Anjo Negro

Anjo Negro Mallerey Cálgara




Resenhas - Anjo Negro


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Vanessa Vieira 25/01/2018

Anjo Negro - Mallerey Cálgara
O livro Anjo Negro, da mineira Mallerey Cálgara, nos traz uma história interessante sobre o amor de um filho por sua mãe e até onde ele é capaz de ir para salvá-la. Mesclando passagens bíblicas com mitologia grega, o enredo foi muito bem arquitetado pela autora, entretanto as alternações entre primeira e terceira pessoa atrapalharam um pouco a minha leitura e a revisão feita pela Editora Novo Século deixou bastante a desejar e, infelizmente, acabou tirando um pouco do brilho da obra.

Darian é um nefilim, ou seja, filho de um humano com um anjo, o que o torna de certa forma especial. Sua mãe, Bridget, após engravidar e se apaixonar por um ser humano, foi transformada em mortal e viveu por muito tempo atormentada por seres sombrios, até que acabou não resistindo e se suicidou. Para salvar a sua mãe, que se encontra em profunda tormenta, ele recebe uma proposta do Arcanjo Miguel: como tem a passagem livre entre os dois mundos devido à sua condição de nefilim, Darian precisaria recolher dez mil almas que desejam ser salvas e colocá-las em uma caixa angelical. Ele logo se sente balançado com a proposta do Arcanjo, afinal é uma oportunidade única de salvar sua mãe que sofre no Vale dos Suicidas. Contando com a ajuda de Hadji, seu anjo da guarda, ele parte para o mundo espiritual em uma jornada de aprendizagem repleta de conflitos e indecisões. Entretanto, Darian não é assistido somente pelos anjos, mas também por seres demoníacos, que prontamente lhe fazem uma contraproposta: ao invés de coletar dez mil almas, ele precisa entregar apenas uma única e especial alma para Iblis, o senhor do inferno. Pesando os prós e os contras, Darian se vê mergulhado em uma intensa indecisão e cada dia mais fica próximo de se transformar em um Anjo Negro.

Anjo Negro nos traz um enredo bem criativo e envolvente sobre os seres angelicais e, acima de tudo, sobre o amor abnegado de um filho por sua mãe. O mote da história é extremamente interessante, entretanto senti que alguns pontos careceram de desenvolvimento, tal como a alternância entre primeira e terceira pessoa da narrativa. Talvez se autora tivesse se focado em apenas uma das narrativas, o enredo teria se tornado um pouco mais fluído e uniforme. Darian foi um protagonista muito bem arquitetado e é quase que impossível não se comover com a grandiosidade de sua alma e de seu coração, entretanto, os demais personagens não foram tão bem apresentados para o leitor e surgiram de forma meio que aleatória no contexto da trama.

Darian se envolve de corpo e alma na tentativa de salvar a sua mãe e é capaz dos maiores sacrifícios para isso, o que nos revela bastante de seu caráter e coração. No limiar entre o bem e o mal, ele passa por inúmeras provações, que acabam moldando o seu espírito ainda mais. O seu relacionamento com a família é muito bonito, apesar de não ter sido tão bem explorado e confesso que senti falta de conhecer um pouco mais sobre os seus irmãos Erick e Margot e achei que as informações lançadas sobre eles no enredo foram um pouco parcas. Também gostaria de ter lido um pouco mais sobre a história de amor de Alan e Bridget - que, pressupostamente, abalou céus e terras - e achei que o romance deles poderia ter sido um pouco mais elaborado e explanado.

Em síntese, Anjo Negro é um livro interessante, criativo e original, além de ser permeado pelo puro e abnegado amor filial. Entretanto, achei que alguns pontos da história deveriam ter sido um pouco mais explorados, além da narrativa ter me soado um pouco confusa em alguns momentos. A capa do livro é bem chamativa e nos traz um anjo envolto por um fundo negro, com um par de asas mescladas nas cores vermelha e azul (acredito que simbolizando o embate entre o bem e o mal) e a diagramação, infelizmente, deixou bastante a desejar, com muitos erros gramáticos e de concordância verbal que passaram desapercebidos pela revisão da Editora Novo Século. Apesar das ressalvas, não deixo de recomendar.

site: http://www.newsnessa.com/2018/01/resenha-anjo-negro-mallerey-calgara.html
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Djé 23/08/2013

