Os últimos soldados da Guerra Fria

Os últimos soldados da Guerra Fria Fernando Morais




Resenhas - Os últimos soldados da Guerra Fria


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Marcella.Martha 20/12/2019

Uma história inacreditável, digna de filme. Uma versão latino-americana de The Americans, menos glamurosa mas não menos impressionante. O tempo inteiro lendo esse livro, eu só conseguia pensar COMO ISSO AINDA NÃO VIROU UMA SÉRIE???? E a explicação é que virou um filme que deve estrear em breve (mas nem muita pompa e circunstância).

Os Últimos Soldados da Guerra Fria conta a história da Rede Vespa, uma rede de espiões cubanos que se infiltrou em grupos anticastristas com atuações terroristas em Miami durante os anos 90. Todos eram militares, alguns de carreira longa, outros jovens recém-formados na faculdade, que desertaram em algum momento. Alguns preservaram suas identidades reais, outros adotaram nomes, certidões de nascimento e até sotaques falsos. Nem as próprias famílias deles sabiam o que se passava, e muitos deles acabaram constituindo família enquanto infiltrados, tudo para dar mais veracidade aos disfarces. O objetivo era um só: enviar informações de volta à Havana sobre as atuações de grupos terroristas que, durante os anos 90 e início dos anos 2000, causaram diversos ataques à bomba em Cuba. Os alvos eram principalmente hotéis, restaurantes e demais áreas turísticas, com o objetivo de causar rebuliço internacional e afastar o turismo. Como o governo americano não dava muita bola para as constantes denúncias feitas pelo governo cubano - muito porque os grupos anticastristas na Flórida tinham TAMANHA influência que eram capazes até de levar eleições para um lado ou para o outro, além de influenciar decisões de tribunais e políticos - Havana decidiu por usar uma velha tática soviética: os espiões in loco.

As histórias do grupo são realmente coisa de cinema, e o livro dá ainda um bom panorama do que era a política internacional envolvendo a tensa relação entre Cuba e os EUA nesse período. Todos os relatos foram tirados de entrevistas e notícias da época, além de entrevistas que o autor fez com alguns especialistas e pessoas envolvidas. Ele tenta dar uma visão mais ampla e menos parcial, mas quem conhece o trabalho do Fernando Morais sabe das inclinações dele, o que não diminui em nada a qualidade do trabalho - ainda que seja prudente você pesar algumas coisas.

De qualquer forma, super recomendo! Para curte The Americans, Os Últimos Soldados da Guerra Fria será uma delícia de leitura.
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CooltureNews 02/11/2011

Publicada no www.CooltureNews.com.br
Por: Thiago Ururahy


Olá senhores(as)(itas), faz tempo que eu não falo com vocês, hein? Maaaaaaaaaas, voltei em grande estilo para resenhar um livro nacional que ganhou bastante atenção da mídia (considerando o padrão brasileiro no que diz respeito a livros, claro). Estamos falando de “Os últimos soldados da Guerra Fria – A história dos agentes secretos infiltrados por Cuba em organizações de extrema direita nos EUA” (396 páginas, Companhia das Letras, 2011). O livro foi escritor pelo autor (e, principalmente, jornalista) Fernando Morais. Não conhece? Conhece sim. Fernando é o autor dos ótimos “Olga” e “Chatô: O Rei do Brasil”, ambos os livros que foram muito bem recebidos pela mídia e que seguem o mesmo caráter investigativo (não confundir com livros policiais, tratam-se de romances com cara de jornalismo mesmo, da época em que o Pedro Bial era correspondente na Guerra do Golfo) de “Os Últimos Soldados da Guerra Fria.”

