Decamerão

Decamerão Boccaccio




Resenhas - Decamerão


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Deghety 12/09/2017

Decamerão - Giovanni Boccaccio
Florença, meados do século 14, durante a peste que assolou a Europa, matando milhares de pessoas e fazendo com que cidades fossem quase que totalmente abandonadas, 10 nobres jovens, 7 mulheres e 3 homens, criam uma espécie de sociedade alternativa nas cercanias florentinas.
Durante 10 dias cada membro dessa sociedade era incumbido de contar uma novela com um tema específico declarado pelo rei ou rainha, reinados estabelecido entre eles, numa hierarquia rotativa.
Esses contos, ou novelas, abordavam temas como charlatanices religiosas, lições de moral, tragédias, romances, humor, atitudes nobres e infidelidade, muita infidelidade, todos narrados com excelência.
Essa obra de Boccaccio é interessante por vários aspectos:
Contexto histórico, a indiscutível qualidade, a beleza das narrativas e personagens espetaculares, que usam inteligência e sagacidade em certas resoluções nas novelas, sobretudo em justificativas para as infidelidades, de deixar qualquer um boquiaberto.
Outra coisa que chamou a atenção foi o fato de já haverem leitores sensíveis naquela época. Boccaccio, tanto na introdução como na conclusão, se defende contra isso, dizendo até para deixarem de lado certas novelas e diz:
"...elas não vão correr atrás de ninguém, para serem lidas...".
Em outro ponto, diz:
"Todas as novelas trazem, no início, a fim de que ninguém se engane, a indicação do que elas possuem em seu contexto."
O que ele chama de indicação eu chamo de puta spoiler rsrs.
Mas enfim, muitas dessas novelas são incríveis e o aconselhável seria aprendermos a recontá-las em rodas de amigos, como fazendo com piadas, já muitas delas possuem um requintado humor e outras, como disse lá no início, lição de moral, que essa geração anda precisando.
Se você chegou até aqui, muito obrigado pela atenção e um excelente dia.
Nanda 27/09/2017minha estante
Um dos meus livros favoritos! :)


tatielma 23/05/2018minha estante
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Deghety 24/05/2018minha estante
?


tatielma 27/05/2018minha estante
Acho que meu comentário deu erro, pior que não lembro o que comentei...


Deghety 29/05/2018minha estante
Kkkkkkk




Bete.Nogueira 10/03/2019

A humanidade em contos bem-humorados
Escrito no século XIV por Giovanni Boccaccio, Decameron, ou Decamerão, dependendo da tradução, é um livro que reúne 100 novelas (ou contos) com personagens italianos que vivem situações eróticas, aplicam golpes, dão lições em mentirosos e satirizam o comportamento de religiosos. O autor usar o horror da Peste Negra como justificativa para reunir dez jovens em um castelo afastado da cidade e, assim, iniciar as “jornadas” diárias, em que cada amigo deve contar uma história.

Na introdução de Decameron, é descrita a situação em Florença com a chegada da epidemia, dos sintomas ao comportamento das pessoas, além do que se via nas ruas com o passar dos dias. Dali, parte-se para uma igreja, um dos lugares de refúgio do povo, onde sete amigas de origem abastada decidem se isolar daquela situação, e convidam três rapazes para acompanhá-las. Nesse escapismo à tragédia que assolava a Europa, a cada dia um é escolhido como o novo rei ou a nova rainha, que determina, entre outras coisas, o tema da jornada do dia, utilizando o tempo livre para se divertir com os relatos dos amigos.

Na linda edição que eu li, do Círculo do Livro de 1990 e com tradução de Torrieri Guimarães, são 580 páginas que se lê sem cansaço. Pelo contrário: das histórias trágicas às mais ingênuas, estão ali situações universais, fraquezas e astúcias de personagens que ainda estariam por aí: as tramoias que às vezes dão certo, mas outras que dão errado porque a vítima se mostra mais esperta do que outro; acertos de casamento; a ingenuidade que está tanto no simplório como no homem instruído; e um constante “clamor do sexo”, com situações que envolvem adolescentes, adultos de todas as idades, libertinos e religiosos. No final, quase todos felizes, como se tivessem cumprido a tarefa de mais um dia demonstrar o que é ser humano, capaz de passar por cima de regras e da tradição em nome do instinto.