Com a Peste Negra as pessoas começaram a acreditar que estavam vivendo o Apocalipse. Alan é um jovem médico que ajuda as pessoas vitimas desse mal. No meio desse cenário ele conhece uma enfermeira, Brigte, que o ajuda, mas na verdade trata-se de um anjo em forma humana. Kesabel um anjo caído, a influência a manter relações sexuais com Alan, sendo punida por tal ato sendo transformada em humana. Do relacionamento nasce o Neffilins Darian. Como Brigte nunca contou a Alan sobre sua origem, ele acha que ela esta enlouquecendo, pois a flagra falando sozinha algumas vezes (ela apesar de virar humana ainda vê os anjos), e começa a ministrar remédios para ela. Quando seu filho completa 5 anos de idade, ela comete suicido em um ato desesperado achando que assim protegeria Darian.

Alan adota outras duas crianças, e continua trabalhando ajudando os necessitados. Um dia Darian descobre sua verdadeira origem e que pode transitar pelos mundos por ser um Neffilins, recebendo uma proposta do anjo Miguel: resgatar 10 mil almas que se arrependeram. No entanto Iblis lhe faz outra proposta: se assumir um anjo negro e trocar dez mil almas simples por uma especial, a da sua mãe.

A proposta do livro é de arrepiar, afinal, valeria a pena você se aliar ao "mal" para salvar uma pessoa amada? A leitura se desenvolve rápido, e toda a história passa muito rápido. O ponto central, que é essa dúvida do protagonista, acaba ficando de lado, sendo mencionado sutilmente no decorrer da história, tendo um pouco mais de destaque no final. Eu gostei muito do livro apesar disso, e surgem outras revelações inesperadas no meio da história. E o Final, bem, deixa um gostinho de "quero um segundo volume!"

Blog Horas Vagas

site: http://www.horasvagas.com.br/2013/08/resenha-anjo-negro.html
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Cyssah 22/07/2013

A guerra entre o bem e o mal por trás dos romances entre anjos e humanos
Após ler Fallen e Sussurro, imaginei que todas as histórias que trabalhassem com a temática Anjos Negro ou Anjos Caídos acabariam no fundo sendo praticamente a mesma trama. Um anjo caído que se aproxima de um humano por algum motivo em especial e acaba se apaixonando e passa a história toda tentando salvar o humano.

De fato, quando li as primeiras páginas do Anjo Negro de Mallerey Cálgara, achei que seria assim, pois começa contando como um anjo se apaixona pelo médico Alan e acaba sendo expulsa do céu e perdendo suas asas, mas não a habilidade de ainda ter contato com anjos. Entretanto, quando Daria entra na história e uma série de eventos sobrenaturais começam a acontecer com ele e não há nem sombra de paixões platônicas a vista... Ai sim, senti que está história seria diferente.


Darian é filho de um anjo e um mortal (o médico que mencionei no inicio). Vários anos após o suicidou de sua mãe, Darian começa a ter estranhos sonhos e resolve buscar a origem deles. O arcanjo Miguel faz uma proposta a ele: recolher dez mil almas e colocá-las na caixa angelical. Com isso ele amenizaria o sofrimento da mãe que está no vale dos suicidas. Já Iblis, o senhor do inferno, lhe faz uma contraproposta: dez mil almas em troca da libertação de sua mãe. Dez mil almas inocentes, por uma pecadora ou melhor, dez mil almas comuns por uma especial.

A descrição de todos os ambientes, principalmente do inferno, são de tirar o folego!

Adorei cada aventura na qual daria e seu anjo da guarda Hadji se envolveram para conseguir as almas. A origem deles, também é bastante intrigante. Achei mesmo que fosse ter uma histórinha de amor em algum momento, mas não era esse o foco mesmo...

Sou daquelas que lê a última página do livro antes de terminá-lo para ver se é bom, mas na última página, pensei que estava, mas não estava clara a decisão de Darian e quando realmente li tudo até o fim, fiquei pasma! Adorei! Queria apenas saber o que acontece com os outros personagens.

Só fiquei triste porque o livro é ótimo, mas sua revisão não foi muito boa e sei que muita gente verá isso e pode até levar mais em consideração do que a história em si. E pela linguagem e a rotina diária dos personagens fiquei meio em dúvida com relação ao tempo no qual a história se passava, ora parecia tempos atuais, ora idade média, ora época da revolução industrial.

