du Maurier é acusada de plagiar a história para escrever o romance ?Rebecca?, o qual foi um grande sucesso e que deu origem a um filme vencedor do Oscar. O plágio nunca foi confirmado, mas tudo indica que ela escreveu seu sucesso após a leitura da obra de Carolina Nabuco.
Marcos.Alexandre 30/09/2021minha estante
Coloquei no meu carrinho da amazon!




Joy 19/12/2023

Um romance narrado em terceira pessoa que desenvolve uma análise psicológica sobre a personagem principal feminina, sobre o Brasil, suas paisagens e relações sociais durante meados das primeiras décadas do século XX.
Foi o meu primeiro contato com a escrita da Carolina Nabuco, que se mostrou fluida em alguns momentos e bastante envolvente. Algumas ideias presentes no romance são passíveis de questionamento, como a perspectiva da cordialidade inata ao povo brasileiro, a "democracia racial", dentre outros. É interessante ler com atenção.
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pistouvi 17/06/2020

Fui atrás desse livro por causa daquele sentimento de "Hitchcock fez um filme de um plágio de uma autora brasileira??" e não me arrependo de forma nenhuma.

Com um enredo simples, a autora desenvolve sua personagem de uma maneira bem interessante e capturou minha atenção do começo ao fim. Acredito que essa deveria ser uma leitura muito mais difundida no meio da literatura brasileira, principalmente por ser mais um retrato interessante da sociedade da época.

Depois de ler, obviamente, lá fui eu ver o tal filme Rebecca, que besteira eu fiz né? Tô cansada de saber que não é pra ir querendo comparar as obras em diferentes mídias, mas aquele cheirinho de fofoca e plágio me fizeram dar essa escorregada. Talvez eu desgostasse menos do filme se o tivesse visto sem saber desse rolê, somente por ser um filme de Hitchcock. É um filme bem dirigido, um típico Hitchcock, e tem seu apelo visual, mas a verdade é que eu gosto muito mais do rumo que a história toma no livro da Nabuco. A trama mirabolante e conspiratória do filme é bem diferente do uso que a autora brasileira faz de sua história e sua personagem para falar do Brasil e do papel da mulher naquela sociedade, e entre esses dois desenvolvimentos muito mais me interessa o segundo. Acho que é uma questão de gosto no fim das contas, mas o que fica de conclusão é que tanto gostei do livro que espero uma chance de comprar o outro livro da autora lançado por essa editora.
Gato Preto 08/11/2020minha estante
Outro dia vi um trailer, acho que foi na Netflix e minha mulher perguntou se eu sabia que esta estória era de um livro brasileiro, eu não acreditei. Agora, lendo sua resenha, vou colocar o livro na lista para 2021.


Monise Nunes 01/05/2021minha estante
E ainda há quem diga que A Sucessora é tbm um plágio de Encarnação de José de Alencar. Eu já li sobre o plágio de Rebecca de que Carolina Nabuco enviou a história pro editor de Daphne du
Maurier, e no ano seguinte Rebecca foi lançado (mas não sei se é real)


Jossi 28/10/2023minha estante
Resposta para Monise Nunes: Sim, é verdade que 'Rebecca' é um enorme plágio de 'A Sucessora'. Fiz uma boa pesquisa sobre o assunto e vi até uma entrevista da Sra. Carolina Nabuco para o Fantástico, da Globo. Essa entrevista é muito antiga, acho que dos anos 70, e nem está mais disponível no YouTube, mas ela afirmou que sim: Ela enviou o seu trabalho para um editor norte-americano, na esperança de ser publicada em língua inglesa. Alguns meses passaram, o editor deu a ela resposta negativa. 4 anos depois, Daphne du Maurier publicou "Rebecca", que virou filme. E Carolina, na entrevista, disse que não quis entrar com um processo por plágio... deixou por isso mesmo. O plágio é notório, se você ler ambas as histórias: Apesar de "A Sucessora" ser curto, tem todo um clima psicológico que envolve o palacete carioca em sombras e uma aura de perigo. O mesmo clima que envolve a mansão Menderley; Du Maurier vai ao cúmulo (pra mim pareceu até um deboche) de colocar no MORDOMO de Menderley o nome Robert (ou seja, esse é o nome do protagonista de Carolina, ROBERTO!) e a criada de quarto de Du Maurier chama-se Alice -- e a mulher do protagonista de Carolina também é Alice! E tem muitos outros detalhes no início da história que são similares. Um plágio descarado.