Giovanne Bocaccio (1313-1375) viveu na região da Toscana, e sua obra foi escrita no dialeto local. Decamerone, no original, vem do grego “deca hemeron”, ou dez jornadas. Ao retratar as mulheres, muitas vezes, em pé de igualdade com os homens quando o assunto é o desejo carnal, o livro rompe com a moral vigente até então, na Idade Média, período da História que termina justamente com a Peste Negra. Por esse e outros aspectos, é considerado pelos estudiosos como o primeiro livro realista.

Especula-se que algumas histórias reunidas por Boccaccio já faziam parte da tradição oral, outras são apontadas como adaptações de antigos escritos. Tanto que algumas situações nos parecem familiar, como a novela em que dois amigos fazem um trato que obriga aquele que morrer primeiro a aparecer para o outro e contar o que viu do lado de lá. A graça está em como o autor termina essa e outras histórias, que podem ter sido contadas antes e que muitas vezes foram adaptadas depois, por diversos autores.

"Afirmo, portanto, que tínhamos atingido já o ano (...) de 1348, quando, na mui excelsa cidade de Florença (...), sobreveio a mortífera pestilência", narra Boccaccio. A epidemia levou muitos, mas Masetto, Andreuccio e outros personagens passaram a perna em homens, mulheres e na dona Morte.

site: http://memorialaereo.blogspot.com/2019/03/decameron-humanidade-em-contos-bem.html?m=1
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ThayAvalon 13/05/2023

Então .... Ainda não foi esse clássico que me conquistou !
Algumas histórias são legais, outras engraçadas e várias bem problemáticas, traição, sexo , promiscuidades, molesta[..] etc... Tem muitos gatilhos .
São descritos para serem engraçados mas talvez para aquela época .
Acredito que muitos clássicos tem o humor , o drama e as histórias sem sentido que NAQUELEs séculos faziam sentido .
De todo não é dos piores clássicos, você consegue ler bem tranquilo não é tão mal traduzido assim.
De quebra 3 estrelas pq não foi ruim a ponto de eu odiar , mas também não amei nada.
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@fabio_entre.livros 30/01/2024

A Comédia que a Divina não é
As minhas experiências com literatura italiana eram limitadas, até muito recentemente, a Umberto Eco, Luigi Pirandello e Maquiavel; então, em 2023, chegou a vez de encarar Dante. Embora a "Divina comédia" seja um desses clássicos incontornáveis, a minha experiência com ele não foi das mais aprazíveis. E agora, pouco depois de acompanhar aquela jornada épica do Inferno ao Paraíso, decidi conhecer o famigerado "Decamerão". Ao fim da leitura, a conclusão a que cheguei é que Boccaccio eclipsou todos os autores citados acima; da mesma forma, o livro tornou-se um favorito instantâneo.
Assim como o "Kama Sutra", o "Decamerão" carrega um rótulo popular parcialmente injusto de livro erótico, quando na verdade são obras de dimensão muito mais ampla. Certamente, as histórias de cunho sexual são bastante numerosas, mas além de o autor não se limitar a esse tema, a própria abordagem do sexo é feita com uma habilidade e uma graça que só podem ser chamadas de arte. Mesmo as histórias mais picantes são contadas com um senso de humor provocativo que, longe de motivar constrangimento em quem lê, induz ao riso.
O que mais surpreende no "Decamerão" é o quão acessível e claro é o texto; diferente da "Divina comédia", cuja linguagem arcaica e a formalidade rigorosa da construção denunciam a idade da obra (mais de 700 anos!), o livro de Boccaccio parece ter sido escrito ontem, embora também seja uma produção do século XIV.
Quanto à trama do livro, esta é introduzida com uma espécie de prólogo no qual Boccaccio apresenta o cenário de calamidade pública causada em Florença (e na Europa, em geral) pela epidemia mortal de peste negra naquela época. Para fugir à mortandade, um grupo de sete moças e três rapazes busca refúgio numa região mais afastada da cidade; instalam-se num castelo e, para passar o tempo, propõem-se a contar histórias. Para isso, seguem um modelo de organização: ao longo de duas semanas (descontados os dias santos, totalizando então 10 dias), os dez jovens se revezam na contação de histórias. A cada dia, um deles é eleito rei ou rainha, e determina o tema e a ordem em que todos devem contar suas narrativas. É aí que começa a diversão: as novelas contadas são narrativas sobre os mais diversos assuntos; ainda que a maioria lide com situações eróticas, geralmente em tom burlesco, há histórias para todos os gostos. Muitas das novelas parecem roteiros do Ariano Suassuna (inclusive, duas delas foram incorporadas na adaptação de "Auto da Compadecida" para TV), com personagens espertos trapaceando e pregando peças em gente simplória. Desse grupo, as histórias protagonizadas por Calandrino foram as mais gostosas de acompanhar. Há ainda novelas com tom moralista, histórias trágicas de amor, contos de aventura sobre personagens que precisam assumir uma identidade falsa para se vingar de injustiças ou traições (alô, Dumas!), histórias sombrias que beiram o horror, e as minhas favoritas: as que ironizam a hipocrisia e o fogo-no-rabo dos membros do clero. O que há aqui de padres, frades, monges e freiras agindo com esperteza e engano para satisfazer o tesão reprimido não é brincadeira.
Sem mais delongas para que esta resenha não se estenda ao infinito, só tenho a dizer que desde "Dom Quixote" eu não me divertia tanto com um livro.
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Yussif 16/05/2012

