Eu não vim fazer um discurso

Eu não vim fazer um discurso Gabriel García Márquez




Resenhas - Eu não vim fazer um discurso


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Mariana : 29/07/2013

Me lembro muito vagamente do dia em que um amigo me disse que estava lendo "Cem Dias de Solidão". Lembro de não ter dado muita atenção. Gabriel García Marques fazia parte de um grupo de autores os quais eu sentia uma leve curiosidade a ponte de ler algum livro casa chegasse em minhas mãos, mas não ao ponto de procurar especificamente por ele. Arquivei todas as informações que esse amigo me passou e não pensei muito mais no assunto.

Ainda não li "Cem Anos de Solidão".

Recentemente, desenvolvi um certo interesse em livros com cartas, pensamentos - ou seja, livros não ficcionais - e talvez tenha sido isso que me levou a comprar "Eu não vim aqui fazer um discurso" e não "A importância de ser prudente" em um determinado stand da bienal particularmente estreito e lotado. Tudo aconteceu meio que por acaso, mas como diria Terry Pratchett: "não interfira na natureza da casualidade". E eu não interferi.

"Eu não vim aqui fazer um discurso" é uma coletânea de discurso - é, eu sei - que Gabriel García Marques fez ao longo da sua vida, desde seu primeiro discurso ao se despedir da sua turma do colegial, passando pelo proferido ao receber o prêmio Nobel de literatura e na comemoração de seus 80 anos. Porém mais do que um simples livro de discursos, é uma homenagem deste fantástico autora a sua amada América Latina e Colômbia, ao seu ofício, ao seu dom e, principalmente, aos seus amigos, que sempre são mencionados.

Em suas palavras é possível sentir o seu amor por tais coisas em cada uma de suas palavras, e com esse amor, ele comove, apaixona e instiga à reflexão. Te faz pensar sob uma nova perspectiva e traz lágrimas aos seus olhos. E quando você termina a última página, leva um susto por já ter acabado e fica querendo mais algumas palavras.

Gabriel García Marques se tornou uma prioridade. :)
Eli Sabino 29/07/2013minha estante
Eu estou lendo e amando, me surpreendendo também, ele fala humildemente das coisas simples da vida! Sim e o livro também que pretendo ler tb é "Cem Anos de Solidão" e n cem dias de solidão, rsrsrs. Bjinho!




Evy 26/06/2020

Existem alguns autores que eu leria até a lista de compra se vazasse na internet e GABO com certeza é um deles. Sua narrativa é apaixonante.

Nesta obra, onde estão reunidos os textos de seus discursos, desde o primeiro aos 17 anos para se despedir dos amigos do ensino médio, até o de comemoração de seus 80 anos, podemos conhecer um pouco mais sobre sua vida, seus gostos, suas ideias, e se é que é possível, se apaixonar ainda mais pela pessoa, além do autor, GABO.

Meus discursos favoritos foram: "Como comecei a escrever" onde ele relata o seu processo de escrita e onde descobrimos que ele gosta muito mais de imaginar a história e de criá-la em seus pensamentos do que colocá-la no papel; "A Solidão da América Latina" que manifesta a forma triste e infinitamente solitária com que somos vistos pelos países do norte. Um "sul apaixonado" e esquecido... "E ainda assim, diante da opressão, do saqueio e do abandono, nossa resposta é a vida"; "Garrafa ao Mar para o Deus das palavras" que explico com uma citação:

"A humanidade entrará no terceiro milénio sob o império das palavras. Não é verdade que a imagem esteja a suplantá-las nem que possa extingui-las. Pelo contrário, está a potenciá-las: nunca houve no mundo tantas palavras com tanto alcance, autoridade e arbítrio como na imensa Babel da vida atual. Palavras inventadas, maltratadas ou sacralizadas pela imprensa, pelos livros descartáveis, pelos cartazes de publicidade; faladas e cantadas pela rádio, pela televisão, pelo cinema, pelo telefone, pelos altifalantes públicos: gritadas à brocha nas paredes da rua ou sussurradas ao ouvido nas penumbras do amor. Não: o grande derrotado é o silêncio".

Para fechar o livro ainda traz, ao final, uma breve contextualização de acontecimentos da época de cada discurso, organizados pelo próprio GABO. É um livro imperdível, para os que assim como eu, são apaixonados pelo autor, e a todos aqueles que desejam conhecer um pouco mais dele antes de iniciar a leitura de suas obras geniais.

Recomendo muito a leitura!!!
I Danielle I 27/06/2020minha estante
Adorei tua resenha Evelyn! Vou atrás desse livro, obrigada!


