Big loira

Big loira Dorothy Parker




Resenhas - Big Loira


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Claire Scorzi 18/03/2009

Ria e Chore
Ria e chore: ou um ou outro, ou de vez em quando, ambos no mesmo conto (talvez você ria no primeiro momento e, após pensar um pouco, acabe chorando. Ou será o contrário?). Nunca mais achei nada de Dorothy Parker em português, ou teria comprado. Os contos reunidos aqui são quase todos - não todos, mas quase - de primeira água. Ria com "A valsa", "Você estava ótimo", "E aqui estamos!", "Diário de uma dondoca de Nova York", "De noite, na cama"... Ou chore rindo com "Big Loira", "Que pena", "O último chá", "Um telefonema" e outros mais. Com risos ou lágrimas, você estará diante de uma artista da página perfeita - diálogos ferinos, estilo bate-rebate, cronometrados à perfeição. Boa leitura!
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jota 03/11/2020

BOM (uma autora da Era do Jazz, multitalentosa e desbocada)
Não existe nenhuma edição americana de Big Loira e Outras Histórias de Nova York que tivesse dado origem a essa edição brasileira (Companhia das Letras, 1994, 3ª. reimpressão) que tenho em mãos. Os vinte contos do volume foram selecionados e traduzidos por Ruy Castro, que também apresentou Dorothy Parker (1893-1967) ao leitor brasileiro, inédita por aqui em livro próprio. No prefácio, Crises de choro, ou, de preferência, risos, ele explica que coletou os textos em The Portable Dorothy Parker, edição da Viking Press de 1944, que reúne toda sua produção literária. São histórias que foram publicadas em diversas revistas americanas de grande prestígio: Vanity Fair, The New Yorker e Esquire. A partir de 1930 Parker passou a escrever roteiros para Hollywood e assinou vários filmes em colaboração com outros autores.

Dentre eles, alguns sucessos de crítica e bilheteria, como Nasce Uma Estrela (1937 e refilmagem em 1954) e O Sabotador (1942, direção de Alfred Hitchcock). Também escreveu poemas e compôs a letra de várias canções, sendo talvez a mais famosa I Wished on The Moon (parceria com Ralph Rainger), gravada por inúmeros artistas, dentre eles a grande Billie Holiday. A maioria dos textos de Big Loira é do tempo em que Parker viveu em Nova York e frequentava um famoso círculo que reunia escritores, jornalistas, editores, intelectuais, enfim. Castro acredita que foram desses encontros que surgiram várias pérolas ditas por Parker (algumas reproduzidas no prefácio), uma especialista em diálogos afiados e precisos, outra de suas marcas. Esses intelectuais amigos de Parker eram conhecidos como os membros da Mesa Redonda do (Hotel) Algonquin.

Mesmo sendo uma escritora altamente interessante, Parker não ganhou em seu tempo a mesma projeção de outras autoras contemporâneas, como Virgina Woolf (1882-1941) ou Gertrude Stein (1874-1946), mas era admirada por gente como F. Scott Fitzgerald, Edmund Wilson, W. Somerset Maugham, apenas para citar alguns escritores bastante conhecidos. Do mesmo modo que os de Fitzgerald, seus textos ficaram para sempre associados à era do jazz (anos 1920 e 1930), e ela, por sua irreverência ficou conhecida como o “Mark Twain de saias.” Alexander Woollcott, crítico do The New Yorker, definiu Dorothy Parker como “uma mistura de Chapeuzinho Vermelho com lady Macbeth”. Quer dizer, ela podia ser suave e ferina ao mesmo tempo, empregar alguns palavrões ou ironias entremeados com doces frases trocadas entre namorados ou amantes, personagens de seus textos. Não consta em nenhum dos contos selecionados, mas uma frase famosa dela é a seguinte: “Ao acordar, escovo os dentes e afio a língua.” Sem dúvida que ela fazia isso: é só ler um de seus contos para verificar.

Ninguém, penso, vai conseguir gargalhar com as histórias ou os ditos de Parker como faria com os de outro brilhante artista de seu tempo, o lendário comediante Groucho Marx (1890-1977). Porque, apesar de trazer alguns sorrisos à nossa mente (risos dificilmente), seus textos têm bastante amargor e tristeza. A maioria deles trata de relacionamentos problemáticos entre homens e mulheres, quase sempre gente afogada em inúmeras e generosas doses de bebida alcoólica. Mesmo enquanto vigorava a lei seca nos EUA: muitas vezes os frequentadores de restaurantes tomavam suas bebidas em xícaras de chá para disfarçar, o que de certo modo não deixava de ser engraçado. Na disputa por um mesmo homem as mulheres de Parker podiam dizer sobre as rivais que elas eram vacas, capivaras, jararacas etc. As empregadas domésticas, quase sempre negras, eram chamadas por nomes preconceituosos: isso não era (é) engraçado, mas serve como registro de uma época que está completando cem anos já.

