O Diálogo entre o Ensino e a Aprendizagem

O Diálogo entre o Ensino e a Aprendizagem Telma Weisz




Resenhas - O Diálogo entre o Ensino e a Aprendizagem


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Clio0 12/07/2012

Esse livro não tem a necessidade de grandes comentários:

Texto interessante, bem explícito em suas ideias sobre prática educacional. Oferece, de forma fácil, uma explicação sobre o sociointeracionismo.

A autora é um pouco tendenciosa, porque idealista, mas isso está explicíto em sua própria apresentação.
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Tauana Mariana 26/04/2013

Resumo
(...) é muito difícil para o professor manter-se dentro de uma visão construtivista se ele não tiver uma postura intelectual a guiá-lo e lembrar-lhe o tempo todo que o seu olhar não é igual ao olhar da criança (...). p. 29

Os rumos que nossa sociedade está tomando indicam claramente que, para ser capaz de aprender permanentemente - e não importa para que área profissional a pessoa vá se dirigir -, a bagagem básica necessária hoje é acadêmico-cultural, em que se articulam conhecimentos de origem tradicionalmente escolar e relacionados aos movimentos culturais da sociedade. p. 36

(...) é hora de começar a pensar, com maior profundidade, como agir para democratizar, de fato, o acesso à informação e às possibilidades de construção de conhecimento. p. 37

É preciso, pois, educar o olhar para enxergar o que sabem as crianças que aparentemente não sabem nada. p. 49

Um instrumento poderoso para um professor que pretende ampliar o horizonte cultural e o repertório de informações de seus alunos é o jornal. p. 51

A teoria empirista - que historicamente é a que mais vem impregnando as representações sobre o que é ensinar, quem é o aluno, como ele aprende e o que e como se deve ensinar - se expressa em um modelo de aprendizagem conhecido como estímulo-resposta. Esse modelo define a aprendizagem como "a substituição de respostas erradas por respostas certas". p. 55

Poderíamos dizer, em poucas palavras, que na concepção empirista o conhecimento está "fora" do sujeito e é interiorizado através dos sentidos, ativados pela ação física e perceptual. O sujeito da aprendizagem seria "vazio" na sua origem, sendo "preenchido" pelas experiências que tem com o mundo. Criticando essa ideia de um ensino que "deposita" na mente do aluno, Paulo Freire usava a metáfora - "educação bancária" - para falar de uma escola em que se pretende "sacar" exatamente aquilo que se "depositou" na cabeça do aluno. p. 57

Num modelo empirista a informação é introjetada, ou não. Num modelo construtivista o aprendiz tem de transformar a informação para poder assimilá-la. p. 61

O professor é quem precisa compreender o caminho de aprendizagem que o aluno está percorrendo naquele momento e, em função disso, identificar as informações e as atividades que permitam a ele avançar do patamar de conhecimento que já conquistou para um outro mais evoluído. p. 65

(...) o processo de ensino deve dialogar com o de aprendizagem. p. 65

O conhecimento avança quando o aprendiz enfrenta questões sobre as quais ainda não havia parado para pensar. p. 71

O esforço de comunicar uma ideia sempre faz avançar a compreensão e é altamente produtivo do ponto de vista da aprendizagem. p. 73

O professor mantém em suas mãos o pulso da atividade e o olhar atento, para fazer o tempo todo as correções de rota necessárias. Se percebe que algumas crianças tomam um caminho que não é o ideal para a situação de aprendizagem, tem de responder imediatamente. É o que chamamos de "jodo de cintura" do professor. Muitas vezes é preciso mudar o rumo das coisas para dar conta do processo real que se apresenta. p. 83

(...) a correção é algo relacionado a qualquer situação de aprendizagem, o que varia é como ela é compreendida pelo professor. p. 84

Os alunos sabem o que achamos importante que eles aprendam, mesmo que não digamos nada. p. 89

Avaliar a aprendizagem do aluno é também avaliar a intervenção do professor, já que o ensino deve ser planejado e replanejado em função das aprendizagens conquistadas ou não. p. 95

(...) é da condição humana não suportar o fracasso continuado. p. 97

[o papel do professor] agora tende a ser mais exigente: precisa se tornar capaz de criar ou adaptar boas situações de aprendizagem, adequadas a seus alunos reais, cujos percursos de aprendizagem ele precisa saber reconhecer. p. 118
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Li 06/07/2012