Ratinha de Biblioteca 14/02/2022

Uma leitura diferente! É um romance romântico, mas também extremamente psicológico. Além de falar do Brasil do início do século XX e compará-lo ao Brasil Império, amos vivenciados pela autora Carolina Nabuco, filha de Joaquim Nabuco, diplomata e amigo da família real.
LuaTeresa 03/04/2022minha estante
Desculpa a pergunta mas pode me dizer se tem gatilho? Ou hot? Não gosto quando tem


Ratinha de Biblioteca 04/04/2022minha estante
Olá, o livro foi publicado na década de 30; trata-se de um romance romântico com um quê de suspense psicológico.


LuaTeresa 04/04/2022minha estante
Que interessante. Obrigada!




Francisco.Guimaraes 08/06/2023

"O governo dos mortos sobre os vivos"
Essa expressão usada no direito constitucional ajuda a pensar o enredo de A Sucessora, em que a protagonista não consegue se adaptar ao novo marido graças à influência da finada antiga esposa.

A lembrança constante da falecida é evocada pelos criados, amigos e até mesmo pela decoração da casa, que a todo momento fazem questão de evocar o fantasma para atormentar a heroína. E isso no contexto da boemia e do requinte da sociedade carioca do começo do século XX.
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bryanskiller 01/05/2022

Uma leitura sensível e repleta de elegância
Confesso que esperava um romance arrebatador, com reviravoltas e uma pitada de suspense psicológico. Talvez eu tenha me baseado na adaptação do Manoel Carlos para telenovela ou até mesmo nas premissas e resenhas que li sobre o livro.

De fato, o romance entre Marina e Roberto não desponta de maneira grandiosa. É morno e pouco envolvente. Contudo, nas entrelinhas, é envolto de certa sensibilidade que a autora deposita através de uma escrita fluida, instigante e com passagens bem reflexivas sobre a época em que se passa a história.

O destaque sem dúvida está na elegância com que é descrita a moda e o padrão de vida dos anos 1920/30. E sobretudo a Marina, uma personagem que está muito a frente do seu tempo. Além de sensível e inteligente, sabe se impor diante de padrões ditados por uma sociedade machista e opressora.
Jossi 28/10/2023minha estante
Você vai encontrar os ingredientes de um romance arrebatador, dramático e ao mesmo tempo, sensível e comovente, no livro "Chama e Cinzas", da Carolina Nabuco. Não tem muitos indícios de sociedades "machistas e opressoras", nem de feminismo, nada que a esquerda moderninha gosta de proclamar hoje... Mas tem coisas melhores: Uma belíssima história de amores não correspondidos, de amores que perduram apesar de vários obstáculos... tem duas irmãs que amam o mesmo homem, sendo que uma delas (Nica) renuncia a ele, mesmo sofrendo. E ao longo do livro conheceremos muitos personagens curiosos, cativantes, emblemáticos... faremos grandes reflexões sobre a vida e a brevidade dela, da passagem do tempo e de como tudo, ao final, se resume a chama e cinzas. É um livro profundo.