Leonardo 27/06/2020minha estante
Gabo é incrível, uma preciosidade da nossa América Latina. Gosto muito dele. Excelente resenha :)




Juliana.Pegoraro 20/12/2021

Eu não vim fazer um discurso
Este compilado de discursos feitos ao longo da vida e editados pelo próprio autor são uma ótima ferramenta para entender seu posicionamento. Ao falar sobre nossas particularidades como sul-americanos, engloba uma diversidade de questões comuns a mim e a ele. E, estranhamente, isso me fez sentir mais próxima dele.
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J. W. Murta 26/09/2021

Gênio
É incrível poder conhecer mais do gênio que escreveu cem anos de solidão, ninguém escreve ao coronel e tantos outros. Ler seus discursos é ler um poude desse mestre, que nos ensina a enxergar o mundo pelo seu prisma.
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jarina.silva.3 07/09/2016

Discursos de Gabo
Tão fácil falar de Gabo, sobretudo de sua genialidade. Esse livro é fantástico também, mesmo se tratando de discursos, em sua sensibilidade, genialidade e leveza Gabo faz-nos pensar na vida, na politica, na poesia, no fantástico. De todos vou citar o que fala da profissão de jornalista como leitura obrigatória para quem pretende abraçar essa profissão.
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Janna Erica 15/08/2017

Eu não vim fazer um discurso
Gabo sabe contar histórias. Seja através dos livros ou de seus discursos, ele sabe como cativar o interlocutor. Senti como se estivesse conversando com ele, aprendendo cada lição atentamente. Neste compilado de discursos dá pra aprender de tudo: história, literatura, arte. Será certamente uma fonte de consulta para intervenção em situação de crise pessoal.
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ig: rafamedeirosmartins 13/10/2017

"Eu não vim fazer um discurso" - Gabriel García Marquez
Compilado de discursos de Gabo pelo mundo, sobre diversas temáticas, mas sempre entrevendo as preocupações deste grande Nobel: a questão dos imperialismos (consumistas e coloniais, dos EUA e da Europa) que sempre tumultuaram o franco desenvolvimento da América; os ideais compartilhamos de Castro e Bolívar por uma América livre e de forte expressão cultural; as causas dos necessitados; as dificuldades do continente em se adequar ao mundo moderno.

O autor de Cem Anos de Solidão ainda mostra ser amigo dos amigos, cuidadoso no trato dos direitos humanos e, sobretudo, humanista, uma célula que tão bem representa a alta literatura Prêmio Nobel do continente americano com Gabriel Garcia, Neruda e Llosa.
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Claudia 02/11/2020

Gabriel García Márquez em outro gênero literário.
Para quem não gostava de discursos, Gabo fez muitos. Felizmente para o mundo, que além de romances e textos jornalísticos, recebeu também deste encantador de palavras este outro gênero literário. Esta coletânea reunida com a ajuda do próprio autor, acompanha a evolução da figura pública do autor e de sua carreira. Os textos falam não só da sua visão de escritor, e da língua, mas se ampliam para sua visão de mundo, de país, e até para suas relações pessoais de amizade. Ótimo livro para quem quer conhecer um pouco mais de Gabriel Garcia Márquez.
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Fernanda Pompermayer 30/05/2015

Em época de posses ministeriais e parlamentares o que mais se ouve é discurso. E aí o título do livro do grande escritor colombiano García Márquez traz até um alívio: Eu não vim fazer um discurso. Aliás, traria, se não fosse um blefe, um feliz blefe. Na verdade a obra consiste numa coletânea de discursos feitos pelo Prêmio Nobel de Literatura em diversas ocasiões e latitudes. Incluindo, claro, o de Estocolmo, quando da entrega do Nobel.
Mas ouvir discursos do autor de Cem anos de solidão é música suave e agradabilíssima para ouvidos afeitos à literatura. E, no caso desse livro, é quase um diálogo com Gabo, como era chamado pelos mais íntimos. São “conversas” que abarcam quase 60 anos da sua experiência e do seu pensamento como jornalista e escritor.
Ele carrega no peito – e transborda em palavras – o sofrimento de um homem latino-americano que atravessou o século XX. Que viveu os tempos de um “primeiro mundo” de abundância e felicidade para alguns e de um “terceiro mundo” de exploração, fome e abandono à própria sorte para milhões outros. E com essa consciência e sentimentos – que ele descreve como “o nó da nossa solidão” – avança no tempo e entra no século XXI.
Em 1970, no Ateneu de Caracas, descreve como começou a escrever: com um conto para o jornal El Espectador, de Bogotá.
Ao inaugurar em Paris (1999) o seminário “América Latina e Caribe diante do novo milênio”, prova que nunca fala por falar... “Nos anos quarenta” – inicia calmamente – “o escritor italiano Giovanni Papini enfureceu nossos avós com uma frase envenenada: ‘A América é feita das sobras da Europa’.” Cita Simón Bolívar ao definir que nós, latino-americanos, “somos um pequeno gênero humano”. Acredita na redenção e no futuro de um continente cujos primeiros habitantes europeus, em sua grande maioria eram degredados, e por isso finaliza sua fala conclamando: “Não esperem nada do século XXI, pois é o século XXI que espera tudo de vocês. Um século que não veio pronto da fábrica, veio pronto para ser forjado por vocês à nossa imagem e semelhança, e que só será tão pacífico e nosso como vocês forem capazes de imaginá-lo”.
O discurso de Estocolmo, em 8 de dezembro de 1982, foi à altura da sua obra-prima. E, em consonância com ela, intitulado: A solidão da América Latina. O colombiano revisita cinco séculos de história de exploração, discriminação e abandono, recapitulando métodos, etapas, eventos. O clima era de Guerra Fria, ditaduras militares em muitos países da América Latina e da África, disparidade econômica brutal entre o norte e o sul do mundo. Nesse contexto, o Colombiano ergueu a voz e se fez ouvir, sem se preocupar com eufemismos. “A interpretação da nossa realidade a partir e esquemas alheios só contribui para tornar-nos cada vez mais desconhecidos, cada vez menos livres, cada vez mais solitários. Talvez a Europa venerável fosse mais compreensiva se tratasse de nos ver em seu próprio passado. Se recordasse que Londres precisou de trezentos anos para construir sua primeira muralha e de outros trezentos para ter um bispo, que Roma se debateu nas trevas da incerteza durante vinte séculos até que um rei etrusco a implantasse na História, e que em pleno século XVI os pacíficos suíços de hoje, que nos deleitam com seus queijos mansos e seus relógios impávidos, ensanguentaram a Europa com seus mercenários.” “E ainda assim,” – conclui – “diante da opressão, do saqueio e do abandono, nossa resposta é a vida. Nem os dilúvios, nem as pestes, nem os cataclismos, nem mesmo as guerras eternas através dos séculos e séculos, conseguiram reduzir a vantagem tenaz da vida sobre a morte.”