Entretanto, Anjo Negro é uma história tão interessante que levei isso pouco em conta. O livro é bem interessante tanto para mulheres quanto para homens, pois envolve ficção e realidade, mistério e suspense, ação e terror, mitologia e religião, além de levantar uma série de questões morais como nossa responsabilidade intransferível diante das consequências de nossas escolhas

Realmente é um dos melhores e mais surpreendentes livros que li esse ano, nunca mais lerei sobre anjos negros com os mesmos olhos.
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Camis :) 16/01/2022

Li em algumas horas, gostei muito do livro, a escrita é incrível, amei os personagens e a história, um romancezinho fofo.

Eu nunca sei o que escrever em resenhas então é isso.
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Lya 11/08/2020

Anjo negro
Darian é filho de um anjo com um humano. Com a passagem livre entre os dois mundos, ele recebe uma proposta para recolher dez mil almas que querem ser salvas e leva-las em uma caixa angelical. Ele vê nesse acordo um meio de amenizar o sofrimento da sua mãe, que se encontra no vale dos suicidas.
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Nicole Weiss 25/02/2013

A escuridão de uma alma...
Falando da escrita, a autora tentou, pelo fato de ser uma estória de época, manter a linguagem clássica, artifício que não deu muito certo, pois isso mudava visivelmente no decorrer dos parágrafos. Ainda assim, é possível ver o talento de Mallerey na escrita. Ela mostrou que tem um vocabulário rico e bem articulado. O problema, creio eu, ficou por conta da revisão. Muitos erros de concordância, e alguns que costumo chamar de “erros de digitação”, são facilmente encontrados durante a leitura.

Algo que me irritou (e sempre irritará) enquanto eu lia, foram as palavras repetitivas, cheguei a encontrar a palavra “pessoas” três vezes na mesma frase! Não posso colocar a culpa somente na autora, pois, para mim, uma boa revisão teria sanado o lapso.
O início do livro, o primeiro capítulo, torna-se um pouco enfadonho, cansativo, pois a narração é feita sem diálogos. Isso não teria sido problema se a escritora conseguisse levar seu texto ao nível máximo de entretenimento. Porém, por conter inúmeros termos técnicos a respeito de anjos e da própria estória, esse erro pode ser fatal na visão do leitor ansioso. Entretanto, esse início é de suma importância para a trama toda.
Um bom artifício usado por Mallerey foi a troca de narração. O prólogo e o primeiro capítulo ficaram por conta de um narrador-observador, contado em terceira pessoa, como se uma voz soprasse em nosso ouvido tudo o que ocorreu antes de Darian entrar em cena. Depois disso, é o próprio nefilin quem conta a estória. Sim, o surpreendente, apesar do título do livro (e isso tem uma ótima explicação, mas não deixarei spoilers nessa resenha), é que estamos lidando com um nefilin! Adorei!
A trama é complexa. Tenho que explicar isso de maneira que o leitor me entenda. Vamos lá!
Estamos em um país onde a literatura brasileira não é valorizada, infelizmente. E isso se dá, principalmente, por nossa culpa, os leitores. Muitas vezes, ao percebemos que se trata de um título nacional, torcemos o bico e já o julgamos antes mesmo de comprarmos. Tendo esse fator em vista, as editoras raramente investem em um livro que pode ter o melhor enredo do mundo. Sendo assim, esses gigantes acabam cobrando do autor uma fortuna para que este tenha seu sonho realizado. Não sei se este foi o caso da Mallerey, porém, não posso deixar de comentar que o descaso da Novo Século com ela foi notável. Desde a confecção do produto – odeio impressões em papel off-set, prefiro as feitas com off-white – até a divulgação e distribuição do mesmo. A capa é lindíssima, chama muito a atenção, mas, para quem entende do assunto, verá que a imagem não foi produzida em alta resolução.
Entendam, caros amigos, me deparei com um enredo rico, complicado, repleto de boas lições, aventuras sobrenaturais. Sim, enxerguei nas entrelinhas. Porém, foi fácil perceber que a escritora precisou “resumir” sua estória, torná-la sucinta. E o que poderia ser um grandioso estrondo, tornou-se uma brisa leve. Por algum motivo, a escritora precisou pecar contra seu próprio sonho.
Por que pecar?
Porque a Mallerey tem talento e isso é comprovado durante a leitura. E, sinceramente? Meu maior desejo era ler Anjo Negro da maneira que foi concebido, porque tenho a certeza de que há muito mais escondido do que o que foi mostrado na publicação.
A escritora tem o meu respeito e o meu apoio. Desejo todo sucesso para ela.
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Bárbara 19/07/2020