fairy2 13/02/2024

Observada por Alice
?A Sucessora? nos conta a história de Marina, uma moça do interior do Rio que cuida com a mãe da fazenda que pertenceu a seu pai e bate no peito pra dizer que é quatrocentona, sua família vem desde as colônias e, nossa, era muito mais rica quando houve a escravidão, mas daí veio a abolição e, ah, que pena!, eles ficaram menos ricos (contém ironia). Eis que ela conhece um viúvo quinze anos mais velho, Roberto, os dois ficam loucos um pelo outro, se casam, e o Roberto ? sem um pingo de sensibilidade em seu corpo de novo rico industrial ? leva Marina, agora sua esposa, para viver com ele no palacete (adoro essa palavra) onde vivera anteriormente com a falecida Alice, sua primeira esposa. Afrontosa, Germana, irmã de Roberto, não deixa se cumprir a ordem de tirar o quadro de Alice da sala e é aí que a Marina despiroca e tudo que ela precisa é uma terapia (o que sequer era uma pauta na época). Roberto, ainda sem muita noção/sensibilidade, insere Marina em seu universo de gente rica e chata, bem superficial é verdade, e ninguém sabe calar a boca sobre como a Alice era maravilhosa - uma falta de respeito à Marina e ao luto do viúvo também. Enquanto isso, a Marina se sente entediada e inferior ao universo do marido pois não é de seu feitio dar jantares ou grandes festas, tal qual aquela gente adora, e tal qual fazia a falecida. Entretanto, ao mesmo tempo, Marina se acha muito melhor que os amigos chatos de Roberto (realmente os achei chatíssimos) pois prefere ler e ver o mundo através dos olhos do primo ex-noivo Miguel (que me parece um grande jornalista sensacionalista que por ter sido muito elogiado ao longo da vida acadêmica, acha que nasceu pronto e não aceita críticas). Entre seu pavor à falecida, o tédio pela vida de madame - como se ela já não fosse rica antes - e o amor ao marido, Marina sente-se completamente perdida ao sair da zona de conforto. E o mais engraçado é ela jurando que não há racismo no Brasil e que ela não é como a mãe em relação aos negros - plot twist: ela é, só usa outras palavras.

Eu tinha muita vontade de ler esse livro desde que soube que fora a ?inspiração? para ?Rebecca? (que lerei em breve), e imaginei que para ter gerado um plágio deveria ser excelente. É só razoável. Não gosto da escrita da Carolina Nabuco; é corrida, de detalhes insignificantes que omitem os importantes e, por mais que reflita sua época, me incomoda a maneira que pessoas não brancas - em especial as miscigenadas- são descritas. Foi uma história bem menos dramática do que eu estava esperando e se eu fosse a Daphne DuMaurier (acho que é assim), não perderia meu tempo plagiando, pois não é incrível o bastante para tal.
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Raphael 23/06/2020

Troféu surpresa literária 2020
13° livro do ano: A Sucessora, de Carolina Nabuco.

Nota: 5,0/5,0.

Brasil, década de 1930. Duas fotografias: de um lado, um Brasil arcaico e patriarcal, que há pouco saíra formalmente da escravidão, com uma elite proprietária cuja ascendência com frequência remontava aos primeiros conquistadores; de outro, um Brasil que se queria moderno, industrializado, urbano e cosmopolita.

Marina é uma jovem inteligente e imaginativa, filha de uma tradicional família proprietária, nascida e criada na Fazenda Santa Rosa, no interior do Rio de Janeiro, sob rigorosa educação religiosa a cargo da mãe.

O viúvo Roberto Stein é um milionário cosmopolita, grande industrial estabelecido na então capital do país, dado a luxos e modas europeias. Os salões de sua mansão são dos mais concorridos entre a alta burguesia carioca, em reuniões que costumavam ser presididas por Alice, sua deslumbrante esposa, morta tão precocemente.

"A Sucessora", em certa medida, é a história do casamento entre esses dois Brasis, tão diferentes. Marina, nascida e criada naquele mundo rural, ao casar-se com Roberto, se depara com um mundo em que tem dificuldade de se encaixar.

Mais crucial. Marina se sente assombrada por um retrato de Alice, pintado por um grande artista francês, que faz com que ela sinta a presença da esposa morta de Roberto por toda a casa, sentindo em vários momentos a sua hostilidade. Alice paira onipresente sobre o casamento de Marina, transtornando-a, infelicitando-a. Inteligente, porém submissa, Marina se escraviza aos gostos e às relações do Marido e a todo momento sofre com a comparação com a antiga Madame Stein.

Um romance psicológico e intimista de primeira, que me arrebatou de um jeito que eu não conseguia largar o livro. Narrativa inteligente, reveladora de uma escritora de primeira grandeza, infelizmente esquecida durante tanto tempo. Fica fácil entre as três melhores leituras do ano.
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@renatavarelaescreve 15/02/2024

A sucessora
Comecei a ler o livro com uma ideia errada; de que era um suspense. O livro não se trata em nada de suspense psicológico. É um livro sobre como algumas pessoas têm presença tão forte na vida de todos ao seu redor que, mesmo na morte, continuam vivas.