site: Resenha publicada por mim na revista Cidade Nova, fevereiro 2015 (www.cidadenova.org.br)
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Ani 28/08/2016

Mais uma vez, a solidão.
Os amantes de livros que costumam se emocionar com as palavras dos autores, penetrar nas cenas e se afeiçoar aos personagens, dificilmente terminarão as primeiras páginas da 77ª edição Cem anos de solidão de Gabriel García Marquez, publicada pela Editora Record, sem encher os olhos de lágrimas.
O livro mal começa e o leitor se depara com “A solidão da América Latina”, discurso pronunciado por Gabriel García Marquez, em 21 de outubro de 1982, ao ser agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura.
Os autores Ingleses, Franceses, Russos sempre foram conhecidos pelos principais clássicos da literatura mundial, antes de Gabriel García Marquez, possivelmente a identidade fantástica e surrealista da América Latina fosse desconhecida e, até mesmo desacreditada, especialmente na Europa, centro da cultura universal.
Em todo o seu discurso, mas especialmente neste trecho, Garcia Marquez esclarece, com muita humildade, que o preconceito sofrido pelos latinos, descende do desconhecimento e da incompreensão:
Eu me atrevo a pensar que esta realidade descomunal, e não só a sua expressão literária, que este ano mereceu a atenção da Academia Sueca de Letras. Uma realidade que não é a do papel, mas que vive conosco e determina cada instante de nossas incontáveis mortes cotidianas, e que sustenta um manancial de criação insaciável, pleno de desdita e de beleza, e do qual este colombiano errante e nostálgico não passa de uma cifra assinalada pela sorte. Poetas e mendigos, músicos e profetas, guerreiros e malandros, todos nós, criaturas daquela realidade desaforada, tivemos que pedir muito pouco à imaginação, porque para nós o maior desafio foi a insuficiência dos recursos convencionais para tornar nossa vida acreditável. Este é, amigos, o nó da nossa solidão.
Pois se estas dificuldades nos deixam - nós, que somos da sua essência - atordoados, não é difícil entender que os talentos racionais deste lado do mundo, extasiados na contemplação de suas próprias culturas, tenham ficado sem um método válido para nos interpretar. É compreensível que insistam em nos medir com a mesma vara com que se medem, sem recordar que os estragos da vida não são iguais para todos, e que a busca da identidade própria é tão árdua e sangrenta para nós como foi para eles. A interpretação da nossa realidade a partir de esquemas alheios só contribuiu para tornar-nos cada vez mais desconhecidos, cada vez menos livres, cada vez mais solitários.
Desse discurso, é impossível não brotar o interesse pelo ser humano Gabriel García Marquez, Colombiano, nascido em 1928, um dos maiores representantes do realismo mágico latino-americano, autor de diversos clássicos da literatura mundial, como o já citado Cem anos de solidão.
García Marquez também é conhecido pela beleza de sua retórica, que pode ser melhor explorada no livro “Eu não vim fazer um discurso”, que reúne na forma de texto vários dos discursos do autor como “A solidão da América Latina” dentre outros.
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Aline 11/07/2023

Não é um clássico
Definitivamente não é um clássico, tal como Cem anos de solidão, mas a escrita de Gabriel Garcia Marquez é sempre algo que encanta.
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BridgesInTheSky 26/07/2023

Gabo inventou a palavra
Sempre me surpreende a facilidade e intimidade que o Gabo tem com as palavras e fazê-las transmitir emoção e ideias de forma tão limpa, honesta e poética.
Gostei muito desse livro de discursos porque me senti mais próxima de entender a pessoa que ele era, seus anseios, esperanças, crenças, visões políticas e relações interpessoais.
E viva a América Latina!
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