Adorei o livro, ele fala sobre anjos, mas de uma maneira como nunca havia lido e sem contar na riqueza de informações, dos acontecimentos reais da época, que autora englobou.
Nos envolvemos a cada página com o drama vivido por Darian, queremos que ele ajude a sua mãe, embora também concordemos com ele que não é o certo. Certo ou errado?
"...Não posso simplesmente virar minhas costas e fingir que não ouvi nada ou que nada possa ser feito por ela."
" Ver a minha mãe era tudo que eu mais queria... O difícil era entender meus próprios pensamentos... Preencher o vazio que sinto por dentro..."

O que me chamou também muito a atenção neste livro, foras as histórias envolventes de como Darian recolhia as almas e de seus personagens diferentes, e a maneira como a autora conseguiu misturar o passado e o presente de uma forma totalmente clara, sem fazer a gente se perder.
Ele mexe com nossos valores, fazendo-nos questionar o significado do certo e do errado, de uma maneira sútil.
Eu recomendo muito a todos este livro. Uma leitura tranquila e gostosa. Realmente dá uma vazio na gente quando o livro acaba, hahaha.
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Eli 26/12/2011

Taí um livro dificil de resenhar. E olha que eu já tentei, nesse mesmo bat-local... rs. Primeiro, quero falar da recpetividade com o qual foi atendida pela autora, Mallerey Calgara. Simpática, solícita e muito atenciosa, Mallerey atendeu prontamente o meu pedido de parceria quando entrei em contato com ela (tenho um blog com duas amigas). Passei o livro dela na frente de outros, visto que li várias resenhas elogiando bastante o trabalho dela. Li, guardei as minhas impressões e parti para a leitura da obra. Devo dizer que a ideia foi forte, mas fiquei um pouco confusa quanto a narrativa. Os personagens eram fortes, mas os achei perdidos no meio da trama. O tal "Anjo Negro" do título tinha uma missão muito digna, a qual valeria a pena ir para o "lado negro da força", mas como ele chegou até lá, foi deveras confuso. Mas mesmo assim, eu indicaria o livro. Essas são as minhas impressões. Não posso afirmar que todos terão a mesma visão que tive. Leiam e voltem para contar... rs
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Vanessa1409 28/10/2023

Elegante além da conta.
Linguagem coloquial, porém, elegante, sem gírias. A narração se altera, ora em primeira pessoa, pela perspectiva de Darian, ora em terceira pessoa, relatada por um narrador não tão observador, pois nota-se que está presente na história. O problema é que não há um aviso, a narrativa muda de repente, como no final da página 46 até a metade da 47, onde a narração seguia em terceira pessoa desde o início do capítulo, e muda de um parágrafo para outro, voltando a ser contado por Darian. Sem um espaçamento, sem nada... Um espaçamento seria como um alerta à mente do leitor, indicando que algo vai acontecer, seja alteração de cena ou, no caso, de narrativa. Jogarei a culpa disso nos ombros da equipe editorial; um trabalho em conjunto ? revisão e diagramação ? sanaria o problema. Afinal, a função da autora é criar uma história e escrevê-la.

Ainda sobre a narrativa, em algumas partes, a escrita pula do passado para o presente. Opinião pessoal: todo o texto em um único tempo ficaria mais envolvente e menos confuso. Não gosto quando o tempo se altera na narrativa.

No prólogo, o reino de Lúcifer é descrito com Cérbero, o cão de três cabeças, e Iblis, criatura de fogo, como guardiões do portão do inferno, uma mistura de literatura cristã, grega e muçulmana, já que Iblis é citado no Alcorão ii, 34. A autora poderia ter explorado melhor essas informações ou sincretizado ambas, fato que, infelizmente, não aconteceu.

O primeiro capítulo é totalmente narrativo, sem diálogos. Porém, para quem gosta do tema, não se torna cansativo. Até porque a escrita da autora ajuda. O texto é interessante e atrativo, com palavras bem colocadas, frases construídas com elegância.