Por começar a ler nessa expectativa, eu esperava que o final de A Sucessora fosse mais complexo e escondesse algo por trás da moldura do retrato de Alice, mas não. A errada fui eu, nesse caso.

Gostei de ler sobre a sociedade brasileira dos anos 30 (uma parte dela), dos costumes da época, de como o Brasil era diferente. Adoro esses retratos na literatura. Foi uma leitura agradável e interessante, se não por um suspense virar a cabeça, por um romance brasileiro de surpreender, com uma escrita fácil e andar rápido, mesmo depois de quase um século de seu lançamento.
Bilubilu0 15/02/2024minha estante
Que interessante!!




Brina 03/07/2022

As 200 páginas mais longas da vida rsrsrsrs
Que livro longo, arrastado, mas a história é legal. Apesar do final ser bem +/-, achei uma narrativa original.
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Karamaru 27/10/2023

MEDO E OBSESSÃO
Após anos praticamente esquecido, o romance ?A sucessora?, de Carolina Nabuco, tem sido redescoberto por um novo público. Ele obteve muito êxito à época do lançamento, e ficou conhecido também por, supostamente, ter sido plagiado por Daphne du Maurier em seu famoso ?Rebecca?. Polêmicas à parte, é uma obra que se recomenda por diversos motivos, e seu resgate é mais que oportuno.

O enredo é básico: Marina, a protagonista, reunia qualidades lisonjeiras ? era bela e culta. Nasceu em uma fazenda decadente do interior do estado do Rio, na qual veio a conhecer Roberto Stein, um recém-viúvo bastante rico. Não demorou muito para que se casassem e ela passasse a morar na requintada mansão do Paissandu, ricamente mobiliada pela falecida esposa de Roberto ? Alice.

Na mansão, chamava a atenção um lindo retrato da morta, pintado por um artista francês famoso. A imagem inquisidora da pintura tornou fonte dos pesadelos de Marina, que se sentia inferior à antiga dama e desajustada naquele novo ambiente. Carolina Nabuco consegue desenvolver um drama psicológico muito intenso, não deixando que em nenhum momento a história perca intensidade.

Apesar disso, não é uma obra que arrebatará qualquer leitor; pelo contrário, pode ser bem divisiva, pois, no decorrer da leitura, há altos e baixos (sobretudo nos primeiros capítulos), e algumas frases e palavras parecem estar bastante deslocadas, ainda que se considere o estilo corrente da época.

De todo modo, trata-se de uma narrativa interessante, a qual revela um Brasil em plena transformação sociocultural, pois passava de um país agrário para industrial. Muito revelador também o enfoque dado ao modo de vida dos ex-escravos, que ainda viviam uma rotina dura e excludente dentro do extrato social.

Leitura e microrresenha feitas em parceria com Carlos (IG: o_alfarrabista).
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Vini 28/12/2022

A sucessora
Que prazer imenso ter contato com essa obra. A autora abordou de forma esplêndida as provações de Marina, a protagonista, em meio à situações psicológicas impostas à realidade na qual estava inserida. Carolina Nabuco nos apresenta uma narrativa instigante e ao mesmo tempo apreensiva.
Sua história se tornou ainda palco de uma das maiores discussões de plágio contra obras brasileiras já conhecida.
Vamos enaltecer nossos autores nacionais. Leiam A Sucessora.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 23/04/2019

?Rebecca? É ?A Sucessora? De ?Encarnação?
O romance ?A Sucessora? foi lançado em 1934 e desde então acumula inúmeras edições, entretanto estava fora de catálogo desde 1996. Logo, a iniciativa da Editora Instante de republicá-lo é muito bem-vinda, permitindo a uma nova geração de leitores entrar em contato com o talento de Carolina Nabuco e a polêmica que o envolve.

Representante do modernismo, de prosa intimista e psicológica, o livro exibe da história de Marina, uma jovem recém casada que, ao regressar da lua-de mel na Europa, vai morar na mansão do marido, o rico industrial Roberto Steen.

