CooltureNews 01/02/2014
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Se tem um tipo de livro que sempre estou disposta a ler são aqueles de suspense policial, que me prendem e tiram meu fôlego ao longo das páginas. Já tive a oportunidade de conhecer diversos autores do estilo e de diversas épocas, coleciono alguns favoritos mais conhecidos, como Agatha Christie, e outros nem tanto, como a talentosa Mary Higgins Clark.
Meu primeiro contato com a narrativa da Higgins se deu com seu primeiro romance, “Onde Estão as Crianças?”, que já mostrava o talento arrebatador dessa escritora em criar um ambiente cheio de segredos e sombras. Como já tive o prazer de ler outro de seus livros, não pensei duas vezes para comprar “Enquanto Minha Querida Dormia”, certa de que estava prestes a conhecer uma grande história.
O livro já começa com os detalhes do crime sob o ponto de vista do assassino, deixando no ar as perguntas inquietantes que devem atormentar a nossa mente até o final da história. Logo após, nos é apresentado os outros personagens, especialmente Neeve Kearny, dona de uma butique e amiga da vitima. Simpática, bonita e adorada pelo pai, ela não é impelida de imediato a investigar a morte de Ethel, mas algumas situações acabam levando-a a suspeitar de existe algo errado. E essa história pode estar interligada ao próprio passado de Neeve, que teve sua mãe assassinada quando ainda era uma criança.
A trama foi desenvolvida de modo que outras histórias paralelas pudessem ser contadas e ligadas ao crime, deixando margens para diversas teorias, conspirações e surpresas. Vários caminhos são dados aos leitores para que descubram quem é o assassino, e a inocência ou culpa dos personagens suspeitos é revelada aos poucos, te fazendo perguntar o que se pode encontrar na próxima página. Este é um dos principais pontos positivos: a capacidade em enganar o leitor até o final. Que, aliás, é um grande final.
Porém, por ter focado tanto no enredo, a escritora pecou na criação dos personagens e situações que os envolviam, tornando alguns inverossímeis, como por exemplo, Jack, que entra na história de um jeito muito brusco e de súbito já é arrastado para a vida de Neeve. Outro fato é que é difícil ter empatia com eles, já que seu desenvolvimento emocional ficou a desejar. Em compensação, a entrada da agradável Kitty, proporciona um certo alivio, pois é a que mais apresenta espaço para alguma identificação com o leitor.
Para quem está começando a ler suspense e procura um livro mais “atual”, este é uma ótima introdução ao mundo dos crimes e investigadores de ocasião. Sem dúvida, Mary Higgins é uma autora que merece ser conhecida e apreciada em todos os seus “crimes”.
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