No capítulo 15, o personagem cita Londres como uma das cidades mais antigas do mundo. Bem, Londres não chega nem no top 15 dessa lista, que é encabeçada por Jericó e seguida por tantas outras, como Atenas, Cairo, Beirute, Jerusalém, Argos, Sídon, Xian, Aleppo... A lista é longa, e Londres, bem distante para ganhar destaque. A autora coloca os anjos com escolha de gênero quando se materializam. Ou seja, enquanto alados, são criaturas sem gênero. Não sei até que ponto aceito esse mito, mas respeito a criação de Mallerey. O fato é que desconhecemos a verdade sobre o assunto ? se é que anjos existem, eu gosto de acreditar que sim. ? Levando em conta que o cristianismo foi construído sobre uma base machista e misógina, é bem possível que ela esteja certa em sua concepção. Em certos pontos, o enredo é imaturo ? ou sucinto demais ?, como se faltasse algo. Talvez, tenha sido podado para caber dentro de uma edição "enxuta", tornando a obra mais barata, pois o selo editorial em questão pertence à Novo Século, uma editora comercial para os importados e prestadora de serviços para os nacionais. Ou seja, os brasileiros pagam um valor exorbitante por uma publicação que, se fosse independente, custaria quatro vezes menos, para bancar todo marketing dos estrangeiros. Fato! Voltando ao que interessa...

Não há separação entre as cenas. Em um momento é noite, Darian tenta dormir depois de um pesadelo. Na linha seguinte é dia, e sua irmãzinha, Margot, grita e pula na sua cama. Não que não seja compreensível, porém, o espaço de uma linha, separando uma cena da outra, daria mais leveza à leitura.

Os pensamentos são destacados em itálico, mas não estão entre aspas, como normalmente acontece, e sim precedidos de travessões. Ficou um tanto esquisito e, de certa forma, confundiria o leitor, se a "esquisitice" não fosse salva pelos seguimentos de fala na narrativa ? pensei nisso, imaginei aqui, etc.

No capítulo que conta a história de Margot, mesmo Darian sendo mais velho, a narração é em terceira pessoa. Já no capítulo sobre Erick, quando Darian era apenas uma criança, a narrativa muda para primeira pessoa. Erick tinha apenas 5 anos quando a história da sua chegada foi contada. Suas falas são articuladas demais para uma criança dessa idade. Ainda que o enredo se passe em uma época antiga, um menino sem o mesmo acesso à educação que Darian tinha jamais conseguiria se expressar dessa forma. Não estou criticando a autora, sua escrita é primorosa, elegante. Porém, para torná-la verossímil, ainda que em trama sobrenatural, o artifício de adequar a fala do garoto à sua idade daria um glamour experiente ao texto. Infelizmente, a autora se prendeu no politicamente correto e deixou a verossimilhança de lado.

Em alguns capítulos, podemos notar a paixão de Mallerey não apenas pela literatura, mas, também, pelo seu enredo. As palavras denotam esse fascínio, juntando-se em frases deleitosamente acuidosas, arrebatando-nos ao mundo de Darian sem pejo algum.

Capítulo 8 = simplesmente o melhor! No quesito "deleite literário", o mais bem escrito, narrado com maestria.

Preciso enfatizar três pontos aqui:

1. quando Darian está no mundo humano, materializado, sua espada se transforma em sobretudo negro. E quando ele volta à sua forma espiritual, a lâmina ressurge em suas mãos (lembrando a caneta/espada de Percy Jackson);

2. Não foi explicado por que Darian foi acusado de roubar a caixa das almas no Caos, já que qualquer um seria identificado assim que chegasse perto, exceto os querubins e os potestades guardiões, apenas Darian passaria despercebido. O motivo? Ninguém sabe (assim como em Percy Jackson, acusado de roubar o raio de Zeus);

3. A barganha de Iblis foi com a mãe de Darian em troca de dez mil almas (Hades também barganhou a alma da mãe de... Percy Jackson).