Bom, já deixamos claro então que o romance é, na realidade, um livro-reportagem. Bem escrito? Muito. Tem qualidade? Muita. Mas, o leitor tem que estar atento que não verá aprofundamento psicológico, cenas de tirar o fôlego, personagens complexos, etc. Claro que o autor conseguiu dar uma cara de ficção para os fatos. Uma leitura mais desatenta até poderia fazer o leitor achar que se trata de um enredo (muito bem) inventado para uma série estilo 007 do Caribe, mas não se engane. Esperar por isso é um erro. Vamos à sinopse para nos ambientarmos.

No início da década de 1990, Cuba criou a Rede Vespa, um grupo de doze homens duas mulheres que se infiltrou nos Estados Unidos e cujo Objetivo era espionar alguns dos 47 grupos anticastristas sediados na Flórida. O motivo dessa operação temerária era colher informações com o intuito de evitar ataques terroristas ao território cubano. De fato, algumas dessas organizações ditas “humanitárias” se dedicavam a atividades como jogar pragas nas lavouras cubanas, interferir nas transmissões a torre de controle do aeroporto de Havana e, quando Cuba se voltou para o turismo, depois do colapso da União Soviética, sequestrar aviões que transportavam turistas, executar atentados a bomba em seus melhores hotéis e até disparar rajadas e metralhadoras contra navios e passageiros em suas águas territoriais e contra turistas estrangeiros em suas praias.

Um pouquinho da história envolvida em um parágrafo curto: Cubanos defensores do regime de Castro contra cubanos exilados nos EUA e tentando sabotar o regime de Castro. Esses últimos atuavam de forma terrorista com o intuito de minar qualquer tentativa do ditador de desenvolver um estilo de vida de qualidade em Cuba pautado nas ideias anti-americanas. Assim, para contra atacar, o serviço secreto cubano designou 14 agentes para espionar essas organizações situadas na Flórida, roubando informações e evitando que esses atentados fossem bem sucedidos.

O ponto mais interessante do livro são os fatos. Ponto final. Acontecimentos, até então desconhecidos por mim, vão se descortinando com o passar dos capítulos, e saber que aquilo tudo é real mais do que compensa toda a falta que sentimos ao não nos ligarmos emocionalmente a nenhum dos personagens. Livro-reportagem, lembra? Conteúdo jornalístico de primeira qualidade, com um detalhamento que nos deixa claro até onde o autor foi em suas pesquisas para nos mostrar um pedaço da história cubana (e americana, e brasileira) que, até pelo fechamento característico do país, talvez nunca nos fosse totalmente revelada.

E ainda vem mais qualidade, dessa vez na escolha do tema pelo autor. Convenhamos, espionagem, conspirações e guerras são coisas MUITO legais, ainda mais quando o ritmo é bem estabelecido e os fatos vão sendo mostrados em uma ordem inteligente, forçando o leitor a ir virando as páginas. Claro, se você não gosta de detalhamentos históricos (datas, lugares, nomes, etc) vai se frustrar (muito) e talvez até abandonar a leitura, mas todos que pertencem ao nicho de leitores par ao qual o livro foi escrito serão agraciados com uma obra ímpar.
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Letícia 24/09/2016

O livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria foi lançado em 2011, pela editora Companhia das Letras. Escrito pelo autor e jornalista Fernando Morais, o livro conta a história de 14 agentes cubanos que foram enviados para os Estados Unidos logo após a queda da URSS.

Enquanto Cuba era um país comunista e havia a URSS, a atividade principal do país era a produção de açúcar. Chegaram a produzir 8 milhões de toneladas em apenas um ano. Porém, com a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria com os países capitalistas como vencedores, a situação mudou.

Para a sorte do país aos poucos o foco do mercado já estava mudando de açúcar para o turismo. Com a abertura do governo cubano para empresas de capital privado esse mercado se intensificou e Cuba conseguiu uma solução para seu problema financeiro.

Porém muitos habitantes do país haviam fugido de lá e se refugiado em Miami, Flórida. A maioria dessas pessoas era anticastrista. Para quem não sabe, anticastrista são aqueles que são conta o governo Castro, na época do livro Fidel Castro.