Big Loira, com cerca de 30 páginas, conto mais longo do volume é também o melhor, ainda que não traga nenhuma anedota. A graça (também certa desgraça) está na situação toda vivida por Hazel Morse, mulher alta e clara, de pés pequenos, aos trinta anos, um “mulheraço, ainda linda, corada, ereta e com os peitos empinados. (...) Os homens gostavam dela e ela descobriu que era gostoso ser gostada por muitos homens.” Hazel era divertida, gente boa, enfim. Parker nos conta toda a história dessa loirona, o início de tudo, seu casamento mal sucedido e depois suas inúmeras noites fora em companhia de homens, sempre tomando muita bebida. Não trabalhava mais, era sustentada por um e outro amante (relacionou-se com vários tipos curiosos), consumia álcool cada vez mais até cair em depressão e coisa e tal. Nada muito engraçado por si só, mas Parker pega o leitor de jeito e não tem como largar o livro sem antes chegar ao final do conto. Fica curioso falar em obra-prima quanto à literatura de Parker, mas Big Loira poderia ser exatamente isso em sua carreira.

E as demais histórias do volume: valem a pena a leitura? Sim: a autora tem um estilo parecido com o de F. Scott Fitzgerald e, como ele, trata quase sempre do mesmo tipo de personagem (ricos ou milionários em sua maioria), mas seu humor se revela um tanto mais irônico, mais escrachado do que o do autor de O Grande Gatsby. Falo exatamente de 24 Contos de F. Scott Fitzgerald (Companhia das Letras, 2004), que também é uma boa seleção de textos organizada por Ruy Castro. Se gostou dos contos de Fitzgerald, o leitor certamente irá apreciar também as histórias de Nova York contadas por Parker. Penso que para as leitoras o livro tem um atrativo a mais, uma vez que os contos oferecem uma visão particular da questão feminina no período. Dorothy Parker escreveu com propriedade sobre problemas de carência e dependência femininas – de homens, bebidas, amigas, modas, colares de pérolas, casacos de pele, empregadas domésticas (relação com pessoas negras) etc.

Lido entre 27/10 e 02/11/2020.
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Gláucia 28/01/2022

Big Loira - Dorothy Parker
Preciosidade da biblioteca.
Ouvi falar desse livro através da Luara, ficou no meu radar mas é um livro esgotado de uma autora de quem pouco se fala. Tinha ficado com a ideia que era um livro "pra rir", que os contos seriam divertidos. E são, mas não no sentido engraçado, pelo contrário. A não ser que possa se achar graça na desgraça.
Traz histórias de mulheres vivendo na Nova York dos anos 20 ou 30 e tentando se firmar frente aos vários desafios, talvez o maior, de como conseguir viver bem sozinha. Ou viver bem, acompanhada. Ambos aparecem situações igualmente desafiadoras na época. Ou até hoje?
Os contos são carregados de um tom melancólico, deixa aquele gostinho amargo no fundo.
E as poesias são incrivelmente simples, contundentes e atuais.
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Ana Luiza 28/11/2023

Big Dorothy Parker
Um dos melhores livros de contos da história ?
Digo isso sem medo de parecer exagerada ou coisa parecida.

Dorothy Parker extrai de seus leitores duas das mais comuns e apreciadas emoções: tristeza e alegria e, muitas vezes, ao mesmo tempo. É claro que tantos outros sentimentos e emoções são suscitados ao longo da leitura, e ao leitor desavisado, cabe dizer: este não é um livro sutil.

Dorothy utiliza de um humor ácido e usa deste, um tecido extravagantemente fino para desfiar suas críticas vorazes à uma sociedade envolta em racismo, bebedeiras (e pasmem, durante a Lei Seca dos anos 1920/30), na futilidade e na arrogância da classe média, prepotência, luxúria, dependência emocional e tantos outros.

Suas histórias seriam apenas mais algumas das muitas histórias sobre a antiga Nova York e seus habitantes, porém, deixam de ser quando encontram protagonistas femininas que, propositalmente afirmam o estereótipo feminino, enquanto à seu modo, critica tantos dos modos de seus pares.

