Queria Estar Lendo 03/02/2015
Resenha: A Maldição do Tigre
Composta por quatro livros (apesar de há muito tempo haver rumores de um quinto volume), A Maldição do Tigre é uma saga baseada na mitologia indiana. Comprei o primeiro volume pela capa, tenho que confessar. Você olha para aquela arte e você quer ter o livro, não importa como. E eis que descobri uma história fascinante dentro dele!
A trama segue a vida de uma garota órfã, Kelsey, que vai trabalhar no circo e lá se torna a tratadora de um tigre branco - até ai tudo bem, certo? Nope. Eis que ela é convidada a viajar até a Índia na companhia do "novo comprador" deste tigre e lá descobre que, ei, ele não é um tigre! É, na verdade, um príncipe indiano amaldiçoado a mudar de forma, e ele precisa da ajuda de Kelsey para acabar com aquela maldição.
"Exatamente nesse momento, uma brisa suave me envolveu com o perfume de jasmim e de sândalo. Meu coração disparou enquanto um arrepio percorria meus braços. Mas, tão rápido quanto veio, o cheiro delicioso desapareceu e então senti um inexplicável vazio na boca do estômago."
Sim, gente, mitologia indiana! Tem coisa mais original e fantástica que isso? Eu me apaixonei perdidamente pelos detalhes, pelas lendas, pelas descrições de deuses e peculiaridades da cultura, e a Colleen é uma das minhas autoras favoritas por causa desses detalhes que ela coloca na trama. Ok que ela tem um probleminha em criar protagonistas cativantes e acaba estragando os mocinhos deixando eles muito Edward Cullen da vida, mas eu consegui ignorar a Kelsey e seu mimimi por quatro livros e continuei amando a série, no problem at all.
O primeiro volume começa muito bem, obrigada, e tem todo um clima perfeito. O desenvolvimento da convivência de Kelsey com Ren é muito divertido; tem todo o susto por descobrir que ele não é um tigre de verdade (depois de semanas trabalhando no circo e acreditando nisso), a simpatia pelo jeito principesco dele, e as discussões e probleminhas porque ei, casais só tem graça quando eles brigam muito no começo. Eu shippava eles ao infinito e além.
"- Então o que você é? Um homem que se tornou tigre ou um tigre que se transformou em homem? Ou você é um lobisomem? Se me morder eu também vou virar tigre?"
Olha eles. Olha como eles são fofos. Olha essa ilustração mostrando como Kelsey e Ren conseguiam ser queridos e adoráveis! Srsly, o que aconteceu do segundo livro pra frente, Colleen?
A Kelsey era uma boa protagonista, tinha bom humor, comentários legais; ela desandou no fim do livro. E A ÚLTIMA CENA, DEUS DO CÉU, QUE GAROTA BURRA! Não, não aceitei as desculpas dela, foi a atitude mais idiota que ela poderia ter tomado!
Um dos personagens secundários, o Kishan, irmão de Ren - também amaldiçoado - não tem tanto destaque neste volume quanto nos outros. Ele aparece em uma cena pra criar tensão e é citado quando Kelsey descobre sobre a maldição, mas sem aprofundamentos. Kishan ganha o destaque merecido a partir do segundo volume (tanto que o tigre negro na cama de O Resgate do Tigre é ele, AQUELE INDIANO MAL HUMORADO E SARCÁSTICO XUXUZINHO DA MINHA VIDA).
O mérito da Colleen é que mesmo em momentos de extrema raiva a respeito de algum personagem, tu não consegue largar o livro. É muito viciante. A narrativa dela te prende de tal maneira que a sequência de cenas surge na sua imaginação como um filme - e eu tenho medo, mas ao mesmo tempo adoraria ver uma adaptação desta saga; talvez em forma de série, com um produtor decente. A mitologia indiana é fascinante, tanto quanto a grega, a romana, a egípcia, etc. A forma como a autora introduz essas crenças e os deuses e o porquê de os irmãos terem sido amaldiçoados a virarem tigres durante determinado período do dia - antes, eles nem sequer se davam ao trabalho de voltar a forma humana, mas a possibilidade de salvação daquela tormenta os acorda pra lutar (principalmente o Kishan) - É TUDO MUITO LINDO! Eu amo a Colleen, tanto!
“Lembre-se de que essa foi apenas uma pequena parte da minha vida. Pude ver e vivenciar mais coisas do que normalmente seria possível a qualquer homem. Vi o mundo mudar século após século. Testemunhei acontecimentos horríveis, assim como muitos outros maravilhosos. Além disso, lembre-se de que, ainda que eu fosse um militar, não vivíamos o tempo todo em guerra. Nosso reino era grande e respeitável. Embora treinássemos para a guerra, só nos envolvemos em conflitos armados umas poucas vezes.”
A Maldição do Tigre, folks, é indicado para quem gosta de uma leitura bem interessante, com uma cultura diferente muitíssimo bem trabalhada - e para quem tem paciência com protagonistas mimizentas e chatas, porque a Kelsey é osso duro de roer.
Caso queiram conhecer mais da história, deixo aqui o book trailer MA-RA-VI-LHO-SO do primeiro livro! Fiquem ligados no blog porque as resenhas dos próximos saem por aqui logo, logo.
Link original da resenha: http://migre.me/oBs9I