Os EUA deram um apoio imenso para pessoas que fugiam de Cuba e se instalavam em seu país, o que futuramente tornou-se um grande problema. Essas pessoas uniam-se em associações cujo objetivo principal era ser contra o governo Castro. Porém, enquanto oficial e legalmente seu objetivos eram majoritariamente humanitários, como ajudar a localizar balseiros nos mares da Flórida, na prática eles cometiam atos terroristas contra seu país natal. Atos que iam desde a invasão de seu espaço aéreo até a contratação de mercenários para colocar bombas em hotéis e armamento nas mãos de rebeldes. Apesar das reclamações do governo cubano ao americano, os anticastristas continuavam impunes em suas atividades.

É aí que os nossos personagens entram: o governo cubanos os envia para os Estados Unidos para se infiltrarem nessas organizações e ajudar a prevenir os ataques. Cria-se então a Rede Vespa.

Muitos dos fatos do livro eu não conhecia e foi possível ter uma visão bem ampla desta longa história de problemas entre os dois países. Confesso que, apesar de não concordar com a política cubana, em algumas partes tive que tirar o chapéu para Fidel Castro: ele fez o governo americano de bobos de uma maneira que beira a comicidade. E a atitude de fazer vista grossa para os atentados não foi algo muito "legal" da parte americana, afinal de contas vidas estavam sendo postas em risco.

A leitura do livro, apesar de não ser tão rápida pelo seu tamanho, é bastante fluida. Os fatos são narrados em sequência cronológica e estão todos conectados. Por ser uma história não fictícia eu fiquei com um pouco de medo de que fosse ser cansativo, mas me surpreendi. Os acontecimentos são narrados de uma forma bastante objetiva, sem muitos floreios.

Outra coisa que gostei bastante é que a minha visão de agentes secretos iguais ao 007 mudou neste livro, eles foram narrados como realmente viviam: suas dificuldades financeiras e amorosas, o que foi bastante legal.

Recomendo este livro para quem gosta de histórias não fictícias e para aqueles que acham interessante a história política do mundo, o livro fala bastante de questões políticas entre os dois países. Para quem deseja se aventurar por este meio, assim como eu, também é uma leitura bem válida, gostei muito do estilo.

site: http://madminds.weebly.com/blog/resenha-os-ultimos-soldados-da-guerra-fria
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lejmafra 01/10/2011

Ainda na Guerra Fria
O tema é atual, e ajuda a entender o que acontece entre a relação dos EUA e CUBA. Esta semana (set de 2011) visitou nossa presidenta e nosso congresso o Ministro de Relação Exteriores de Cuba pedindo apoio ao Brasil para libertação dos "cinco cubanos", justamente o caso relatado pelo livro mais recente de Fernando Moraes.
O livro ajuda a entender como é a politica internacional atual sob a influencia dos EUA, e nos posicionar no caso CUBA.
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Chiemi @mochisanbooks 30/06/2018

Enfrentando uma grave crise econômica devido ao colapso da União Soviética e ao bloqueio comercial imposto pelos EUA, o governo de Cuba encontrou uma possível saída da crise mudando o foco do mercado, que se antes era voltado para a produção de açúcar, passou a ser o turismo. Com o objetivo de minar tal indústria na ilha, grupos anticastristas (compostos por refugiados cubanos nos Estados Unidos) passaram a promover atentados terroristas contra Cuba.
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Como o governo norte-americano aparentava fazer vista grossa a tais atentados, o governo cubano criou a Rede Vespa: 14 agentes cubanos infiltrados nas organizações de extrema direita nos Estados Unidos, a fim de recolher informações, antecipar-se a ataques e deter os terroristas.
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Ao contrário da expectativa de filmes como 007, os espiões cubanos nada tinham de charme ou riquezas. Entrando no país como desertores cubanos, tinham que enfrentar uma dura vida, muitas vezes mal conseguindo o suficiente para o sustento.
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A narrativa de Fernando Morais é ampla e rigorosamente objetiva, o que fez com que eu demorasse a ?engatar? na leitura, pois nunca tinha lido algo do gênero. O livro não é apenas um romance, mas sim um livro-reportagem, sem aprofundamento nos personagens, floreios na narrativa, cenas impactantes e etc., não deixando de ser bem escrito. Entretanto, se você não está familiarizado com livros assim, pode acabar se frustrando com o livro.
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Apesar disso, quando me acostumei com a narrativa a leitura fluiu muito bem. Esta edição contém ainda inúmeras fotografias que auxiliam bastante durante a leitura. Posso dizer que apesar do problema inicial, meu primeiro contato com autor e com o gênero foi positivo, e que espero ter oportunidade de ler outras obras do Fernando Morais.
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Carlos.Santos 26/03/2018