Portanto, prepare-se para rir e chorar, ao mesmo tempo em que se fará tão reflexivo sobre tantos assuntos cotidianos.
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Adriana Scarpin 03/07/2023

Todo mundo sabe que a Dorothy Parker é a rainha dos one liners, mas ela se segura nos contos? Não só se segura como são impecáveis, não são apenas espirituosos, como também de uma passivo-agressividade bem nova-iorquina e em alguns pontos beiram a tragédia pela via da tragicomédia. Um sucesso.
Cineastas que recomendo para quem gosta de Dorothy Parker: Whit Stillman e Woody Allen, do próprio coração de Nova York, mas a diferença mais gritante é que Parker adota sempre o ponto de vista das mulheres, o que nem sempre acontece com esses cineastas.
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Bia 12/01/2019

Mrs. Parker e o círculo vicioso
Não me lembro de quando ouvi falar de Dorothy Parker pela primeira vez. Acho que foi aos dezoito anos. Eu trabalhava em uma videolocadora, era uma época em que ainda existiam videolocadoras, e meu trabalho era indicar filmes para os clientes (nas horas vagas, deveria arrumar as prateleiras e limpar todas as caixinhas de fitas com álcool – era especialmente desafiador passar o pano nas de filme pornô, vocês podem imaginar).

Um dia chegaram os lançamentos da semana e entre eles o filme “O círculo do vício" ("Mrs. Parker and the Vicious Circle"). Jennifer Jason Leigh interpretava Dorothy Parker que, segundo a sinopse, tinha sido uma escritora superfamosa e importante, tanto que eu nunca tinha ouvido falar. Achei melhor remendar essa falha assistindo ao filme. Adorei, claro. E desde então Dorothy Parker tem feito parte do meu repertório, mesmo que a única referência tenha sido esse filme.

Anos depois, muitos anos depois, mais de dezoito anos depois, já casada e com as bibliotecas pessoais devidamente amalgamadas a ponto de não sabermos mais que livro era de quem – e de todos os volumes terem se tornado propriedade das cachorras, as verdadeiras donas da casa –, encontrei em casa um exemplar antigo de "Big Loira e outras histórias de Nova York". Era uma antologia de contos de Dorothy Parker publicada pelo finado Círculo do Livro a partir de uma edição da Companhia das Letras que, por sua vez, era uma compilação de textos selecionados do Portable Dorothy Parker, a obra definitiva da autora reunida pela Vintage.

Que livro, senhoras e senhores, que livro. São histórias da Nova York dos anos 1920 e 1930, mas bem que poderiam ser da minha São Paulo dos anos 2010. Noventa e tantos anos separam as duas épocas, mas o retrato da solidão, da carência, da baixa autoestima e da falta de autoconfiança das mulheres faz sentido até hoje. Não se falava em empoderamento naquele tempo, muito pelo contrário. O que Dorothy descreve é uma sociedade em que tudo conspira para que a mulher se sinta decorativa, supérflua, descartável. Me fez indagar se Dorothy era muito cruel com as suas personagens ou se a sociedade é que era cruel com as mulheres. Sabemos a resposta, não?

Tem história de racismo, como a da dondoca que faz questão de dizer que não tem preconceito contra negros e que conversa com eles como se fossem pessoas normais. Tem história de mãe obcecada pelo filho, mulher obcecada por ter filho, mulher obcecada pela vida alheia. Mas também tem história de rivalidade entre mulheres na disputa pela atenção de um homem e muitas histórias de falta de comunicação entre os sexos, tantas que fazem a gente ter vontade de chacoalhar os personagens e gritar “só conversem, pelo amor de deus!”.

A gente até poderia pensar que Dorothy achava que era assim que as mulheres deveriam ser e agir, mas a ironia sutil e elegante com que ela pinta esse retrato não deixa dúvidas de que ela se incomodava e muito com a posição e a postura que a sociedade (da época? E hoje?) esperava que as mulheres adotassem.

Se, por vezes, a gente solta uma risadinha durante a leitura, é porque Dorothy sabe espezinhar as mais ridículas atitudes, e é por esse mesmo motivo que terminamos a leitura de cada texto com um incômodo no peito, um aperto no coração, lamentando que, para cada uma daquelas mulheres ficcionais, há outras tantas reais que foram humilhadas e depreciadas, desprezadas e ridicularizadas, que viveram vidas vazias e esvaziadas, que relevaram e olharam para o outro lado, que perpetuaram, por ignorância ou falta de esperança, o discurso de submissão necessária, por insegurança, medo ou em nome da boa-mocice.