A obra é considerada um marco literário na ruptura entre a moral medieval, em que se valorizava o amor espiritual, e o início do realismo, iniciando o registro dos valores terrenos, que veio redundar no humanismo; nele não mais o divino, mas a natureza, dita o móvel da conduta do homem.
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Ezequiel.Cesar 20/01/2023

Um clássico da literatura!
Diverti-me muito com algumas novelas, principalmente as que foram contadas por Dioneio, outras foi um sofrimento para concluir a leitura.
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Henrique Fendrich 11/09/2019

Decameron e o fim de toda a lei
Salta aos olhos, ao longo das novelas de “Decameron”, o péssimo conceito que Giovanni Boccacio faz dos sacerdotes e líderes religiosos em geral. Os que apresenta ao leitor, certamente colhidos a partir de exemplos reais, estão muito longe de viver uma vida em santidade e voltada à espiritualidade. Ao contrário, entregam-se a vícios, são corruptos, avarentos e, sobretudo, lascivos. Na melhor das hipóteses, são ignorantes. Não demonstram um grande respeito ao sagrado e, por vezes, inclusive o usam de maneira a favorecer seus próprios apetites carnais.

Mais do que a revelação da hipocrisia de sacerdotes no período medieval, no entanto, o que chama a atenção nas novelas de Boccaccio é que isto não representa uma ruptura na fé dos personagens. Todos tinham tais líderes em péssima conta, mas nem por isso deixavam de acreditar no Deus por eles pregado. É em uma igreja que os personagem se encontram, em meio à peste que grassava a Europa. E, mesmo depois que decidem partir para um local isolado, continuam a guardar os dias santos e a assistir os ofícios divinos. Fazem, pois, uma interessante separação entre os guias espirituais e a realidade divina.

Em verdade, parecem acreditar que a religião enquanto instituição não é mais do que um empecilho para a volúpia do amor. E, para que esta se realize, estão justificadas, inclusive diante de Deus, todas as desonestidades possíveis. O livro, afinal, mais do que amor ou fé, é composto por burlas, e um final feliz é aquele em que a burla funciona ou não deixa suspeitas. É como se os personagens dessem um sentido absolutamente carnal à palavra de que o fim de toda lei é o amor. Uma vez que este amor se concretize, independente dos meios, consideram impossível que não estejam fazendo a vontade de Deus.