ESPIÕES DE FIDEL
Depois de me surpreender com a insólita história da celeuma causada no estado de São Paulo pelos imigrantes japoneses, quando o então Império do Sol Nascente foi um dos derrotados da Segunda Guerra Mundial, onde balbúrdias e assassinatos foram cometidos, o ótimo jornalista/escritor - também cabeça do recomendado blog e canal do YouTube Nocaute - Fernando Morais volta com uma narrativa jornalistica - também! - até então desconhecida por esse que vos escreve.

Os Últimos Soldados da Guerra Fria, assim como Corações Sujos, trata de um fato bem peculiar, contudo, agora, passado entre Cuba e Miami nos anos noventa. Nessa época, resididos nos EUA, alguns grupos anti-castristas promoviam diversos atentados à Ilha de Fidel, com direito a bombas em hotéis, num ato de extrema covardia, já que nesse período Cuba necessitava - e muito - do turismo. Sendo assim, o serviço de inteligência cubano criou a Operação Vespa, infiltrando espiões em solo estadunidense - e nos grupos anti-castro - na tentativa de impedir ao máximo que o terrorismo continuasse.

A escrita de Fernando Morais continua deliciosamente ágil, dessa vez descrevendo o ambiente e a tensão contínua entre os dois países, focando-se também em nos apresentar os espiões cubanos. Morais teve acesso a toda documentação da Operação Vespa além de entrevistas exclusivas com alguns dos envolvidos. Para se ter uma ideia, até mesmo o escritor Gabriel Garcia Marquez - autor de Cem Anos de Solidão - participou da empreitada como uma espécie de "pombo correio" entre Fidel e Bill Clinton, fato que por si só já vale a leitura. Isso sem contar as desventuras dos agentes, que mesmo sem recursos - afinal estamos falando de um país de terceiro mundo - conseguiram impedir um sem número de ações dos dissidentes da extrema-direita (que contavam com apoio milionário e com a vista grossa do governo estadunidense).

Mais uma vez, Fernando Morais prova que é um dos melhores escritores de reportagem com um quê de romance do país. Quero conseguir, em breve, ler mais obras suas.
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mura 24/12/2011

Excelente livro. Eu já conhecia, por cima, a história da rede vespa. Mas nessa grande reportagem do Fernando Morais a gente pode mergulhar a fundo nessa história de espionagem do cubanos em solo americano, e acompanhar que os EUA podem espelhar "espiões" em várias partes do mundo, mas quando acontece ao contrário os americanos não toleram.
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Celaro 08/08/2015

Um dos capítulos da luta de um país para salvar sua economia e sua gente
Com o fim da União Soviética acaba também a cooperação econômica que esta potência da Guerra Fria tinha com Cuba. A saída encontrada pelo país caribenho para reerguer sua economia foi desenvolver o turismo, que acaba sendo minado por uma série de atentados promovidos por grupos anticastristas, em locais frequentados pelos turistas estrangeiros.
Entra então em ação a Rede Vespa, um gurpo de 14 agentes cubanos infiltrados nos Estados Unidos com o objetivo de antecipar-se aos atentados promovidos por estes grupos a partir da Flórida a fim de evitá-los.
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Sandra 12/01/2015