Não estamos mais em 1920 ou 1930, claro. As coisas mudaram, as coisas estão mudando. Mas penso que Dorothy Parker imaginava que, nos anos 2010, as coisas já teriam mudado um tanto mais do que hoje.
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Henrique Fendrich 13/08/2019

Um dos meus livros favoritos
Tenho lido muitos contistas e gostado de vários deles, mas raros são os que chegaram a me entusiasmar como Dorothy Parker. Conhecia dois contos esparsos dela e agora pude ler “Big Loira e outras histórias de Nova York”, que deve ser a única dela em português e, a partir de hoje, citarei-o entre os meus livros favoritos.

O que tem Dorothy Parker de tão especial? Bem, em um primeiro olhar ela é engraçada – muito engraçada. Cheia de sacadas irônicas (nunca me esquecerei dessa: “Vista da outra extremidade de uma sala comprida e pouco iluminada, a sra. Ewing era uma mulher bonita”), um humor muitas vezes mordaz, mas dirigido a pessoas que a gente acha que mereciam ser alvo mesmo (sobretudo contra as dondocas e seus preconceitos).

A gente ri e se diverte com Dorothy Parker, mas ela não é apenas isso. Depois que a leitura avança, a gente percebe o quanto existe de tristeza e amargura em seu humor (como, aliás, deve haver em todo humor). Talvez o principal tema por trás dos contos da autora seja a incomunicabilidade nos relacionamentos, a partir da perspectiva feminina. As mulheres de Dorothy Parker se esforçam para chamar a atenção de seus parceiros para a sua necessidade de amor e entendimento, só que os homens estão sempre pensando em outra coisa – isso quando não estão pensando em outra pessoa.

Os homens de Dorothy Parker evitam as “DRs” e querem, mesmo assim, que as mulheres estejam sempre lindas e alegres, mesmo que eles não ofereçam coisa alguma em troca. “Big Loira” é a tristíssima história de uma mulher a quem os homens negam o direito de se entristecer. Os contos de Dorothy falam de carências, de expectativas e de frustrações.

Uma das qualidades mais impressionantes da autora é a sua produção de diálogos. São absolutamente magistrais. Todos nós já vimos aquelas conversas acontecerem, e todos nós já nos colocamos naqueles papéis, todos já fizemos aqueles “joguinhos” em nossos relacionamentos, e Dorothy os expõe com uma agilidade que é como se nós os estivéssemos vivendo novamente. Mesmo sendo feitos há quase 100 anos, não é difícil perceber o quanto há de contemporâneo nas conversas de seus personagens.

Outro ponto em que Dorothy é soberba e domina como raros é o uso de “monólogos”. Há contos que são monólogos inteiros, com todas as variações de ideias que isso implica, e também aqui nós percebemos o quanto há de verdade neles, pois nós também já pensamos todas essas coisas em meio aos nossos relacionamentos.

Fico imaginando como seria uma peça de teatro com esses contos. Em suma, achei uma delícia o livro, do princípio ao fim. Cito os contos que mais gostei: “Arranjo em preto e branco” (a dondoca racista achando que não é racista), “Um telefonema” (tudo o que nos vem à cabeça ao esperar a ligação de uma pessoa por quem estamos interessados), “E aqui estamos!” (recém-casados vivenciando desde a viagem de núpcias as crises de relacionamento), “Diário de uma dondoca em Nova York” (o título diz tudo, um humor impagável e delicioso), “Nova York para Detroit” (talvez o mais tocante, a desesperada tentativa de uma mulher em falar com seu o marido por telefone, o seu desespero em se fazer entender, em meio aos problemas técnicos e as outras preocupações do homem) e “Em função das visitas” (no qual a mesma incomunicabilidade e a mesma impossibilidade da mulher em ter o seu desejo de compreensão e amor suprido é verificado numa relação entre mãe e filho).