para quem quer saber o que é o construtivismo
Neste livro, Telma vai contando à entrevistadora como foi se delineando nela a professora reflexiva, profundamente engajada na construção de um modelo de ensino que leva em conta o saber dos excluídos, que enxerga neles sujeitos capazes de aprender, que busca conhecer e se aproximar dos saberes quanto a como o ser humano aprende e que delineia a partir desse posicionamento e desses saberes modos de ensinar, modos de intervir na escola. Esse livro, que resulta de extenso material gravado e de outros registros, bem como da colaboração de ex-alunas de Telma, tem sido referência em cursos de formação permanente e presença constante na bibliografia de concursos públicos para professores. É um livro que funciona muito bem como primeira leitura daqueles que estão ingressando nos cursos de Pedagogia, na Educação ou que queiram, por serem professores de redes de ensino que optaram pelo modelo sócio-interacionista de ensino, saber do que se trata esse modelo, seus pressupostos teóricos e políticos, e isso não por meio da leitura de textos técnicos, densos e frios, mas por meio de uma leitura que em muito se assemelha com uma conversa. Por que é esta a característica maior desse texto, cuja linguagem é tão viva, íntima e apaixonada quanto um bate-papo com um Mestre, justamente aquele que de tanto saber, adquiriu a humildade daqueles que têm prazer em servir, em compartilhar suas descobertas, sonhos e metas.
O que distingue essa professora que hoje dá formação a outras professoras é o olhar sensível. Ela percebeu aspectos do ensinar, da escola e do grupo que esta atende que para muitos outros profissionais da educação passam despercebidos, como:
• As escolas deixam para professores iniciantes as classes compostas por crianças que mais precisam de intervenção especializada.
• Os repetentes são os mais pobres ou de pele não clara.
• Crianças que trabalham na rua vendendo doces são exímias ao realizarem cálculos mentais que envolvam o troco, mas não sabem resolver os problemas propostos pela escola. Esta por sua vez não busca criar nexos entre o saber dessas crianças e o saber por ela ensinado, taxando-as de incapazes de aprender.
• As crianças que “demoram” para adquirir a compreensão de como se escreve já têm hipóteses sobre como esta se dá e escrevem de acordo com elas. Não é que não saibam escrever, elas não se apropriaram do modo padrão da escrita. Quando a escola diz ”ele não aprende” exime-se do seu compromisso de criar soluções para este problema que não é só da criança, é também dela.
Para melhor agir, para compreender como a criança aprende, a autora leu textos de Piaget em francês. Quantos professores se disporiam a tal?

Essa opção de ser vem da opção de não ser uma presença neutra no mundo, mas de ser um agente transformador dele. É sem dúvida um posicionamento político e ideológico oriundo da consciência da não adaptação nos modos de ser da sociedade e do mundo, e sim da transformação dele.
Mais que a natureza da linguagem, o que também distingue esse livro dos demais que tratam do mesmo tema é o fato d estabelecer com o leitor uma interlocução com quem está produzindo teoria a partir do cotidiano da sala de aula. Há nele a análise e a reflexão a partir da experiência observada e sala de aula. No capítulo um ela conta como deu início a sua trajetória de educadora. Do capítulo dois ao quatro ela conceitua o construtivismo e esclarece alguns equívocos sobre ele. Do capítulo cinco ao oito ela discorrre sobre tópicos tais como:
• O porquê de não ser possível formular receitas prontas para serem aplicadas a quaisquer grupos de alunos (“a prática pedagógica é complexa e contextualizada”);
• Para mudar é preciso reconstruir toda a prática a partir de um novo paradigma teórico;
• A organização da tarefa garante a máxima circulação de informação possível (“o conhecimento avança quando o aprendiz enfrenta questões sobre as quais ainda não havia parado para pensar”);
• O conteúdo trabalhado deve manter suas características de objeto sociocultural real (leitura e escrita de textos reais x escrita de redações sem destinatários reais que não o professor);
• Quando corrigir, quando não corrigir , a correção informativa;
• A avaliação da aprendizagem é também a avaliação do trabalho do professor ( o ensino deve ser planejado e replanejado em função das aprendizagens conquistadas ou não);
• Os que não vão bem devem receber ajuda pedagógica (as dificuldades precisam ser rapidamente detectadas para que as crianças sejam apoiadas, continuem progredindo e não desenvolvam bloqueios);
• Formação permanente pressupõe estudo e reflexão contínuos;
• Tematização do que ocorre na sala de aula;
• Registro do trabalho por parte do professor (escrever para comunicar uma reflexão sobre o que se fez na prática profissional obriga a organizar as idéias, o que pressupõe documentos que em muito superam os diários de classe);
• Por ser este um tempo de transformações cada vez mais radicais, por ser cada vez mais inviável os métodos de ensino que pressupõe o aprendizado como a aquisição de conhecimento ( quando o que se dá é a construção dele por parte do indivíduo que aprende), por ser o construtivismo um modelo de ensino baseado em pesquisas idôneas e das mais diversas áreas, entre outros é que se faz necessária a leitura desse livro, pelo convite à inteligência ao novo.
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Felipe Cabral 25/05/2020

Realidade Educacional Brasileira
Aqui nos damos de encontro com umas das realidades brasileiras que são vigentes até hoje, dramas de profissionais que recebem pouca instrução e mesmo assim conseguem ser heróis ao levar a educação para as áreas mais carentes e necessitadas. Uma ótima reflexão!
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Josie.Derossi 18/03/2020

Livro da facu. A autora fala sobre o construtivismo, aprender fazendo, dá alguns exemplos e insiste para que olhemos para o processo e não para o resultado da produção do aluno. Uma boa leitura para professores.
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Emi 09/04/2020

Um livro de fácil leitura. A autora utiliza vários exemplos sobre a alfabetização e apresenta relatos de terceiros, além de sua própria experiência. Me senti contemplada por todo ponto defendido. Educação é meu tema favorito e poder ler um livro de qualidade sobre o assunto é muito prazeroso!
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