Agentes cubanos são recrutados para heróica missão de combate o terrorismo contra Cuba. A vida e o destino desses agentes secretos nada lembra o glamour de James Bond. A missão é árdua: combater terrorismo praticado pelos cubanos exilados em Miami que agem contra Cuba, com o apoio dos EUA. Fernando Morais é um excelente escritor e narra os fatos verídicos como se fosse um romance, resultado: a leitura é instigante, envolvente e prazerosa. A leitura vale para nos fazer refletir sobre a conturbada relação entre os EUA e Cuba, sobre a justiça e sobre a política e, mesmo sobre o ser humano. Recomendo!
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Karina 01/10/2014

Resenha: Os Últimos Soldados da Guerra Fria
Autor: Fernando Morais
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 416

Sinopse:
'Os últimos soldados da Guerra Fria' narra a aventura dos espiões cubanos em território americano e mostra os tentáculos de uma rede terrorista com sede na Flórida e ramificações na América Central, e que, segundo o autor, conta com o apoio tácito nos Estados Unidos de membros do Poder Legislativo e com certa complacência do Executivo e do Judiciário. Ao escrever uma história cheia de peripécias dignas dos melhores romances de espionagem, Fernando Morais mostra mais uma vez como se faz jornalismo de primeira qualidade, com rigor investigativo, imparcialidade narrativa e sofisticados recursos literários.

OPINIÃO DELE:

Contando uma curiosa e quase secreta história de espionagem e crimes internacionais envolvendo os vizinhos Cuba e EUA, Fernando Morais nos envolve. São 400 páginas narrando a história de 5 principais personagens que vão, de um modo ou de outro, - na maioria das vezes sob o disfarce de desertores da Revolução Cubana - trabalhar a serviço do governo Fidel Castro, infiltrando-se em organizações de extrema direita formada por contrarrevolucionários exilados nos EUA. Seus trabalhos mostram-se de fundamental importância na diminuição de ataques terroristas que objetivavam minar a indústria do turismo na ilha, principal fonte de receitas e o balão de oxigênio que mantivera viva a pequena nação afetada pelo bloqueio econômico imposto pelos EUA.

Fernando Morais é um craque da literatura brasileira. Seus livros contando fatos e personagens da nossa história são marcantes e essenciais na estante daqueles que apreciam bons livros. Os Últimos Soldados da Guerra Fria é, até agora, o melhor livro dele dentre os que já li. Estou ansioso para ler Chatô, um livro que queria há anos e que finalmente consegui. Enquanto não o leio, OUSGF ocupa o posto de obra prima.

Muito diferente da visão hollywoodiana da espionagem, a realidade dos cubanos infiltrados era de uma vida simples, arriscada e muito puxada. Sem contar com aportes financeiros provindos do governo cubano, os agentes necessitavam trabalhar para se manterem em solo americano. Mas a principal dificuldade, certamente, era a distância da família, já que para não comprometer o disfarce, a maioria saíra de Cuba como desertores que fugiram quando tiveram a oportunidade, abandonando as próprias famílias para trás, que sofriam além da distância com o status de parente de um traidor.

Em meio a esse ambiente, Morais relata episódios correlatos, como os referidos atentados a hotéis e pontos turísticos de Havana, o funcionamento das organizações anti-castristas baseadas em Miami, a relação entre a cúpula do governo norte-americano e cubano e o curioso papel desempenhado pelo recém falecido ganhador do Prêmio Nobel Gabriel Garcia Márquez nessa história.

