Thiago Rapsys 21/02/2012[Resenha] A arte da invisibilidade - Allan PitzPrimeiramente gostaria de agradecer o autor pela oportunidade da parceria! Segundo, gostaria de parabenizar ao André Siqueira, que fez um grande trabalho com a capa do livro. Terceiro e último, parabenizar o autor pela escrita impecável (e verdadeira, sem clichês) e pelo seu jeito livre de escrever - pois sem isso, o livro não seria tão legal, sério e divertido.
Allan Pitz propõe - e põe em prática - uma linguagem liberal. Falar o que realmente ele quer falar, e não ser um escritor que de coisas "socialmente aceitas".
O livro tem palavrão? Tem. Mas também tem conteúdo, seriedade, pontos de vistas, fatos e descontração.
O objetivo central deste monólogo é avisar sobre a nossa postura "robô" perante a sociedade. Aliás, nós fazemos tudo o que é "socialmente aceita" (e novamente caio no mesmo clichê), atitudes pré-determinadas pela própria sociedade.
Um filósofo e educador chamado Mario Sérgio Cortella, fala sobre quem não tem dúvidas. A linha de pensamento do Cortella cai com uma luva no livro. Segundo ele, quem não tem dúvidas é uma pessoa intelectualmente baixa. Para esse tipo de pessoa, tudo é porque tem que ser. Não pergunta coisas como "o que é tempo?", "o que são atitudes?", "o que é pensamento?", "porque conseguimos conversar mentalmente com nós mesmos?". Perguntas de coisas básicas e cotidianas, mas necessárias para a própria evolução da espécie, e que, às vezes, passa despercebido.
A arte da invisibilidade consiste em pensar nas questões que sempre pareceram invisíveis dentro da grade social. Consiste, ainda, em estimular a busca da humanidade por evolução intelectual em sua época. Nada mais é do que o ser humano aprendendo a ver uma teia bloqueadora invisível ao seu redor, e retomando os pensamentos evolutivos normais de antes; mesmo que essa teia de informações sociais queira lhe dizer o contrário. A arte da invisibilidade visa condicionar o homem moderno ao intelectualismo de avanço real e lógico, natural, em acordo com sua época. E, ousadia das ousadias, visa trazer de volta o homem pensador, que vagaria pelas prisões hipnóticas sem se deter a nenhuma delas. Apenas isso.
A arte da invisibilidade | Página 90
O monólogo não é um guia, mas o autor te leva à uma linha de raciocínio que, somente no final, você descobre que já fez e não percebeu (pelo menos isso foi o que aconteceu comigo). Por várias vezes ele diz que você pode não ler a obra a partir de determinado ponto, afinal é uma escolha sua não gostar do jeito verdadeiro de escrever (observação: estas últimas palavras, são minhas).
O livro está no seu primeiro volume; é fino mas recheado de fatos e filosofias. Além de recomendar a leitura para quem realmente quer conhecer e aprender a nobre Arte da Invisibilidade, recomendo que continuem a leitura até o final.
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