Não estou dizendo que é um plágio, até porque a série de Rick Riordan é leve e divertida, escrita especialmente para crianças e adolescentes, ao contrário da obra de Mallerey Cálgara, que tem personagens jovens, porém, com atitudes maduras e um texto sombrio. Contudo, fica nítida a inspiração da autora ? não posso julgá-la, pois sou fã de Riordan... muito fã! ? Finalizando essa parte, há pontos perigosos na escrita, e não posso deixar de abordá-los. Veja bem... eu mesma já cometi esses erros. Porém, após uma boa revisão, mudei os termos e consegui sanar esses lapsos, tornando minha escrita mais limpa e nada ofensiva. Do que se trata? Eis os pontos de Mallerey:

? Magia negra, nuvens negras, anjo negro... tudo que é escuro, para a autora, parece ter sinônimo de coisa ruim, isso denota racismo estrutural;

? Prostitutas citadas como mulheres de vida fácil, como se vender sexualmente ? ou de qualquer outra forma ? o próprio corpo fosse uma atitude fácil. Nenhuma mulher chega nesse ponto porque quer, e sim porque se viu sem opções. E se ela quis, o problema é dela, foi por vontade, e não por facilidade. Isso é uma alusão ao machismo ? também estrutural;

NOTA FINAL: a obra é muito boa, e o texto, excelente, muito bem escrito. O problema é que ficou algo no ar, aquela coisa que nos instiga a querer mais, a saber mais. Pesquisei sobre as publicações da autora e não encontrei nada que remeta à continuação desse enredo. Portanto, não sei dizer se Anjo Negro é o início de uma série ou apenas um título único, e também não há nenhuma informação do tipo no livro, infelizmente. Espero que Mallerey conclua o que ficou no ar. Caso o faça, ganhará uma leitora certa, pois fiquei bem instigada em conhecer o desfecho da trama. Então, se você é como eu, que anseia por um final plausível, não leia, porque a raiva e a ansiedade vão te consumir. Porém, se você gosta de se aventurar na literatura sobrenatural, com cenários incríveis e em uma jornada astral e sombria, caia de cabeça e se delicie com Anjo Negro, pois não vai se arrepender! E prepare o bloco de notas, porque as teorias que criamos são tudo de bom. Aliás, eis um talento de Mallerey Cálgara, colocar o leitor para pensar. Espero muito conhecer seus outros escritos.
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Priscilla Tôrres 02/07/2020

Te prende do início ao fim!
Oba! Uma nova resenha!! Neste post, Anjo Negro, de Mallerey Cálgara! Se você mora em Belo Horizonte e quer ler esta obra, segue a localização do título na estante da Biblioteca Luiz de Bessa: Código: B869.35 C151a

site: https://resenhasindependentes.blogspot.com/2014/07/anjo-negro.html
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Amanda.Ferreira 15/12/2020

Acabou?! É isso?! Chegou ao fim do livro ou tem uma continuação que eu não conheço?!
Livro envolvente, interessante, mas quando chegou na última página eu exclamei silenciosamente: "não, não pode acabar assim, quero mais informações dos outros personagens, peraí, não termina..." Fim!
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Luh 22/07/2012

Diferente de qualquer livro nacional que eu já tenha lido.
A Trama (Resumo): Darian é um Neefilin, filho de um anjo caído chamado Bridget, que se mata antes de seu nascimento, e de um médico chamado Alan, certo dia Darian tem um sonho muito estranho com um demônio e uma menina, ele saí a procura da garota e acaba descobrindo que não foi um sonho, Hadji que apareceu em seu sonho é na verdade sua Protestade (anjo) que o acompanha em qualquer lugar. É então que Hadji conta que existe mesmo um céu e um inferno, anjos do bem e do mal e que ele tem o poder de salvar a sua mãe do vale dos suicidas no inferno, mas a proposta de salva-lá não vem dos Protestades e sim dos anjos negros que esperam trocar 10 mil almas que Darian virá a recolher pela de sua mãe. Será que Darian conseguirá recolher 10 mil almas? Terá coragem de mandar tantas almas inocentes para o inferno em troca de sua mãe?

A Trama (Opinião): Diferente de todos os livros nacionais que eu li até agora, esse fala sobre anjos e não se passa no Brasil. A autora, apesar de brasileira, fala muito sobre pontos turísticos de Londres durante o livro.
A trama é muito confusa em certos aspectos, pois em 207 páginas Mallerey conta toda história do garoto descobrindo ser um anjo e outras diversas situações que poderiam ter sido mais detalhadas.
O diferencial da história é que nada vem da mitologia grega, a autora traz nomes como Lilith (uma das esposas de Lúcifer) que aparecem no antigo testamento, isso nos leva a acreditar que todos realmente tem um lugar no céu ou no inferno quando morrem.
O livro me lembra muito um dos volumes de Percy Jackson já que Darian tem que ir ao inferno entregar almas pra salvar sua mãe, mas não o leiam acreditando que terá qualquer semelhança com a mitologia grega.