Indico esse livro a todos que possuem um gosto minimamente eclético para leitura. Se você gosta de história, leia esse livro. Se você gosta de política, leia esse livro. Se você gosta de thrillers, de livros investigativos, de histórias de espionagem ou apenas de uma boa leitura, definitivamente, leia esse livro.

site: http://livrofagia.blogspot.com.br/2014/09/resenha-os-ultimos-soldados-da-guerra.html
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arthurrehder 23/09/2014

Mais um ótimo livro do Fernando Morais
Contando uma curiosa e quase secreta história de espionagem e crimes internacionais envolvendo os vizinhos Cuba e EUA, Fernando Morais nos envolve. São 400 páginas narrando a história de 5 principais personagens que vão, de um modo ou de outro, - na maioria das vezes sob o disfarce de desertores da Revolução Cubana - trabalhar a serviço do governo Fidel Castro, infiltrando-se em organizações de extrema direita formada por contrarrevolucionários exilados nos EUA. Seus trabalhos mostram-se de fundamental importância na diminuição de ataques terroristas que objetivavam minar a indústria do turismo na ilha, principal fonte de receitas e o balão de oxigênio que mantivera viva a pequena nação afetada pelo bloqueio econômico imposto pelos EUA.

Fernando Morais é um craque da literatura brasileira. Seus livros contando fatos e personagens da nossa história são marcantes e essenciais na estante daqueles que apreciam bons livros. Os Últimos Soldados da Guerra Fria é, até agora, o melhor livro dele dentre os que já li. Estou ansioso para ler Chatô, um livro que queria há anos e que finalmente consegui. Enquanto não o leio, OUSGF ocupa o posto de obra prima.

Muito diferente da visão hollywoodiana da espionagem, a realidade dos cubanos infiltrados era de uma vida simples, arriscada e muito puxada. Sem contar com aportes financeiros provindos do governo cubano, os agentes necessitavam trabalhar para se manterem em solo americano. Mas a principal dificuldade, certamente, era a distância da família, já que para não comprometer o disfarce, a maioria saíra de Cuba como desertores que fugiram quando tiveram a oportunidade, abandonando as próprias famílias para trás, que sofriam além da distância com o status de parente de um traidor.

Em meio a esse ambiente, Morais relata episódios correlatos, como os referidos atentados a hotéis e pontos turísticos de Havana, o funcionamento das organizações anti-castristas baseadas em Miami, a relação entre a cúpula do governo norte-americano e cubano e o curioso papel desempenhado pelo recém falecido ganhador do Prêmio Nobel Gabriel Garcia Márquez nessa história.

Indico esse livro a todos que possuem um gosto minimamente eclético para leitura. Se você gosta de história, leia esse livro. Se você gosta de política, leia esse livro. Se você gosta de thrillers, de livros investigativos, de histórias de espionagem ou apenas de uma boa leitura, definitivamente, leia esse livro.

site: livrofagia.blogspot.com.br
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Luana 09/04/2013

"Os últimos soldados"
Por aqui é raridade o assunto aparecer nos jornais. Acredito que a maioria dos brasileiros desconheça que Cuba foi alvo de atentados terroristas neste final de século XX. Mas o conflito entre o país e os Estados Unidos todos conhecem. E independente de que lado desta briga você tome parte, com certeza irá se surpreender com a história narrada por Fernando Morais em seu último livro.

Desde os acontecimentos da Revolução Cubana, os contrários ao novo regime foram deixando Cuba rumo aos EUA. E na nova casa muitos não deixaram de querer expressar suas opiniões contra Fidel, muito mais que isso, alguns desejaram de alguma forma lutar contra. Reverter as grandes mudanças estabelecidas e tirar Castro do poder.

Concentrados em Miami, principalmente, estes cubanos começaram a se unir. As organizações que montaram ganharam força conforme a colônia se estabelecia e ganhava extrema importância política para a região. E é essa importância que levou com que tais organizações pudessem livremente arquitetar atentados contra Cuba, tirando a vida de vários inocentes, cubanos e estrangeiros. Tudo sob uma fachada humanitária.

O país, claro, não ficaria quieto diante das ofensivas. Sendo ignorado pelo governo norte americano, Cuba preparou a chamada “Rede Vespa”, catorze agentes da inteligência cubanos encarregados de monitorar as organizações de extrema direita na Flórida. Os personagens principais do livro.