São indomáveis os seus desejos e, na maioria das histórias, não há quem consiga vencer a si mesmo. Não admira que seja assim no ambiente em que os próprios sacerdotes não dão exemplo de que seja possível refreá-los. É curioso que nem toda a corrupção do clero tenha sido suficiente para diminuir a força da igreja – talvez seja como disse o judeu convertido de uma das novelas: se ela continua, apesar de todo o esforço dos homens para que pereça, então deve ser mesmo obra do Espírito Santo.
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Talvanes.Faustino 26/11/2022

Obra basilar
É uma obra basilar da literatura italiana. Um clássico, indiscutível. Boccaccio considerado um dos pais do idioma italiano, traz nesta obra divertida e apimentada os relatos de jovens em quarentena fugindo de uma pandemia.
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Emanuele 25/05/2020

Primeiro volume
O box da nova fronteira é composto de 2 volumes. Este é o primeiro.
É uma edição bem bonita, prazerosa de se ler.
Apesar de ser um livro famoso eu não tinha muita ideia da forma como fora organizado.
Em síntese são 10 amigos (7 mulheres e 3 homens) que, fugindo da peste em Florença se refugiam em ligares diversos da região, normalmente castelos desabitados e, para passar o tempo se reúnem para ?novelar?.
Cada membro do grupo é o ?rei? de tempos em tempos, sendo o líder que conduz o grupo e organiza a rotina. Ao final do reinado elege o próximo ?soberano?. Em cada reinado cada membro conta uma história. São 10 membros, a cada reinado 10 histórias, daí vem o nome do livro (originalmente sem título), Decamerão.

É um livro secular mas com uma linguagem tranquila, com histórias interessantes, engraçadas, um jeito muito bacana de se conhecer mais sobre a idade média em relação aos costumes, hábitos, relações... é uma leitura que está me agradando bastante.

Vamos ao segundo volume!
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ThayAvalon 12/05/2023

Filostrato e Fiammetta as últimas jornadas deles são só de caos , mortes e tragédias. OS primeiros narradores são as mais leves , algumas hsitorias engraçadas e outras nem tanto, gostei dos contos de Neifele soa realmente mais atrativos , pois tem uns que são sem pé nem cabeca. De resto, gostei mas nem de todos . Agora é ler o próximo.
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Fábião 06/04/2010

Repetitivo e Cansativo
Apesar de ser muito bem escrito, os contos são todos iguais, todos falando sobre sexo, o que culmina por cansar o leitor.
Emme, o Fernando 19/12/2015minha estante
Em que parte há sexo em novelas como "Natan do Catai"???




Mário Henrique 08/12/2012

Excelente livro
Gostei do livro. As novelas são muito criativas, apesar de girarem em torno do amor entre um homem e uma mulher.
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doc leão 24/05/2010

Fiel descrição da idade média
Decamerão é dividido em dez capítulos principais, que por sua vez têm dez histórias relacionadas ao tema de que trata o capítulo. (Total 100 histórias). As histórias são contadas por um grupo de amigos que se isola para proteger-se da peste que assola a Europa por volta do século XIII. Falam sobre amores traídos, amores realizados, histórias picantes de sexo, amores com finais felizes outras vezes com finais tristes. O livro retrata fielmente a idade média e desafia a igreja e os costumes da época com o tom quase debochado com que trata de assuntos como religiosidade e sociedade.


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Jonathas dos Santos Benvindo 10/06/2022

Essa foi uma das leituras mais interessantes que já fiz. Gostei muito do início em que ele nos situa num tempo similar ao nosso, ocorrido há mais de 700 anos, em que se vivia e morria por causa da peste. Amei que ele dedicou um bom tempo de sua vida para criar 100 histórias para literalmente distrair os leitores nesses/naqueles tempos difíceis. É simplesmente fiquei chocado com a obsessão que parecia que as pessoas personagens tinham sobre o sexo; a maioria das histórias envolvia traição, casamento, o próprio ato sexual, e também mentiras e mortes. No geral, cumpriu o que prometeu, e me agradou bastante, tirando algumas histórias que eram muito longas e chatinhas.
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