Mas os contos todos foram muito fáceis de ler, muito envolventes, nem mesmo as descrições chegam a cansar. Um tesouro e tanto.
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saraffranco 10/09/2022

Os contos apresentam a sociedade de Nova York dos anos 20 como ela é, mesquinha. Os preconceitos, a falta de conhecimento sobre o que acontecia no mundo, o isolamento da realidade da maior cidade estadunidense. A autora explora tudo isso com tons irônicos calculados, criticando a sociedade da qual fazia parte.
O problema do livro está somente na tradução antiga que dificulta a fluidez do texto. Mas eu ainda acredito que todos os contos formam apenas uma história sobre um casal "novayorkino" em crise.
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Héber Luciano 18/06/2021

Melancolia satírica
A escrita da Dorothy Parker é ágil e concisa. Lembra um pouco o J.D. Salinger, contemporâneo dela, sobretudo nas linhas de diálogos, que são bastante verossímeis.

Mas ela tinha estilo próprio, o que se pode observar nos contos com características de monólogo, dos quais se sobressaem o excelente "Um telefonema" e o ótimo "A valsa". Nestes monólogos, pode-se observar a habilidade da autora para abordar temas melancólicos com uma escrita satírica -- capaz de arrancar algumas risadas ao longo da leitura.

Dos contos com estrutura tradicional, meus preferidos foram "O último chá" e a "As brumas antes dos fogos", que possuem a mesma temática: amor não correspondido, sob o ponto de vista feminino.

Além destes, destacam-se os contos "Que pena!" (sobre o desgaste do casamento ou, ainda, sobre casar-se com a pessoa errada), "Soldados da república" (sobre o contraste da vida entre soldados da guerra civil e uma dama da alta sociedade, que se encontram brevemente num bar) e o excelente Big Loira (um conto melancólico-existencialista sobre envelhecimento e sobre a fragilidade das relações humanas).

É uma pena que a Dorothy Parker não tenha publicado muitas obras. E que, no Brasil, exista apenas esta coletânea disponível, já fora de catálogo.

Fica aquele gosto-de-quero-mais.
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Maria Faria 17/06/2022

Contos
Os contos de ?Big Loira e Outras Histórias de Nova York? foram escritos entre os anos 1920 e 1930, mas muitos são tão atuais que podem ser confundidos com as últimas mazelas sociais.
A crítica ácida, discreta e bem-humorada de Dorothy Parker denunciava as principais preocupações daquela época e faz o leitor rir e sentir vontade de chorar ao mesmo tempo. É que a autora nos faz enxergar nossa própria mediocridade, cada conto deixa uma reflexão e com certeza, vamos lembrar de algum momento semelhante.
O conto ?Arranjo em preto e branco?, um dos melhores e mais atuais, é sobre a negação do racismo.
?Big Loira?, o conto que dá nome ao livro, é o retrato da melancolia, da depressão, da exigência e cobranças excessivas sobre a mulher, é um relato de solidão.
?Coração em creme? retrata o egoísmo dos ricos, o descarte dos seres humanos como objetos, é o retrato da hipocrisia social.
O último conto, ?Que pena?, é a constatação de que nem tudo que parece ser é de fato o que aparenta.
É uma leitura proveitosa. Terminei a leitura sem entender o motivo de não terem publicado Dorothy Parker no Brasil outras vezes. Ruy Castro aponta que ela foi muitas vezes boicotada como consequência de sua ?língua afiada?. Suspeito que sua ausência de publicação recente no Brasil tenha ligação com o amargor de seus contos.
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Paulo1376 18/02/2024

Dorothy Parker é satírica, ácida e mordaz nos seus contos. Como uma faca afiada, ela destrincha o ridículo da sociedade e do comportamento humano. Há na contra capa uma definição precisa sobre ela: é uma mistura de chapeuzinho vermelho com Lady Macbeth!
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Isa Soares 08/03/2017

Aproveitando que hoje é o dia da mulher, recomendo a leitura do Big Loira e outras histórias de Nova York da irônica #DorothyParker.

Um livro recheado de crônicas ambientadas na década de vinte retratando a vida, os pensamentos e sentimentos das mulheres em uma época que estávamos começando a pensar em nossa liberdade, mas ainda tão presas ao universo masculino.

Dorothy é conhecida pela sua ironia sagal e sem se preocupar muito com o que os outros pensavam do que ela dizia ou escrevia. Encontramos muito disso em suas crônicas presentes neste livro e além de criticar e se divertir com certas atitudes femininas.

Podemos facilmente nos reconhecer em certas atitudes e odiar algumas personagens. A autora nos passa além de bom humor também um certo pessimismo. Nem todas as crônicas me encataram muito, mas já vale só pela coragem de Parker em escrever um livro sobre mulheres em uma época onde éramos apenas secundárias.
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