Os Protagonistas: Darian é um protagonista questionável, ele é super indeciso quanto ao lado do bem ou do mal e não deixa o romance com Hadji acontecer, o que melhoraria um pouco o livro. A autora poderia ter colocado Hadji também como uma das protagonistas da história mas só há uma ou duas passagens do anjo contando sua versão.

Os Personagens Secundários: A família de Darian é apaixonante, seu pai é um médico muito gentil com todos, seus irmãos (Erick e Margot) tem uma história muito comovente sobre como eram suas vida antes de entrarem na família e eles estão sempre apoiando Darian nos seus planos malucos. Hadji é uma Protestade muito fofa e passa a história inteira ao lado de Darian, nos momentos bons e ruins.

Capa, Diagramação e Escrita: A capa é simples, nada que chame muito a atenção mas tem tudo a ver com a história. Algumas palavras deixam muita confusão, você consegue entender a escrita do começo ao fim mas não é o tipo de leitura que te deixa sem vontade de parar.

Concluindo: É uma história diferente das demais e se houver uma continuação eu pretendo ler, mas com certeza não é um daqueles ótimos livros que te deixam com um sorriso enorme ao final da leitura, partes do livro te deixam até com sono.
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Marina Bartholi 01/09/2012

Resenha Anjo Negro > Blog Leituras e Afins

Agora que todo sabe o quão importante não é apenas ler um livro, mas também prestigiar os autores, comecei a ler os livros de autoria nacional, e posso dizer que está ficando cada vez melhor. Peguei para ler esse livro, por causa da história, até porque eu não gostei muito da capa, não me chamou tanto a atenção assim. Mas a história não me decepciona. Fiquei encantada com os personagens, principalmente com o principal Darian.


Eu cheguei a conhecer a autora na Bienal - Mallerey - e ela conseguiu escrever um livro com uma história original e um tanto diferente. Eu sempre gostei de histórias com vampiros, bruxas e lobisomens, anjos nem tanto, mas esse livro mudou o meu conceito.


É um livro curto e de rápida leitura, apesar de nos primeiros capítulos serem um pouco chato, mas depois que Darian se descobre e passa a andar com o seu anjo da guarda que se chama Hadji, e passa a conhecer quem ele é, e o que ele deve fazer, a história passa a ter outro rumo e fica cada vez mais interessante. Nele nós encontramos dois tipos diferentes de forças: a do bem e a do mal, mas em formas de anjos, digo que Darian faz muito bem parte do dois, mas todos tem a opção do livre arbítrio. As escolhas são feitas apenas por eles mesmos. Darian, é um personagem complexo, com toda a sua trama, tem dúvidas e sempre está sendo testado. Mas ao seu lado, sempre encontra Hadji, ela faz o que for preciso para ajudá-lo, afinal é o seu anjo da guarda, mesmo ela vendo o caminho em que ele está se levando, ela ainda permanesse com ele.

- Quem é ele que não está morto e nem vivo? - perguntou o garçom.

- É o Neefilins de quem todos estão falando - respondeu a menina, levantando-se e desaparecendo.
página: 112

Posso dizer de que esperava mais um pouco de romance, tem bastante, mas não do jeito que eu esperava. Não acabou como imaginei, é daqueles romances que passam vidas, mas ainda não deu certo. Fiquei intrigada pelo final do livro, me surpreeendi totalmente, não é um livro clichê.

É muito simples, vou tentar lhe explicar novamente. Você pode tudo, Darian, ir onde quiser a qualquer hora. Tem a passagem livre pelos dois mundos, pode entrar e sair da minha casa, e ficar lá se quiser. Você é um Neefilins, é um de nós.
página 165


Espero que a autora tenho uma continuação para esse livro, porque eu realmente fiquei com vontade de ler mais e não me contento com o final que teve, e que foi inesperado, nunca tinha lido um livro em que não consegui "adivinhar" seu final, eu não esperava pelo o que aconteceu com Darian. Eu indico mesmo, vale muito a pena ler "Anjo Negro", me comovi, é um livro fantástico.


Vejam mais no blog: http://afinsdaleitura.blogspot.com/
Blog: Leituras e Afins
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