E é neste ponto que mora a outra surpresa da história. Quando se pensa em “agentes infiltrados”, logo lembramos de James Bond e outros filmes do gênero. Mas, desde o início da operação, a vida dos enviados de Cuba é muito diferente da ficção. Os homens de Fidel trabalharam nos EUA não apenas como disfarce, mas para sobreviver. O dinheiro que Cuba enviava era o mínimo. No entanto, a narrativa não perde em nada na ação e nos personagens curiosos. É história de “agente secreto” de verdade!

O texto de Fernando Morais dispensa comentários. Desta vez escolheu começar a história com muito mistério, nos revelando aos poucos a verdade por trás dos acontecimentos. E apesar do claro partidarismo de Fernando, é impossível não se emocionar com a batalha secreta desses homens e mulheres.
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Psychobooks 03/01/2012

O livro começa retratando a vida oprimida e semi-miserável de muitos cubanos, do sonho e dificuldade de deixar o país.
Antes de ser introduzida a história da rede vespa, conhecemos histórias de personagens que se tornaram ídolos e símbolos daqueles que sonham abandonar Cuba.
Dois pontos que eu desconhecia e me chamaram muita atenção foi o patriotismo de grande parte da população e do “jogo de cintura” do Fidel Castro em situações que ate então pareciam não ter solução, como por exemplo às vezes que foi desafiado abertamente por outros países ao asilarem os dissidentes.
Sobre a rede vespa, 12 pessoas foram incumbidas de se instalar em grupos "anticastritas" nos Estados Unidos durantes os anos de 1990 à 1998 com intuito de minimizar os ataques constantes aplicados pelo grupo a Cuba, que iam desde à distribuição de panfletos à ataque terroristas em hotéis.
Uma coisa que não gostei muito foram as informações cruzadas. Um determinado personagem surgia brevemente num capítulo e depois sua história voltava a ser contada capítulos depois. Aliás, não há divisão por capítulos e sim por partes da história.
A narração se estende demais na biografia de alguns personagens com coisas que não são fundamentais para o desenvolvimento da história.
As disposições das imagens no livro ficaram confusas, pois que eram inclusas em páginas que já não retratavam a história daquela imagem.
A narração é feita de forma envolvente e sem uma pessoa como personagem principal e sim dois países como os "personagens principais".
Sinceramente, mesmo tendo conhecido através do livro um lado "um pouquinho" mais humanitário do Fidel, ainda continuo contra o regime socialista imposto por ele e atualmente mantido por seu irmão, Raul Castro, mas isso não vem ao caso.
Apesar de ser de conhecimento geral o descontentamento de muitos, o livro dispõe de forma detalhada e clara os motivos que levam muitos cubanos a se arriscarem a deixar o país.
A título de curiosidade, a quem deseja saber um pouco mais da história Cuba x EUA, seus joguinhos de guerra não declarada e seus refugiados, fica a dica! ;)


Acesse:
http://www.psychobooks.com.br/2011/12/resenha-os-ultimos-soldados-da-guerra-fria.html
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Gustavo 23/03/2012

Real e inacreditável...mas tendensioso
Este livro é muito bom, pois mostra um lado nada glamouroso, mas totalmente apaixonado, da espionagem internacional. Se não soubesse de antemão tratar-se uma história real, juraria ser uma ficção de Ian Fleming.
Porém, fica claro a parcialidade com que o autor (de quem sou fã) trata o assunto, com uma visão esquerdista. Mas isto não tira o brilho desta obra, e te permite tirar suas conclusões. A minha é que tanto EUA quanto Cuba cumpriam os papéis de réus e vítimas, com a diferença que o poderio econômico e militar dos EUA eram (e ainda são) infinitamente superior ao de Cuba, que conseguiu superar seu vizinho continental apenas em um quesito: a inteligência.
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