Victor 26/05/2010Sou como um estranho no ninhoGanhei o livro numa promoção feita (aliás, muito bem feita) pela L&PM no Twitter. Confesso minha ignorância ao dizer que jamais havia ouvido falar em Martha Medeiros e por isso escolhi "Doidas e Santas" para descobri-la.
Trata-se de um compilado de 100 crônicas escritas para os jornais "O Globo" e "Zero Hora" entre outubro de 2005 e julho de 2008 que deslizam entre a justificativa do amor, anseios femininos, a brevidade da vida e a necessidade de se redescobrir. É claramente uma antologia direcionada às mulheres e isso com certeza tornou as coisas mais interessantes pra mim (ao contrário do que possa parecer). Não que eu tenha me travestido... me mantive homem e aprendi a me enxergar do outro lado da calçada.
Em muitos momentos - ou melhor, em quase todos - concordei com os pontos de vista da autora. Sua escrita é leve e não carrega aquele ar arrogante de quem tem algo a ensinar. Ela se oferece para debater, aconselhar e expor suas ideias. No entanto, pela exaustão inescapável que é consequência da resposta a uma infinidade de e-mails semanais, Martha pisa em ovos e é extremamente cautelosa em uma série de afirmações. É uma espécie de "safety zone", um mecanismo utilizado para fugir de polêmicas - e assim acaba se contradizendo um pouquinho ("manter-se fiel à nossa verdade já é meio caminho andado", em suas próprias palavras). Talvez seja esse o único porém desta coletânea de crônicas.