?Ao entrar no novo lar, ela fica impactada com um imponente retrato de Alice, a primeira esposa de Roberto que falecera poucos meses antes do novo casal se conhecer. A diferença entre as duas mulheres é facilmente notada, enquanto Alice era dona de uma personalidade exuberante e ícone da sociedade carioca, Marina, criada na fazenda da família, sempre levou uma vida simples e distante dos costumes liberais das grandes cidades. A jovem é então invadida por sentimentos de insegurança e inadequação originados das insistentes comparações e até às últimas páginas é impossível prever qual rumo tomará sua vida. Será que o amor entre ela e Roberto resistirá ao fantasma de uma mulher tão especial??

Paralelamente, o romance também exibe um interessante retrato da época. Por exemplo, a falta de perspectiva de uma parcela dos ex-escravos que preferem abdicar da liberdade e continuar servindo seus ex-senhores nas décadas seguintes a Abolição. Porém, também há temas mais amenos, como as festas religiosas na roça e o pitoresco carnaval no Rio de Janeiro, regado a batalha de confetes e a lança-perfume, que não passava de uma brincadeira inocente, isto é, não era inalada e quando esguichada provocava uma sensação fria e perfumada na pele.

Quanto a polêmica mencionada, resumidamente, o best-seller inglês ?Rebecca?, lançado em 1938, foi alvo de especulações por ser muito parecido com "A Sucessora". Investigações apontaram que Daphne Du Maurier, sua autora, poderia ter conhecido a história por intermédio de Victor Gollancz, seu editor. No caso, foi ele quem recebeu e rejeitou a tradução do livro para o inglês, realizada e encaminhada pela própria Carolina Nabuco que sonhava vê-lo publicada no exterior. Todavia, colocando lenha na fogueira, o mesmo tema já fora explorado no romance ?Encarnação", escrito por José de Alencar em 1893. Desta feita, Daphne du Maurier não teve acesso à narrativa, mas dificilmente a romancista brasileira, culta como era, não lera sobre o estranho triângulo amoroso formado por Hermano, Amália e a falecida Juliana. Como afirma o jornalista e estudioso de literatura Cláudio Soares: ?Rebecca" é a "Sucessora" de "Encarnação" e vale a pena conferir.

Finalmente, ?A Sucessora? foi adaptada para telenovela por Manoel Carlos e, produzida pela Rede Globo para o horário das 18 horas, foi exibida entre 9 de outubro de 1978 e 2 de março de 1979. Já, ?Rebecca? foi adaptado para o cinema e, intitulado ?Rebecca, A Mulher Inesquecível?, foi dirigida por Alfred Hitchcock, ganhando o Oscar de Melhor Filme em 1941.

Nota: O livro apresenta capa brochura com abas, foi impresso em papel Polen Soft creme de boa gramatura e tem confortável diagramação. Fontes escolhidas: Arnhem e Adan.cg.Pro.
Débora 23/04/2019minha estante
Eu não conhecia esse livro e nem a polêmica que o envolve. Já quero muito, amei sua resenha


Leila de Carvalho e Gonçalves 24/04/2019minha estante
Vale a pena, estou acabando de reler ?Rebecca?e também vou comentar. Abraços!


Diana Vila 26/04/2019minha estante
Fiquei com vontade de ler.


Leila de Carvalho e Gonçalves 26/04/2019minha estante
Recomendo e depois, leia ?Rebecca?. Abracos!


Daniel 02/04/2020minha estante
Eu gostei deste livro, porem senti falta da governanta maléfica, que no livro se chama Julia e mal aparece... Na adaptação para TV a governanta se chamava a Juliana, interpretada pela formidável Natália Timberg; no cinema, a sinistra Sra. Danvers, que saiu do livro-plágio da Daphne Du Maurier...
Achei que as intrigas desta personagem fizeram falta. Deu saudade da novela, que assisti quando criança.


Angelica75 05/10/2020minha estante
Amei a resenha! Quero ler esse e também Chama e Cinzas que inspirou a novela Bambolê em 87/88 .


Leila de Carvalho e Gonçalves 05/10/2020minha estante
Este último ainda não li. Valeu a dica, grata e abraços!




Alexandre 24/12/2020

Livros ótimos como esse passam despercebidos, pq só nos dizem pra ler os mesmos autores sempre

Personagens sem graça, mas numa situação tão interessante que a leitura flui que é uma maravilha

Super recomendo
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